quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

E O Oscar de Filme Mais Emocionante Vai Para: 'Quatro Vidas de Um Cachorro'


Filmes que viram clássicos se repetem eternamente na grade da tevê aberta. E o lançamento da Universal Pictures para esta quinta-feira (26), ''Quatro Vidas de Um Cachorro'', é um concorrente fortíssimo para entrar nesta lista despojada de produções competentes. Primeiro por passar sinceridade e cativar, segundo por ser sensível a questões de importância e terceiro, mas não menos relevante, por ter grande chance de derreter até o coração mais gelado do polo norte. 

Com direção de Lasse Hallström e participação do renomado ator Dennis Quaid, o longa trabalha a ideia de reencarnação na vida animal, a partir da série de renascimentos e aventuras vividas pelo catyorro fofineo Bailey (voz de Josh Gad). O bichinho acha um propósito de vida após conhecer o pequeno Ethan (Bryce Gheisar) e ser integrado a família do garoto.

Ainda no elenco, Peggy Lipton, K.J. Apa, Bryce Gheisar, Juliet Rylance, Luke Kirby e Britt Robertson.


O  tom do filme exige dele um roteiro maduro e ele o apresenta com segurança. Algumas conveniências ali deixam o até mais simplista, contudo, ele caminha bem. A escolha de deixar o protagonista conduzir o espectador através dos acontecimentos de sua jornada colaboram com o bom ritmo da produção e não a tornam entediante. Na verdade, a ferramenta consegue ampliar a emoção das cenas. A grandiosidade dos takes sintonizam um filme feito para a telona, porém ainda assim há um pouco de tevê entranhado nele.

Não é a primeira vez de Lasse tratando de animais em uma produção e fica claro com a boa condução da trama. Ele se mantêm firme até nas alternâncias das gerações e procura sempre dar ao espectador takes com a visão de Bailey e takes com a visão dos humanos presentes. Suas jogadas de câmera nunca são em vão e ele foca exatamente o que é necessário para construir os passos do protagonista.

O elenco tem ótimas performances. Bryce Gheisar, K.J. Apa e Dennis Quaid vivem a infância, a juventude e a velhice do personagem Ethan. E a transição entre eles é muito bem realizada. Juliet Rylance interpreta a mãe do menino e a vemos em várias fases também. O patriarca da família é vivido por Luke Kirby. O ator tem um crescimento bom em tela e seus conflitos acabam mudando os rumos da vida do filho e da mulher, bem como de Bailey. Britt Robertson interpreta Hannah, namorada de Ethan, na fase jovem e na fase adulta o personagem é dado a Peggy Lipton. A voz do catyorro fofíneo é do ator Josh Gad que também a emprestou para outros tantos personagens fofinhos do cinema, Olaf na animação da Disney 'Frozen' e Chuck em 'Angry Birds: O Filme' são alguns deles.


O cachorro constrói sua jornada e cada uma de suas 'vidas' é significante para ajudá-lo a perceber certos encaixes de sua personalidade inicial. O curioso é que ele reencarna tanto como macho como fêmea. Além disso, têm diversas raças. As que tem mais enfoque sejam talvez quando ele conhece Ethan (Gheisar) como Golden Retriever, quando é um pastor alemão fêmea e trabalha para a policia de Chicago, quando é o mascote de uma família nos anos 80 ou ainda quando reencontra Ethan na velhice.

Em algumas vidas, o cachorro sofre vários maus-tratos, seja em canis ou ficando preso em casas de civis. E com o lançamento do filme surgiu a polêmica de que teria acontecido algo similar com os cães atores devido a este vídeo (clique aqui). A produtora do filme, o diretor e os atores negam tudo, mas estão investigando o release do mesmo e, a principio, se fala que houve má edição das imagens. Ademais, é estranho ver isto solto só agora, pois as filmagens do longa aconteceram em 2015 e do dia posterior ao ocorrido até então nunca denunciaram a produção do filme. Porquê então só no lançamento da produção? Não se importam com o sofrimento dos animais? somente com o boicote do filme? triste e muito suspeito.
Trailer


A película é ambientada em universos distintos, desde canis a fazendas, casas, escolas, delegacias e lagos. E a fotografa da produção está sempre atenta a luz natural dos ambientes e deixa tudo correr muito naturalmente. O figurino do filme muda diversas vezes, pois Bailey nasce em mil novecentos e bolinha e vai renascendo até os dias atuais. Então, vemos em tela a fase retrô da moda até os mullets dos anos 80. A trilha sonora não se sobressai, mas a lista de músicas escolhida para aparecer aqui e ali fazem o espectador se animar (cantei 'Take On Me' da banda inglesa A-HA do inicio ao fim).

