quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Pets: A Vida Secreta dos Bichos


Mais uma vez chega aos cinemas uma animação que promete tocar o coração de adultos e crianças, Pets: A Vida Secreta dos Bichos, produção da Universal Pictures que têm direção da dupla Yarrow Cheney e Chris Renaud e roteiro do quarteto Cinco Paul,  Ken Daurio, Brian Lynch e Simon Rich. Aliás, grande parte dessa turma está envolvida de alguma forma ou com a criação ou com a direção do universo de outra mega animação dos estúdios universal: ''Meu Malvado Favorito''.

Pets estreou no inicio de julho, nos Estados Unidos e também no Canadá, e foi muito bem nas bilheterias (arrecadou uma quantia significativa de US$ 103,2 milhões só no primeiro final de semana. Por lá as vozes originais ficaram por conta de Louis C.K., Eric Stonestreet, Kevin Hart, Jenny Slate, Ellie Kemper, Albert Brooks, Bobby Moynihan, Hannibal Buress, Dana Carvey, Lake Bell e Steve Coogan. Aqui no Brasil, por sua vez, teremos a chance de ouvir o experiente Danton Mello (para quem não sabe desde criança o ator exerce trabalho de dublador) e ainda os novatos: Luis Miranda, Tiago Abravanel e Tatá Werneck.

A trama é muito singela e rola identificação na hora. Principalmente, para quem tem animais de estimação em casa. Há propósito, dados do IBGE de 2013 apontam que 44,3 % de lares brasileiros possuem ao menos um cão e que 17,7% têm ao menos um gato. Ou seja, uma porcentagem boa de pessoas que p-r-e-c-i-s-a-m ver este filme. Então vamos de sinopse:
Max (Mello) é um cachorrinho fofura que mora com a jovem Katie em um apartamento localizado em Manhattan, Nova York, mas um dia sua amada dona traz para casa um novo e enorme cão chamado Duke (Abravanel). Max odeia a ideia de ter que dividir Katie com um completo estranho, fora isso, seu mundo é destroçado quando todos os privilégios que ele tinha agora são de Duke. Na hora de ir passear, contudo, os dois se metem em uma confusão e a carrocinha começa a persegui-los junto com uma turma muito louca de animais do submundo do esgoto Nova Yorkino.  A sorte da duplinha é que os animais da vizinhança ficam sabendo do sumiço de Max e se reúnem para ajudá-los. Assim, eles têm que pôr as divergências de lado e acharem um jeito de se protegerem até a ajuda chegar.

A trama tem um tempo de duração ótimo e apresenta viradas de rumo muito boas e consistentes.  É também muito eficaz em mostrar o aspecto emocional de como um bichinho possa talvez se sentir quando seu dono sai de casa e o deixa sozinho. Max, sempre que sua dona vai trabalhar, por exemplo, não faz mais nada na vida a não ser olhar para a porta e a esperar voltar. Seus amigos do bairro, por outro lado, saem de casa ou até fazem festas ao som paulera da banda System of a Down . E essa turma é formada pela a gatinha Chloe (Bell na voz original), pelos cachorros Mel (Moynihan na voz original) e o linguiça Buddy (Buress na voz original), a pequena Gidget (Tatá Werneck), além de um periquito e um porquinho da índia.

Outra  característica hilária dos cães que se vê é como os cachorros são loucos por bolas, ou esquilos e/ou também fascinados por tevê (inclua ai novelas mexicanas hahaha). A gatinha Chloe é ótima e ganha trejeitos de um bichano espertíssimo. Diferente de alguns cãozinhos bobões. O porquinho da índia parece sempre estar perdido e o periquito é todo metido a aventureiro digital.

Duke (Abravanel) e Max (Mello) tem um inicio difícil, mas aos poucos vão construindo uma relação de amizade. E o rei da vilania é o coelho do esgoto Snowball, voz do BRILHANTE Luís Miranda, aqui no Brasil, e no original, do hilário Kevin Hart. Inclusive, a escolha do cast de dublagem está de parabéns. Todos atores cabem direitinho em seus papéis e não poderiam ter escolhido melhor.



