quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Comic Con Experience 2016, vamos juntos?



Como alguns de vocês já sabem, nós do WBN pedimos credencial para cobrir algumas das atividades e dos painéis da CCXP 2016 e conseguimos ✌☺❤ (haja coração, arlindo) ! O evento acontece no São Paulo Expo,em São Paulo, dos dias 1 a 4 de dezembro, e está em sua terceira edição! 

Com realização do Omelete Group e também da Chiaroscuro Studios e da PiziiToys, a Comic Con Experience 2016 promete trazer o melhor do mundo NERD ao público. Haverá painéis expositivos de grandes estúdios (HBO, Paramount Pictures,Fox Film, Paris Filmes, Sony Pictures, Warner Bros Pictures e até do serviço de streaming Netflix) e também a participação de diversos artistas do mundo HQ, entre eles o renomado Frank Miller

O evento contará com uma gama enorme de stands de editoras trazendo seus autores para tardes de autógrafos, diversos produtores do mundo do entretenimento, gamers e youtubers, também participam. Além, claro, das aparições ilustres de alguns astros do cinema Hollywoodiano. Entre eles Vin Diesel, Nina Dobrev, Ruby Rose, Natalie Dormer, Milla Jovovich, Evanna Lynch, o elenco de Power Rangers e Neil Patrick Harris. Frederico Mátalas Callando Corcuera, O Kiko do Chaves, também deve aparecer pelo evento, além do diretor do longa 'Kong: A Ilha da Caveira', Jon Vogt-Roberts.  Os painéis nacionais prometem bombar também. Renato Aragão é homenageado logo no primeiro dia de Comic Con e, no segundo, a Rede Globo envia o comediante e ator Marcelo Adnet para apresentar as estreias do canal para o ano de 2017. O elenco da produção nacional 'Bingo' também deve se fazer presente na CCXP.

Confiram a programação abaixou ou no link oficial aqui e não deixe de nos acompanhar em nossas redes sociais.







Os apps com a programação já estão disponíveis para Android e iOS.


DICAS ÚTEIS:

  • Não esqueça que a Comic Con é um evento de grande proporção e receberá um público enorme, ou seja, você se deparará com filas grandes para tudo. Ah, inclusive, eles já divulgaram a lista de restaurantes e food trucks que estarão por lá. 
  • A duração da programação de cada dia de evento vai além de oito horas, então escolha roupas que lhe proporcione conforto. E se for participar dos concursos de Cosplay, vale a pena levar roupas e sapatos extras.
  • Não esqueça que tomar água é tão necessário quanto levar a sua toalha e seu Guia do Mochileiro das Galáxias.
  • Se prepare para enlouquecer com os produtos exclusivos que serão apresentados e você vai querer comprar todos, aliás, deixe as compras para o final.
  • Por último, e, com certeza, o mais importante: O evento disponibilizará transporte gratuito saindo da estação Jabaquara (linha azul). Também havéra estacionamento por perto (verifique no site da ccxp os valores).

A CCXP - Comic Con Experience 2016 acontece no São Paulo Expo (Rod. dos Imigrantes, Km 1,5 - Água Funda, São Paulo) entre os dias 1º e 4 de dezembro. A venda online de ingressos já foi encerrada, mas os fãs poderão comprar entradas na bilheteria física, no São Paulo Expo. Os valores vão de R$ 150 a R$ 400.

#VaiSerEpico

See Ya!
B-

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Elis, a primeira cinebiografia da Pimentinha chega aos cinemas


Desde que me entendo por gente eu gosto de MPB. Eu não sabia o que era e muito menos tinha esse tipo de influência musical em casa. Eu escutava na televisão, na aulas de português ou de história. Gostava daquelas músicas que eu conseguia entender as palavras (mas não o que significavam) e eram diferentes daquilo que sempre ouvi em casa, no carro com meus pais ou na casa da minha avó.
Alguns anos depois, lembro de em uma viagem em família ouvir e berrar Como Nossos Pais no carro até tirar a paciência do meu pai. Não sabia quem estava cantando, muito menos onde tinha aprendido a letra, mas eu adorava!!!! Quantas vezes na minha vida já berrei essa música pela casa...
Agora a memória é vaga. Já não sei quando descobri quem cantava essa música, sei que foi na internet. E também sei que nesse mesmo tempo descobri algumas – poucas – outras da Elis Regina. Sobre a vida dela sabia quase nada, só que havia morrido jovem e que cantava demais.

Com os anos, o meu lado “fã da Elis” foi aparecendo e eu comecei a pesquisar sobre a vida dela, conhecer mais músicas e ficar cada vez mais apaixonada. As músicas sempre tão lindas naquela voz forte e hipnotizadora. O bêbado e a equilibrista, Águas de Março, Madalena, Maria Maria, Só tinha de ser com você, Andança, Redescobrir, as músicas interpretadas por ela sempre me fascinaram.
Foram alguns especiais de tv, dezenas de vídeos no youtube – musicais e entrevistas - e um musical no teatro. Então era de se esperar que quando fiquei sabendo sobre a cinebiografia fiquei super empolgada, era a primeira vez que veria a Pimentinha no cinema!

Elis Ano: 2016
Direção: Hugo Prata
Elenco: Andréia Horta, Gustavo Machado, Caco Ciocler, Lúcio Mauro Filho


Após 34 depois da morte de Elis Regina, a cantora ganha sua primeira cinebiografia. O filme mostra Elis desde o início da carreira, quando chega ao Rio para tentar gravar seu primeiro disco e tudo começa a acontecer.


