quinta-feira, 25 de abril de 2013

Quem é você, Alasca? (do John Green!)

Desde que li – e me encantei pelo livro -"A Culpa é das Estrelas" que venho querendo ler outras obras do John Green. Então, fui pesquisar e descobri que 1) Além de escritor, John Green é uma "celebridade do youtube" isso existe?? e tem uma legião de fãs chamados nerdfighters (o que é muito legal!), e que 2) O único outro livro dele lançado no Brasil era "Quem é você, Alasca?" e não estava mais disponível em lugar nenhum! Procurei em quase todas as livrarias daqui de Brasília, no submarino e nada. Até mandei um e-mail para a editora... (até hoje não me responderam). Fiquei desesperado! Estava quase desistindo quando tive a ideia de procurar no site "Estante Virtual" e foi lá que finalmente achei!

Quem é você, Alasca? (Looking For Alaska)
John Green  
Editora Martins Fontes 

Sinopse oficial: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras — e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, engraçada, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez. “Quem é você, Alasca?” narra de forma brilhante o impacto indelével  (eita palavra difícil! Significa: Que não se pode apagar ou desaparecer) que uma vida pode ter sobre outra.

Bem, primeiro quero explicar que o livro não é divido em capítulos, mas em dias. “Tipo um diário?” Não... Eu explico. A história é dividida entre "Antes" e "Depois" de algo importante que acontece. A primeira parte conta os acontecimentos antes desse “algo importante que acontece” e a segunda conta o que aconteceu depois.  Achei essa dinâmica bem interessante! Principalmente porque à medida que vai chegando no “depois”, vai aumentando a curiosidade para saber o que vai acontecer de tão importante! E quando chega.... bem, não posso dizer que foi algo SURPREENDENTE, mas achei coerente com a mensagem que o livro queria passar...  Me arrisco a dizer até que o tom do livro muda. O que até então era mais descontraído fica um pouco mais pesado e ainda mais reflexivo.

Bem, como é o segundo livro do John Green que eu li, já comecei a perceber os traços da escrita dele, quero dizer, o que faz um livro do John Green ser diferente de outros livros juvenis. Pelo menos para mim, essa grande diferença é que, embora os enredos dos livros dele sejam relativamente simples, os personagens são muito bem construídos e ... hm... Profundos. Acho que os personagens são bem mais importantes do que o enredo em si... faz sentido? Eles fogem do estereotipo de que adolescente só quer saber de curtir e não pensam. Os personagens criados por Green são sempre muito “racionais” e sempre trazem ótimas reflexões para o leitor, o que faz com que os livros tenham ótimas quotes! Enfim, Alasca, Miles (apelidado de “gordo” justamente por ser magrelo) e Chip (Coronel) são desse jeito! Eles não deixam de ser adolescentes, de se meterem em confusões, se apaixonarem e lidar com outros conflitos típicos da adolescência, mas são adolescentes que questionam o sentindo da vida. Que buscam a resposta para as últimas palavras do general Simón Bolívar: Como posso sair deste labirinto?

“ Não posso ser uma dessas pessoas que ficam sentadas falando que pretendem fazer isso e aquilo. Eu vou fazer e pronto. Imaginar o futuro é uma espécie de nostalgia. (..) Passamos a vida inteira no labirinto, perdidos, pensando em como um dia conseguiremos escapar e em quanto será legal. Imaginar esse futuro é o que nos impulsiona para a frente, mas nunca fazemos nada. Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente."
p.55 e 56

Por fim, preciso dizer que gosto muito do título do livro em português! Alasca é um enigma. Divertida, bonita, rebelde, inteligente, misteriosa e imprevisível, ela não chega a mostrar realmente quem é nem para seus amigos e nem para o leitor. É por isso que ela é motivo de fascínio para Gordo (e para nós!), embora ela também o assuste um pouco. De uma forma ou de outra, gostei muito de conhece-la! Depois de ler “Quem é você, Alasca?” John Green entrou definitivamente para a minha lista de autores preferidos e mal posso esperar para ler mais um livro dele - que eu acho que será “O teorema de Katharine” ;)


