Em 2015, o público ganhou um baita presente do diretor Matthew Vaughn. A primeira aventura dos cavaleiros espiões do império britânico chegava ao cinema em uma ousada adaptação da HQ criada por Mark Miller e Dave Gibbons. O filme agradou demais e ganhou sequência dois anos depois, este último não tão bem equilibrado quanto o primeiro, mas ainda assim com boas sacadas. Ambos os longas, Serviço Secreto (leia aqui) e O Circulo Dourado (leia aqui), trazem vibes e cenários distintos. Um nos apresenta ao mundo da King's Man com a entrada de Eggsy na instituição, já o segundo entrega as aventuras deste e também conhecemos os agentes norteamericanos da Statesman.
Agora, depois de quase 5 anos, voltamos ao universo cinematografico adaptado por Vaughn para entender a origem da organização e a trama surpreende por envolver o espectador em momentos veridicos do passado como a tentativa e o assassinato do Arqueduque Austriaco Franscico Ferdinando e nos faz conhecer figuras icónicas da história mundial como Rasputin, Stalin, Rainha Vitória e até os primos Rei George V, da Inglaterra, o imperador da Alemanha, Guilherme II, e o imperador russo Nicolau II.
A produção que se estabelece como prequel ao que vimos anteriormente nas telas traz um baita elenco em cena. Entre eles, Ralph Fiennes, Gemma Arterton, Rhys Ifans, Matthew Goode, Tom Hollander, Harris Dickinson, Daniel Brühl, August Diehl, Djimon Hounsou e Charles Dance. O roteiro aqui é assinado por Vaughn e Karl Gajdusek.
King's man : A Origem entra em cartaz nesta quinta (06).
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: The King's Man, 2021. Direção: Matthew Vaughn. Roteiro: Matthew Vaughn, Karl Gajdusek - baseado nos personagens criados por Mark Millar e Dave Gibbons. Elenco: Ralph Fiennes, Gemma Arterton, Rhys Ifans, Matthew Goode, Tom Hollander, Harris Dickinson, Daniel Brühl, August Diehl, Alexandra Maria Lara, Alexander Shaw, Djimon Hounsou e Charles Dance. Gênero: Ação, comédia, aventura. Nacionalidade: Reino Unido, Alemanha, França. EUA e Itália. Trilha Sonora Original: Dominic Lewis e Matthew Margeson. Fotografia: Ben Davis. Edição: Jason Ballantine e Robert Hall. Distribuição: 20th Century Studios. Duração: 02h10min.
Ao passo que o filme se inicia assistimos o pequeno Conrad (Shaw) perder sua mãe após o pai, Orlando Oxford (Fiennes), os levar a um acampamento britânico em terras estrangeiras. No lugar, eles encontram o lider das forças inglesas Kitchener (Dance) e seu subalterno Morton (Goode). O encontro deverá se repetir no futuro, um que ocorre antes de ambos os militares partirem em novas missões. Oxford se mostra um homem de honra e é visto por diversas vezes tratando os empregados como pessoas relevantes e os instiga a conversas politicas entre outros. Shola (Hounsou) e Poly (Arterton), por exemplo, são os braços e as pernas de Oxford e o auxiliam em tudo. Inclusive na criação do agora adolescente Conrad (Dickinson).
Certo dia o jovem é levado a escolher um terno na alfaitaria ''King's Man'' e confessa que tem vontade de se tornar soldado e lutar. Tem treinado em casa com Shola e acredita que tem o dever de defender seu país, mas Oxford discorda e não apoia a vontade do filho em nenhum momento.
Naquele dia, os dois são convocados para ir a Áustria se encontrarem com o Arqueduque Francisco Ferdinando, mas o homem e sua esposa são assassinados devido a uma consipiração para que a I Guerra Mundial tome palco. E os lideres europeus da época, o imperador alemão Guilherme II e o imperador russo Nicolau II, que eram primos, mordem a isca de seus conselheiros (e espiões) para entrarem em guerra com a Inglaterra liderada pelo primo deles e Rei, George V - ironicamente, e para a nossa diversão, o ator Tom Hollander interpretra os três papéis.
Aos poucos o espectador vai conhecendo o emaranhado de tramóias que vem acontecendo na Russia e na Alemanha com o auxilio de Rasputin (Rhys Ifans) e Erik Jan Hanussen (Daniel Bruhl), ovelhas de um misterioso escocês.
O roteiro de Vaughn e Gajdusek altera um pouco da história que tivemos que decorar para o vestibular, mas nos entrega personagens reais de forma hilária para incrementar a origem real da organização Kingsman. Temos claro o drama de pai e filho que se desconectam e dão incentivo a este pai a iniciar algo novo, mas todos os personagens vilanescos que conhecemos são íncriveis, apesar de caricatos. Grigori Rasputin, o mistico homem santo da Rússia, é a cereja do bolo, aliás. Com a interpretação deveras exagerada de Rhys Iphans, conhecemos um ser grotesco e perigosissimo, mas estranhamente engraçado. Seu destino final é simulado de forma parecida ao original, bem como a do Arqueduque na Áustria. E cai bem a toda a mistureba com a ficção.
Outro momento de glória do filme é sim a escolha de dar a Tom Hollander o papél dos três primos. Por serem homens brancos e de estatura similar, Hollander tira de letra e consegue trazer o idioma de cada um na ponta da língua. Nem é surpresa ver Daniel Bruhl interpretando espiões ou vilões europeus e aqui ele é crucial para engajar a guerra arquitetada pelo escocês. O filme até traz mulheres em papéis de relevância, Arteton talvez seja a que mais se destaca, mas somente ela. A temática é realmente e totalmente masculinizada.
A solução dos conflitos são sim convicentes e até chegar a inauguração cerimonial da organização, vemos os personagens de Ralph Fiennes e Djmon Hounsou passarem por poucas e boas para destruirem seus inimigos, não obstante usando toda a elegância possível de um cavaleiro do rei.
''Modos fazem o homem''
Com muita alma histórica, um ''quê de bom mocismo britânico'' e uma direção ainda mais distinta do que vimos anteriormente nos filmes de Vaughn, A Origem consegue trazer muita diversão e até uma baita aula de história.
Imperdível!
Avaliação: Três bandeiras da paz (3/5)
HOJE NOS CINEMAS
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