Malala Yousafzai, a garota que ganhou notoriedade por lutar pelos direitos de crianças e mulheres de irem à escola, em seu país, o Paquistão, foi vítima de um ataque do grupo extremista Talibã, em outubro de 2012. A menina, que na época tinha quinze anos, levou um tiro no rosto de um dos membros do grupo por continuar defendendo que meninas devem estudar. Na mesma ocasião, duas de suas amigas também foram baleadas. Um ano depois, ela lançou o livro 'Eu sou Malala', co-escrito com a jornalista Christina Lamb e agora, em 2015, sua jornada, e luta por um mundo mais igualitário e justo, chega também aos cinemas. Documentada pelas lentes de Davis Guggenheim (Uma Verdade Inconveniente), Malala e sua família mostram um pouco de sua nova vida e todos os eventos que vieram a acontecer, desde que sofreu o ataque.
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Coincidentemente, a força que o nome carrega logo faria muito sentido, pois a paquistanesa deixa claro que sua voz não é só dela, mas sim a de muitas meninas que querem ser alguém perante a sociedade. Durante o documentário, inclusive, ela explica que seu pai apenas a deu o nome, ele não a transformou em Malalai. Ziauddin também revela que, em muitas outras famílias do Paquistão, por exemplo, o nascimento de uma menina nunca fora motivo de festa para os pais e que tal fato o motivou a ser o primeiro homem a escrever o nome de sua primogênita na 'árvore genealógica' da família.
Após o ataque, a menina, seus pais e irmãos se mudaram para Birmigham, Inglaterra, e, atualmente, ela e Ziauddin viajam o mundo falando sobre a causa educacional. Malala fez um lindo discurso sobre sua luta na ONU e também criou uma fundação para continuar trabalhando pela educação de meninas ao redor do mundo. Ademais, em 2014, a paquistanesa recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
O documentário é narrado tanto por Malala quanto por seu pai. Sua mãe e irmãos também aparecem e ajudam a contar a história de forma bem intimista. Faz-se uso de animações para descrever alguns dos acontecimentos narrados durante o filme. Há a clara inserção de reportagens e matérias jornalísticas sobre a época do incidente e vemos também os relatos da jovem, hoje com 18 anos, sobre seus encontros com pessoas importantes como aconteceu com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
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Em meio a tudo isso, a audiência ainda é apresentada à vida comum de adolescente da garota. Que revela suas frustrações perante as meninas inglesas - que tem vidas totalmente distintas da dela e que já colecionam até uma fila de namorados, sua lotada estante de livros ( Paulo Coelho com seu Alquimista aparecem entre os favoritos da moça), seu dia a dia com os irmãos, as idas a mesquita com os pais e suas viagens para conhecer histórias como a sua nos trazem uma imagem ainda mais forte de Malala.
A direção de Guggenheim é assertiva e eleva pontos emocionantes da vida da ativista. O diretor chega ainda a questioná-la sobre seus sentimentos para com os culpados de seu ataque e consegue uma resposta que dá enfase ao estilo de vida da jovem, pois ela se mantêm fiel ao que pensa e ao que prega explicitando não sentir ódio, pois o que vale é a educação e não a violência.
A trilha sonora de Thomas Newman e a fotografia de Erich Roland adicionam força a película, mas seu enredo na certa é quem vai comandar a emoção do público.
Trailer
Ficha técnica: He Named Me Malala, 2015. Diretor: Davis Guggenheim. Participações: Malala Yousafzai, Ziauddin Yousafzai, Atal Yousafzai, Toor Pekai Yousafzai, Khushal Yousafzai. Trilha Sonora Original: Thomas Newman. Fotografia: Erich Roland. Edição: Greg Finton, Brad Fuller, Brian Johnson. Gênero: Documentário. Nacionalidade: EUA. Duração: 01h27min.
Avaliação: Três mil livros não seriam o suficiente para ajudar na causa tão defendida pela jovem.
Visite:
https://www.malala.org/
E conheça os projetos da Fundação Malala que luta pelo direito à educação para meninas de todo o mundo!
19 de Novembro, nos Cinemas!
See Ya!
B-
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