Mad Max: Estrada da Fúria (3D)


O diretor e roteirista George Miller, é o principal responsável pela criação do mundo caótico e perturbante de ''Mad Max (1979)'' e suas sequências, ''A Caçada Continua (1981)'' e Além da Cúpula do Trovão (1985)''. A trilogia em si, tem seus altos e baixos. Mas se valida com vigor perante muitos dos filmes dos anos 80. Aliás, abriu espaço para  diversas produções que viriam a ser lançadas posteriormente, como é o caso da também franquia 'Exterminador do Futuro' do idealizador James Cameron. Na saga de Mad Max, Miller nos introduz e nos guia por uma narrativa visionária de seu mundo pós-apocalíptico, onde os limites da humanidade são testados ao extremo. Somos postos a contemplar um caos preponderante, no qual o enredo trilha pelos três longas. Não há mais lugar seguro, não há mais mundo e nem sociedade civil. Apenas um rastro do que outrora existira. E quem sobrevive para contar é o ex-policial Max Rockatansky que, logo após perder a família, tem de lutar arduamente para continuar vivo.

Max, que ali fora vivido pelo ator Mel Gibson, foi rei das tardes de cinema de muitos (aqui em casa, pelo menos, o primeiro e o segundo brilharam bastante. O terceiro já não se deu tanta bola). Portanto, quando fora anunciado, há alguns anos atrás, que Miller vinha tentando trabalhar em uma sequência para sua trilogia e que o ator britânico Tom Hardy encararia a difícil tarefa de dar vida a esse Max adequado aos tempos atuais. Algo pulsou forte nos corações de muito cinéfilos - deu até pra imaginar um emoji chorando de alegria, hahaha.

Bem, nesta quinta-feira(14) tem-se, enfim, a estreia da aguardada mega produção de Miller, ''Mad Max - Estrada da Fúria'', que vem com seu dedinho, como de costume, no roteiro e na direção. Tom Hardy assume mesmo o papel de Max ( e com a benção de Gibson), Charlize Theron vive a corajosa Imperatriz Furiosa e o ator Hugh Keays-Byrne dá vida ao ditador brutamontes Immortan Joe. Ele que, inclusive, participou também do primeiro Mad Max, lá em 79, mas aqui tem novo personagem. Complementam o elenco, Nicholas Hoult, Josh Helman e Zoë Kravitz.

Quando o longa se inicia adentramos a cabeça de Max (Hardy) e seus traumas vividos no passado. Ele continua perambulando pelo deserto e tentando sobreviver à escassez de vida e também aos muitos donos do pedaço. Mas não demora e ele é capturado pelos inúmeros seguidores de Immortan Joe (Byrne), uma criatura de beleza desarmônica que vive no alto de uma caverna e detêm poder sobre a água e a terra fértil dali. Além daqueles que esperam por migalhas e um pouco de caridade para se sobreviver à fome e a sede do deserto. O tirano vive cercado de seus filhos, amas de leite, serviçais dedicados e mulheres parideiras para atender suas vontades. Contudo, estas últimas se unirão a valente Imperatriz Furiosa (Theron) para escapar dos comandos da figura opressora de Joe e irem em busca de um lugar menos asqueroso para se viver. No meio do caminho, encontrarão Max e talvez ganharão um aliado.















A trama dá um enfoque G-I-G-A-N-T-E-S-C-O ao papel que a mulher exerce na história  e a emprega como dona de seu destino. Faz isto como ''uma atualização para o contexto atual universal'' e institui que não é só de testosterona que se faz um filme de ação. Assim, Max não é de um todo o protogonista do enredo, pois o papel de Theron tem mais destaque, mais força, mais diálogos. Há espaço para o mocinho e para o vilão, mas quem supera ambos são as personagens femininas. Unidas, destemidas e empoderadas por sua escolha de lutar contra a dominação masculina e buscar aquilo que as pertence, a liberdade. Hardy tem seu destaque merecido nas cenas inusitadas de ação. Sua atuação vem de contraste a relevância que Theron tem, mas talvez, isto signifique que este tenha sido um longa introdutório, afinal, o ator assinou contrato para mais três filmes do personagem.

Charlize Theron é realmente quem sacode a poeira. Seu personagem direciona o filme para uma looooonga perseguição e o traz de volta quando decide derrotar, de uma vez por todas, os monstros que tornam possível a depreciação das vidas restantes ali. Perdidas no deserto, ela e as esbeltas esposas de Joe, se deixam guiar por Max e tem também a ajuda do renegado Nux, o ótimo Nicholas Hoult. Byrne faz um vilão perverso e assustador, mas também perde força frente ao girl power presente no filme e a estranheza generalizada do restante dos personagens traz aquela nostalgia da trilogia lançada no passado.

Miller foi muito, mas muito esperto. Nos deu um gostinho do que está por vir e manteve o lema caótico de sempre. Contextualizou a história e trouxe um lado que talvez não tivesse sido explorado no começo da iniciativa com tanta critica construtiva sobre o papel submisso que a mulher tem como escrava sexual. Porém, houve uma surpresa generalizada ao saber do tom feminista que a trama ganhou e que Hardy não exatamente estava na liderança. Isto se deve ao fator do astro ''ser a crista do momento'' e estar listado como o favorito de muitos cinéfilos no cenário atual. Aliás, houve uma baita comoção na internet quando seu nome foi associado ao longa. A ansiedade era enorme e o público queria logo esse filme nos cinemas. No entanto, mesmo que essa introdução não tenha sido o que se esperava, acredita-se que dá pra superar, pois chances de vê-lo brilhar, é o que não vão faltar.

Como a produção foi filmada na Namíbia, a fotografia traz a beleza insuperável de um deserto fervoroso. E a mesma é também um ponto alto do longa metragem. As cenas em que nuvens de areia invadem a telona, meio a perseguição dos carros, é um belo exemplo. Além também da trilha sonora, que te pega de jeito e mostra a ótima levada de percussão e sons pesados de guitarras que te deixarão grudados na trama. O figurino de Max deu uma melhorada significativa e nos faz esquecer as luzes futurísticas e o mega hair de Gibson. Em suma, é um projeto ousado e muito bom, como alguns dos outros do diretor, que lista em sua filmografia produções como ''As Bruxas de Eastwick'', ''O Óleo de Lorenzo'' e também a animação Happy Feet e sua sequência.

Trailer

Ficha Técnica
Título original e ano: Mad Max: Fury Road, 2015. Direção e Roteirto: George Miller. Elenco: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Zoë Kravitz, Rosie Huntington-Whiteley, Riley Keough, Abbey Lee, Hugh Keays-Byrne, Josh Helman, Nathan Jones, Courtney Eaton. Distribuidora: Warner Bros. Genero: Ação, Guerra, Ficção Cientifica. Duração: 2h0min

Vale o ingresso, vale a tentativa, vale ver mesmo se você não conhecer os outros filmes! ( e vale fazer marotona deles também).

Avaliação: Cinco tempestades de areia enoooooooooooooormes! (5/5)

HOJE NOS CINEMAS!!!!

PS:  Se puderem, assistam no formato 3D!
See Ya.
B-

Escrito por Bárbara Kruczyński

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1 comments:

Pseudokane3 disse...

Adorei a cotação. Revi o filme ontem e ainda estou sob impacto: só melhora!

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