sexta-feira, 24 de julho de 2015

Pra ouvir: Thamires Tannous



A música brasileira renasce de tempos em tempos e algo extremamente natural é seu poder de nos presentear com novos e grande talentos. Eles vem sempre com muita coisa boa para acrescentar e com ritmos e melodias bem diversificadas. Para quem não tapou os ouvidos e prestou atenção, nos últimos anos, por exemplo, ganhamos uma leva de artistas que deram uma boa renovada na tão preciosa MPB nossa de cada dia. Tulipa Ruiz, Céu, Mariana Aydar, Criolo, Emicida, Thiago Pethit, Karina Buhr, Rhaissa Bittar, Mariana Volker, Carol Konka, Ana Cañas, Bárbara Eugênia, Marcelo Jeneci, Tiago Iorc, Tiê, Alice Caymmi e as próprias bandas que se revelam noite e dia nos festivais de televisão, como as bandas Suricato e Malta, fazem parte desse enorme leque da diversidade musical que presenciamos atualmente.  

Junta-se ao grupo a cantora de voz doce e som envolvente, Thamires Tannous. Nascida em Campo Grande (MS) e na praça nacional com o disco 'Canto para Aldebarã', projeto composto de 11 músicas e lançado em 2014. O álbum é bem ritmado e tem um tom bem-disposto. Foi produzido por Dante Ozzetti e contou com a participação dos músicos Ivan Vilela, Toninho Ferragutti, Sérgio Reze, Ricardo Herz, William Bordokan e do próprio Dante.

Com acesso livre em sites de streaming e também no próprio site de Tannous, 'Canto para Aldebarã', revela a trajetória da cantora e todas as suas inspirações, desde a adolescência. Ela assina, neste primeiro trabalho, nove das canções e se aliou aos letristas e parceiros Luiz Tatit, Kléber Albuquerque, Estrela Leminski e o português Tiago Torres da Silva. Seu disco traz com vigor e delicadeza músicas que abordam o amor, a natureza e os tempos contemporâneos com muita sensibilidade e a sintonia dos sons aprazíveis de instrumentos amplamente distintos e agregadores.

Tannous, que volta hoje (24) a Botucatu (SP), cidade que lhe trouxe a tona com prêmio de melhor intérprete, em 2011, participa do Festival de Inverno de 2015 e promete tocar faixas de 'Canto para Aldebarã' e também canções inéditas que devem estar em seu próximo trabalho. Durante o show, a artista será acompanhada por Dante Ozzetti (violão), Bruno Bething (guitarra), Bruno Marques (bateria) e Peter Mesquita (baixo). A entrada será franca, mas sujeita à lotação.


Serviços:
Data: 24 de julho
Abertura da casa: 20h
Horário do show: 20h30
Ingressos: gratuitos (sujeito à lotação de 518 lugares)
Local: Cultura Botucatu (Av. Dom Lucio, 755)
https://www.facebook.com/events/1456218788030226/

Trocamos alguns e-mails, esta semana, com a equipe da Jazz House, que assessora a cantora  e , logo abaixo, vocês podem conferir o papo curtinho e descontraído que tivemos com a moça.


WBN
Bem, soubemos que vai se apresentar no 'Festival de Inverno de Botucatu', em breve, o que acha de iniciativas assim? dão mais espaço para os novos artistas? Se sim, acredita que a diversidade dos públicos que frequentam festivais incentiva o crescimento destes novos artistas?


TT= Acho que são ótimas maneiras de diversificar a cultura local, no caso da cidade de Botucatu, e para nós artistas, uma ótima oportunidade de levar nossa música para um novo público. Com certeza o público frequentador desses festivais incentiva o crescimento de novos artistas, pois é um público formador de opinião. Se gostam, divulgam, consomem a arte e procuram acompanhar o artista dali pra frente.

WBN
Você vem lá do Mato Grosso do Sul, certo? Tanto em sua terra natal, como no resto do Brasil, os artistas em inicio de carreira sempre tem que levar sua música para o grande centro para ganhar visibilidade. Acha isso ruim ou bom?

