quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Os 33


Um dos acontecimentos mais surpreendentes dos últimos anos, o soterramento de 33 mineiros chilenos, no ano de 2010, e o longo resgate dos mesmos, ganha adaptação para as telas com direção da mexicana Patricia Riggen e conta com a participação dos atores Antonio Banderas, Rodrigo Santoro, Juliette Binoche, Gabriel Byrne e Bob GuntonO roteiro é assinado pelo quarteto Mikko Alanne, Craig Borten, Jose Rivera e Michael Thomas e foi baseado no livro de Hector Tobar, 'Deep Down Dark'.

Distribuído pela Fox Filmes, o longa chega aos cinemas na data de hoje (29).
Sinopse:
Capiapó, Chile. Um desmoronamento faz com que a única entrada e saída de uma mina seja lacrada, prendendo 33 mineradores a mais de 700 metros abaixo do nível do mar. Eles ficam em um lugar chamado refúgio e, liderados por Mario Sepúlveda (Antonio Banderas), precisam racionar o alimento disponível. Paralelamente, o Ministro da Energia Laurence Golborne (Rodrigo Santoro) faz o possível para conseguir que os mineiros sejam resgatados, enfrentando dificuldades técnicas e o próprio tempo.
A história é arrebatadora. Quem acompanhou na época, com certeza, se emocionou. Mario Sepúlveda e companhia, foram (e são) homens de bravura e muita fé. Principalmente, por não terem como se comunicar com o mundo exterior nos muitos primeiros dias de soterramento, em que ninguém sabia se algum deles havia sobrevivido. Condicionados a um refúgio precário e sem comida, esses homens tiveram que buscar forças internas para se manterem vivos ali naquela situação que, felizmente, teve um final feliz.


O longa não é tão angustiante quanto eu imaginei que seria. Pelo contrário, é leve e não apela para o melodrama. Consegue ser racional, tenso e sério, mas é dosado com pitadas de comédia que identifica o jeito latino de se viver. Alguns personagens ganham muito destaque e alguns apenas aparecem em cena. Banderas, vive o lider da trupe Mário Sepúlveda, que, aliás, ganha o título por ter a iniciativa de pensar em como racionar a comida e também em ter paciência com os colegas mineiros. Lou Diamond Phillips, o Dom Lucho,era o encarregado das instalações nas minas e é um dos personagens no longa que se desola e não tem esperanças de sobreviver ali. Elvis, interpretado por Jacob Vargas, é o responsável por algumas das cenas descontraídas juntamente com o paquerador Yonni Barrios (Oscar Nuñez) e também o boliviano Carlos Mamani (Tenoch Huerta). O contra peso de drama jogado na tela é dado pela relação de Maria (Juliette Binoche) e seu irmão Dario (Juan Pablo Raba) e também do casal formado por Alex Vega (Mario Casas) e Jessica Salgado (Cote de Pablo) que estão prestem a serem pais, quando o incidente acontece.


O ator Antonio Banderas e o mineiro Mario Sepúlveda.
Uma das cenas mais simbólicas e representativas é a comparação da última ceia de Jesus Cristo com o fim das latas de sardinha que eles estavam racionando. O desespero, em forma de metáfora, os leva a ver coisas e pessoas no qual sentem tanta falta que faz da cena uma bela saída da tensão.

O ator Rodrigo Santoro e o ex-Ministro, Laurence Golborne.
Do lado de fora e tentando resgatar os sofridos mineiros, está o Ministro das Minas do Governo Chileno, representado pelo personagem de Santoro e o engenheiro Andre Sougarret (Gabriel Byrne), além dos familiares de Mario e de seus colegas. Um lado totalmente desacreditado da possibilidade de ter alguém ali vivo e o outro se apegando a todos os deuses e santos para que tudo estivesse bem. E, quando as ferramentas, finalmente, atingem o local em que os mineiros estão, depois de longos 17 dias, a felicidade é algo que não se contem. Até porque a tensão lá em baixo está gigantesca. Algo que torna tudo ainda mais difícil. Achados os sobreviventes inicia-se um plano para resgatá-los. Ajuda de todo o mundo vai ao encontro deles - até do Brasil. Mas nem sempre as coisas davam certo e o presidente Sebastían Piñera (Bob Gunton) já estava aflito com os gastos  - fato que deve ter rolado, mas é enfatizado para adicionar conflito ao enredo. O personagem de Santoro ganha destaque e ele não faz feio. E, ironicamente, Santoro até parece um pouco com o ministro Laurence Golborne.



A direção e o roteiro são bem contundentes com a história real. Há um alinhamento adequado na parceria. O filme poderia até empolgar mais. Mas talvez também seria mais dramático. E a dose de drama aqui coube perfeitamente. O ponto negativo do longa se dá por seu idioma ser em inglês (Ou talvez seja também uma expectativa pessoal de ver a história sendo narrada em espanhol). De qualquer forma, o ritmo das coisas caminham bem e a entrega da edição gera um resultado bom.

Ficha Técnica: The 33, 2015. Direção: Patricia Riggen. Roteiro: Mikko Alanne, Craig Borten, Jose Rivera e Michael Thomas - baseado no livro de Hector Tobar 'Deep Down Dark'. Elenco: Antonio Banderas, Rodrigo Santoro, Juliette Binoche, Kate Del Castillo, Naomi Scott, James Brolin, Lou Diamond Philips, Juan Pablo Raba, Gabriel Byrne, Mario Casas, Bob Gunton, Jacob Vargas, Oscar Nuñez, Paulina Garcia, Adriana Barraza. Fotografia: Checco Varese. Gênero: Biografia, Drama. Distribuidora: Fox Filmes: Duração: 02h0min.

Trailer


Avaliação: Três lágrimas do rei, divo, amor das nossas vidas, e futuro ganhador de OSCAR Rodrigo Santoro <3.

29 de Outubro, Nos Cinemas!

Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos


See Ya!
B-

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Straight Outta Compton: A História do N.W.A


 A vida em um bairro norte americano da Califórnia não era moleza, nos anos 80. Conviver com a violência, com a falta de emprego, com o desprezo do Estado pela sua classe e cor, era algo árduo e extremamente frustrante. Ainda mais para garotos humildes que curtiam fazer rap e sofriam abusos de policiais. Não havia outro jeito, a não ser: dar o seu jeito. Assim, alguns seguiam por caminhos tortuosos e outros não. Mas todos eles se encontravam quando a história era transparecer para o país como era a realidade em que viviam. Disso saiu uma revolução. Uma compreensão crítica de um cenário nebuloso que ganhou atenção com o Hip Hop. Relatos reais da opressão policial, do racismo, da indiferença e da vida cotidiana que dariam aos então anônimos Dr. Dre, Ice Cube, Easy-E, Mc Ren e DJ Yella a voz imprescindível de um movimento com atitude.

De Compton, Califórnia, para uma América do Norte atravessada por conflitos raciais. Eazy-E e os membros do N.W.A ( Negros com atitude) fizeram história e balançaram o sistema e a si próprios. E é a jornada desse grupo distinto de indivíduos que chega esta quinta-feira (29) aos cinemas nacionais para mostrar como um movimento tão forte quanto o Hip Hop pode ter um poder arrebatador de te fazer refletir sobre as mazelas da vida. O longa tem direção de F. Gary Gray ( Código de Conduta) e conta com Paul Giamatti, O'Shea Jackson Jr e Corey Hawkins, no elenco.

Sinopse:
Califórnia, década de 1980. Cinco jovens usam suas experiências pessoais na produção de músicas honestas, rebeldes, diferentes e totalmente contra o sistema. Surge o N.W.A. (Niggaz Wit Attitudes ~ negros com atitude), que dá voz a uma geração e promove a explosão do gangsta rap. 

No filme, temos a chance de conhecer a origem de uma galera poderosa do mundo da música negra americana. Entre eles, Dr. Dre, produtor responsável por revelar talentos como Snoop Dog, Tupac, Eminem, 50 Cent e por ai vai. Dre é interpretado por Corey Hawkins, e tem um pouco de sua vida revelada ali. A perda de seu irmão em uma briga, sua luta para se tornar produtor e músico, além da vontade de fazer algo para mudar a situação aterrorizante de confronto com a policia e os afro-americanos. Outro que tem grande destaque é Ice Cube, o rapper e ator, foi um dos fundadores do grupo e é quem tem parcela significativa na contribuição das letras do N.W.A. Nas telas, quem encarna Ice Cube é o seu filho O'Shea Jackson Jr. E o garoto não só emprestou sua semelhança com o pai, mas também o ótimo talento para atuar. Eazy-E, rapper que estava a frente do grupo na época de seu estouro, é vivido pelo ótimo Jason Mitchell. O baixinho invocado é o sujeito que proporciona a história sua leva de reviravoltas. Uma delas acentuada pela estranha relação de confiança entre Eazy e o manager dos rapazes, Jerry Heller (Paul fuking awesome Giamatti). Dj Yella ( Neil Brown Jr. ) e Mc Ren ( Aldis Hogde) são personagens secundários, mas acrescentaram bastante na história real do grupo. Quem ainda ganha destaque é o parceiro criativo de Dre quando criou a Death Row, o polêmico - até hoje - Suge Knight, vivido por R. Marcos Taylor.




A crítica social que se tira de ''Straight Outta Compton: A História do N.W.A' revela talvez um contexto muito maior do que os fãs do grupo possam imaginar. Um cenário de acontecimentos chocantes que era comum antigamente, mas que não surpreende se, por acaso, rolar hoje em dia. O ego, a fama, as mulheres, o dinheiro, os altos e baixos da vida, tudo isso o filme encabeça com um ponto certeiro e cativante. Os fãs, devem pirar. O público se tocar pela emocionante história de vida dos caras. Dre, Ice Cube e a esposa de Eazy-e, Tomica, estão entre os produtores do filme e foram levados a levantar a bandeira do projeto não só pela identificação, mas também pela veracidade de alguns dos fatos. Além de prestar homenagem a um passado que não se deve esquecer, por nada.

O trabalho de casting foi tão detalhista que tem horas que você realmente acredita que está vendo o grupo. Inclusive, as músicas para a trilha sonora foram todas gravadas pelos atores e trazem um bônus de diversão para quem curte Hip Hop. E o olho de Victoria Thomas e Cindy Tolan, responsáveis pelo elenco, nos dão um presente enorme de ver Tupac e Snoop Dog extremamente bem representados.

Ice Cube, Dr. Dre, Eazy-E, Dr Yella e Mc Ren.

















O que falar desse roteiro super bem feito e dessa direção inteligentíssima? hahaha, sério. Um trabalho amplamente bem conduzido e detalhista que leva emoção e não pede nada em troca, aliás, pede sim: ASSISTA!!!! A Edição é um pouco longa, mas, sinceramente, você não vai ligar muito, pois a história te prende.

Ficha Técnica: Straight Outta Compton, 2015. Direção: F. Gary Gray. Roteiro: Jonathan Herman, Andrea Berloff. Elenco: Paul Giamatti, O'shea Jackson Jr., Corey Hawkins, Jason Mitchell, Neil Brown Jr., Aldis Hodge, Marlon Yates Jr., Carra Patterson, R. Marcos Taylor, Marcc Rose, Keith Stanfield, Keith Powers.Trilha Sonora Original: Joseph Trapanese. Fotogradia: Matthew Libatique. Edição: Billy Fox e Michael Tronick. Nacionalidade: Eua. Gênero: Drama, Biografia, Musical. Distribuidor: Universal Pictures. Duração: 02h20min.

Trailer


Avaliação: Quatro correntes de ouro pesadérrimas e meio cenário repleto de fãs enfurecidos!

INDICADÍSSIMO!!!!!!!!!!!!!

Classificação: Não indicado para menores

See Ya!
B-.