A trilha sonora do longa é do sempre insuperável Alexandre Desplat e, à parte do instrumental, ela traz ainda: Taylor Swift com sua ''Welcome To New York'' introduzindo a película, uma animada versão da ótima ''No Sleep To Broklyn', dos Beaties Boys, para uma das cenas finais. Há também uma releitura fofa da canção ''We Go Together'' (Grease).

Lembra-se ainda que a produção é cercada de 'referências' ao universo do filme 'Meu Malvado Favorito' e antes do seu inicio, provavelmente, você verá o curta 'Mower Minions', do diretores Bruno Chauffard e Glenn McCoy, que trazem os famosos ajudantes amarelinhos do laboratório de Gru.

Ah, e com a boa recepção que o longa teve nas bilheterias norte-americanas, sua continuação já ganhou aval para 2018 e, sinceramente, vale a pena esperar por ela, pois os filme é  diversão garantida e apresenta um trabalho minucioso em seu design.



Trailer


Ficha Técnica: The Secret Life of Pets, 2016. Direção: Yarrow Cheney e Chris Renaud. Roteiro: Cinco Paul,  Ken Daurio, Brian Lynch,  Simon Rich. Dubladores Nacionais: Luis Miranda, Danton Mello, Tiago Abravanel e Tatá Werneck. Vozes Originais de: Louis C.K., Eric Stonestreet, Kevin Hart, Bobby Moynihan, Dana Carvey, Jenny Slate, Lake Bell, Ellie Kemper, Albert Brooks e Steve Coogan. Gênero: Animação, aventura, comédia. Trilha Sonora Original: Alexandre Desplat. Distribuidora: Universal Pictures do Brasil. Duração: 01h27min.
Imperdível!

Avaliação: Quatro cachorros bem alimentados e sapecas (4/5)!

25 de Agosto nos Cinemas!

See Ya!
B-

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Músicas que marcaram a memória - versão cinema (parte I)


Há certas músicas que fazem parte da trilha sonora de filmes e ficam no imaginário popular. Às vezes, nem mesmo lembramos de onde conhecemos a canção, mas logo nos empolgamos e começamos a cantar.

Fiz uma lista de algumas músicas que marcaram a minha memória e, muito provavelmente, de várias pessoas. Com certeza não conseguirei colocar em apenas uma lista tudo o que eu quero, então esta será apenas a primeira parte. A ordem não tem a ver com nenhum tipo de classificação que fiz. Só fui colocando à medida que lembrei.

1. The Power of Love - Huey Lewis & the News (De Volta para o Futuro)


Tá, ok, De Volta para o Futuro é o meu filme preferido. Assumo. Maaas, essa música é realmente ótima e empolgante! Para quem gosta do estilo dançante tão propagado nos anos 80, vale a pena colocar The Power of Love na playlist.

2. I Say a Little Prayer - Dionne Warwick (O Casamento do Meu Melhor Amigo)


Provavelmente o meu momento preferido do filme. A música, que também foi regravada pela Aretha Franklin e zilhões de pessoas, é iniciada pelo personagem de Rupert Everett, mas depois passa a ser cantada por quase todos que estão na mesa. Mas o que são a Julia Roberts e o Dermot Mulroney no meio dessa cantoria, não é? Que climão tenso! 

3. Can't Take My Eyes off You - Frankie Valli (10 Coisas que Eu Odeio em Você)



Para prosseguir a sequência de músicas interpretadas pelo próprio elenco e outra canção com trocentas regravações: 10 Coisas que Eu Odeio em Você! O maravilhoso Heath Ledger, que faz uma tremenda falta, marcou toda uma geração ao interpretar Can't Take My Eyes off You no filme adolescente.

4. Girl, You'll Be a Woman Soon - Urge Overkill (Pulp Fiction - Tempo de Violência)



A clássica cena em que Mia Wallace (Uma Thurman) tem uma overdose de cocaína, enquanto Vincent Vega (John Travolta) fala consigo mesmo no banheiro. A melodia, a letra, a dança, as expressões, ahhh... TUDO! Toda a composição é maravilhosa. Essa música (principalmente na cena) me envolve de uma forma absurda.