Em suma, 'Quatro Vidas de Um Cachorro' é uma produção equilibrada. Emociona, questiona, faz rir e, se você tiver um peludinho na família, vai lembrar da fofura dele a todo momento.


Ficha Técnica: A Dog's Purpose,2017. DireçãoLásse Hallström. Roteiro: W. Bruce Cameron, Cathryn Michon, Audrey Wells, Maya Forbes e Wally Wolodarsky.Elenco: Dennis Quaid, Josh Gad, Peggy Lipton, K.J. Apa, Bryce Gheisar, Juliet Rylance, Luke Kirby, Britt Robertson, Gabrielle Rose e Michael Bofshever. Nacionalidade: EUA. Gênero: Drama, Comédia, Familia.Trilha Sonora Original: Rachel Portman. Fotografia: Terry StaceyEdição: Robert Leighton. Figurino: Shay CunliffeDistribuição: Universal Pictures Brasil. Duração: 02h00min.
Não recomendado para menores de 10 anos.

Amantes de bichineos, esse filme é para todos nós vocês!!!

Dica: Levem lencinhos!

Avaliação:  Três turbilhões de emoções e meio (3,5/5).

HOJE NOS CINEMAS!


See Ya!

B-

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Resident Evil: O Capítulo Final

Foto: Divulgação

Se você estivesse em um mundo pós-apocalíptico recheado de zumbis e a suas ações fossem determinantes para salvar a humanidade, qual seria sua primeira atitude? Pois pegue o primeiro objeto a sua direita e se prepare porque Resident Evil: The Final Chapter [3D] (Resident Evil 6: O Capítulo Final, em português) estreia quinta-feira, 26, nos cinemas brasileiros.

Foto: Divulgação
A história se passa logo após o ocorrido em Resident Evil: Retribuição e Alice (Milla Jovovich) é uma das poucas sobreviventes do massacre zumbi e precisa enfrentar a Umbrella mais uma vez na perspectiva de conseguir uma cura e salvar a humanidade. Para isso, ela precisa voltar para a Colmeia nos subsolos de Racoon City e reviver muitas das coisas as quais enfrentou no início de sua jornada.

Nesta sequência, Alice encontra velhos inimigos e aliados. Ajudada por Claire Redfield (Ali Larter) e outros sobreviventes isolados, ela precisa enfrentar Albert Wesker (Shawn Roberts), que está na Colmeia seguindo ordens de Dr. Isaacs (Iain Glen), verdadeiro vilão da história. O problema disso tudo é que as atuações não são lá grande coisa, até porquê os personagens que aparecem, além dos citados acima, não têm background emocional e não ficamos sabendo muito sobre eles. O foco maior é mesmo na personagem da Milla Jovovich, mas ainda assim, a atuação dela não é incrível. Com tudo isso, o que eu achei tosco mesmo foi a arrumadinha de cabelo do Dr. Isaacs no meio da luta. Ainda estão presentes Eoin Macken, Fraser James, Ruby Rose, William Levy e outros.
Foto: Divulgação
O longa tem roteiro e direção de Paul W.S. Anderson (Resident Evil 5/ Alien vs. Predador) e, apesar de amarrar e “encerrar” a história e de ter elementos que ajudam a lembrar como a protagonista chegou até aquele ponto, o roteiro apresenta algumas brechas que me incomodaram um pouco. Além disso, algumas escolhas para solucionar os principais problemas da história não me convenceram. Já na direção o que mais me incomodou foi a existência de tantos cortes nas cenas de ação. Aliado aos vários flashes luminosos, há momentos que fica até difícil entender o que está acontecendo.

A produção tem bons momentos visuais como as visões aéreas de Racoon City, da torre onde os sobreviventes estão e da grande horda de zumbis. Também recebem destaque, a plasticidade de alguns movimentos utilizados pela protagonista em algumas cenas.
Foto: Divulgação


Em resumo: Apesar das falhas de roteiro e das atuações que não me agradaram, Resident Evil: The Final Chapter tem bom visual. É um bom filme para encerrar a história (se bem a gente nunca sabe se vão encerrar mesmo) mas dentro da própria franquia há filmes melhores. Se você é fã da série, vai gostar de ver os flashes de outros filmes que são apresentados como maneira de fazer Alice se lembrar de algumas coisas e, com isso, refrescar a memória do telespectador. Vale a pena ver o filme em 3D já que os elementos são trabalhados para isso. Contudo, há um momento bem no início em que a legenda se confunde com uma das cenas (esse problema talvez não fique perceptível se você for assistir o filme em cópias dubladas).