Grace de Mônaco


'A ideia de que minha vida é um conto de fadas é, por si só, um conto de fadas.'
Grace Kelly 

Grace Patricia Kelly ou ainda Grace Kelly, em seu curto e proveitoso tempo de carreira, como atriz em Hollywood, estrelou cerca de onze películas e por elas recebeu indicações a distintos prêmios da indústria cinematográfica. Saiu ganhadora em algumas delas como no Oscar de 1955, onde recebeu a estatueta de Melhor Atriz por seu papel em 'Country Girl' e também nas indicações para o Globo de Ouro, do mesmo ano. Tendo ganho ainda, em 1954, o reconhecimento de Melhor Atriz Coadjuvante por sua participação no longa Mogambo. A musa de Hitchcook, se tornou um ícone da moda e uma referência para as moças de sua época. Mas sua vida chamou ainda mais atenção quando Grace decidiu deixar o glamouroso status de moviestar para se casar com o príncipe soberano de Mônaco, Rainier III, e dedicar sua vida a família e a causas humanitárias.

O episódio, decorrido em 1956, entreteve o mundo por muitos anos e o 'conta de fadas' de Kelly é lembrado até hoje. Nas telas, a princesa foi retratada por Cheryl Ladd, em sua versão adulta, e por Christina Applegate, em sua versão jovem, na película do diretor Antony Page intitulada de Grace Kelly (1983).  De lá pra cá, Grace ganhou especiais em canais de TV e também apareceu em diversos episódios de séries norteamericanas, mas só em 2011, sua história seduziu a indústria com o roteiro de Arash Amel, 'Grace de Mônaco'. O projeto ganhou força e engatou de vez com a entrada de Olivier Dahan (Piaf: Um Hino Ao Amor) para a direção e também com o casting da atriz Nicole Kidman, para o papel principal. A produção, que passou pelo Festival de Cannes de 2014, chega esta quinta-feira (29) aos cinemas brasileiros. Também contracenam com Kidman, os atores Milo VentimigliaTim Roth e Frank Langella.

 Nicole Kidman como Grace Kelly e a realeza de Mônaco.
Sinopse:
O casamento de Grace Kelly (Nicole Kidman) e o príncipe Rainier III (Tim Roth) foi considerado um conto de fadas na vida real quando aconteceu, em 1956. Entretanto, cinco anos mais tarde e com dois filhos, a verdade é que Grace está insatisfeita com a vida no palácio e o distanciamento do marido. A chance de novamente sentir-se útil surge quando seu velho amigo, o diretor Alfred Hitchcock (Roger Ashton-Griffiths), a convida para retornar ao cinema como protagonista de seu próximo filme: "Marnie - Confissões de uma Ladra". O problema é que Rainier é terminantemente contra e, ainda por cima, está sofrendo ameaças de invasão do governo francês. Este último que deseja receber de Mônaco impostos e demanda que o principado acabe com o paraíso fiscal existente. Em meio às inevitáveis tensões, Grace e Rainier buscam resolver seus problemas conjugais e salvar as fronteiras de seu país.



O enredo deixa claro que quer mostrar uma Grace Kelly humana. Uma mulher que era real e tinha uma vida real como problemas reais. Seu casamento, à beira de um possível colapso, seu novo país, que a olhava como um mero objeto de enfeite e sua frustração com a possível chance de ter seguido um caminho que não lhe satisfazia, clareiam muito bem este ponto de vista. Kidman, em sua personificação correta e delicada de Grace, também colabora com a premissa. Tim Roth que interpreta o marido da ex-atriz, o príncipe Rainier III, se encaixa bem no papel e Langella, o grande Frank Langella, traz à luz para as muitas dúvidas de Grace como o padre Francis Tucker. Tem se uma inusitada aparição de Hitchcook na trama, interpretado por Roger Ashton-Griffiths, o que dá uma cara mais íntima para a relação da princesa com sua vida passada. O cenário político também é algo muito vivido no filme e reforça um papel importante para as escolhas que Grace toma. Mas é a simplicidade de seus atos e suas opiniões válidas que a deixam ainda mais interessante e consistente.


O filme é visualmente estupendo. Tem uma direção de arte fabulosa, uma bela fotografia e um figurino DIVO, em todos os sentidos. O roteiro emplaca bem a mensagem e é conduzido por uma direção que se mantém firme do começo ao fim. Amplia um olhar distinto do que se tem de Grace e dá força aos atores para reforçarem os detalhes do roteiro. A trilha sonora não se faz personagem, mas aparece quando quer. E a edição enfatiza o conto de uma mulher que era audaciosa o bastante para não se calar. Uma protagonista de uma vida real, que sim era glamourosa, mas que nem por isso, menos desmerecedora de admiração.

Algumas cenas tiveram tomadas que lembram os filmes antigos onde se ampliava bem o rosto do personagem e se esquecia o fundo. Hitchcook mesmo fazia muito. 
Ficha Técnica: Grace of Monaco, 2015. Direção: Oliver Dahan. Roteiro: Arash Amel. Elenco: Nicole Kidman, Tim Roth, Frank Langella, Paz Vega, Parker Posey, Milo Ventimiglia, Geraldine Somerviller, Nicolas Farrell e André Penvern. Direção de Arte: Daran Fulham e Delphine Mabed. Fotografia: Eric Gautier. Figurino: Gigi Lepage. Trilha Sonora Original: Christopher Gunning.  Gênero: Drama, Biografia, Romance. Nacionalidade: EUA, França, Bélgica, Suiça e Itália. Distribuidora: Playarte Pictures. Duração: 103min.

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Avaliação: Três belos quadros reais.


Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos.


29 de Outubro, nos Cinemas!



See Ya!
B!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Ponte dos Espiões, De Steven Spielberg



O diretor Steven Spielberg e o ator Tom Hanks se reúnem, pela quarta vez, em um projeto cinematográfico e nos brindam com mais um enredo ímpar. Parceiros também nos longas 'O Resgate do Soldado Ryan', 'Prenda-me se for capaz' e 'O Terminal', a dupla agora traz o competente 'Ponte dos Espiões'. Com uma temática simbolicamente forte, o cenário da película foi perpetuado durante a época da guerra fria, onde os Estados Unidos da América e a União Soviética mantinham um confronto tácito inegável. Assim, o longa vem fundamentado por indícios reais de acontecimentos importantes para ambas as nações. Ele tem roteiro assinado pelos excelentes irmãos Ethan e Joel Coen (Bravura Indômita) em colaboração com Matt Charman e chega aos cinemas nesta quinta-feira (22).