5. Stand By Me - Ben E. King (Conta Comigo)


Um clássico da Sessão da Tarde! Na minha opinião, um dos mais belos filmes sobre amizade. Para completar, a música tema é a linda Stand By Me, que foi regravada até pelo John Lennon (mas eu prefiro a versão original). Para quem já viu Stranger Things, a série faz várias referências ao longa-metragem. Só de assistir o vídeo, já dá para perceber algumas.

6. The Goonies 'R' Good Enough - Cyndi Lauper (Os Goonies)


Continuando na vibe de filmes sobre crianças/aborrecentes/adolescentes, outro clássico: Os Goonies. Como se não bastasse ser um filmaço, a música tema é da Cyndi Lauper, maior DIVA dos anos 80 - que, como de costume, arrasa também no clipe, que conta com a participação do elenco e cenas do longa-metragem. Vejam o vídeo, vejam Os Goonies! <3

7. Ghostbusters - Ray Parker Jr. (Os Caça-Fantasmas)


Who you gonna call? GHOSTBUSTERS! Como não se empolgar com essa música, ao lembrar dos caça-fantasmas? Logo me vem a imagem do "Slimer" na mente. Anyway... I ain't afraid of no ghost. (mentira)


8. Eye of the Tiger - Survivor (Rocky III)



TAN TAN-TAN-TAN TAN-TAN-TAN... Já dá vontade de golpear o ar, lembrando do Sylvester Stallone. A música foi encomendada exclusivamente para o filme Rocky III, mas também tocou em outras produções, e se tornou o mais famoso hit da Survivor. De qualquer forma, super recomendo conferir a discografia da banda.

9. I Don't Wanna Miss a Thing - Aerosmith (Armagedom)


I don't wanna close my eyes, I don't wanna fall asleep, 'cause I'd miss you, baby... Aí está uma música que quem já amou de verdade, em algum momento, deve ter se identificado com a letra. Só de ouvi-la para colocar no post, meus olhos encheram de lágrimas. A canção foi estreada na trilha sonora do filme sobre um possível fim do mundo e, logo de cara, foi para o topo da Billboard Hot 100.

10. Iris - Goo Goo Dolls (Cidade dos Anjos)



Essa música é definitivamente de partir o coração! Para quem já viu o filme, então... Aí que fica mais emocionante ainda.  Quem não viu, por favor, veja. Mas saiba que é daqueles feitos para chorar muito. "Iris" também foi escrita originalmente para a trilha sonora de Cidade dos Anjos.

11. Cruisin' - Huey Lewis e Gwyneth Paltrow (Duets - Vem Cantar Comigo)



Filme bem mediano, mas Cruisin' se tornou um dos hinos dos karaokês mundo afora. Eu gosto bastante dela, e vivia fazendo duetos no colégio. E que subtítulo desnecessário é "Vem Cantar Comigo", né? Enfim, "let the music take your mind"...

12. Footloose - Kenny Loggins (Footloose - Ritmo Louco)



Filme e música clássicos dos anos 80. Essa toca em toda festa dedicada à década, que eu costumo ir. É super empolgante e tem toda uma coreografia legal de dançar.

13. What a Feeling - Irene Cara (Flashdance)



O que é a Jennifer Beals dançando nesse filme, minha gente? A Alex (Flashdance) e a Bette (The L Word) são minhas personagens preferidas da atriz. Ela arrasa! WHAT A FEEEELING!

14. (I've Had) The Time of My Life - Bill Medley e Jennifer Warnes (Dirty Dancing - Ritmo Quente)


Caramba, brasileiro ama colocar "ritmo" em subtítulos, hein? Essa música, essa cena, essa dança, o Patrick Swayze... Como não lembrar?