O longa faz alguns recortes de momentos marcantes na carreira e na vida da Pimentinha. As seleções são muito precisas e as passagens entre elas são sempre iguais: começa a música, a música se desenrola e o momento já é outro. As transições são bem diretas, não tem aquela sequência que flui naturalmente e vai te levando, eu tive a impressão de assistir algo feito em blocos. Os acontecimentos são mais ou menos aqueles que os que conhecem a história de Elis já sabem: início da carreira, sucesso na tv e na música, o casamento conturbado com o Ronaldo Bôscoli, mais música, as tretas leves com os militares, filhos, a personalidade forte, a “casa no campo”.


Andréia Horta, que deu vida à cantora está muito bem durante quase todo o filme. As músicas dubladas não me incomodam como incomodaram alguns, muito pelo contrário, para mim é fundamental ter a voz real da cantora. A única coisa que incomodava bastante era quando a atriz fazia a risada da Elis. Ai! Doía! Não consigo imaginar alguém fazendo aquilo como a Pimentinha sem parecer caricatura. Já que era inevitável usar a marca da cantora, uma vez seria o suficiente.

Cheguei ao cinema empolgada e alegre, saí emocionada e quase chorando. Bateu aquela bad. Não sei o que eu estava esperando, se era uma coisa com momentos mais alegres como os documentários para tv ou super animados como a versão pro teatro Elis, a Musical. Acontece que a vida dela depois da fama foi sempre conturbada e não tem como (ou porque) esconder isso.
O clima do longa é quase sempre pesado e poucas são as chances que temos de ver aquela Elis brilhando de empolgação. Sobra dramas da vida pessoal e falta a Elis cantante.
Apesar dos pesares, Elis é indispensável aos fãs e admiradores de uma das maiores cantoras que o Brasil já teve.

Confira o trailer:



Elis chega as salas de cinema dia 24 de novembro (hoje!)

Até mais!

Fernanda

A Chegada

Foto: Divulgação
Eu sei que provavelmente você deve estar ensandecido pela Black Friday e pela busca de preços baixos... mas tempo será preciso, pois temos de falar sobre “Arrival” (A Chegada, em português), filme da Sony Pictures baseado na obra de Ted Chiang – A história da sua vida e outros contos - e que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 24 de novembro.

Foto: Divulgação
Após a convocação do coronel Weber (Forest Whitaker), uma equipe liderada pela especialista linguista Louise Banks (Amy Adams) e pelo físico Ian Donelly (Jeremy Renner) é encarregada de traduzir as comunicações e entender o propósito das naves espaciais que surgiram no planeta Terra. O que eles possivelmente podem querer? Guerra? Buscar ou oferecer conhecimento? A resposta pode ser perturbadora e surpreendente.

Pois bem, sem muita enrolação, este é um dos melhores filmes que assisti em 2016, se não, o melhor. A produção é simples, bem construída, bem dirigida e capaz de causar as mais diversas sensações nas pessoas. Em narrativa não linear, somos apresentados (sob perspectiva da protagonista) ao contexto vivido por ela. Suas angústias, suas alegrias, o clima mórbido e melancólico em que vive.

O elenco é muito bom e, apesar da história girar em torno de Louise, Ian e Weber na busca por respostas, o foco é na linguista e sua interação com os alienígenas. A química entre os personagens é boa, as falas têm sentido e momento para acontecer – embora eu não tenha gostado muito do personagem do Jeremy Renner – e nada fica exaustivo. Inclusive, gostei muito da maneira direta e reta utilizada pelos militares.

A direção de Denis Villeneuve (Sicario e Os Suspeitos) é genial. Os cortes agradam, os planos sequência, a escolha dos tons de cinza e adoção de elementos que compõem o clima pesado e o suspense necessários para levar a história adiante estão presentes e ajudam o espectador a entender melhor a trama. Esse é um filme que não fica se explicando demais. As coisas simplesmente acontecem e você precisa digerir o que se passa.

Gostei muito da fotografia e trilha sonora. As imagens das naves, os momentos de reflexão externos, os panoramas aéreos são de tirar o fôlego e apresentam uma beleza incrível. Já a trilha, por se encaixar perfeitamente no contexto da situação. **Aqui faço ressalva ao momento de entrada na nave, pois a sonoplastia do momento me incomodou um pouco.**

Em resumo: É um filme genial. Complexo, porém, de uma sutileza incrível. Não li o livro (ainda), mas o roteiro me pareceu muito bem adaptado, já que não senti falta de nenhum elemento que me fizesse compreender a história. Demanda atenção do espectador e que vale cada centavo do seu rico dinheirinho mesmo que seu ingresso não seja adquirido via Black Friday. O design das naves é incrível, os alienígenas e suas interações são ótimos e o desespero para decifrá-los e entende-los é corrosivo a ponto de fazer 2h passarem e você mal perceber.

E senhores... Amy Adams... prestem muita atenção na incrível atuação dessa mulher. Ela nos possibilita notar sua angústia, seu sofrimento, seu desespero e alegria em diversos momentos do longa. Houve um momento da história em que a respiração dela me fez ficar agoniado e, certamente você, leitor, também poderá sentir isso.

Detalhe... por algum motivo, a produção me fez lembrar de Death Stranding, novo jogo do Hideo Kojima.


Trailer

Ficha Técnica: The Arrival, 2016. Direção: Denis Villeneuve. Roteiro: Eric Heisserer – adaptação do Conto ”A História da sua vida e outros contos de Ted Chiang”. Elenco: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg, Sangita Patel, Jadin Malone, Julia Scarlett Dan, Abigail Pniowsky, Mark O’Brien, Tzi Ma. Nacionalidade: Eua. Gênero: Ficção Científica. Trilha Sonora Original:Johán Jóhannsson. Edição: Joe Walker. Fotografia: Bradford Young. Efeitos Especiais: Ryal Cosgrove. Distribuidora: Sony Pictures Brasil. Duração: 01h56min.