Sinopse:
Em plena Guerra Fria, o advogado especializado em seguros James Donovan (Tom Hanks) aceita uma tarefa muito diferente do seu trabalho habitual: defender Rudolf Abel (Mark Rylance), um  suposto espião soviético capturado pelos americanos. Mesmo sem ter experiência nesta área legal, Donovan torna-se uma peça central das negociações entre os Estados Unidos e a União Soviética ao ser enviado a Berlim para negociar informalmente a troca de Abel pelo piloto norte-americano Francis Gary Powers (Austin Stowell), capturado e aprisionado pelos inimigos. Além disso, Donovan tentará ajudar também o jovem estudante Frederic Pryor (Will Rogers) que está nas mãos dos alemães.


A trama é interligada por acontecimentos importantes na vida de três personagens cruciais: o misterioso pintor Rudolf Abel (Mark Rylance), o piloto da CIA Francis Gary Powers (Austin Stowell) e o estudante de economia Frederic Pryor (Will Rogers). A sobrevivência de ambos é colocada em cheque e quem tem a missão de lutar por elas é o advogado James Donovan, vivido por Tom Hanks. Donovan não é em si um membro do governo. Mas age pelo bem comum e humanitário das vidas em jogo. Aliás, bate na tecla, com veemência, de que 'toda vida é importante'. Assim, não se deixa vencer pelas críticas negativas de seus compatriotas ao estar defendendo um estrangeiro. Pelo contrário, advoga com classe e busca defender seu cliente com o mesmo cuidado e atenção que daria a qualquer outro de qualquer nacionalidade. Sua perspicácia é tamanha que levado pela intuição e por um júri raivoso, direciona o andamento do caso de Abel para algo muito possível de ocorrer e por muita sorte: o fato ocorre. A força de um cenário de guerra invisível, é o que Donovan talvez não controlava, mas sabia lidar melhor do que imaginava.

O roteiro super bem escrito dos Coen e de Charman apresenta os dilemas da guerra e de quem, provavelmente,venha a sofrer com ela, civis e soldados. Chega a trabalhar bem de leve a conhecida Teoria dos Jogos. Mais precisamente, 'O dilema do prisioneiro' que se define pela entrega ou não de informações pelos prisioneiros aos seus captores. Cooperando, assim, para a construção de um jogo que resulta na traição e/ou na lealdade à sua nação. O olhar democrata e republicano vem encravado também em muitas das atitudes tomadas por alguns dos personagens, E a ambientação do espaço histórico é muito fidedigna - cenas da construção do muro e da separação do lado oriental e ociedental de Berlim, exemplificam bem isto. Claro, o jogo de soberania também entra em destaque, mas ganha outra concepção. Afinal, Spielberg, esse ser poderoso e astuto, apimenta aqui e ali o contexto e entrega uma direção meritória. 

É a primeira vez, em um filme do diretor, que a trilha sonora não é de John Williams, mas Thomas Newman soube mixar um bom domínio de tensão aqui tanto quanto Williams o faria. O figurino de Kasia Walicka Maimone também é muito agregador ao tom da época .

Hanks mais uma vez nos traz um personagem interpretado com maestria. Sua composição fiel ao trabalho de um advogado que luta por seu cliente, seja ele culpado ou não, é magnânima. O ator tem a tarefa de nos entregar uma construção de argumentos muito sólidos e enfaticamente busca meios para ganhar sua causa. Como astro do filme, ele recebe uma carga enorme em tela e se segura bem, como esperado. Seu bate bola com antagonistas e coadjuvantes, vividos por atores frescos e experientes, dão ainda mais força para o personagem que vive. Mark Rylance, que dá vida ao suposto espião russo, interage com Hanks de maneira extraordinária e presenteia o enredo com algumas boas falas recheadas de ironia. Eve Hewson, filha de Bono Vox na vida real que aqui encarna a filha de Hanks, tem um papel singelo e se sai bem e Amy Ryan interpreta a esposa observadora do protagonista.


Ao final do longa, descobre-se que Donovan acabou lutando pela causa de milhares de prisioneiros de guerra. Algo muito inspirador!
Trailer


Ficha Técnica: Bridge of Spies, 2015. Direção: Steven Spielberg. Roteiro: Matt Charman, Ethan e Joel Coen. Elenco: Tom Hanks, Mark Rylance, Jesse Plemons, Eve Hewson, Michael Pemberton, Domenicki Lombardozzi, Victor Verhaeghe, Will Rogers, Austin Stowell, Edward James Hyland, Joshua Harto. Trilha Sonora Original: Thomas Newman. Fotografia: Janusz Kaminski. Gênero: Drama, Biografia, Baseado em Fatos Históricos. Nacionalidade: EUA. Distribuidora: Fox Filmes. Duração: 2h12min.

Avaliação: Quatro laudas de discursos democratas, bem argumentados pela defesa, e meio litro de patriotismo republicano descendo pelo ralo.


Não recomendado para menores de 12 anos!
22 de Outubro, nos Cinemas!



See Ya!
B-

Goosebumps: Monstros e Arrepios (3D)


Mais uma estreia direcionada para o publico infantil chega aos cinemas nacionais, o longa de aventura infantil 'GooseBumps: Monstros e Arrepios''. Adaptação baseada na série de livros do escritor R. L. Stine, lançada aqui no Brasil pela Editora Fundamento, que é dirigida por Rob Letterman (As Viagens de Gulliver).


