O papel social que a imprensa deve desempenhar na sociedade é uma das tarefas mais árduas que ela tem de exercer. Principalmente, pela questão das pressões políticas e do poder privado que lhe intima, zerando assim sua liberdade. Quando há corrupção dentro dela então, o tempo fica nublado e o ambiente propenso a esconder a sujeira alheia e a ''acobertar'' atitudes sem noção. Em 'Spotlight: Segredos Revelados', filme dirigido por Tom McCarthy, jornalistas do jornal Boston Globe tiram as vendas dos próprios olhos para ajudarem a denunciar um dos maiores casos de abuso de poder que a Igreja Católica cometeu em uma cidade norte americana. Baseado em fatos reais, o longa traz Michael Keaton, Rachel McAdams, Mark Ruffalo, Stanley Tucci, Billy Crudup, Liev Schreiber, John Slattery e Brian D'Arcy James, no elenco.
SinopseLiderados pelo novo editor do jornal, Marty Baron (Liev Scheiber), o time spotlight, departamento do periódico incumbido em fazer reportagens investigativas, começa a apurar casos de abusos sexuais sofridos por crianças, jovens e adultos, enquanto viviam no ambiente religioso. Walter Robbinson (Michael Keaton) é o cabeça do time, Sasha Pfeiffer (Rachel McAdams) é a responsável por entrevistar as vitimas, Mike Rezendes (Mark Ruffalo) é quem sempre está no pé da justiça e Matt Carol (Brian D'Arcy James) corre atrás dos dados que informam onde esses possíveis agressores religiosos residem.
Baseado em uma história real, o drama mostra um grupo de jornalistas em Boston que reúne milhares de documentos capazes de provar diversos casos de abuso de crianças, causados por padres católicos. Durante anos, líderes religiosos ocultaram o caso transferindo os padres de região, ao invés de puni-los por seus atos.
O time é, de certa forma, auxiliado por dois lados da justiça. O integro e o corrompido. Ambos representados pelos advogados Mitchell Garabedian (Stanley Tucci), Eric Macleish(Billy Crudup) e também Jim Sullivan (Jamey Sheridan). Outro fator essencial é lhes fornecido por um ex-padre que trabalhou em pesquisas sobre o assunto e tem dados precisos sobre a quantidade de membros da Igreja que podem ter cometido abusos do tipo. Ademais, a equipe tem ainda de lidar com a própria cegueira perante denúncias feitas em anos anteriores.
A trama é para os fortes. Não por conter cenas pesadas. O que não há. Mas sim pela temática e por sua complexidade. Casos como este indignam a todos e nos faz questionar por quanto tempo fechamos os olhos e deixamos acontecer tamanhas injustiças e crueldades. Os próprios fiéis não conseguem crer que aquele que lhe prega o sermão todos os domingos pode ser capaz de cometer qualquer tipo de ato mal intencionado. Afinal, ele carrega a palavra de Deus, e, portanto, é um santo. Acoplado a este pensamento vem o papel forte que a Igreja Católica tem na comunidade política em todo o mundo. Hoje em dia, ela procurar alcançar a todos com outra abordagem, mas sabe de seus pecados e é por isto que tenta não cometer os mesmos erros do passado.
A produção entrega um resultado bem dosado e sem exageros melodramáticos. O roteiro é uma parceria do diretor Tom McCarthy e Josh Singer e esqueleta bem o projeto. A condução de Tom lidera o time de atores para momentos leves e tensos e consegue empregar o timbre certo para a película. A edição se contêm e não há enrolação. O elenco casa perfeitamente com os personagens e Mark Ruffalo e Michael Keaton podem até ter chances nas premiações que vem por ai.
O filme, inclusive, já ganhou alguns prêmios de melhor do ano e tem nomeações para o Globo de Ouro (Direção, Roteiro e Melhor do ano) e para o Screen Actors Guild ( Melhor Elenco).
Trailer
Ficha Técnica: Spotlight, 2015. Direção: Tom McCarthy. Roteiro: Josh Singer, Tom McCarthy. Elenco: Michael Keaton, Rachel McAdams, Liev Schreiber, John Slattery, Brian D'Arcy James, Stanley Tucci, Mark Ruffalo, Jamey Sheridan, Billy Crudup, Neal Huff. Nacionalidade: Eua. Gênero: Drama, Biografia. Distribuição: Sony Pictures. Duração: 2h08min.
A dica é não enxergar tudo como verdade e duvidar sempre!
AVALIAÇÃO: Quatro mil anos não serão o suficiente para entender casos assim (4/5- Muito Bom!).
Hoje nos Cinemas!
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos.
See Ya!
B-
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