TT= Sim, sou de Campo Grande. Acho que como tudo na vida, tem o lado bom e o lado ruim. Quando um artista se fortalece num pólo menor, ele atrai os olhares de quem é de fora. No caso da música sertaneja, por exemplo, Campo Grande é uma vitrine, onde grandes empresários descobrem novas duplas de tempos em tempos. Luan Santana, Michel Teló...vieram de lá. Mas claro, não é sempre que isso acontece. Por isso, um grande centro como São Paulo acaba sendo um lugar com um leque de possibilidades profissionais muito maior, além de permitir que o artista esteja em contato com todos os tipos de arte e eventos culturais. Fora isso, trabalhar em um grande centro te obriga a buscar um melhor desempenho já que a quantidade de talentos é alta.

WBN
Nós brasileiros somos uma mistura complexa e cheia de camadas, concorda? e você tem descendências árabes, certo? Acredita que colocar isso na sua música te dá uma identidade própria ?


TT= Concordo. Minha família é libanesa, tanto por parte de mãe quando de pai. Acho que colocar isso na minha música me dá uma identidade própria, não pelo fato de essa mistura ser inédita, mas porque a forma como cada um apresenta seu universo musical é singular, justamente por que possuímos muitas influências, diferentes umas das outras.


WBN
O vídeo da canção 'Canto para Aldebarã", faixa título do seu primeiro disco, já obteve muitas visualizações no youtube. Como foi o processo de criação do vídeo?


TT= O roteiro foi criado em conjunto, por mim, pela Liene Saddi, Andre Polles, Diane Mai e Diego da Costa. A ideia era mostrar diversas pessoas, em diferentes contextos, conectadas pela felicidade. Acho que a música passa isso. O processo de criação foi muito prazeroso, apesar de trabalhoso. Ver cada etapa do clipe ficando pronta, até o clipe final, foi gratificante. Foi meu primeiro clipe, do meu primeiro disco, enfim...tem uma grande importância pra mim.



WBN
Você costuma usar muito a internet? gosta das ferramentas/apps/sites de Streaming de música? (LastFM, RDIO, Myspace)


TT= Sim, uso muito. Hoje em dia, minha principal ferramenta de audição musical são os sites de streaming.

WBN
Por último, gostaríamos de saber o que te influencia para criar ? Se é um processo tenebroso ou leve e se você pode citar três artistas que tem escutado bastante.


TT= Muitas coisas me influenciam...pode ser um relacionamento, pode ser a natureza, pode ser um momento, uma cor, um cheiro, ou a própria vida. Isso varia. Não é nunca tenebroso...é muito gostoso! Em alguns momentos, gera um pouco de ansiedade, pois nem sempre se consegue criar uma música inteira no mesmo dia. Então tem aquela coisa da espera. Mas nada como ver uma música sua pronta, tomando forma, na sua voz ou de outra pessoa, com um arranjo legal e principalmente, uma pessoa se emocionando ao ouví-la. 3 artistas que tenho ouvido: Alabama Shakes, Dhafer Youssef e Elomar.


É isso!
Espero que tenham curtido conhecer um pouco da artista!

E acessem o conteúdo disponível nos links abaixo para apreciarem ainda mais.
Site:: www.thamirestannous.com
Facebook: www.facebook.com/thamirestannous


Agradecemos a equipe da A Jazz House e à ela pela atenção! E quem estiver próximo ao local do show, não perca! Tenho certeza que será uma experiência muito enriquecedora.


See Ya!

B-

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Homem - Formiga (3D)


O criador das HQ's do 'Homem-Formiga', Stan Lee, sempre quis produzir um filme sobre o super-herói, tanto quanto os outros milhares que a Marvel tem lançado. Nos anos 80, até sugeriu a ideia para a New Line Entertainment, mas o estúdio achou a ideia um pouco similar ao enredo de ''Querida Encolhi as Crianças'', filme que virou um clássico da sessão da tarde ao contar a história de um cientista que consegue inventar uma fórmula para diminuir o tamanho das pessoas e, acidentalmente, atinge seus filhos. Em o 'Homem-Formiga', enxerga-se similaridade de idéias, mas o enredo se distancia largamente em seus detalhes.