Sinopse:
O jovem Zach Cooper (Dylan Minnette) se muda de Nova York para a pequena cidade de Madison, nos Estados Unidos. Lá, ele e sua mãe (Amy Ryan) passam a morar na casa ao lado da de Hannah (Odeya Rush) – por quem o adolescente se apaixona – e de seu pai, o ranzinza R. L. Stine (Jack Black). Depois de escutar gritos vindo da propriedade ao lado, Zach invade a residência com a ajuda do medroso colega (Ryan Lee) e acaba, acidentalmente, abrindo um dos livros e, consequentemente, dando início à libertação de todos os monstros criados por Stine. Juntos, eles terão que mandar as criaturas de volta para as prateleiras.
À primeira vista, a trama tem um quê do clássico do anos 90 'Jumanji', estrelado por Robbie Williams, mas ao decorrer dos minutos percebe-se que era apenas uma assimilação incontundente. Os efeitos não são assim tão bem aprimorados e o 3D é dispensável. O enredo em si é chamativo, tem algum sentido lógico e assusta um cadim. O elenco não faz feio, mas não ganha um roteiro bem costuradinho e consistente para trazer uma obra primorosa, como um todo. Atê porquê há uma inserção muito grande de quase todos os personagens dos livros. O que poderia ter sido minimizado para dar mais argumento e espaço para os principais. O tom de comédia e terror não é tão bem administrado, mas dá pro gasto.



Jack Black, está muito locura pesada e até te diverte com os olhares macabros que solta.. Ele também dá voz a dois personagens, o ventríloquo Slappy e o menino invisível. O galã do longa, Dylan Minnette, já esteve em ótimas produções como 'Os Suspeitos' (2013) e 'Deixe-me Entrar' (2010) e a sua crush, vivida por Odeya Rush,  participou do mediano 'O Doador de Memórias' e tem mais de três filmes programados para estrear em breve.

A produção, direção, fotografia e direção de arte é bem na medida. Não temos um filme, sinceramente, maravilhoso, mas sim uma obra com a intenção de levar o público infantil aos cinemas e diverti-lo. Presume-se que consegue e espera-se que, caso lancem mais filmes da série, elevem o nível!

Não conhecia a série de livros e fiquei pasma com os mil e um personagens criados por Stine. Este que, alías, faz cameo no filme em uma cena super simbólica. 


Ficha Técnica: GooseBumps, 2015.
Direção: Rob Letterman. Roteiro: Scott Alexander e Larry Karaszewski - Adaptação dos livros de R.L. Stine.  Elenco: Jack Black, Amy Ryan, Dylan Minnette, Odeya Rush, Ryan Lee, Ken Marino, Jillian Bell. Gênero: Infantil, Comédia, Aventura, Terror.  Nacionalidade: EUA. Distribuidora: Sony Pictures. Duração: 01h43min.

Trailer


Avaliação: Dois monstros cegos e nada de arrepios!


22 de Outubro, nos cinemas!
Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos.


Sicario: Terra de Ninguém


O diretor e roteirista canadense Dennis Villeneuve pode até não ser conhecido da grande maioria, mas seu trabalho tem chamado bastante atenção dos aficionados pela sétima arte. O simbólico 'O Homem Duplicado', longa baseado na obra do escritor português José Saramago estrelado por Jake Gyllenhaal, e o avassalador 'Os Suspeitos' também com Gyllenhaal, são dois de seus últimos trabalhos, por exemplo, bastante aclamados. E, recentemente, Villeneuve divulgou que vai partir para gêneros diferentes em seus próximos projetos. Já tem programado um sci-fi com Amy Adams e Jeremy Renner para o ano que vem e também foi associado ao novo (e possível) filme da série Blade Runner. Ademais à isso, ele embala o ritmo das estreias desta quinta-feira (22) com o excelente e vigoroso 'Sicario: Terra de Ninguém'. Que tem no elenco: Josh Brolin, Emily Blunt, Benicio Del Toro e Daniel Kaluuya e conta com o roteirista da série Sons of Anarchy, Taylor Sheridan.


Sinpse:
A CIA, representadas pelo agente Matt Graver (Josh Brolin), está preparando uma audaciosa operação em conjunto com o procurador Alejandro (Benicio Del Toro) para deter o grande líder de um cartel de drogas mexicano. Kate Macy (Emily Blunt), policial do FBI, é convidada para participar da ação, mas acaba descobrindo que terá de testar todos os seus limites morais e éticos nesta missão.

A trama concentra, no agente da CIA Matt Graver (Brolin), o lado negro de uma batalha interminável contra o tráfico. Habituado a uma violência substancial que o faz agir pensando em pegar o maior peixe da rede, Graver se alia ao procurador Alejandro (Del Toro) e compõe um time super qualificado para botar as coisas no lugar em que a agência necessita. Contudo, a missão precisa ser um ato alicerçado não só pela CIA, mas também pelo FBI. Este último que entra na jogada, logo após alguns de seus policiais sofrerem uma emboscada. A policial Kate Macy (Blunt) integra a missão, porém se surpreende com o rumo que as coisas tomam e se vê num beco sem saída ao ser pressionada pelos lobos que seus colegas de profissão se tornaram.























Os personagens de Brolin e Del Toro não entregam muito do que acontece, no inicio, e vão mantendo isso de forma compassada para deixar a policial de Blunt no escuro. Sem muita informação de nada. E quando é a hora, a verdade cabeluda é entregue à Macy. Ela não faz uma digestão fácil das coisas. Tanto é que precisa do reforço do parceiro de equipe Reggie (Kaluuya) para se manter de pé. O embate entre seu dever e o cumprimento da missão, dentro da lei, é a grande questão para Macy. E faz o espectador se questionar o mesmo. 

O elenco está afiadíssimo. Blunt tem ganhado papéis de mulheres fortes e se destacado cada vez mais. Brolin é incrível em papeis dúbios e Del Toro exibe bem sua alma de hitman. Jon Bernthal tem uma singela aparição e nos faz reviver aquele gosto de repúdio à ele, exatamente como acontecia com seu Shane da série de TV 'The Walking Dead'.  

O roteiro de Sheridan exala habilidade em trazer reflexões sobre o mundo das drogas e a crueldade de seus mantenedores. Trabalha bem os espaços violentos entre o sul dos Estados Unidos e o México. E ganha uma visão crua e real com a pontente direção de Villeneuve. Este que se destaca, mais uma vez, e cria expectativas para os seus próximos projetos.

 O bom ritmo do suspense é velado pela ritmada  trilha sonora do ganhador do globo de ouro deste ano, Jóhann Jóhannsson.  