Nota: 5/5

Te vejo em breve. ;D

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Jack Reacher - Sem Retorno


Tom Cruise e personagens badass mother&#$@* são uma combinação batida, mas não incomum. Em 2012, o ator protagonizou o primeiro filme de Jack Reacher e, não bastasse aquele ser suficiente, agora retorna para sua sequência que tem o subtitulo de 'Sem Retorno'. Se em um primeiro momento ele apelou para o previsível, aqui Tom se embola em uma trama melodramática e altamente desnecessária. 

Ainda em comparação ao primeiro filme, ao menos aquele era abrilhantando por um elenco de peso (Rosamund Pike, Richard Jenkins, David Oyelowo, Werner Herzog e Jai Courtney). Nesta nova empreitada, completam o casting mais caras desconhecidas do que o contrário. Entre eles Aldis Hodge, Danika Yarosh e Patrick Heusinger. Todavia, Tom ganha uma parceira, a atriz Colbie Smulders (Os Vingadores), que se não é sua sua versão feminina, está bem próxima disto. 

O filme estreia hoje em circuito nacional e tem direção de Edward Zwick e também é adaptado de um dos livros da série criada por Lee Child, bem como seu antecessor. 

Na trama, Jack Reacher (Tom Cruise) continua sua saga de andarilho sem rumo, contudo, se reconecta com a base militar, que outrora servia, para servir de conselho e informante. O comando do quartel agora está aos cuidados da Major Susan Turner (Cobie Smulders), por quem Reacher logo cria afeto e planeja conhecer em breve. Seus planos se alteram quando descobre que a Major é presa e está sendo acusada de espionagem. Em seguida, Reacher inicia uma investigação e acaba topando com pistas de que o caso da Major foi uma cilada. É então que ao tentar libertá-la da prisão ele encontra dados sobre sua própria vida. Informações íntimas da jornada de Reacher que levam a uma possível paternidade desconhecida.


O enredo é tão fraco quanto parece e quando apela para o melodrama perde todo o sentido. A produção não consegue encontrar nem mesmo um tom cômico, como o primeiro tem, e todas as cenas de ação parecem um sonho repetitivo e alucinado. O roteiro não endossa a maravilha dos livros. Peca quando tenta romantizar o personagem novamente e ainda o entrega desnorteado em um dramalhão enfadonho. Há uma cena em particular com a personagem de Colbie que se tenta trabalhar a luta dela contra o machismo no serviço militar, porém fica só na tentativa mesmo. Já que não há espaço para aprofundar a teoria.

Tom Cruise é conhecido por sempre fazer os stunts de seus filmes, afinal, ama esportes radicais. Ademais, acredita que o fator amplia sua entrega ao papel e o aproxima ainda mais da veracidade de suas cenas. Desta vez, quem também adere ao time é Colbie Smulders. A atriz não utilizou seus dublês e fez todas as cenas perigosas em que era exigida a participação de sua personagem. Uma comandante forte e destemida. Mas que vez ou outra necessitava de ajuda. Não há um grande vilão no filme, assim, papéis coadjuvantes rasos tomam a frente e alternam essa função. Reacher acaba descobrindo a possibilidade de ter sido pai há algum tempo atrás e pretende então assumir a culpa de abandono, caso ela exista. O personagem ganha bate bola com a atriz Danika Yarosh, que interpreta Sam, sua possível filha, e faz o público lamentar que o conflito tenha sido incluso no roteiro. 


É incrível acreditar, mas o filme é dirigido pelo mesmo condutor de 'O Último Samurai' e também 'Diamante de Sangue', filmes que trouxeram muita consistência ao mundo do cinema com o olhar de Zwick, por outro lado, não vemos nada de muito interessante e a há uma sequência grotesca de absurdos. Talvez muito mais por parte do roteiro do que de sua direção.

A trilha sonora de Henry Jackman é a unica protagonista interessante do longa, pois caminha junto com as cenas e as embala com composições rápidas e fortes.

Jack Reacher: Sem Retorno é baseado no oitavo livro da série de Lee Child. Já o primeiro filme é adaptado a partir da nona obra de Child. Há indícios de que, se levado a uma trilogia, o terceiro livro a ser adaptado seria o décimo primeiro. E, caso, aconteça, torço para que consiga se sobressair aos dois primeiros. Algo difícil de se concretizar.

Trailer


Ficha Técnica: Jack Reacher - Never Go Back, 2016. Direção: Edward Zwick. Roteiro: Richard Wenk, Edward Zwick e Marshall Herskovitz - Adaptação da série homônima de Lee Child. Elenco: Tom Cruise, Cobie Smulders, Aldis Hodge, Danika Yarosh, Patrick Heusinger, Holt McCallany, Judd Lormand, Christopher Berry, Hunter Burke, Jason Douglas, Lizethe Hutchings, Marisela Zumbado, Madalyn Horcher. Nacionalidade: Eua. Gênero: Ação, Suspense. Edição: Billy Weber. Trilha Sonora Original: Henry Jackman. Distribuidora: Paramount Pictures Brasil. Duração: 01h59min. 

Um filme que tem um público especifico, porém, desta vez, não tem nada de novo para excitá-lo.

Avaliação: Um superstar perdido em si mesmo (1/5).

Não recomendado para menores de 14 anos
24 de novembro nos Cinemas!

