'As pessoas esquecem, especialmente, os jovens!'
É com esta fala que Maria Altmann, personagem vivida pela excelente atriz Helen Mirren no longa 'A Dama Dourada', iniciou uma batalha judicial contra o governo austríaco, lá nos longínquos anos 80, com a ajuda do advogado, Randy Schoenberg, interpretado pelo ator Ryan Reynolds, e do jovem Hubertus Czernin (Daniel Brühl). Judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, ela foi uma das vítimas cuja casa foi saqueada pelos nazistas durante a ocupação na Áustria.
A trama, baseada em fatos reais, conta a trajetória de Maria, durante aquele período tenebroso, bem como, sua luta pelo que lhe é de direito, um quadro de sua tia que fora pintado por Gustav Klimt e esteve exposto na galeria Belvedere, em Viena, desde o fim da guerra.
A trama tem direção de Simon Curtis (Sete Dias com Marilyn) e conta com atuações de Jonathan Pryce, Katie Holmes, Tatiana Maslany, Charles Dance, Max Irons, Antje Traue, Elizabeth McGovern e Henry Goodman.
Randy Schoenberg (Ryan Reynolds), Maria Altmann (Helen Mirren) e Hubertus Czernin (Daniel Brül) |
A família Bloch-Bauer, nome de solteira da personagem principal, amava arte e desde pequena Maria aprendeu a conviver com músicos, pintores e artistas diversos. O quadro que Klimt pintara de sua tia em especial, era muito apreciado pela família, bem como muitas outras obras de arte que pertencia ao clã.
Quando salta para o futuro, o longa traz, além da batalha nos tribunais, os percalços do advogado do caso, Randy Schoenberg (Reynolds), na restituição da obra e em sua vida particular. Inexperiente e com uma família para manter, ele se vê entre a chance de conseguir alavancar sua carreira como funcionário de uma empresa e fazer justiça aos seus antepassados - o jurista é neto do compositor austríaco judeu Arnold Schoenberg. Maria, inclusive, o escolheu para defendê-la por ser muito próxima à família do Jovem.
O processo todo teve um prazo bem maior do que o mostrado na película, cerca de dez anos. Contudo, o longa consegue fazer jus a história real e trazer à tona algumas das frustrações de Maria e seu medo em persistir pelo reconhecimento do ato ilegal promovido pelos responsáveis da Galeria de Belvedere.
Maria Altmann reunida ao quadro de 'A Dama Dourada' |
Mirren consegue nos fazer adorar essa senhora tão cheia de histórias e de classe nobre. Sua dose de humor é necessária e traz uma leveza a personagem, tanto quanto sua dramaticidade. Reynolds, com a ajuda de uma prótese dentária e mais magro, começa, finalmente, a mostrar 'mais do que um rostinho aprazível' e surpreende. Daniel Brühl, mais uma vez, está ótimo e necessário. Katie Holmes, tem a função de ser somente a mulher de alguém no longa e disso não se sobressai. Jonathan Pryce e Elizabeth McGovern, fazem participações estupendas. Assim como Henry Goodman, que interpreta o pai de Maria. Tatiana Maslany, que vive a jovem Maria, é um poço de perfeição e interpretação em diferentes línguas!
A direção de Curtis é correta e acertada com a mensagem que o roteiro propõe. A trilha sonora composta por Martin Phipps e Hans Zimmer, sintoniza momentos simples e conturbados. A fotografia esbanja simplicidade e, com a ajuda dos figurinos, contextualiza os 'períodos diferentes' em que o enredo acontece.
Trailer
Woman In Gold, 2015. Direção: Simon Curtis Roteiro: Alexi Kaye Campbell. Elenco: Helen Mirren, Daniel Brül, Ryan Reynolds, Katie Holmes, Frances Fisher, Antje Traue, Jonathan Pryce, Elizabeth McGovern, Tatiana Malasny. Trilha Sonora: Martin Phipps e Hans Zimmer. Fotografia: Ross Emery. Distribuidora: Diamond Films.Nacionalidade: Eua, Reino Unido. Duração: 01h50min.
O longa chega aos cinemas nacionais esta quinta-feira (13) e merece a indicação pelo conjunto da obra que emociona pra valer e tem ótimas performances!
Avaliação: Vale quatro quadros dourados, sem dúvidas!
See Ya!
B-
PS: Maria Altmann faleceu no ano de 2011 e Randy Schoenberg continua cuidando de casos de restituição de obras de arte.
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