À Beira Mar



Em 'Sr. e Sra Smith', de 2005, Angelina Jolie e Brad Pitt passaram horas e horas em uma longa e divertida sessão de terapia, nas cenas iniciais e finais da película. Dez anos mais tarde, o casal volta às telas, mas não em um formato tão bobinho e engraçado. Em 'À Beira Mar', longa distribuído pela Universal Pictures, a dupla interage de forma dramática e tenta superar uma crise matrimonial de forma muito mais terapêutica do que em seu primeiro contato. Jolie, que pela primeira vez assina Angelina Jolie Pitt, é também a roteirista e condutora do longa que traz ainda a estonteante Mélanie Laurent (Truque de Mestre), Melvil Poupaud e Niels Arestrup, no elenco.

Sinopse:Vanessa (Angelina Jolie Pitt), uma ex-bailarina e Roland (Brad Pitt), um escritor, vivem uma crise no casamento. Em viagem pela França se hospedam em um resort litorâneo e, após trocas de experiências com funcionários do hotel e os turistas Lea (Melanie Laurent) e François (Melvil Poupaud), tentam se acertar.

Traumas pessoais permeiam o enredo do filme como o seu principal conceito. A perda de um filho, de um amor, da alma, de uma carreira. Uma vida que antes era repleta de vivacidade agora tem sua vista perdida no além. Vanessa (Jolie) e Roland (Pitt), visivelmente se amam, mas se encontram distantes pela necessidade de um e pelo ócio criativo do outro. Abalados por algo que se revela com muita demora, o casal tenta se recuperar de um jeito intrigante. Hospedados em um hotel, na França, eles iniciam uma amizade com os recém-casados Lea (Laurente) e François (Poupaud), seus vizinhos de quarto e acabam olhando demais as vidas uns dos outros. Logo ali perto, o atencioso bartender Michel passa a vida a contar suas dores e felicidades aos turistas, inclusive, à Roland. Que para se encher de inspiração, não se nega um bom e aceso copo de bebida.


Há muita solidez na escrita de Jolie e em sua terceira tentativa como diretora, é visivel como sua percepção está mais branda. Contudo, não há, em suma, uma boa edição do drama. Alonga-se uma dor excruciante ao invés de se mostrar mais curativos, mais reflexão. Porém, o enredo é elegante, intimista e tem um tom europeu muito bem aplicado.

A química do elenco retrata cenas muito belas e melancólicas. O casal Jolie-Pitt se mostra maduro e comovente. Se por um lado, a personagem de Jolie alivia seus traumas em um 'prototipo' que faz de seu próprio marido. Ela também mostra sua fragilidade e sua própria culpa. Já ele se mantêm afastado e se achega quando acha cabível. Também se aproveita do momento de observador para se inspirar e dar vida ao papel sem história de sua máquina de escrever. Laurent joga seu charme e se sai sutil juntamente com Poupaud e Arestrup é quase o psicólogo de Pitt com suas reflexões de vida.

O não esquecimento de que a trama se passa em um país de idioma diferente do americano se faz valer. E os diálogos são cativantes naquela lingua.

O visual de uma França setentista e o figurino do elenco representam um bom gosto afinado e a trilha sonora constrói o seu próprio ritmo.












Não é um filme para qualquer público e há um jogo proposital de detalhes cinematográficos que podem o fazer parecer ruim. Mas analisando com cautela, a película se finaliza com uma reflexão singela.
Ficha Técnica: By The Sea, 2015. Direção e Roteito: Angelina Jolie Pitt. Elenco: Brad Pitt, Mélanie Laurent, Angelina Jolie Pitt, Melvil Poupaud, Niels Arestrup, Richard Bohringer. Fotografia: Christian Berger. Trilha Sonora Original: Gabriel Yared Edição: Martin Pensa e Patricia Rommel. Gênero: Drama. Nacionalidade: Eua. Distribuidor: Universal Pictures. Duração: 2h12min.
Trailer


Avaliação: Três olhares instintivamente profundos e complexados.  (3/5 Bom)

03 de Dezembro, Nos Cinemas!

See Ya!
B-

Escrito por Bárbara Kruczyński

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