See ya!
B-

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Um Estado de Liberdade


Baseado em fatos históricos ''Um Estado de Liberdade'', filme dirigido por Gary Ross (Seabiscuit - Alma de Herói) traz o período da Guerra Civil Americana no qual o fazendeiro Newton Knight (Matthew McConaughey) desiste de lutar por ideais que não parecem levá-lo mais a lugar nenhum,. Aliás, levam, mas somente ao cemitério onde precisa enterrar seus companheiros de luta. Um dia, o exército recruta seu sobrinho e o interiorano deserta de vez do movimento. Contrário a escravidão e cheio de princípios libertários, Newton se une a um grupo de negros, exilado próximo ao pântano do pequeno condado, e aos poucos mais e mais pessoas se rebelam e resolvem juntar forças com o grupo. 

Com o passar dos anos, o ex-soldado se envolve em lutas para libertar tanto condado como o povo negro. Newton chega, inclusive, a combater a influência do 'Ku Klux Klan', um bando racista do sul dos Estados Unidos que ficou famoso pelas inúmeras crueldades que praticava com os negro. Newton Knight forma então a primeira comunidade inter-racial do sul e há tempos separado de sua mulher Serena (Keri Russel), ele se envolve com a ex-escrava Rachael (Gugu Mbatha-Raw).

A película tem ainda no elenco Mahershala Ali, Jessica Collins e Lauwrence Turner e é uma das excelentes estreias desta quinta-feira (17)


A trama se passa no Estado do Mississípi a partir do ano de 1863 e vai se destrinchando até 1892 com o sub-enredo que envolve os herdeiros do ex-militar Newton Knight. Há espaço para trabalhar tanto o racismo como o inicio da democracia por meio de votos para os representantes dos condados. A mulher é ainda deixada para trás no filme, mas a consistência da luta contra o racismo é o recorte mais importante que se faz aqui.

Na verdade, de uma forma não linear, conhecemos a intrigante história de um homem com ideais justos e contra qualquer tipo de julgamento a pessoas de cor, classe e status. Um homem que saudava a todos como igual por apenas serem filhos do mesmo deus. Um redneck muito distinto dos tantos que existiram pelas bandas do tio sam. E o envolvimento de Newton com os negros, seja os amigos  brancos, negros ou até a esposa, diz bem como ele não distinguia e muito menos diminuía ninguém.

A fotografia é um dos pontos altos da película por exaltar a beleza do interior 
'Um Estado de Liberdade' apresenta um roteiro bem escrito e muito complexo. Com idas ao futuro e retornos ao presente, o que não confunde o espectador, e consegue deixar a história ainda mais atraente para quem curte produções de época. 

Gary Ross é famoso por direções fortes e delicadas e aqui mantêm esse mesmo nível de trabalho. Não se demora, mas também não é rápido. Conduz o espectador em uma dança lenta e o deixa preso no salão.

O diretor de fotografia, Benoit Delhomme, trabalha bem os espaços naturais e deixa a luz do dia mostrar a beleza inigualável do Mississípi. Nicholas Britell faz uma trilha simples, mas muito enquadrada naquele mundo. 



O elenco faz um trabalho incrível. O sotaque sulista puxado de Matthew é algo que ele conseguir nunca se desvencilhar, então cai super bem aqui. Keri Russell e Gugu Mbatha-Raw, vivem a primeira e a segunda esposa de Newton e há um conflito muito tenso no futuro dos filhos que ambas tiveram com o ativista. Mahershala Ali é ainda um dos grande destaque do elenco.

The Free State of Jones, nome da produção em inglês, é um exemplo da importância do cinema em nossas vidas, tanto pela reflexão que traz como pelas informações históricas.

Trailer


Ficha Técnica: Free State of Jones, 2016. Direção: Gary Ross. Roteiro: Gary Ross e Leonard Hartman. Elenco: Matthew McConaughey, Keri Russel, Gugu Mbatha-Raw, Mahershala Ali, Jessica Collins, Lauwrence Turner, Troy Hogan, Bill Tangradi, Christopher Berry. Nacionalidade: Eua. Gênero: Biografia, Drama, Guerra. Trilha Sonora Original: Nicholas Britell. Edição: Pamela Martim e Juliette Welfling. Fotografia: Benoit Delhomme. Distribuidor: Paris Filmes. Duração: 02h19min.
Não deixe de conferir!

Avaliação: Três tiros no peito e meio (3,5/5)

Hoje nos Cinemas!

See Ya! 
B-

Sob Pressão, de Andrucha Waddington


Sob Pressão é uma trama altamente vibrante e com um tom super real do que uma equipe médica vive diariamente nos hospitais públicos brasileiros. Uma produção que vem com poucos adereços, porém com conflito atrás de conflito.

Dirigido por Andrucha Waddington e roteiro de Renato Fagundes e Leandro Assis, o longa de uma hora e meia revela a jornada de um dia nas vidas de Evandro, personagem vivido pelo ator Júlio Andrade, e seus colegas de trabalho Paulo, papel de Ícaro Silva, e, a recém chegada, Carolina (Marjorie Estiano). Os médicos passam por um dia complicado quando precisam lidar com o dilema de salvar três vidas, ao mesmo tempo, praticamente sem recursos e tendo que se desdobrar nas tarefas que cumprem no hospital. Ademais, Ana Lúcia, administradora da instituição, suspeita que um membro da equipe pode não estar tão bem quanto aparenta e o hospital também recebe uma visita inusitada que deixa a todos com os nervos exaltados.

O filme entra em cartaz nesta quinta-feira (17) e traz ainda no elenco o ator Stepan Necerssian.