Nos quadrinhos de Lee, que chegaram ao público durante a década de 60, o cientista Hank Pym, após grande esforço, cria uma fórmula poderosa conhecida como as Partículas Pym que permitem-lhe alterar suas moléculas deixando-o pequeno ou grande. Aproveita ainda e elabora um capacete que lhe dá poder para conversar com as formigas, agora, suas maiores aliadas. O herói vira, então, uma arma relevante das forças do bem contra o mal e acaba sendo um dos criadores da iniciativa 'Vingadores', juntamente com sua namorada 'Vespa'. E por isso, alguns fãs dos quadrinhos ficaram totalmente decepcionados quando a Marvel decidiu transportar seu mundo de super-heróis para as telonas e esqueceu do destemido 'Ant-Man'. Contudo, o próprio estúdio revelou que tenta produzir um longa do herói desde 2003 e por ter feito um planejamento de lançamento das produções montado em fases, claro, com intuito de dar um pouco de ordem cronológica as histórias, a vez deste teria ficado para o inicio da fase 3, porém fora alterada para o fim da fase 2.

À visto disso, depois de tanto esperar, os fãs vão poder conferir as aventuras do adorado 'Homem-Formiga', nesta quinta-feira (16) e saber se a película atende ou não às suas expectativas. A produção tem direção de Peyton Reed, de 'Sim, Senhor', e roteiros de  Edgar Wright, Joe Cornish, Adam Mckay e Paul Rudd, astro do filme. No elenco, Rudd, Michael Douglas, Evangeline Lilly, Corey Stoll, Michael Peña, o rapper T.I. e Dave Dastmalchian.


A trama, desde o inicio de sua pré-produção, denuncia que, de fato, a introdução do personagem, no mundo cinematográfico, se dá como forma de 'transmissão do legado'. Pois o verdadeiro e primeiro 'Homem-Formiga', Dr. Hank Pym (Michael Douglas), está em busca de proteger seus segredos da ambição de seu antigo protegido, Darren Cross, vivido por Corey Stoll. Para isso,  Pym contará com a ajuda de Hope Van Dyne ( Evangeline Lilly), sua filha  e espiã que trabalha na equipe de Cross, para transformar o ex-criminoso e pai de família Scott Lang (Paul Rudd) no novo 'Homem-Formiga'. Assim, juntamente com os amigos trapaceiros de Lang, Luis (Michael Peña), Dave (T.I.) e Kurt (Dave Dastmalchian), eles vão traçar um plano engenhoso para derrotar Cross e tirar de suas mãos a tecnologia criada pelo Dr. Pym.


Foi se o tempo em que a comparação com as adaptações dos quadrinhos/livros no cinema tivesse tanta relevância. (Para o fã sempre vai ter, claro. Ele tem vivência daquela realidade e a idolatra, então, se alguém a distorce ou a estraga - na opinião dele - xingar muito no twitter, chorar e fazer birra, serão reações normais). Mas a dica principal, nestes casos, é levar em conta que a meta dos estúdios Marvel tem sido dar opções diversas para as jornadas desses personagens incríveis, criados no passado, tal qual quando eles são inseridos em mundos paralelos e novas roupagens das tramas são expostas. Feito que acontece, uma vez ou outra, nos quadrinhos. Aqui, por exemplo, como não houve lançamento de um projeto solo do herói, antes dos filmes dos vingadores, isto se torna bem claro.

Destarte, quanto ao desenvolvimento da trama. Ela alcança um bom resultado e joga a dosagem precisa de humor. Celebra os acontecimentos do mundo Marvel, faz referências à ele e filmes externos e nos apresenta um protagonista que cabe bem em seu universo. Não há em si uma história cheia de intrigas e planos complexos exagerados, mas traz um vilão que tem tudo a ver ''com a personalidade do primeiro formiga'' e lança deixas que podem ser inclinações para os próximos longas. Mostra, como um todo, o inicio da jornada de Lang, sua experiência como pai e como ele usa as habilidades ganhadas com o traje construído e usado pelo Dr. Pym, para melhorar de vida. Claro, faz alusão ao passado do Dr. e explica também um pouco de seu começo e o que aconteceu com Vespa. Costura peças chaves, mesmo que de uma forma distinta, do enredo original. Inclui ainda, aqui e ali, dicas da junção de Lang a equipe de Stark e cia.