15. Unchained Melody - Righteous Brothers (Ghost: Do Outro Lado da Vida) 



Já que citei o Patrick Swayze anteriormente, não posso deixar Ghost de lado. Filme emocionante. Música emocionante. Atuações emocionantes. Tudo emocionante. Lágrimas. Patrick, volta! </3

16. Don't You (Forget About Me) - Simple Minds (Clube dos Cinco)


Outra música que toca em todas as festas de homenagem aos 80s. Sempre que escuto, lembro dos "passinhos" de dança feito pelos cinco personagens. Tudo bem que essa não é a canção que toca enquanto eles dançam, mas "Don't You (Forget About Me)" é a música que marcou Clube dos Cinco. Ele é um dos melhores filmes com temática high school americana, na minha opinião. E é do John Hughes!

17. Twist and Shout - The Beatles (Curtindo a Vida Adoidado)


John Hughes novamente! O nome do diretor/roteirista/produtor é "marca registrada" no que se refere a filmes que retratam a vida adolescente na década de 80. Eu definitivamente não consigo decidir se gosto mais de Curtindo a Vida Adoidado ou Clube dos Cinco, inclusive. Enfim, a cena em que Ferris, o personagem principal, interpreta Twist and Shout é ÓTIMA! Ah, para quem nunca viu, a cena pós-credito de Deadpool é uma super referência ao longa-metragem.

18. Take My Breath Away - Berlin (Top Gun - Ases Indomáveis)


Mais um filme que exalta a guerra, com competição de egos e romance de fundo. Mas essa música... Ela, sim, é uma delícia! Acho interessante analisar os papéis do Tom Cruise novinho, no início da carreira, e comparar com os trabalhos mais recentes.

19. Stayin' Alive - Bee Gees (Os Embalos de Sábado à Noite)


John Travolta arrasando na ~discoteca~, passos de dança dos anos 70, Bee Gees. Precisa falar mais?

20. I Will Always Love You - Whitney Houston (O Guarda-Costas)



Uma das maiores perdas para o mundo musical, uma das vozes mais lindas da história. E quem não conhece essa música, não é mesmo? SÉRIO, ESSA VOZ É DE OUTRO MUNDO, SÓ PODE!

21. Singin' In the Rain - Gene Kelly (Cantando na Chuva) 


Cena SUPER clássica da história do cinema. Música deliciosa de ouvir e cantar. Ver a interpretação do Gene Kelly, os passos, os sapateados e todo o resto é sempre uma ótima experiência. E, claro, não posso deixar de lembrar do filme Laranja Mecânica, no qual o personagem Alex canta "Singin' In the Rain" enquanto pratica atrocidades.

22. My Heart Will Go On - Céline Dion (Titanic)


Nem consegui ouvir até o final. Essa música é de partir o coração. LINDA!

23. That Thing You Do! -  (The Wonders - O Sonho Não Acabou)


Estreia de Tom Hanks na direção e roteiro de um filme (ele também está no elenco). Essa é para levantar e dançar. Acho uma delícia de música! Com certeza, The Wonders é um dos meus "one hit wonders" - termo usado para designar cantor (a)/banda que emplacou somente um hit - preferidos.

24. Over the Rainbow - Judy Garland (O Mágico de Oz)


Música escrita especialmente para destacar a voz talentosa de Judy Garland, no papel de Dorothy. Se tornou uma das músicas mais conhecidas da década de 30. Também amo a versão na voz do cantor Israel Kamakawiwo'ole.

25. Johhny B. Goode - Chuck Berry (De Volta para o Futuro)


Para terminar que nem comecei: Marty McFly! Essa é minha cena preferida de toda a trilogia e, também, minha cena preferida de todos os tempos. As caras e bocas, assim como toda a interpretação, do Michael J. Fox são maravilhosas. É muito bom ver o Marty tocando e cantando empolgado, e a plateia observando com expressões assustadas. Enfim, eu sou obcecada por Back to the Future, desculpa.

Muitas outras músicas surgiram na minha mente, mas vou parar na 25ª, para não ficar muito cansativo. Sério, se eu for colocar tudo aqui, vai ficar um trem imenso. Não tem condição! Em breve, volto com a parte dois e, quem sabe, também com uma terceira. 