O roteiro é previsível quando tenta ser um uma cópia tupiniquim de 'Grey's Anatomy', série de tevê norte-americana criada por Shonda Rhimes. Por outro lado, não foge também ao que acontece em nossos hospitais tão desestruturados. Traz conflitos internos da equipe e não só dos pacientes. Se diferencia do seriado americano exatamente quando não faz 'a linha auto-ajuda' e critica o sistema precário que se têm no país sem piedade.

A direção de Andrucha é rápida, crua e certeira. Mostrando a ferida de cada um e jogando tudo em um caldeirão de conflitos. A trilha de Antônio Pinto destaca a tensão e a fotografia de Young ganha bons planos e ajuda a criticar um mundo tão carente de atenção. 


O elenco é mesmo a melhor parte do filme. Júlio Andrade, principalmente, pois o ator encarna um homem altamente racional, mas que precisa de ajuda tanto quanto os pacientes que atende. Seus tramas pessoais não são explicados com clareza, mas com obscuridade. O que deixa esse lider de guerra ainda mais interessante. Andrea Beltrão também desponta no filme. Traz um lado moral e ético ao enredo. Uma visão que qualquer um teria se estivesse coordenando um lugar tão caótico. Marjorie Estiano é outra que é natural e tem efeito. Soa abusada e traz irreverência. Apesar de sua personagem seguir um ou outro clichê.

A falha grave da trama é realmente não conseguir ser comparada ao que já vimos antes.


Trailer


Ficha Técnica: Sob Pressão, 2016. Direção: Andrucha Waddington. Roteiro: Renato Fagundes e Leandro Assis - com colaboração de Claudio Torres e Luiz Noronha. Elenco: Marjorie Estiano, Júlio Andrade, Stepan Nercessian, Andrea Beltrão, Ícaro Silva. Nacionalidade: Brasil. Gênero: Drama.Trilha Sonora Original: Antonio Pinto. Fotografia: Fernanda Young. Distribuidora: H20 Filmes. Duração: 01h30min. 

Avaliação: Dois pedidos de socorro (2/5)


17 de novembro, no cinemas!

See Ya!
B-

Animais Fantásticos e Onde Habitam (3D)


Muita gente ficou se perguntando como a autora J.K. Rowling lançaria uma série de cinco filmes baseado em um livreto de sei lá, quase 70 páginas. Até porque ela foi clara em dizer 'não seria uma sequencia do mundo de Harry Potter'. Muito pelo contrário, revelou que o enredo mostraria acontecimentos que antecedem o nascimento do menino e, que, por sua vez, faz referências àquele universo, contudo, é apenas uma extensão dele. Sendo assim, Animais Fantásticos e Onde Habitam, se encaixaria na definição de spin off  e não prequel, como alguns andavam pensando.

Rowling volta a falar do mundo bruxo, mas o faz de uma forma adulta e diria até mais madura. Assina, pela primeira vez, sozinha, o roteiro de uma produção e mostra que sabe gerir bem suas criações. Muitos dos profissionais que trabalharam com ela na saga do bruxinho continuaram também nesta nova empreitada. O longa têm tanto o mesmo produtor, David Heyman, como também o diretor que conduziu os últimos filmes de Harry, David Yates.

Animais Fantásticos e Onde Habitam traz não exatamente as páginas do livro que fora baseado, mas sim a história por trás de seu escritor, Newt Scamander, interpretado pelo ator Eddie Redmayne.

Quando o filme se inicia, vemos o autor chegar a Nova York com uma maleta um tanto quanto suspeita. O objeto é, na verdade, a casa de diversas criaturas mágicas que Newt encontrara, ao longo dos anos, durante suas expedições pelo mundo. Todavia, no continente norte-americano o pesquisador têm dificuldade em conseguir mantê-las 'presas', ainda mais quando a mala é equivocadamente aberta por uma pessoa comum. O aprendiz de padeiro Jacob Kowalski, vivido pelo sagaz Dan Floger. Os acontecimentos seguintes despertam o interesse da ex-auror Porpentina Goldstein, personagem de Katherine Waterston, e a jovem começa então a seguir Newt para que ele não exponha a comunidade bruxa aos não-mágicos, porém, paralela a chegada do britânico, episódios estranhos também chamam a atenção da MACUSA, Congresso Mágico dos Estados Unidos da América, onde a ex-auror trabalha. 


A película traz aventuras, é fantasiosa, romântica e emprega um tom cômico tão bom quanto o que o público de Harry Potter está acostumado. Rowling utiliza de uma narrativa rápida, concisa e bem estruturada. Faz uso ainda de twists finais sensacionais e amplia o leque de personagens esdrúxulos em uma mesma trama. Sua pontualidade cresce e ela consegue encantar ainda mais o espectador com seu universo bruxo inestimável. Aos personagens, propõe caminhos não tão previsíveis e os presenteia com características que o público vai se identificar de imediato. E, claro, há milhares de referências a Hogwarts e seus personagens. O mais interessante desse novo mundo é conhecer também como vivem os bruxos nos Estados Unidos. A autora joga ainda uma pitada de conflito quando faz um personagem revelar que a escola de magia inglesa não é a melhor do mundo, mas sim a norte-americana, que aliás chama-se Ilvermony.

O trabalho de Yates é movimentado. Sua lente segue a rapidez da narrativa e ele parece ainda mais adequado para o posto de condutor. Seus giros e saltos focam o inesperado, o súbito e o espectador não tem tempo para respirar - o que alguns podem achar ruim, mas aqui funciona muito bem.