Ficha Técnica: Sicario, 2015. Direção: Denis Villeneuve. Roteiro: Taylor Sheridan. Elenco: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro, Victor Garber, Daniel Kaluuya, Maximiliano Hernández, Jeffrey Donovan, Bernardo P. Saracino, Edgar Arreola, Kim Larrichio, Julio Cedillo, Jon Bernthal. Gênero: Policial, Suspense. Trilha Sonora Original: Jóhann Jóhannsson. Fotografia: Roger Deakins. Nacionalidade: EUA . Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 2h02min.

Trailer: 



Avaliação: Quatro granadas silenciosas, porém estrondosas  ! ! !


Não recomendados para menores de 16 anos.
22 de Outubro, nos cinemas !!!


See Ya!
B-

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Colina Escarlate, de Guillermo Del Toro


Não tem quem não crie expectativas quando o assunto é Guillermo Del Toro. Um dos diretores e roteiristas mais experientes quando se trata de terror e fantasia.  Mestre em levar a tela produções fabulosas como o aclamado 'O Labirinto do Fauno', Del Toro retorna ao olhar do público com o longa 'A Colina Escarlate'. Terror melodrámatico protagonizado pelos astros Tom Hiddleston, Jessica Chastain e Mia Wasikowska que entra em cartaz hoje, nos cinemas nacionais.


Edith Cushing, personagem vivida pela bela Mia Wasikowska, acredita em fantasmas. Não só acredita como sabe da existência deles. O de sua mãe foi o primeiro a se materializar em sua presença e ela nunca esqueceu do que vinha junto com a visita. Um aviso importante para o seu futuro e com ele a noção de que tomar cuidado: era algo necessário. Já crescida, a jovem Edith começa a trilhar seu caminho como escritora e tem, claro devido à época, o repudio das mulheres de sua classe por tal escolha. Anti-social e recolhida, Edith tem o amor de seu pai (Jim Beaver) e a admiração do oftalmologista Dr. Alan McMichael (vivido pelo pedaço de mau caminho Charlie Hunnam). Mas é com a chegada de dois estranhos à cidade que a moça vê seu mundo mudar por completo. Os misteriosos irmãos ingleses Thomas (Tom maravilhoso Hiddleston) e Lucile Sharpe (Jessica Chastain) visitam o condado em busca de patrocínio para a construção de uma máquina, mas saem de lá com mais que isso. Afinal, Thomas e Edith se apaixonam e decidem ir viver na Inglaterra, após a vida da moça ser abalada por mais uma tragédia. Ao chegar em sua nova residência, a escritora terá mais uma vez a visita de seres de outro mundo que estão tentando lhe avisar do perigo que a aguarda.


Essa foi uma das cabines mais cheias do ano, claro, por causa do diretor e também pelo elenco. O filme. Bem, o filme é um projeto visualmente PERFEITO e MAGISTRAL. Lembra, inclusive, os últimos projetos de Tim Burton. Que trouxeram muita beleza, mas pouca consistência. Afinal, o visual do longa precisa sustentar a história para que ambos caminhem juntos e projetem um resultado positivo. Aqui, desde o inicio, tudo se mantêm previsível. Se você acha que os personagens estão caminhando para um lugar, eles realmente estão. Não há nenhum tipo de surpresa. As deixas são muito simples. A direção de Del Toro é boa, mas fica nisso. O roteiro poderia ter sido melhor trabalhado, pois dá aos atores bons diálogos, mas a história dá uma volta em si mesma. Inclusive, a cena que abre a película é a que fecha. Há uma cena de sexo que dá pena. Sério. Ela tem necessidade de acontecer, mas é muito mal elaborada. O elenco tem química. É hiper perceptível. Contudo, é Chastain quem mais se destaca. Tom, Mia e Charlie mantêm apenas o ritmo.

 O figurino e a direção de arte merecem, com certeza, a sua atenção porque simplesmente é DIVINO. Fazem do visual do filme a melhor coisa dele. Trazem com detalhes os trajes da época em que o enredo se dá e abrilhantam um cenário deslumbrante e assustador. Inclusive, Del Toro revelou que a casa assombrada foi totalmente construida para que as filmagens acontecessem com maior precisão.


Ficha Técnica: Crimson Peak, 2015. Direção: Guillermo Del Toro. Roteiro: Guillermo Del Toro e Matthew Robbins. Elenco: Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston, Charlie Hunnam, Jim Beaver, Burn Gorman, Leslie Hope. Figurino: Kate Hawley. Direção de Arte: Brandt Gordon e Thomas E. Sanders. Fotografia: Dan Laustsen. Trilha Sonora Original: Fernando Velázquez. Montagem do Filme: Bernat Vilaplana. Gênero: Drama, Terror, Romance. Nacionalidade: EUA. Distribuidora: Universal Pictures. Duração: 01h59min.


Trailer



Avaliação: Dois fantasmas assustados e meio balde de sangue feito com molho de tomate.

Indico, mas falo logo: Veja sem expectativas!

HOJE NOS CINEMAS!!!
Não indicado para menores de 16 anos.

See Ya
B-

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Peter Pan (3D)


Com o lançamento adiado em quase três meses, devido a troca de compositores originais da trilha sonora - saiu Dario Marianelli entrou John Powell - o quase musical ' Peter Pan ', do aclamado diretor Joe Wright (Desejo e Reparação), chega finalmente aos cinemas hoje! Com Hugh Jackman no papel do pirata Barba Negra, Levi Miller como Pan, Rooney Mara interpretando a aborígene Tiger Lily e Garrett Hedlund como o jovem James Hook, o filme volta as origens do famoso garoto que não queria crescer, Pan, e traz uma divertida repaginada na história criada pelo escritor inglês James M. Barrie.


Sinopse:
Peter (Levi Miller) é um garoto de 12 anos que vive em um orfanato, em Londres, no período da Segunda Guerra Mundial. Um dia, ele e várias crianças são sequestradas por piratas em um navio voador, que logo é perseguido por caças do exército britânico. O navio escapa e logo ruma para a Terra do Nunca, um lugar mágico e distante onde o capitão Barba Negra (Hugh Jackman) escraviza crianças e adultos para que encontrem pixum, uma pedra preciosa que concentra pó de fada. Em pleno garimpo, Peter conhece James Hook (Garreth Hedlund), que tem planos para fugir do local.