Em suma, o longa te dá um entretenimento leve e divertido que surpreende bastante - principalmente, para quem não deu nada pelo trailer (risos). A direção simples consegue juntar bem os elementos que tem ali à sua disposição. E a estruturação do roteiro foi mais eficiente que outras produções lançadas no inicio do semestre. O elenco se encaixou bem e não fez feio. Aliás, o personagem de Michael Peña recebe a tarefa de transpor em tela um pouco 'da linguagem cômica dos quadrinhos' e deve tirar boas gargalhadas do público. Paul Rudd, dá o tom certo a esse herói inigualável e não soa forçado (ufa). Douglas e Evangeline também estão ótimos ( e que dupla). As cenas finais de ação, as lutas e os efeitos especiais devem cativar pelas características bem próprias do personagem. E a trilha sonora deu um ritmo adequado para isso ~ a cena de luta entre o vilão e o Homem-Formiga é embalada por 'The Cure' de um jeito bem engraçado.

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Ficha Técnica: Ant-Man, 2015. Direção: Peyton Reed. Roteiro: Edgar Wright, Joe Cornish, Adam Mckay e Paul Rudd - Baseado nos HQ de Stan Lee, Larry Lieber, Jack Kirby. Elenco: Paul Rudd, Michael Douglas, Corey Stoll, Michael Peña, Judy Greer, Abby Ryder Fortson, Bobby Cannavale, David Dastmalchian, T.I. , John Slattery, Hayley Atwell, Wood Harris. Gênero: Ação, Sci-fi. Compositor da Trilhar Sonora: Christophe BeckDiretor de Fotografia:  Russel Carpenter. Distribuidor: Disney/Buena Vista. Nacionalidade: EUA/ Reino Unido. Duração:1h57min.

Trailer




Mega indicado para os cinéfilos que querem 'esquecer traumas de blockbusters recentes - que ainda estão em cartaz, inclusive!' E os fãs devem ir ver sem grandes expectativas e não tentar comparar, obviamente!

Avaliação: Vale mais de três estrelas e já é considerado um sucesso tremendo em Plutão, segundo a NASA ! ! !

Indico sim e indico muuuuito: 16 de Julho nos Cinemas!!!



See Ya!
B-

Ps: o 3D tá legal, mas não é exatamente um diferencial + no filme;
Ps2: Tem vários cameos de personagens do mundo Marvel no filme ( Agente Carter, o pai de Tony Stark, Falcão e Capitão América, além do cameo que não pode faltar de Stan Lee);
Ps3: Se você gostar das 'famosas minúsculas cenas pós-créditos', fique na sala de cinema para ver a cena 1 (pós - filme) e a cena 2 ( pós - créditos).

quinta-feira, 9 de julho de 2015

'Cidades de Papel' - O Filme


Esta quinta-feira (09), chega aos cinemas o segundo longa a ser baseado em um livro do jovem escritor (e nerdfighter) John Green ( 'A Culpa é Das Estrelas', o antecede), intitulado de ''Cidades de Papel''. O filme tem produção executiva do próprio e marca também a engrenada de vez da modelo britânica Cara Delevingne na carreira de atriz (sua primeira participação em filmes pode ser vista, na também adaptação, 'Anna Karenina' de 2012). Aqui Delevingne vive Margo Roth Spiegelman, mas pera lá que uma das características das histórias de Green é colocar meninos como personagens principais e fazer com que o leitor capte os acontecimentos a partir do ponto de vista deles. 

