'A ideia de que minha vida é um conto de fadas é, por si só, um conto de fadas.'
Grace Kelly
Grace Patricia Kelly ou ainda Grace Kelly, em seu curto e proveitoso tempo de carreira, como atriz em Hollywood, estrelou cerca de onze películas e por elas recebeu indicações a distintos prêmios da indústria cinematográfica. Saiu ganhadora em algumas delas como no Oscar de 1955, onde recebeu a estatueta de Melhor Atriz por seu papel em 'Country Girl' e também nas indicações para o Globo de Ouro, do mesmo ano. Tendo ganho ainda, em 1954, o reconhecimento de Melhor Atriz Coadjuvante por sua participação no longa Mogambo. A musa de Hitchcook, se tornou um ícone da moda e uma referência para as moças de sua época. Mas sua vida chamou ainda mais atenção quando Grace decidiu deixar o glamouroso status de moviestar para se casar com o príncipe soberano de Mônaco, Rainier III, e dedicar sua vida a família e a causas humanitárias.
O episódio, decorrido em 1956, entreteve o mundo por muitos anos e o 'conta de fadas' de Kelly é lembrado até hoje. Nas telas, a princesa foi retratada por Cheryl Ladd, em sua versão adulta, e por Christina Applegate, em sua versão jovem, na película do diretor Antony Page intitulada de Grace Kelly (1983). De lá pra cá, Grace ganhou especiais em canais de TV e também apareceu em diversos episódios de séries norteamericanas, mas só em 2011, sua história seduziu a indústria com o roteiro de Arash Amel, 'Grace de Mônaco'. O projeto ganhou força e engatou de vez com a entrada de Olivier Dahan (Piaf: Um Hino Ao Amor) para a direção e também com o casting da atriz Nicole Kidman, para o papel principal. A produção, que passou pelo Festival de Cannes de 2014, chega esta quinta-feira (29) aos cinemas brasileiros. Também contracenam com Kidman, os atores Milo Ventimiglia, Tim Roth e Frank Langella.
Nicole Kidman como Grace Kelly e a realeza de Mônaco. |
O casamento de Grace Kelly (Nicole Kidman) e o príncipe Rainier III (Tim Roth) foi considerado um conto de fadas na vida real quando aconteceu, em 1956. Entretanto, cinco anos mais tarde e com dois filhos, a verdade é que Grace está insatisfeita com a vida no palácio e o distanciamento do marido. A chance de novamente sentir-se útil surge quando seu velho amigo, o diretor Alfred Hitchcock (Roger Ashton-Griffiths), a convida para retornar ao cinema como protagonista de seu próximo filme: "Marnie - Confissões de uma Ladra". O problema é que Rainier é terminantemente contra e, ainda por cima, está sofrendo ameaças de invasão do governo francês. Este último que deseja receber de Mônaco impostos e demanda que o principado acabe com o paraíso fiscal existente. Em meio às inevitáveis tensões, Grace e Rainier buscam resolver seus problemas conjugais e salvar as fronteiras de seu país.
O enredo deixa claro que quer mostrar uma Grace Kelly humana. Uma mulher que era real e tinha uma vida real como problemas reais. Seu casamento, à beira de um possível colapso, seu novo país, que a olhava como um mero objeto de enfeite e sua frustração com a possível chance de ter seguido um caminho que não lhe satisfazia, clareiam muito bem este ponto de vista. Kidman, em sua personificação correta e delicada de Grace, também colabora com a premissa. Tim Roth que interpreta o marido da ex-atriz, o príncipe Rainier III, se encaixa bem no papel e Langella, o grande Frank Langella, traz à luz para as muitas dúvidas de Grace como o padre Francis Tucker. Tem se uma inusitada aparição de Hitchcook na trama, interpretado por Roger Ashton-Griffiths, o que dá uma cara mais íntima para a relação da princesa com sua vida passada. O cenário político também é algo muito vivido no filme e reforça um papel importante para as escolhas que Grace toma. Mas é a simplicidade de seus atos e suas opiniões válidas que a deixam ainda mais interessante e consistente.
O filme é visualmente estupendo. Tem uma direção de arte fabulosa, uma bela fotografia e um figurino DIVO, em todos os sentidos. O roteiro emplaca bem a mensagem e é conduzido por uma direção que se mantém firme do começo ao fim. Amplia um olhar distinto do que se tem de Grace e dá força aos atores para reforçarem os detalhes do roteiro. A trilha sonora não se faz personagem, mas aparece quando quer. E a edição enfatiza o conto de uma mulher que era audaciosa o bastante para não se calar. Uma protagonista de uma vida real, que sim era glamourosa, mas que nem por isso, menos desmerecedora de admiração.
Algumas cenas tiveram tomadas que lembram os filmes antigos onde se ampliava bem o rosto do personagem e se esquecia o fundo. Hitchcook mesmo fazia muito.
Ficha Técnica: Grace of Monaco, 2015. Direção: Oliver Dahan. Roteiro: Arash Amel. Elenco: Nicole Kidman, Tim Roth, Frank Langella, Paz Vega, Parker Posey, Milo Ventimiglia, Geraldine Somerviller, Nicolas Farrell e André Penvern. Direção de Arte: Daran Fulham e Delphine Mabed. Fotografia: Eric Gautier. Figurino: Gigi Lepage. Trilha Sonora Original: Christopher Gunning. Gênero: Drama, Biografia, Romance. Nacionalidade: EUA, França, Bélgica, Suiça e Itália. Distribuidora: Playarte Pictures. Duração: 103min.
Trailer
Avaliação: Três belos quadros reais.
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos.
29 de Outubro, nos Cinemas!
See Ya!
B!
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