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ginger & Rosa

Ginger & Rosa (2012) é o mais novo longa da diretora Sally Potter (Porque Choram os Homens) que chega às telas brasileiras, nesta sexta-feira (19). O drama traz um olhar intimista sobre a vida de duas adolescentes que são amigas inseparáveis desde seu nascimento e sonham com uma vida melhor que as de suas próprias mães, sempre presas à rotina doméstica.  As amigas vivenciam a década de 60, na grande Londres, justamente na época que a ameaça de uma guerra nuclear está por vir à tona. Não demora muito para que ambas entrem em conflito com as mães, ao mesmo tempo que passam a idolatrar Roland (Alessandro Nivola), o pai pacifista e liberal de Ginger (Elle Fanning). Ele é um professor que encoraja na filha o engajamento em causas de grande relevância e reconhece sua distinção das outras meninas, mas o relacionamento de pai e filha e, das próprias amigas, será redefinido pela confusão de sentimentos de Rosa (Alice Englert). 

Ficha TécnicaGinger & Rosa. 2012, UK. 90 min - Drama. Direção: Sally Potter. Elenco: Elle Fanning, Alice Englert, Alessandro Nivola, Christina Hendricks, Annette Bening, Timothy Spall. Distribuição: Paris Filmes

O filme explicita, claramente, a personagem forte que é Ginger (Fanning) e sua vontade de combater uma guerra, enquanto seus próprios demônios a assombram. ~ o enredo fica ainda mais profundo com a ligação desses fatos. Rosa, por outro lado, não demonstra tanto interesse em causas políticas quanto Ginger, mas adora socializar (FANFARRONA DE CARTEIRINHA) com a amiga, pelas noites de Londres e seus arredores, indo aos pub's e as reuniões dos ativistas.

Ginger está sempre cercada de pessoas com cérebro e se sente ainda mais motivada a se engajar nas causas pacifistas. Seus padrinhos são o charmoso casal gay Mark e Mark Two, vividos pelo sempre espetacular Timothy Spall e por Oliver Platt, além da amiga poeta e também ativista, May Bella, a talentosa Annette Bening. Sua mãe, Natalie, é uma ex-pintora e dona de casa, interpretada pela voluptuosa e personificação em pessoa de Jessica Rabbit Christina Hendricks (Mad Men),que , ao contrário do pai de Ginger, Roland (Nivola),  só sabe falar que a bff de sua filha, Rosa,  é má influência. Em contramão ao clã de Africa (Sim, é esse o nome de batismo de Ginger!!!), Rosa e sua família não são um raio de sol de perfeição e luta contra o sistema. Sua mãe foi abandonada pelo marido e precisa trabalhar para manter a casa e os filhos. Além disso, a moça chave de cadeia, não coleciona um bom relacionamento com sua progenitora e vive sonhando em arrumar ''um amor eterno'' ~ à la quero um Mark Darcy. < sounds cliche, but it isn't! >

Bem,  a deixa para os conflitos do filme se deslancharem de vez e chegarem ao seu ápice se dão pelo fato do pai  de Ginger odiar viver ''segundo a sociedade'' e não suportar a ideia de matrimônio quanto mais em ser chamado de pai, algo que não vemos a ruivinha fazer em nenhum momento, pois ela sempre se refere à ele por Roland. Assim,  um mundaréu de reviravoltas acontecem nas vidas da dupla (separações, prisões, brigas, traições),  o que muda completamente o destino delas e todos ao redor.

O enredo de Ginger & Rosa é tão atraente quanto instigante ~ chorei que foi uma beleza ~ e uma coisa bacana de ver no relacionamento das duas protagonistas é o quão diferentes  elas são uma da outra, e, por mais que tentem sempre serem amigas, nem sempre isso se mostra possível.  A personagem de Elle Fanning, foi realmente um presente para a carreira dela, pois você percebe o quanto ela cresceu como atriz, visto que está assustadoramente brilhante!!! (e lindíssima em sua ruivez quase que autêntica). Fiquei em choque com a cena dela emocionada e explosiva, em certa parte do longa. A estreante Alice Englert, que pode ser vista no recente 16 Luas, também deu um show à parte. O elenco em si é monstro. Timothy, Oliver e Annette são extremamente precisos nas cenas em que aparecem e Christina Hendricks também, mas o filme realmente captou o brilho da Elle e fez com que nós sentíssemos a revolta da Ginger por muitos momentos. 