Não espere ver uma história bobinha e parecida com os filmes anteriormente lançados. Não mesmo. Joe Wright repaginou o conto e traçou os primeiros passos de Pan, desde seu nascimento, até sua chegada na Terra do Nunca, de uma forma, talvez, até inesperada. Aqui vemos como Pan sofre, primeiramente, no orfanato, e, logo depois,  nas mãos do Pirata Barba Negra (Jackman), como ele cria um vínculo de amizade com a terra do nunca e seu povo e, também, como conhece o, ainda jovem, Capitão Gancho. Pan também acaba por descobrir muitas coisas de seu passado e destemidamente vai enfrentar seu futuro para ajudar que uma grande guerra chegue ao fim.



A película mostra uma junção de detalhes, minimamente, bem trabalhados que reproduzem na tela um visual fantástico. Seu cenário, figurino e direção de arte, dão cor e tom ao filme de forma espetacular. A caracterização de Jackman, por exemplo, traz um pirata extremamente vil, com suas vestes negras e seu longo bigode, que revela seus defeitos ao ostentar uma peruca vacilante. Aliás, o ator está tremendo na aventura. Os poucos minutos de sua cantoria, revelam o melhor que a trilha sonora traz - Nirvana e Ramones de um jeito que poucas vezes foram vistos no cinema. Levi Miller tem uma estreia muito competente e aprazível. Seu Pan passa muita veracidade e uma doçura gigantesca (e que sotaque britânico liiindo). Adeel Akhtar vive o inconfundível Sam Smiegel. E nos faz lembrar, de maneira singela, o papel que outrora fora do ator Bob Hoskins, no clássico 'Hook: A Volta do Capitão Gancho' de 1991. Cara Delevigne, (com a ajuda do CGI - que: minha nossa! tá bem mal feito.) só dá as caras para embelezar, ainda mais, o cenário marítimo. Suas sereias trigêmeas ajudam Peter Pan em uma missão. O bonitão Garrett Hedlund, se sai adequado e consegue passar mistério e perspicácia com seu mineiro desafortunado. E aqui e ali temos pitadas de romance entre ele e a personagem da atriz Rooney Mara. A moça interpreta uma jovem guerreira que ajuda Pan a ir em busca de seu destino. Houve certa polêmica em seu casting, pois o público imaginava que a personagem 'Tiger Lily' deveria ter mais traços da nação nativa, e se possível, ser indígena, contudo, acredita-se que os idealizadores do projeto, além de trazerem uma atriz de nome, queriam também alguém com um semblante muito distinto e atrativo. E Mara é perfeita para o papel, neste quesito.


Joe Wright capta aqui uma história famosíssima e super simbólica. Segue um roteiro bem feito, mas não entrega uma obra final de extrema qualidade, como já fez antes. O filme tem mais consistência em seu inicio e meio do que no final. As pitadas de comédia são boas, mas a trilha embala pouco. Talvez a troca de compositores não tenha sido uma boa idéia. O CGI, como falei ali em cima, está bem mal feito e não tem uma qualidade excelente. Fora tudo isto, acredita-se que a alteração de data casou perfeitamente com o público alvo. E a este: o filme vai dar uma boa tarde de diversão!

Trailer 



Ficha Técnica: Pan, 2015. Direção: Joe Wright. Roteiro: Jason Fuchs - Baseado nos personagens de James M. Barrie. Elenco: Hugh Jackman, Rooney Mara, Levi Miller, Garrett Hedlund, Adeel Akhtar, Nono Anozie, Amanda Seyfried, Kathy Burke, Cara Delevigne e Lewis MacDougall. Trilha Sonora Original: John Powell. Gênero: Fantasia, Aventura, Infantil. Distribuidora: Warner Bros. Pictures. Duração: 01h51min.


Avaliação: Três fadas encantadas e meio Pixum rejuvenescedor !!!

Ah, e o 3D tá incrível!!!


HOJE NOS CINEMAS!
Classificação: LIVRE


See Ya!
B-

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Bata Antes de Entrar, de Eli Roth


Imagine a situação: Você é o Keanu Reeves. Sua esposa saiu com as crianças e só volta na segunda. É sábado à noite e está chovendo. Não demora muito e duas jovens atraentes batem à porta, pois estão perdidas no bairro. Você, Keanu Reeves, está sozinho e em ponto de ebulição. Será que você cai na, possível, pegadinha ou você acredita que realmente as moças estão ali atrás de ajuda e as ampara? Sendo boa pinta, como Keanu Reeves é, chuto que você ajudaria as moças, certo? Bem, se errei, não sei, mas sei que chega aos cinemas nesta quinta-feira (08), o longa 'Bata Antes de Entrar' e ele traz esta premissa questionadora do 'SERÁ QUE VOU? SERÁ QUE FUJO? SERÁ QUE TÁ ACONTECENDO ISSO?'. Enfim, o roteiro é do trio: Guillermo Amoedo, Nicólas López e Eli Roth, este último que dirige a película.

Sinopse:
Em uma noite chuvosa, duas belas mulheres batem à porta de Evan Webber (Keanu Reeves). Ele está sozinho em casa, já que a esposa e os filhos estão viajando. Não demora muito para que ambas o seduzam, tendo uma noite de amor com ele. Só que, no dia seguinte, elas passam a persegui-lo implacavelmente.


Sabe aqueles filmes que são TOSCOS, MAS SÃO LEGAIS? não, não é o caso desse aqui não (que pena). Keanu Reeves está tão odiosamente ruim que, sinceramente, merece uma linda FRAMBOESA dourada de PIOR ATOR DO ANO. Lorenza Izzo e Ana de Armas são carinhas frescas que até seguram a bola bem (Lonreza, que aliás é esposa do diretor, está listada como uma das novas atrizes latinas para se ficar de olho), mas o carisma da dupla não é suficiente para manter você grudado na película por uma hora e meia. Afinal, soa tudo tão 'pegadinha do João Kléber' misturada a propaganda de motel que a única coisa que você tira do filme é de que o teste pode sim ter valia de reflexão. Pois o que as meninas tentam provar é de que não importa se você é casado e tem filhos. Você morderá a isca. E cairá de boca no bolo até lambuzar os dedos. O ruim mesmo é que a digestão não será nada boa. Daí não vale justificar sua atitude com a loucura alheia, mas sim perceber que a única justificativa para a infidelidade é a não existência da mesma.