O elenco como um todo cabe dentro de seus papéis, sim até as escolhas mais polêmicas. Dan Fogler traz comicidade ao seu personagem de uma forma ótima. Além disso, também é cativante com sua simplicidade e faz cenas muito fofas com a bruxa diva e irmã de Porpentina, Queenie Goldstein, papel de Alison Sudol. A propósito, Katherine e Alison conseguem dar faces distintas as suas personagem e mostram química tanto entre si quanto com Dan e Eddie. Este último que entrega o Magizoologista mais fascinante de todos (o preferido de Dumbledore, por sinal). O Newt de Eddie lembra muito os acadêmicos introvertidos que parecem ter muito a dizer, mas são contidos em seu mundo e só se mostram a quem é realmente muito próximo. 

Temos ainda a maravilhosa Samantha Morton como uma perseguidora atroz do mundo bruxo, o Auror misterioso de Colin Farrell (que me fez pular na cadeira em um momento muito gênio do filme), o órfão obscuro Credence de Ezra Miller, o dono de Jornal Jon Voight, a atriz Carmem Ejogo como presidente da Macusa (algo que revela o quão moderno, empoderador e revolucionário  o mundo bruxo é), Ron Perlman como o elfo Gnarlack, e as participações mínimas de Zoë Kravitz e Johnny Depp. Este último que deve sim ser significante nos próximos filmes da série. Alías, Depp e Farrell são emblemáticos aqui (quem lembrar da missão deles em Doctor Parnassus vai entender).


Mais uma vez, os filmes envolvendo o mundo bruxo trazem efeitos visuais espetaculares. Um figurino magnifico e uma direção de arte ainda mais exemplar. Logo na entrada do longa, ouve-se o tema do bruxinho mais reformulado e dali em diante James Newton Howard muda de direção e embala o enredo com outros sons - mais alternados entre tensão e delicadeza. A fotografia de Philippe Rousselot enquadra o mundo dos anos 20 e têm panoramas lindíssimos. 

É legal lembrar que em Harry Potter o público conhece a obra 'Animais Fantásticos e Onde Habitam', na lista de livros que os alunos de Hogwarts devem ler para a aula de ''Trato das Criaturas Mágicas''. Quando publicada para o mundo exterior a Hogwarts, J.K. insere detalhes maravilhosos como o prefácio de Dumbledore e os comentários hilários de Rony, Hermione e Harry. Quem não teve a chance de ler anteriormente, recomendo que o faça, pois passará minutos deliciosos.

Aqui não são mostradas todas as criaturas apresentadas por lá, mas dão se destaque a algumas bem divertidas. Como o pelúcio, o seminviso, o gira-gira e também ao conhecido hipogrifo. 

Trailer


Ficha Técnica: Fantastic Beats and Where To Find Them, 2016. Direção: David Yates. Roteiro: J.K. Rowling. Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Ezra Miller, Alison Sudol, Johnny Depp, Colin Farrell,Samantha Morton, Jon Voight, Dan Fogler, Ron Pelrman, Carmem Ejogo, Gemma Chan. Nacionalidade: Eua, Reino Unido. Gênero: Aventura, Fantasia. Trilha Sonora Original: James Newton Howard. Fotografia: Philippe Rousselot. Edição: Mark Day. Figurino: Colleen Atwood. Direção de Arte: David Allday. Distribuidora: Warner Bros Pictures. Duração: 02h13min, 
Seja sempre crítico de tudo, mas não deixe de reconhecer bons trabalhos, mesmo que te doa a alma por causa de polêmicas x ou y, e no mais NÃO PERCA ''ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM", pois vale a pena!

Ah, e não há cena pós-crédito!

Avaliação: Três quilos e meio de pó de flu (3,5/5)

Hoje nos Cinemas!

See Ya!
B-

Ps: No começo é tudo tão rápido que o 3D deixa a gente um pouco tonto. Mas ele está sublime!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

''Jovens, Loucos e Mais Rebeldes e Ma Ma'', Estreias, Ganhadores e Encerramento do Brasilia International Film Festival


Das grandes estreias que rolaram pelo Festival Internacional de Filmes de Brasilia, ''Jovens, Loucos e Mais Rebeldes'' e ''Ma Ma'' foram as duas que consegui acompanhar e vale dizer que ambas são extremamente distintas, contudo, fantásticas. A primeira retrata a juventude em seu auge e a segunda as tragédias da vida adulta. Abaixo os comentários.

Jovens, Loucos e Mais Rebeldes, de Richard Linklater
Estréia
AvaliaçãoQuatro  (4/5).
Linklater não é um diretor comum. Pelo contrário, sua filmografia lista produções das mais interessantes possíveis e cada um de seus projetos entoam mensagens notabilíssimas. O longa Jovens, Loucos e Rebeldes, de 1993, dirigido por ele, inicia uma série de filmes onde o diretor descreve gerações e seu tempo. Boyhood emplaca a sua melhor fase e agora 'Everybody Wants Some', que no Brasil ganhou o título de 'Jovens Loucos e Mais Rebeldes', fecha a trilogia.
Aqui Linklater traz uma tchurma jovem que está na faculdade aproveitando as festas e tirando um tempinho para jogar Basebol. O timing do filme é ótimo, o humor então, no ponto certo. Moças, este é um filme sobre a irmandade masculina, então, não levem tudo muito a sério. Não há intuito em tratar a mulher como objeto, mas falar de como os esse grupo de universitários quer mesmo é aproveitar toda oportunidade possível para se divertir, seja na balada country ou punk rock.
O elenco é muito afinado, mas os atores Glen Powell, Austin Amelio, Wyatt Russell e Tyler Hoechlin são os grandes destaques. O figurino do filme é outro ponto alto, pois traz de volta os anos 70 com vigor e suas duas horas de duração prendem o espectador.