Trilha, Figurino e Fotografia são imensuravelmente perfeitas e adequadas ao contexto temporal. O roteiro é bem estruturado, apesar de uma narrativa, por vezes, falha. O período de hostilidade é mais que um cenário de fundo. É a eclosão dos sentimentos em guerra que essas adolescentes estão sentindo e isso fica muito bem exposto. A direção expressou inteligência ao deixar as atrizes brilharem, sem julgamento algum, o que deu sentido a vida comum na época em questão. Os sotaques britânicos do atores americanos estão aceitáveis, nada mais que isso. hahahaha ~ No Rottentomatoes o filme obteve 80% de qualificação positiva, ou seja, agradou a crítica especializada ; )
E alguém deixou de ser BV!!  > Ginger & Rosa, marca a estréia do primeiro beijo de Elle frente as câmeras. ;p
Trailer




Espero que tenham gostado e se animado para irem conferir no cinema.

See ya.
B.


Ps: O filme não tem apelo comercial, então, apesar de super indicado, não espere ver ele em cartaz em qualquer cinema! Se programe!








quarta-feira, 10 de abril de 2013

Oblivion




Disponível no STAR+ (clique aqui).
Cobertura na época do lançamento nos cinemas.

É comum ver muita gente ir ao cinema conferir filmes que
mega stars como Tom Cruise estejam ligados, esse pode até ser o caso de projetos como OBLIVION, que estréia nesta sexta 12 de abril, mas não vai ser somente por tal fato que o público em geral possa vir ou não a gostar da película de Joseph Kosinski (diretor, roteirista e criador do comic book que originou o longa). O titulo do filme faz jus ao seu enredo (ainda bem que a tradução brasileira não tentou estragar com títulos literais ou colocando um subtitulo medonho) Oblivion, que quer dizer esquecimento em português baixando a Cleycianne ~ ( obliviate tem o mesmo sentido, alguém lembrou de Harry Potter ai? <3 ), traz um planeta terra futurístico em 2077, deixado totalmente as suas sobras e mostrando uma mera lembrança do que a terra um dia fora antes de uma guerra apocalíptica. 

Jack Harper (Cruise) e sua parceira, Victoria ou Vika (Andrea Riseborough) são a dupla efetiva de reparos dos drones, robôs androids hábeis em caçar ''aliens/saqueadores/rebeldes''. Jack e Vika tem a missão de manter vigilância completa do que restou da terra, principalmente, nas bases de suprimento de energia fornecidas pelas águas dos oceanos. Tais espaços de recursos energéticos, são alvos constantes dos saqueadores e Jack tem como tarefa não deixar que eles destruam o que sobrou, ou pelo menos é o que Sally (Melissa Leo dando uma de David de PROMETHEUS) os faz acreditar que seja, até que Jack e Vika possam retornar ao convívio dos seres humanos que estão confinados em uma colônia lunar. 
Os rebeldes que são tidos como aliens, até certo ponto do filme, são liderados por Malcolm Beech (um Morgan Freeman à la Morpheus de Matrix), um cara que na real sabe mais sobre Jack do que ele mesmo, e quer destruir a célula mãe que controla a dupla para liberar a terra dessa prisão que se tornou e acabar com essa guerra constante. Contudo, é partir da chegada de Julia (a Ucraniana e former bond girl, Olga Kurylenko), sobrevivente da queda da espaçonave ''Odisseia'' que os questionamentos  e dúvidas de Jack crescerão e tomarão rumos que nem Vika nem o próprio Jack imaginam, mas que talvez convenham a Malcolm e cia. ~ Zoe Bell( À Prova de Morte) e Nicolaj Coster-Waldau (o Jaime Lannister de Game of Thrones ) são alguns dos membros aliados à cia de Malcolm, todas pira - .