Quais músicas que fazem parte da trilha sonora de algum filme são as preferidas de vocês? Contem para mim, vai! <3

P.S.: Também vou fazer listas exclusivamente de músicas instrumentais, de filmes de animação e de musicais, portanto, deixei de colocar várias aqui.



Abraços calorosos,
Deborah

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Ben-Hur (3D)


A épica jornada de Judah Ben-Hur, um rapaz de origem nobre acusado de traição que acaba sendo condenado à escravidão, é mais uma vez tema de uma produção audiovisual. O personagem já foi relembrado em inúmeras outras adaptações, desde curtas a mini-séries, além do filme oscarizado de 59 com o astro Charlton Heston.

Neste novo recorte, os roteiristas, John Ridley e Keith R. Clarke, usam de uma narrativa mais arrojada para recontar a história do contemporâneo de Cristo. Acentuam um Ben-hur motivado por vingança, contudo dão a ele tempo para se tornar misericordioso. O time de edição nos traz um projeto menos rebuscado e mais sucinto e a direção de Timur Bekmambetov escolhe um caminhar menos atencioso, menos detalhista e mais sóbrio.

O elenco vem de diversas partes do globo. Temos os atores ingleses Jack Huston e Toby Bebbell, o consagrado ator norte-americano Morgan Freeman e também as carinhas frescas de Moises Arias e Sophia Black-D'Elia, a iraniana Nazanin Boniadi, a israelense Ayelet Zurer, um pouquinho do gingado brasileiro com Rodrigo Santoro, e ainda do continente europeu o dinamarquês Pilou Asbæk e o holandês Marwan Kenzari.


A trama, segundo o próprio diretor, segue mais a risca o livro no qual é adaptada do que as produções que a antecedem. Assim, condiz mais a compará-la a obra escrita por Lew Wallace. Contudo, percebe-se aqui e ali cenas semelhantes ao filme pomposo de William Wyller.

Lá o delineamento da história é cheio de particularidades. Aqui o contorno é preciso e não perde tempo em rodeios. Mas o que o primeiro ganha em beleza o segundo é desfalcado em minuciosidade. 

Não obstante, Ben-Hur (Huston), tem uma jornada mais linear neste. Vive uma infância feliz com o irmão adotado, Messala (Kebbell), os dois crescem e seguem seus caminhos. Hur casa-se com a mulher que ama, Esther (Boniadi), e Messala entra para o exército Romano. Quando este último retorna a cidade, os conflitos mais intensos acontecem e transformam a vida de Hur e sua família. 

Apenso a isto têm-se dois planos de fundo: a guerra entre zelotes e romanos e ainda a caminhada de Jesus Cristo (Santoro) na história. A primeira é sinalizada a partir dos atos do jovem Dismas (Arias) que atenta contra a vida do recém chegado Pôncio Pilatos (Asbæk), desencadeando conflitos entre Ben-Hur e Messala. Hur, desde o principio, se mostra neutro quanto à luta de seus compatriotas com os romanos, todavia, com a sua queda e aprisionamento injustos, revê sua opinião. O segundo enquadramento aprofunda a trajetória de Jesus de Nazaré no enredo. Presença que Wyller, em 59, escolheu não dar rosto, mas que comoveu tanto ou até mais. Ben-Hur, a partir do intermédio de sua esposa Esther, vai construindo uma relação com o Messias e o encontro deles é sempre impactante para Hur.
Ben-Hur (Huston) retribui ato de compaixão ao Messias (Santoro)
E é após as viradas de rumo em sua vida, sua persistência para sobreviver ao tempo de servidão e buscar vingança de Messala , que Hur encontra Ilderim (Freeman). Um poderoso dono de postos nas corridas de biga que o ajudará a ascender novamente e saber o que houve com sua família.

