Os 33


Um dos acontecimentos mais surpreendentes dos últimos anos, o soterramento de 33 mineiros chilenos, no ano de 2010, e o longo resgate dos mesmos, ganha adaptação para as telas com direção da mexicana Patricia Riggen e conta com a participação dos atores Antonio Banderas, Rodrigo Santoro, Juliette Binoche, Gabriel Byrne e Bob GuntonO roteiro é assinado pelo quarteto Mikko Alanne, Craig Borten, Jose Rivera e Michael Thomas e foi baseado no livro de Hector Tobar, 'Deep Down Dark'.

Distribuído pela Fox Filmes, o longa chega aos cinemas na data de hoje (29).
Sinopse:
Capiapó, Chile. Um desmoronamento faz com que a única entrada e saída de uma mina seja lacrada, prendendo 33 mineradores a mais de 700 metros abaixo do nível do mar. Eles ficam em um lugar chamado refúgio e, liderados por Mario Sepúlveda (Antonio Banderas), precisam racionar o alimento disponível. Paralelamente, o Ministro da Energia Laurence Golborne (Rodrigo Santoro) faz o possível para conseguir que os mineiros sejam resgatados, enfrentando dificuldades técnicas e o próprio tempo.
A história é arrebatadora. Quem acompanhou na época, com certeza, se emocionou. Mario Sepúlveda e companhia, foram (e são) homens de bravura e muita fé. Principalmente, por não terem como se comunicar com o mundo exterior nos muitos primeiros dias de soterramento, em que ninguém sabia se algum deles havia sobrevivido. Condicionados a um refúgio precário e sem comida, esses homens tiveram que buscar forças internas para se manterem vivos ali naquela situação que, felizmente, teve um final feliz.


O longa não é tão angustiante quanto eu imaginei que seria. Pelo contrário, é leve e não apela para o melodrama. Consegue ser racional, tenso e sério, mas é dosado com pitadas de comédia que identifica o jeito latino de se viver. Alguns personagens ganham muito destaque e alguns apenas aparecem em cena. Banderas, vive o lider da trupe Mário Sepúlveda, que, aliás, ganha o título por ter a iniciativa de pensar em como racionar a comida e também em ter paciência com os colegas mineiros. Lou Diamond Phillips, o Dom Lucho,era o encarregado das instalações nas minas e é um dos personagens no longa que se desola e não tem esperanças de sobreviver ali. Elvis, interpretado por Jacob Vargas, é o responsável por algumas das cenas descontraídas juntamente com o paquerador Yonni Barrios (Oscar Nuñez) e também o boliviano Carlos Mamani (Tenoch Huerta). O contra peso de drama jogado na tela é dado pela relação de Maria (Juliette Binoche) e seu irmão Dario (Juan Pablo Raba) e também do casal formado por Alex Vega (Mario Casas) e Jessica Salgado (Cote de Pablo) que estão prestem a serem pais, quando o incidente acontece.


O ator Antonio Banderas e o mineiro Mario Sepúlveda.
Uma das cenas mais simbólicas e representativas é a comparação da última ceia de Jesus Cristo com o fim das latas de sardinha que eles estavam racionando. O desespero, em forma de metáfora, os leva a ver coisas e pessoas no qual sentem tanta falta que faz da cena uma bela saída da tensão.

O ator Rodrigo Santoro e o ex-Ministro, Laurence Golborne.
Do lado de fora e tentando resgatar os sofridos mineiros, está o Ministro das Minas do Governo Chileno, representado pelo personagem de Santoro e o engenheiro Andre Sougarret (Gabriel Byrne), além dos familiares de Mario e de seus colegas. Um lado totalmente desacreditado da possibilidade de ter alguém ali vivo e o outro se apegando a todos os deuses e santos para que tudo estivesse bem. E, quando as ferramentas, finalmente, atingem o local em que os mineiros estão, depois de longos 17 dias, a felicidade é algo que não se contem. Até porque a tensão lá em baixo está gigantesca. Algo que torna tudo ainda mais difícil. Achados os sobreviventes inicia-se um plano para resgatá-los. Ajuda de todo o mundo vai ao encontro deles - até do Brasil. Mas nem sempre as coisas davam certo e o presidente Sebastían Piñera (Bob Gunton) já estava aflito com os gastos  - fato que deve ter rolado, mas é enfatizado para adicionar conflito ao enredo. O personagem de Santoro ganha destaque e ele não faz feio. E, ironicamente, Santoro até parece um pouco com o ministro Laurence Golborne.



A direção e o roteiro são bem contundentes com a história real. Há um alinhamento adequado na parceria. O filme poderia até empolgar mais. Mas talvez também seria mais dramático. E a dose de drama aqui coube perfeitamente. O ponto negativo do longa se dá por seu idioma ser em inglês (Ou talvez seja também uma expectativa pessoal de ver a história sendo narrada em espanhol). De qualquer forma, o ritmo das coisas caminham bem e a entrega da edição gera um resultado bom.

Ficha Técnica: The 33, 2015. Direção: Patricia Riggen. Roteiro: Mikko Alanne, Craig Borten, Jose Rivera e Michael Thomas - baseado no livro de Hector Tobar 'Deep Down Dark'. Elenco: Antonio Banderas, Rodrigo Santoro, Juliette Binoche, Kate Del Castillo, Naomi Scott, James Brolin, Lou Diamond Philips, Juan Pablo Raba, Gabriel Byrne, Mario Casas, Bob Gunton, Jacob Vargas, Oscar Nuñez, Paulina Garcia, Adriana Barraza. Fotografia: Checco Varese. Gênero: Biografia, Drama. Distribuidora: Fox Filmes: Duração: 02h0min.

Trailer


Avaliação: Três lágrimas do rei, divo, amor das nossas vidas, e futuro ganhador de OSCAR Rodrigo Santoro <3.

29 de Outubro, Nos Cinemas!

Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos


See Ya!
B-

Escrito por Bárbara Kruczyński

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