 

O filme é magnânimo! Isso se revela pelas tomadas monstras que se vê (a filmagem foi feita usando uma câmera nova da Sony a CineAlta F65, o que deve ter influenciado na grandiosidade do projeto). A fotografia e os efeitos visuais são um show a parte do filme. Um exemplo disso é o cenário de fundo da base de onde ficam Harper e Vika. Eles são takes ''a céu aberto'' filmados durante dia, noite, entardecer, amanhecer e etc e que foram colocados em telas de tamanho real para que não fosse usado o famoso ''fundo verde''. Além disso, a luz do set de gravação é basicamente a luz original desses takes, o que deixa tudo ainda mais natural e real.  A trilha sonora é super mega original. M83 fez uma música especial que passa no fim dos créditos (esperem para ouvir) e tem até Led Zeppelin (ooooow!). Aliás, o diretor é muito atencioso a todos os departamentos  do filme e acompanhou de perto todo o processo de pré-produção, roteiro,filmagens e edição.  Ou seja, não tinha como não sair bem feito.
 
Outro ponto alto do filme é o elenco! Ai, que loucura! Tom Cruise não é o exemplo de melhor ator do mundo, já que sempre faz papéis muito similares, todavia aqui ele é ''um exercito de um homem só'' (quando assistirem entenderão essa deixa) e o enredo bem bolado, está a seu favor. As moças que fazem um ''quase triângulo amoroso'' com Tom são super talentosas. Principalmente, a britânica ruivissima, Andrea Riseborough, que está na pele de Vika e que por pouco não ficou com o papel, pois atrizes como Kate Beckinsale e Diane Kruger foram consideradas, contudo, no fim,(UFA)  Riseborough levou. O personagem que foi para a ex-bond girl, Olga, seria vivido por Jessica Chastain que saiu na última hora por conflito de horários em outros projetos. O papel também foi cotado para atrizes como Kate Mara e  Noomi Rapace (atriz sempre requisitada em papeis de mulheres fortes).  Morgan Freeman e seus rebeldes, principalmente Nicolaj, já dão sua deixa do meio pro fim da película e mesmo assim deixam sua marca.


Concluindo, só preciso dizer que Oblivion é um filme que foi mega bem planejado e estruturado. Assim, sinceramente, vai ser difícil ver alguém sair do cinema falando mal, porquê, no minimo, ele entrete e dá pra perceber a beleza do filme até nos sketches do projeto, pois foram perfeitamente bem desenhados.Na verdade, todo o argumento e idéia do filme te deixam embasbacado e querendo mais. Ín-cri-vel!




Ficha Técnica
Título original e ano: Oblivion, 2013. Diretor: Joseph Kosinski. Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Nikolaj Coster-Waldau, Olga Kurylenko, Nikolaj Coster-Waldau, Zoe Bell, Melissa Leo, Andrea Riseborough, James Rawlings, Catherine Kim Poon, Lindsay Clift, John L. Armijo, Jaylen Moore, Andrew Breland, Jordan Sudduth, Efraiem Hanna, Jeremy Sande, Z. Dieterich, Julie Hardin, Philip Odango, Paul Gunawan, Fileena Bahris, Joanne Bahris, Ryan Chase Lee, Booch O'Connell, Jay Oliver, Jason Stanly. Produção: Peter Chernin, Dylan Clark, Duncan Henderson, Joseph Kosinski, Barry Levine. Roteiro: Joseph Kosinski, William Monahan. Fotografia: Claudio Miranda. Trilha Sonora: M.8.3 , Led Zeppelin. País: EUA Gênero: Ficção Científica Distribuidora: Paramount Pictures Brasil.


Trailer

Filme mais que indicado aos que gostam de enredos sobre sociedades distópicas.

Avaliação: Três gritos de ''bloody awesome'' (3/5).

Não percam! 12 de Abril nos cinemas.


See Ya!

B.