Há uma clara exclusão de personagens, nesta nova re-edição da história, e inclusão de outros. Ou também contrastes distintos. O que pode para alguns não fazer diferença e para outros sim. Mas vale lembrar que tal fator não é o que deixa a trama menos interessante e sim a confusão que se fazem em algumas cenas. No clássico de Wyler, por exemplo, a corrida é uma das cenas mais belas do filme e aqui nem tanto. Outra cena que perde um pouco o contexto é a de quando Hur é escravo no navio - exatamente porque o resultado final daquele conflito dava ao personagem um ressurgimento mais classudo.

Ben-Hur de William Wyller
As atuações de Huston, Santoro, Boniadi e Freeman são as mais fortes. Jack Huston, pelo sobrenome já diz muito de si. Sobrinho de Angélica Huston e neto de John Huston, o moço vem de uma família altamente incorporada ao mundo das artes. Sua filmografia lista diversas séries, entre elas, Boardwalk Empire. Também participou de ' Trapaça (2013)' de David O. Russel e viveu o famoso escritor Jack Kerouac em 'Versos de Um Crime', também de 2013. Santoro continua a crescer no cenário internacional e em outubro estará na produção da HBO, WestWorld. Boniadi pode ser lembrada por sua participação na série de tevê 'Homeland' e Freeman dispensa comentários (by the way, adorey os dreadlocks). Toby Kebbell já esteve melhor em vários outros filmes, como exemplo: 'O Planeta dos Macacos: O Confronto' e também 'Rock'n'Rolla: A Grande Roubada' e Pilou Asbæk pôde ser visto na última temporada de Game of Thrones como Euron Greyjoy. 

Jack Huston (Ben-hur), o diretor Timur Bekmambetov e Toby Kebbell (Messala)

Timur Bekmambetov sai das direções de 'O Procurado' e 'Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros' para esta mega produção e não se preocupa muito em fazer melhor do que Wyller, pois deixa claro que tem outra mensagem para mostrar: a de como a resiliência e o perdão podem transformar vidas (uma que o Brasil, em tempos atuais, poderia muito bem adotar). 

trilha sonora de Beltrami não se alicerça em sons estridentes como a de Miklós Rósza. O filme também ganhou uma música tema na voz da cantora Andra Day (que pode ser ouvida logo no inicio dos créditos). O figurino e a direção de arte estão soberbos. Basta olhar para as roupas de Pôncio Pilatos e para os detalhes do set que fica perceptível. 
Trailer




Ficha técnica: Ben-hur, 2016. Direção: Timur Bekmambetov. Roteiro: John Ridley e Keith R. Clarke - adaptado do livro homônimo de Lew Wallace. Elenco: Jack Huston, Nazanin Boniadi, Morgan Freeman, Ayelet Zurer, Tobby Kebbell, Sophia Black-D'Elia, Rodrigo Santoro, Moises Arias, Pilou Asbæk. Nacionalidade: Eua. Gênero: Ação, Épico, Aventura. Trilha Sonora Original: Marco Beltrami. Fotografia: Oliver Wood. Direção de Arte: Roberto Caruso. Figurino: Varvara Avdyushko. Edição: Dody Dorn, Richard Francis-Bruce e Bob Murawski. Distribuidora: Paramount Pictures. Duração: 02h03min.
Em um ano permeado de remakes, reboots e continuações este aqui até que passa por mediano. Dispense o 3D.

Avaliação: Dois quilômetros de arrogância romana contra setenta e cinco sentimentos de coragem judia (2,75/5) .

Não recomendado para menores de 14 anos
Hoje nos Cinemas!

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B-

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Cantando de Galo


Na granja onde nasceu, o galinho Toto é tido como um ídolo. 
Seus amigos adoram contar histórias sobre ele para incentivar a mente dos pequenos (grande parte da granja ainda nem deixou sua fase ovo para trás). Assim, quando a dona da propriedade começa a ter dificuldades financeiras e decide vender o lugar, o galinho e todos os animais do sítio se juntam para defenderem seu lar. O pai da franguinha Di têm a idéia de levar Toto para competir na famosa rinha de galos e assim ganharem o dinheiro que precisam, mas o frangote necessita de um treinador para deixá-lo no ponto e ganhar do grande Bankivoide. É assim que eles acham Pati Patán. Um ovo de pato que vai se juntar a esta turma e fazer de Toto um vencedor.

