Aí
eu assisti o novo filme do Jason Bourne e gostei... mas tem ressalvas, hein.
Então preste atenção. Estreia nesta quinta-feira, 28, nos cinemas de todo país “Jason Bourne” (homônimo em português),
filme de resgate da franquia iniciada em 2002.
Pois
bem, com o básico dito, vamos a alguns dados:
O elenco
é uma constelação. Cheio de estrelas conhecidas, vencedores ou, pelo menos,
indicados ao Oscar. Além dos já mencionados, Vincent Cassel (Cisne Negro,
Treze Homens e um Novo Segredo), Riz
Ahmed (O Abutre, Quatro Leões), Ato Essandoh (Django Livre, Diamante de Sangue) e Scott Shepherd (Ponte dos
Espiões, Ithaca) e vários outros. A interação entre eles é boa mas existem
personagens que parecem estar apenas para fazer volume (e nem são figurantes).
Ah... o Tommy Lee Jones é quase um Johnny Depp [não consegue sair do mesmo
papel]. Apesar da atuação OK dele, o personagem é bem chato e semelhante aos
vilões dos outros filmes.
A direção
de Paul Greengrass (A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne)
é OK. Não é ruim, mas não consegui ver nada de muito diferente dos outros dois filmes
da franquia dirigidos por ele. Além disso, tem algo que me irrita profundamente
desde o segundo filme: as cenas de luta são confusas, a câmera não para num
ponto, alternam demais e tremem muito. Aqui não é diferente. Há momentos em que
não dá para entender quem bate e quem apanha.
Paul Greengrass e Christopher
Rouse assinam o roteiro que preciso dizer que gostei. Apesar de alguns momentos
de confusão, é capaz de sanar algumas dúvidas e amarrar pontas soltas deixadas
nos filmes anteriores. Ah... e não se apegue aos personagens, pois, assim como
em Game of Thrones, ninguém será
poupado. (risos)
O
contexto do filme é um ponto bacana e merece ser citado. Eles trouxeram Jason
Bourne para 2016. A produção, além de tratar do herói, fala sobre conflito de
interesses (pessoais e de Estado) e guerra cibernética. A importância de se ter
o poder e controle das informações é constantemente relembrada. Edward Snowden
e WikiLeaks, conspirações governamentais e espionagem são mencionados, ainda
que forma indireta. Além disso, aproveitou-se os diversos conflitos e levantes
populares recorrentes no Oriente Médio como pano de fundo... completamente bem
casados com a trama.
Em
resumo: Jason Bourne está mais velho e mais experiente embora a CIA o trate
como um guerreiro recém enviado ao campo [é cada vacilo]; Tommy Lee Jones dá
preguiça; o filme se arrasta mas desenvolve; há muita conveniência, do tipo, “meu
Deus, como vou passar pela alfândega agora que o planeta está me procurando?”
Daí alguém aparece, aperta um botão e todos os problemas são resolvidos; o
protagonista é imortal e imune a lesões; as cenas de luta continuam confusas
devido a mudança constante de câmeras para gravação mas... e é um MAS bem
grande... assuntos iniciados nos outros filmes são resolvidos e o filme diverte
em seus 132 minutos de duração; as atualidades contextualizam muito bem o
momento e é incrível ver o gás que o Matt Damon ainda consegue dar ao
personagem. Nem duvido se resolverem fazer uma nova trilogia. A dificuldade
seria só achar quem, ou por qual motivo, o Bourne mataria agora.
Trailer
Ficha Técnica: Jason Bourne, 2016. Direção: Paul Greengrass. Roteiro: Christopher Rouse & Paul Greengrass. Elenco: Alexander Cooper, Alicia Vikander, Amy De Bhrún, Ato Essandoh, Attila G. Kerekes, Daniel Eghan, Dino Fazzani, Graham Curry, Jamie Hodge, Julia Stiles, Marla Aaron Wapner, Matt Damon, Neve Gachev, Paul Terry, Riz Ahmed, Scott Shepherd, Tommy Lee Jones, Vincent Cassel, Vivian Yoon Lee. Gênero: Ação. EUA. Distribuidora: Universal. Duração: 132 min