Na trama, Quentin Jacobsen, que é vivido pelo ator Nat Wolff, nutre uma paixão platônica por sua vizinha e também colega de escola, Margo Roth Spiegelman (Delevingne). Quando pequenos, eles costumavam ser bem amigos e se divertiam a beça juntos, mas por algum motivo, acabaram se distanciando. Com o passar dos anos, a garota se tornou popular na escola e ele virou apenas mais um dos nerds de sua turma. Todavia, em uma noite qualquer, Margo decide invadir o quarto de Quentin e convidá-lo a fazer parte de um engenhoso plano de vingança dela contra o ex-namorado. Quentin, chamado pelos mais próximos de Q, aceita no ato. Mas quando as aventuras acabam e um novo dia se inicia, o rapaz chega na escola esperando encontrar sua parceira no crime e então se reaproximarem definitivamente. Ainda mais, depois dos acontecimentos daquela madrugada. Porém, ela não aparece naquele dia e nem nos seguintes. Levado a crer, por incentivos próprios, que o paradeiro dela é um mistério e a mesma quer que ele desvende, Quentin, inicia uma investigação com os amigos Ben ( Austin Abrams) e Radar (Justice Smith). Cheio de expectativas,  pelo que o aguarda no fim do 'arco-iris', o garoto descobrirá mais coisas do que imagina. 


'Cidades de Papel' consegue mostrar a mensagem simbólica de que, quase sempre, idealiza-se que um ser humano tem os poderes mágicos de modificar e dar sentido a vida do outro de modo extraordinário. Quando, de fato, 'milagres' se dão de outra forma. Quentin, descobre isto de um jeito bem cruel, afinal, ele dá de cara na parede por ter apostado suas fichas em um complexo cheio de interrogações próprias e em pleno amadurecimento que é a personagem de Margo. Concomitantemente, ele percebe que, na verdade, esse sentido que procurava estava ali implícito o tempo todo. Era só olhar para o lado e ver o papel que os 'amigos dele representavam em sua vida. Margo era só um individuo que ele mesmo havia transformado em deusa e colocado em um pedestal. E serviu de lição. Uma bem construtiva e com direito a dança no baile ao som de HAIM ~melhor coisa ever do filme.

O elenco é repleto de caras frescas. Wolff já é parceiro de Green, pois atuou também em 'A Culpa é das Estrelas'. Ele consegue transparecer bem as inseguranças de um jovem em fase de transição. Delevingne tem um carão que chama atenção e sua interpretação de moleca descolada e popular ganha detalhes próprios e não faz feio ~ mas juro que peço que ela eleve o nível em 'Esquadrão Suicida'. Os atores mirins que interpretaram os dois foram escolhidos a dedo, pois apresentam uma semelhança gigantesca com ambos e também não passam batido no filme. Os amigos de Quentin Ben ( Abrams) e Radar (Smith), são a graça do filme e batem bola corretamente com Wolff.

As personagens das atrizes Halston Sage e Jaz Sinclair, adentram o enredo como a amiga de Margo e, esta última, como a namorada de Radar. Juntos, todos eles vivem as famosas 'primeiras aventuras' e revelam a sensação que os jovens tem de andar em 'grupo' e tomarem coragem para saírem de suas zonas de conforto.

O longa teve a leve direção de Jake Schreier (Frank e o Robô) e contou com a dupla de roteiristas Scott Neustadter Michael H. Weber (ambos trabalharam também nas produções 'A Culpa é das Estrelas e 500 Dias Com Ela'), que souberam manter a essência do enredo original, segundo o próprio John Green, e trazer novas perspectivas para o caminhar dos personagens.

Claramente, o argumento que baseia todo o projeto quer atingir o público jovem. Principalmente, os que estão na fase de transição ali entre os 16 e 18 anos ( e talvez alguns de 20). O uso de uma trilha sonora cheia de hits do indie rock, dá uma pegada singela para o ritmo da película e ela atinge um nível satisfatório bom. 

Trailer

Ficha Técnica:Título Original: Paper Towns, 2015. Diretor: Jake Schreier. Roteiristas: Scott Neustadter, Michael H. Weber - baseado no livro homônimo de John Green, lançado em 2008. Elenco: Cara Delevingne, Nat Wolff, Halston Sage, Jaz Sinclair, Justice Smith, Meg Crosbie, Hannah Alligod, Austin Abrams, Griffin Freeman, Cara Buono, Madeleine Murden. Distribuidora: Fox Filmes. Gênero: Drama, aventura. Duração: 01h50min.

