Desde que me entendo por gente eu gosto de MPB. Eu não sabia o que era e muito menos tinha esse tipo de influência musical em casa. Eu escutava na televisão, na aulas de português ou de história. Gostava daquelas músicas que eu conseguia entender as palavras (mas não o que significavam) e eram diferentes daquilo que sempre ouvi em casa, no carro com meus pais ou na casa da minha avó.
Alguns anos depois, lembro de em uma viagem em família ouvir e berrar Como Nossos Pais no carro até tirar a paciência do meu pai. Não sabia quem estava cantando, muito menos onde tinha aprendido a letra, mas eu adorava!!!! Quantas vezes na minha vida já berrei essa música pela casa...
Agora a memória é vaga. Já não sei quando descobri quem cantava essa música, sei que foi na internet. E também sei que nesse mesmo tempo descobri algumas – poucas – outras da Elis Regina. Sobre a vida dela sabia quase nada, só que havia morrido jovem e que cantava demais.
Com os anos, o meu lado “fã da Elis” foi aparecendo e eu comecei a pesquisar sobre a vida dela, conhecer mais músicas e ficar cada vez mais apaixonada. As músicas sempre tão lindas naquela voz forte e hipnotizadora. O bêbado e a equilibrista, Águas de Março, Madalena, Maria Maria, Só tinha de ser com você, Andança, Redescobrir, as músicas interpretadas por ela sempre me fascinaram.
Foram alguns especiais de tv, dezenas de vídeos no youtube – musicais e entrevistas - e um musical no teatro. Então era de se esperar que quando fiquei sabendo sobre a cinebiografia fiquei super empolgada, era a primeira vez que veria a Pimentinha no cinema!
Elis Ano: 2016
Direção: Hugo Prata
Elenco: Andréia Horta, Gustavo Machado, Caco Ciocler, Lúcio Mauro Filho
Após 34 depois da morte de Elis Regina, a cantora ganha sua primeira cinebiografia. O filme mostra Elis desde o início da carreira, quando chega ao Rio para tentar gravar seu primeiro disco e tudo começa a acontecer.
O longa faz alguns recortes de momentos marcantes na carreira e na vida da Pimentinha. As seleções são muito precisas e as passagens entre elas são sempre iguais: começa a música, a música se desenrola e o momento já é outro. As transições são bem diretas, não tem aquela sequência que flui naturalmente e vai te levando, eu tive a impressão de assistir algo feito em blocos. Os acontecimentos são mais ou menos aqueles que os que conhecem a história de Elis já sabem: início da carreira, sucesso na tv e na música, o casamento conturbado com o Ronaldo Bôscoli, mais música, as tretas leves com os militares, filhos, a personalidade forte, a “casa no campo”.
Andréia Horta, que deu vida à cantora está muito bem durante quase todo o filme. As músicas dubladas não me incomodam como incomodaram alguns, muito pelo contrário, para mim é fundamental ter a voz real da cantora. A única coisa que incomodava bastante era quando a atriz fazia a risada da Elis. Ai! Doía! Não consigo imaginar alguém fazendo aquilo como a Pimentinha sem parecer caricatura. Já que era inevitável usar a marca da cantora, uma vez seria o suficiente.
Cheguei ao cinema empolgada e alegre, saí emocionada e quase chorando. Bateu aquela bad. Não sei o que eu estava esperando, se era uma coisa com momentos mais alegres como os documentários para tv ou super animados como a versão pro teatro Elis, a Musical. Acontece que a vida dela depois da fama foi sempre conturbada e não tem como (ou porque) esconder isso.
O clima do longa é quase sempre pesado e poucas são as chances que temos de ver aquela Elis brilhando de empolgação. Sobra dramas da vida pessoal e falta a Elis cantante.
Apesar dos pesares, Elis é indispensável aos fãs e admiradores de uma das maiores cantoras que o Brasil já teve.
Elis chega as salas de cinema dia 24 de novembro (hoje!)
Até mais!
Fernanda
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