 O suspense tem uma cena muito bem feita que ocorre no banheiro e depois evolui para outro canto da casa,que é a da pegação entre os três . Não é um ato explicito em si, por isso fica simples e sexy. O terror psicológico que as garotas fazem Evan (Reeves) passar é também outro ponto alto do longa. Contudo, mais pela atuação das jovens, pois o ator parece estar só passando hora e não tem credibilidade para conseguir transparecer muita coisa.

Há um uso gigantesco do mundo latino no filme. Talvez por grande parte da equipe ser latina. Atrizes e roteiristas, por exemplo. A casa onde tudo acontece é inclusive um espaço super cultural, devido a mulher de Evan ser artista plástica. Mas com o caminhar da película tudo vai caindo por terra e perdendo seu primor e beleza. 



Julgando negativamente os idealizadores do projeto pela habilidade rasa em desenhar um filme com uma reflexão até boa, mas sem muito a dizer.

Trailer


Ficha Técnica: Knock, Knock (2015). Direção: Eli Roth. Roteiro: Eli Roth, Guillermo Amoedo e Nicolas Lopez. Elenco: Keanu Reeves, Lorenza Izzo, Ana de Armas, Ignacia Allamand, Aaron Burns, Colleen Camp. Gênero: Suspense. Nacionalidade: EUA. Distribuidora: PARIS FILMES. Duração: 01h39min.

Avaliação: Uma faixa com a seguinte escrita está levantada na casa do vizinho: ''FICA ESPERTO, MALANDRO" !

8 de Outubro, Nos Cinemas!

See Ya!
B-


terça-feira, 6 de outubro de 2015

A Travessia (3D)


Baseado em fatos reais, o filme "A Travessia'' conta um pouco da história de vida do equilibrista francês Philippe Petit que, em 1974, logo após a construção das Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, se lançou ao desafio, quase que fatal, de atravessar a extensão de espaço que se estende entre os dois edifícios. O roteiro foi adaptado por Christopher Browne e Robert Zimeckis, a partir do livro escrito pelo próprio Petit ''To Reach The Clouds''. A direção fica por conta de Zimeckis (Forrest Gump) e tem sua estreia prevista para 08 de outubro.

Sinopse:

Em 7 de agosto de 1974, o equilibrista francês Philippe Petit (Joseph Gordon-Levitt), ficou famoso ao atravessar, ilegalmente, as Torres Gêmeas usando apenas um cabo. Para bolar e executar todo o plano, ele contou com a ajuda de um grupo seleto de assistentes de diversas nacionalidades e também com a genialidade de seu mentor, na arte de se equilibrar, Papa Rudy (Ben Kingsley).



O enredo é graciosamente fascinante. E o seu modo de se contar vem solto, leve e super natural. O protagonista da história, vivido pelo excelente ator Joseph Gordon-Levit, nos relata pessoalmente detalhes intimistas de como foi sair de casa e construir seu próprio caminho como artista nas ruas de Paris. Vemos sua habilidade, em se equilibrar na corda bamba, ser disciplinada pela destreza e experiência de seu rígido mentor, Papa Rudy ( Ben Kingsley). Conhecemos também, e de uma maneira super fofa, a jovem Annie (Charlotte Le Bon). A moça é a causa para o coração de Petit bater mais forte a cada dia e sonhar mais alto em vencer os obstáculos que surgem. Assim, instigado por um sonho crescente ele põe em prática um plano mirabolante, com o amparo dos amigos Jean-Loius (Clément Sibony),  Jean-Pierre (James Badge Dale) e Barry Greenhouse (Steve Valentine), para escalar a mais nova construção norte americana, as torres gêmeas.

Mesmo com as possíveis vertigens que você possa vir a sentir, afinal, a captação da altura dos edifícios tem tamanho e proporção reais, a película é, de um todo, muito comovente. O elenco está super entrosado, mas quem se destaca com vigor é o ator Joseph Gordon-Levit. Não só pelo trabalho corporal que fez, mas também por todos os mínimos detalhes que tentou mostrar. Seu francês e seu sotaque estão 'parfait' e dignos de aplausos. A maestria com que o ator deixa transparecer a paixão de Petit por seu sonho nos faz vibrar a cada conquista. E a agonia crescente que se experimenta, quando a equipe do artista está montando o cabo entre os edifícios, se faz valer por belos minutos de caminhada.

A condução do hábil Zemeckis eleva a produção a um nível estelar inatingível, pelo menos por muitos dos filmes lançados neste ano de 2015. Com uma edição exemplar e uma trilha empolgante o longa aplica bastante, ou ainda mais, veracidade que o documentário ''O Equilibrista'', ganhador de Oscar em 2008, no qual também abordava a vida de Petit. E traz o simbólico desejo de quebrar leis e regras para vencer seus limites como uma das grandes mensagens centrais.


Ponto Negativo:

A caracterização do protagonista foi avacalhada por um par de lentes azuis e uma peruca sem graça que, uma vez ou outra, pode lhe tirar a concentração.


O ator Joseph Gordon-Levitt, Robert Zemeckis, e Philippe Petit, fotografados no set de filmagens de 'A Travessia', em Montreal.

Trailer




Ficha Técnica: The Walk, 2015. Direção: Robert Zemeckis. Roteiro: Robert Zemeckis e Christopher Browne - Adaptado do livro de Philippe Petit 'To Reach The Clouds'. Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Charlotte Le Bon, Ben Kingsley, Clément Sibony,  James Badge Dale, Steve Valentine, César Domboy, Ben Schwartz, Benedict Samuel. Gênero: Distribuidora: Sony Pictures. Duração: 2h3min.

Avaliação: Quatro zilhões de metros quadrados por um pouquinho da coragem de Phillipe Petit! BRAVO!


08 de Outubro, nos Cinemas!
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos!

See Ya!
B-