JOVENS, LOUCOS E MAIS REBELDES – Ficção, Comédia, 117 min, EUA, 2016. Direção/ Director: Richard Linklater. Roteiro/ Screenplay: Richard Linklater. Elenco/ Cast: Zoey Deutch, Blake Jenner, Tyler Hoechlin. Produção/Production: Annapurna Pictures, Detour Filmproduction, Paramount Pictures. Produtor/ Producer: Megan Ellison, Ginger Sledge, Richard Linklater. Fotografia/ Cinematography: Shane F. Kelly.
Sinopse: Dentro e fora do campo, um grupo de jogadores de beisebol da faculdade traça o seu caminho diante das novidades e loucuras da vida adulta que se inicia. Encarando as liberdades e as responsabilidades dessa fase da vida, eles crescem e se conhecem.
EXIBIÇÃO

  • CINE BRASÍLIA: DIA 11, 21h
  • CINE CULTURA LIBERTY MALL SALA 3: DIA 12,19h/DIA 13, 20h15 


MA MA, de Julio Medem
Estreia
AvaliaçãoQuatro mil lágrimas, porém com momentos hilários (4/5).

Julio Medem é responsável pelo roteiro e direção desta película extraordinária que é 'Ma Ma', com a atriz Penélope Cruz. Uma trama que insere com muito humor a drástica jornada de uma mulher diagnosticada com câncer, personagem de Cruz. 

O filme traz belos simbolismos e não se preocupa em ser racional, o que não o prejudica em nenhum momento. Aliás, tal fator o deixa mais poético e encantador. A platéia pode rir, mas também têm espaço para chorar, pois a fragilidade da vida é capitada de forma inigualável.

O elenco é pequeno, mas faz um trabalho descomunal. Luis Tosar, que interpreta Arturo, intenção amorosa de Magda, nossa protagonista, é um ator muito expressivo e que dá vida a um homem muito peculiar.O pequeno Teo Planell interpreta o filho de Magda e Asier Etxeandia o médico que cuida de seu tratamento. Em suma, o drama vale cada segundo do seu tempo!

MA MA – Ficção, Drama, 111 min, Espanha, 2015. Direção/ Director: Julio Medem. Roteiro/ Screenplay: Julio Medem. Elenco/ Cast: Penélope Cruz, Luis Tosar, Jon Kortajarena. Produção/ Production: Backup Media, Instituto de Crédito Oficial (ICO), Instituto de la Cinematografía y de las Artes Audiovisuales (ICAA), Ma Ma Películas AIE, Morena Films,Movistar+, Televisión Española (TVE).Produtor/ Producer: Penélope Cruz, Álvaro Longoria, Julio Medem.Fotografia/ Cinematography: Kiko de la Rica
Sinopse: Depois de ser diagnosticada com câncer de mama, Magda reage trazendo à tona toda a sua energia vital. Graças à sua coragem e otimismo, ela e sua família viverão cenas inesperadas de humor e delicada felicidade.
EXIBIÇÃO
  • CINE BRASÍLIA: DIA 12,20h30 - Sessão sspecial para convidados
  • CINE CULTURA LIBERTY MALL SALA 3: DIA 13,18h


O encerramento do Festival ocorreu no dia 13, mas a entrega dos ganhadores foi feita antes da exibição de 'Ma Ma', no sábado (12). No dia seguinte, os vencedores e alguns outros filmes foram re-exibidos dando por finalizado o festival.

Lista de vencedores:

Filme vencedor Prêmio José Carlos Avellar - Estados Unidos pelo Amor
Filme vencedor Prêmio Crítica de Brasília - Exercícios da Memória
Filme vencedor Juri Popular Mostra Competitiva de Ficção - As Mãos Daquela Menina
Filme vencedor Juri Popular Mostra Competitiva Documentário - Em Busca de Sentido

De todos os filmes assistidos durante o BIFF, destaco o documentário bahiano 'Jonas e o Circo Sem Lona' e o longa de ficção 'Sem Mover os Lábios', como os meus prediletos. E foi interessante ver como a seleção de filmes trouxe ao público enredos consistentes e com a mulher em ótimos papéis. 

É isso pessoal!
Espero que tenha curtido nossa participação no festival. Que venham muitas!

See Ya!
B-

''Sem Mover os Lábios, A Composição e Zoe'', Filmes da Mostra Competitiva do Brasilia International Film Festival 2016


Durante a semana conferi mais três filmes da mostra competitiva do #BIFF, por uma feliz coincidência, todos os três maravilhosos e ambos com protagonistas únicos e extremamente expressivos. Confira os comentários.


Sem Mover Os Lábios (Quinto dia de Festival)
Mostra Competitiva de Ficção
AvaliaçãoQuatro bonecos falando e meio quilo de cocaína (4,5/5).
Em 'Sem Mover os Lábios', o espectador é apresentado ao ventriloquista Carlos (Chiappe), um homem excêntrico que ainda vive com a mãe e não sabe muito de suas origens paternas. Pouco ouvimos sair de seus lábios, mas muito entendemos com suas feições. A mãe do personagem é tão ótima quanto ele e todos aqueles que estão em papéis menores também conseguem se sobressair. 
O filme só apresenta cores quando sai da realidade do personagem para adentrar 'a apresentada pelas novelas' que aquele assiste com a mãe e a namorada. Aliás, a atuação de Chiappe é digna de ovação pela determinação e expressividade do ator. Em vários momentos do longa, inclusive, ele é capaz de lhe fazer lembrar de Charles Chaplin. O roteiro do projeto é bem sólido e aprofunda um tom cômico/sádico sem fazer força. A direção consegue somar e se faz viva. Principalmente, quando não escolhe caminhos previsíveis. Nos minutos finais, a trilha sonora é ressoante e muito precisa.