Cantando de Galo, película com roteiro e direção dos irmãos Gabriel e Rodolfo Riva-Palacio Alatriste, foi um grande sucesso nas bilheterias mexicanas no ano de 2015. Por lá, participaram das dublagens, Bruno Bichir (Narcos), Carlos Espejel, Angélica Vale, Omar Chaparro, Maite Perroni, Sergio Sendel e Ninel Conde.



A trama é repleta de referências cinematográficas, desde a Karatê Kid, Rocky, O Poderoso Chefão a Frankstein. 

Como toda animação, traz um submundo que os humanos não conseguem ver e personagens muitas vezes inimagináveis como 'um bacon e ovos falantes'. Um mundo que para as crianças comporte alegria e leveza. Isto pela jornada dos personagens, claro. Pois, inúmeras vezes o filme apresenta uma maturidade até imprópria para os pequenos.

'Un Gallo con Muchos Huevos', título do filme no México, lida com um tema muito forte que é a rinha de animais, todavia, não procura trazer um debate e sim inserir características do país de origem da produção. Trabalha muito mais a relação entre os animais dentro do filme e deixa os humanos como coadjuvantes no enredo. Mostra amizade, descoberta do amor e, como um todo, a transformação e o crescimento de um ser. Faz isto quando centraliza a jornada de Toto e seu treinamento para se tornar um galo vencedor e encontrar seu verdadeiro caminho. 

'Ovo padrinho' forte referência ao longa 'O poderoso Chefão'
O roteiro e direção dos irmãos Riva é razoável. O caminho escolhido não surpreende, mas também não desagrada. Apenas não é como um todo acertado. Não para uma animação.

Um ponto muito positivo do filme é o uso da diferenciação de planos animados usados ali, pois para se voltar no tempo ou contar certa parte de um jeito distinto, muda-se o traço dos desenhos e isto é feito com criatividade.

Outro acerto da animação é a trilha sonora. Animada que só ela e muito bem balanceada. Não temos, contudo, versões das canções em português - o que para alguns pode soar uma falha da distribuidora.

Em suma, vale dizer que é diferente ver uma animação que não é Hollywoodiana, contudo, que pena que elas ainda tem muito para se desenvolver.

Trailer

Ficha Técnica: Un Gallo Con Muchos Huevos, 2015. Direção e Roteiro: Gabriel e Rodolfo Riva-Palacio Alatriste. ElencoBruno Bichir, Carlos Espejel, Angélica Vale, Omar Chaparro, Maite Perroni, Sergio Sendel, Ninel Conde. Gênero: Animação.  Trilha Sonora Original: Zacarías M. de La Riva. Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 01h38min.
Avaliação: Dois ovos mexidos e meio (2,5/5)

Hoje nos cinemas!
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B-

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Suicide Squad - Esquadrão Suicida


Ca-R*-Lho!... talvez essa seja a melhor palavra única para definir minha reação ao assistir “Suicide Squad” 3D (Esquadrão Suicida, em português) que estreia nos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira, 4 de agosto.

O longa conta a história do grupo de super-vilões com habilidades únicas em sua primeira missão. Recrutados por Amanda Waller (Viola Davis), o grupo composto por Deadshot (Will Smith), Harley Quinn (Margot Robbie), Captain Boomerang (Jai Courtney), Diablo (Jay Hernandez), Killer Croc (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e Enchantress/June Moone (Cara Delavigne) é forçado convencido a deter uma força mágica que quer controlar o mundo. No decorrer, o background de alguns personagens se encontra a história principal e surgem personagens como The Flash (Ezra Miller), Batman (Ben Affleck) e o tão esperado The Joker (Jared Leto).

Quero deixar registrado que este é o filme (de herói) que tem a melhor apresentação de personagens que já assisti até hoje. Também é preciso ressaltar que a Margot Robbie e a Viola Davis praticamente carregam o filme nas costas. A Arlequina é uma louca/piadista/sádica que usa muito de sua (in)previsibilidade para conseguir coisas. Já a Amanda Waller é completamente ameaçadora e sabe manipular muito bem. Um olhar daquela mulher e umas poucas palavras são capazes de fazer tremer as pernas de qualquer vilão.