Para quem estiver por fora:
Os livros de John Green começaram a chegar no mercado literário norte-americano lá em 2006. Paralelo a isto, o autor mantinha um 'vlog' no youtube com seu irmão, o 'vlogbrothers - quem não conhece se inscreve que é um ótimo canal! Por isso mesmo, é  fácil dizer que o autor tem uma grande leva de fãs no mundo todo e que não restam dúvidas de que 'Cidade de Papel' será visto por um grande público.

Avaliação: Deve agradar (e é feito para) o público jovem e também traz uma noção boa de lições que a vida pode te dar para o seu caminhar ser menos inseguro.


Hoje nos Cinemas!


See Ya!
B-

Ps:
TEM CAMEO DO AUTOR durante o filme ; p

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O Exterminador do Futuro: Gênesis (3D)


O universo de  'O Exterminador do Futuro', criado por James Cameron lá em 1984, tem uma receita de ingredientes básicos que todo cinéfilo sabe listar no ato. Tais elementos identificam um mundo no ápice de sua busca pela tecnologia de ponta. Esta que acorda para vida e responde de forma alarmante enviando cyborgs ultra letais do futuro para perseguirem de forma obstinada os membros da família Connor, Sarah e John. Fazendo aflorar, a partir dai, a paranoia e a tecnofobia.

Estes fatores combinados a simpatia do astro Arnold Schwarzenegger, o girl power de Linda Hamilton e os ideais de Cameron, fizeram com que os dois primeiros longas tivessem um êxito colossal. O que deu justificativa para que mais episódios do projeto fossem desenvolvidos, transformando-o então em franquia. Assim, em seu quinto e novo capítulo na telona (e pela primeira vez filmado com aparatos para 3D), que chega aos cinemas hoje (02), titulado de ''Exterminador do Futuro: Gênesis'', a produção vem recheada de reviravoltas e tenta sem sucesso conectar, de uma vez por todas, certos pontos da história.

'Gênesis' tem direção de Alan Taylor e conta com os atores Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jai Courtney, J.K. Simmons e Jason Clarke, no elenco.

Como é uma narrativa não-linear (sempre), o filme já se inicia no futuro, teoricamente no ano de 2029. John salvador Connor, líder da resistência humana contra as máquinas, vivido por Jason Clarke (O Planeta dos Macacos: O Confronto) está em mais uma tentativa de ataque a base da Skynet. Logo em seguida, somos apresentados a Kyle Reese (Jai Courtney), soldado que é enviado  ao ano de 1984 para proteger Sarah Connor (Emilia Clarke), mãe de John, após um 'exterminador' também ter sido mandado ao referido ano com o intuito de matar a moça e impedir o nascimento de seu filho. Kyle regressa então ao passado de Sarah e tem a enorme surpresa de encontrar, na verdade, um T-800 (Scwarzenegger), em outras palavras, um outrora exterminador, que agora passa os dias em função de proteger e guardar-la. Além disso, mal sabe Kyle o que seu passado lhe destinou.

O filme tem um ritmo bem dinâmico, apesar de confuso, e o tom cômico do 'Terminator' se aflora em momentos super tensos e te fará dar boas gargalhadas. Há diversas semelhanças e homenagens em comparação aos dois primeiros longas. Aliás, como a produção tenta recapitular acontecimentos do primeiro filme da franquia, Schwarzenegger precisou travar combate com o seu 'eu' mais novo e ganhou uma performática cena com dublê e tudo que tem seu merecimento de 'uaaau' - lembram da cena com os punks? <3.

O personagem do ator Jai Courtney (Spartacus: Blood and Sand), Kyle Reese, tem a tarefa de proteger a mocinha da história, mas se depara com a mulher 'de seus sonhos', pois John costumava contar tudo sobre a mãe para o parceiro e há, inclusive, a emblemática cena que mostra-se a foto de Sarah no passado, exatamente como a foto de Linda quando a interpretou no primeiro Terminator. Jai é um ator australiano de sotaque puxado que está em ascensão em Hollywood e tem feito desde séries de tv até filmes teens como 'Divergente' e também atuou ao lado de Bruce Willis em 'Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer' (2013).