SEM MOVER OS LÁBIOS/SIN MOVER LOS LABIOS – Ficção, Drama, 93 min, Colômbia, 2015. Direção/ Director: Carlos Osuna. Roteiro/ Screenplay: Carlos Osuna, Juan Mauricio Ruiz. Elenco/ Cast: Giancarlo Chiappe, Álvaro Bayona, Consuelo Luzardo, Marcela BenjumeaProdução/ Production: Malta Cine. Produtor/ Producer: Juan Mauricio Ruiz. Fotografia/ Cinematography: Guillermo Santos and Nicolás García Ruiz.


Sinopse: Carlos é um ventríloquo talentoso que ama sua mãe tanto quanto a odeia. Com a morte dela, Carlos finalmente vê uma chance de sucesso, mas sua mente começa a falhar.
EXIBIÇÃO
  • CINE BRASÍLIA: DIA 07, 17h 
  • CINE CULTURA LIBERTY MALL SALA 3: DIA 08,20h/ DIA 09, 16h/DIA 11,18h 


A Composição (Sétimo Dia de Festival)
Mostra Competitiva de Ficção
AvaliaçãoTrês pedidos de ajuda e meio (3,5/5).





Um longa que entrega uma personagem em busca de inspiração para compor sua peça musical e se formar na faculdade de música. Mas não só se formar, fazer também um trabalho de significado e se sentir satisfeita. Durante a jornada de Malorie (Jensen) a vemos se desprender de julgamentos e de qualquer outro tipo de preconceito. A moça se entrega ao momento e dele tira o melhor que pode. Seus sentimentos são um protagonista a parte, durante sua jornada pelo filme, e todos os seus dramas aumentam ao passar dos minutos e parecem que vão eclodir a qualquer momento. O diretor mostra takes intimistas dos personagens e pede ao espectador atenção. O roteiro constrói a trama passo a passo e vai bem no que propõe, principalmente, por dar a Malorie um caminho desregrado. A trilha sonora é divina e amplifica os sentimento da protagonista com louvor.


A COMPOSIÇÃO/HER COMPOSITION – Ficção, Drama, 93 min, Estados Unidos/Alemanha, 2015. Direção/ Director: Stephan Littger. Roteiro/ Screenplay: Stephan Littger. Elenco/ Cast: Joslyn Jensen, Heather Matarazzo,Lulu Wilson, John Rothman, Margot Bingham . Produção/ Production: Picturetrain Company. Produtor/ Producer: Stephan Littger, Isabel Kleber, Leah Chen Baker. Fotografia/ Cinematography: Andres Karu.
Sinopse: Uma estudante e talentosa compositora começa a se prostituir depois de não conseguir uma bolsa de estudos. Os sons dos encontros sexuais trazem inspiração para compor novas obras enquanto o dinheiro paga suas contas.
EXIBIÇÃO
  • CINE BRASÍLIA: DIA 11, 17h 
  • CINE CULTURA LIBERTY MALL SALA 3: DIA 07,16h/DIA 10, 20h

ZOE (Oitavo dia de Festival)
Mostra Competitiva de Documentários
AvaliaçãoTrês castanhas e meia (3,5/5).

Zoe é uma espécie diferente de documentário, pois, na verdade, é uma ficção, contudo, seu formato de filmagem é idêntico ao modelo daquele. Assim, se faz um filme belíssimo que traz a pequena menina Zoe (Gavira) e sua mãe Gemma (Galán) passando por maus bocados em uma Espanha em crise. Gemma está desempregada como muitos dos jovens europeus. Contudo, seu status de mãe a inibe de ficar parada e não correr atrás de dinheiro para sustentar a filha. Se por um lado ela não tem assistência de familiares ou do pai da criança, um amigo ou outro está lá para ajuda-lá nas necessidades. Só o que Gemma não quer é ter que se separar de Zoe, devido as suas condições financeiras irem de mal a pior. 
Ander Duque, diretor do filme, consegue proporcionar, com um elenco minimo e uma história delicada, o que muitos longas dramáticos por ai não foram capazes de fazer, emocionar pra valer. Ele mesmo revela (o diretor estava no debate pós sessão do filme) que a pequena atriz nem consegue ver mais a película, pois suas memórias dela são muito intensas. No mais, Zoe é atual e muito bem recortado.


ZOE – Documentário, 89 min, Espanha, 2016. Direção/ Director: Ander Duque. Roteiro/ Screenplay: Ander Duque. Elenco/ Cast:Rosalinda Galán, Zoe Gavira. Produção/ Production: UVEME A.V.C.E., S.L.Produtor/ Producer: Elco Vieberink.Fotografia/ Cinematography: Aldo Chacón.
Sinopse: Gema está desempregada e sua filha, Zoe, sonha em ter asas. Ambas imaginam um novo lugar pintado de vermelho, longe de ruídos e mais perto delas mesmas.
EXIBIÇÃO
  • CINE BRASÍLIADIA 08 , 20h30 / DIA 11 ,19h
  • CINE CULTURA LIBERTY MALL SALA 3: DIA 05,16h 


A consoante entre três as películas é sim como o papel da mulher se revela dentro de cada história. Mãe, filha, mulher, compositora, todas têm grande efeito até mesmo naquelas em que o homem tem grande protagonismo.

See Ya!
B-