O Pistoleiro de Will Smith ficou bacana. Ele é o responsável por algumas das cenas de ações mais legais e tem interação maior com os outros membros do esquadrão. É ele quem interage mais com a Arlequina, ele quem “atiça” o Diablo e, principalmente, ele quem tem mais treta com Rick Flag (Joel Kinnaman).

Gostaria de falar mais dos outros integrantes da equipe mas eles aparecem tão pouco, têm a imagem tão mal aproveitada, que qualquer coisa que se fale sobre eles acaba sendo spoiler. A Katana (Karen Fukuhara) aparece em raros momentos embora esteja sempre do lado do Flag para protege-lo e, ainda assim, aparece mal. O Croc, basicamente, só tem uma cena. O Bumerangue é o bobão que nem para alívio cômico serviu direito e muito disso se dá justamente por quiseram concentrar as atenções na Arlequina e no Pistoleiro. Ah... a Enchantress é um personagem que dá até preguiça de tão mal aproveitado.

Desta vez vou fazer diferente e dizer (a minha opinião do) que funcionou e do que não no filme:
Trilha Sonora: um dos principais destaques. As músicas são muito boas e bem escolhidas. Ainda que em alguns momentos elas fiquem descontextualizadas das cenas, vale a pena pesquisar. 
Elenco: tem nome, tem potencial, mas foi mal aproveitado o que acabou por apagar os menos conhecidos. Viola Davis, mozão. <3


A direçãoDavid Ayer – (“Corações de Ferro”; “Marcados para Morrer”): umas coisas funcionaram e que outras não. Alguns planos sequência me agradaram. Uma das cenas de ação do pistoleiro também e a introdução dos personagens me chamaram atenção.

Participações de outros personagens: Batman e Flash aparecem na produção de maneira bem pontuais e isso me agradou, sobretudo porque foram tratados como participações. Já o Coringa... apareceu bem mais e isso chegou até a me incomodar, pois achei o veria menos.


O Coringa: sinceramente... gostei não. Jared Leto me pareceu forçado, não me convenceu daquilo de que tanto se falava. Além do mais, o visual dele está bem ruim.


Conceito visual dos personagens: gostei de algumas coisas. Arlequina, Bumerangue e Pistoleiro têm um visual muito bacana. O Croc com sua jaqueta de couro de crocodilo e a Katana com sua vestimenta clássica estão sensacionais. Já a Enchantress, tadinha... estava excelente no início do filme e conforme foi se desenvolvendo o conceito inicial mudou completamente e dava pra ver os gritos do CGI nela (e a atuação da Delavigne que já não era lá essa coisa toda não ajudou).

Roteiro – David Ayer: tem falhas que produzem uns diálogos insossos e monótonos, falas desnecessárias e até umas forçadas de barra.

Em resumo: apesar de todas as coisas negativas que falei aí em cima, gostei muito de ter assistido e indico. É um filme divertido e que “se explica” em si mesmo e faz com que até quem não conheça o Esquadrão Suicida entenda a história. Ri em diversos momentos com piadas bestas, mas que tinham timing. A Amanda Waller e a Arlequina estão sensacionais e, apesar das falhas, acredito que valha a pena gastar o dinheiro para ver. Muitas das chateações do filme acabam sendo ocasionadas pela criação excessiva de expectativa devido ao hype em cima do longa.

Trailer

Ficha Técnica Suicide Squad, 2016. Direção: David Ayer. Roteiro: David Ayer. Elenco: Will Smith, Margot Robbie, Cara Delevingne, Scott Eastwood, Ben Affleck, Jared Leto, Jai Courtney, Ike Barinholtz, Joel Kinnaman. Gênero: Ação, Aventura, Fantasia. EUA. Distribuidora: Warner Bros. Duração: 123 min

Nota: 3,5/5
Te vejo em breve. ;D