Sarah Connor ganhou uma reavivada com o desempenho de Emilia Clarke (Game of Thrones), todavia, Linda mostrou um girlpower mais aflorado e sexy já, Clarke deixou a presença de menina e o sentimentalismo por 'Papis', seu Terminator Guardião ( Schwarnegger), se manifestar com mais vigor. Seu romance com Kyle também tem um tom diferente do vivido por Linda e Michael Biehn e deixa um pouco entediante o desenvolver da película. A frase ''Come With Me If You Wanna Live'', soa nostálgica e nos faz relembrar as várias 'entonações da sentença dita pelo Terminator, tantas vezes, em períodos transcorridos.

E, claro, o filme deixa algumas várias perguntas não respondidas. Desde o encontro de personagens de tempos diferentes até o posicionamento de alguns deles nos anos futuros, entretanto o que mais pode irritar o espectador é a tomada de rumo para fazer John Connor 'engolir todas suas crenças' e criar uma reviravolta do nada e sem pragmática contundente. Dar ao personagem um direcionamento que vai contra a sua luta nos outros enredos e ficar por isso mesmo. Bem sem nexo e nem necessidade. Até porque as máquinas e seus planos de ação sempre ocasionam uma nova situação e trazem um meio de postergar o tão temido 'dia do julgamento final'. ~ ok, que a história é reescrita, mas não convence.

Quatro John Con­nors distintos: Edward Fur­long (O Exterminador do Futuro 2: O Dia do Julgamento Final), Nick Stahl (O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas), Chris­t­ian Bale (O Exterminador do Futuro: A Salvação), Michael Edwards (O Exterminador do Futuro 2: O Dia do Julgamento Final) e Jason Clarke (O Exterminador do Futuro: Gênesis)



















Há duas coisas ainda relevantes sobre o elenco: o mal aproveitamento de Matt Smith (Doctor Who) e do excelente J.K. Simmons (Whiplash) durante o filme. Matt é quem vive a 'Skynet' no mundo real e aparece em poucas cenas - tipo oi? a skynet, finalmente, ganha vida e fica de pano de fundo? cumâ?. Uma destas cenas seu enfoque 'suspeito' diz bastante do que vai e pode acontecer, mas como não há um fortalecimento concentrado da presença da inteligência artificial e 'da linhagem skynet' os planos vão se confundindo e ficando de lado. Quanto à Simmons, este é jogado em uma entrada inicial e volta a reaparecer mais para o fim sem muito a complementar. Interage apenas como o maluco que acredita no que está rolando ~ 'óbvio' demais ~ e não tem permissão para conseguir mais respostas para si ou para o público.

Alan Taylor, diretor do filme, tem em seu currículo direção de episódios de séries para a TV como OZ, Sex and The City, Lost, Familia Soprano, Game Of Thrones e também o comando dos longa-metragens 'Thor - O Mundo Sombrio' e 'As Novas Roupas do Imperador'. Mostrou em 'Gênesis' que consegue trabalhar com dificuldades em um roteiro falho, mas não gera um resultado tão positivo quanto o esperado. Fotografia, efeitos especiais e a trilha sonora, por outro lado, tem pontos mais assertivos do que o projeto como um todo. E, apesar das boas dicas de James Cameron para a produção deste, o desejo de alinhar melhor as direções do futuro e condicionar as do passado não fazem com que o presente se justifique e empolgue o final.

Um quase remake, uma quase continuação, um quase bom filme.

Ficha Técnica:
Título original e ano: Terminator: Genesys, 2015. Direção: Alan Taylor. Roteiro: Laeta Kalogridis e Patrick Lussier - baseado nos personagens de autoria de James Cameron e Gale Anne Hurd. Elenco: Arnold Schwarzenegger, Emilia Clarke, Jason Clarke, Jai Courtney, J.K. Simmons, Matt Smith, Michael Gladys, Byung-hun Lee. Gênero: Sci-fi, ação. Distribuidora: Paramount Pictures. Trilha Sonora: Lorne Balfe. Fotografia: Kramer Morgenthaiu. Duração: 2h06.
Trailer


Avaliação: Volte duas casas no jogo e me explique com quantos 'Terminator's' se diz ''I'll Be Back''!

Indicado para quem for fã! 

= )

HOJE NOS CINEMAS!

See Ya!
B- 

Ps: Tem uma cena de mini-direcionamento para o próximo no pós-créditos.