Trailer

Ficha Técnica: Resident Evil: The Final Chapter, 2017. Direção: Paul W.S. Anderson. Roteiro: Paul W.S. Anderson. Elenco: Milla Jovovich, Ali Larter, Iain Glen, Shawn Roberts, Ruby Rose, Eoin Macken, William Levy, Lee Raviv. Nacionalidade: EUA. Gênero: Ação/Horror/Ficção Científica.. Diretor de Fotografia: Glen MacPherson. Distribuidora: Sony Pictures. Duração: 1h46min.
Nota: 2/5
Te vejo em breve. (^.^)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Os Saltimbancos Trapalhões - Rumo A Hollywood


Voltar a um mundo há muito esquecido exige uma boa atualização. Com a sequência de ''Os Saltimbancos Trapalhões''(1981), que recebe o subtítulo de 'Rumo A Hollywood'', acontece isso, apesar da trajetória do filme seguir muita da trama anterior. Porém, o tom de homenagem àqueles tempos é muito mais apreciado do que a inspiração em si.

Nesta nova jornada, o circo que Didi Mocó (Renato Aragão) e trupe trabalham têm que se reinventar, após a saída dos 'animais' do centro das apresentações. Isto faz com que Karina (Letícia Colin), recém-formada em administração e cheia de talentos artisticos, retorne da cidade grande para ajudar a salvar o lugar da falência. Enquanto isto, o novo gerente, Assis Satã (Marcos Frota), e sua parceira Tigrana (Alinne Moraes), bolam um plano mirabolante, em parceria com o corrupto prefeito da cidade (Nelson Freitas), para que o Barão (Roberto Guilherme), dono do circo, aceite, em troca de muita grana, realizar diversos eventos ali para o trio controlar tudo que acontece no Grande Circo Sumatra.

O filme tem direção de Daniel Tikhomiroff e roteiro de Mauro Lima e chega hoje aos cinemas.

Trailer


O roteiro se baseia e muito na primeira produção. Repete nomes e segue uma linha parecida, mas aqui, como não há a participação efetiva de Mussum e Zacarias, falecidos nos anos 90, o tom da película é totalmente de nostalgia e se preenche com boas homenagens. 

Didi (Aragão) tem grande participação, mas Dedé aparece para auxiliá-lo. Contudo, é a personagem de Karina, vivida por Letícia Colin (e inspirada pela participação de Lucinha Lins no longa de 81), que está sempre ao seu lado tramando os novos números. A filha de Aragão, Livian, ganha um papel singelo e tem cenas fofas com o pai. No enredo, a moça interpreta a sobrinha de Zoroastra (Maria Clara Gueiros), uma cigana que lê mãos e vê o futuro com uma certa ajuda tecnológica do Facebook. Alinne Moraes e Marcos Frota também interpretam papéis inspirados pelos atores Mila Moreira e Eduardo Conde.   

A direção de Daniel é amplamente movimentada e leva os personagens a brilhar. Sua câmera capta retornos, reencontros, sonhos, paixão, vingança e toda a beleza que há no universo dos trapalhões, criado anos atrás. Didi ganha enfoque, mas há uma bela surpresa nos créditos finais do longa.


A comédia é pincelada daquele jeito sutil e paspalhão de Didi, mas é a trilha sonora e a re-interpretação das canções dos Saltimbancos que fazem o filme ganhar rumo. Todas as músicas do clássico dos anos 80 aparecem aqui com nova roupagem, mas há uma não apresentada por lá que se ouve aqui. É a canção 'Amor Natural'. A composição também é de Chico Buarque, como todas as músicas de ambos os filmes.

O que fica mais legal aqui é que as apresentações do espetáculo não soam como videoclipes em sequência e a trupe de figurantes traz um tom teatral extremamente eficiente. Além disso, os recursos dos anos 2000 sobrepõem a escassez que havia no cinema de tempos atrás.



Ficha Técnica: Os Saltimbancos Trapalhões - Rumo A Hollywood, 2017. Direção: João Daniel Tikhomiroff. Roteiro: Mauro Lima. Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Letícia Colin, Emílio Dantas, Alinne Moraes, Marcos Frota, Livian Aragão, Marcos Veras, Nelson Freitas, Maria Clara Gueiros, Rafael Vitti, Roberto Guilherme. Nacionalidade: Brasil. Gênero: Comédia. Direção de Arte: Cláudio Amaral Peixoto. Direção Musical: Cláudio Botelho e Charles Möeller. Fotografia: Hélcio ''Alemão '' Nagamine, ABC. Montagem: Leticia Giffoni. Trilha Sonora: Marcelo Castro. Distribuidoras: Downtown Filmes, Paris Filmes e Globo Filmes.


Uma produção que saúda os bons tempos dos eternos trapalhões nos cinemas.

Avaliação: Três gargalhadas saudosas (3/5).

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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

La La Land - Cantando Estações


É bem possível que uma chama se acenda em seu coração esta semana, pois “La La Land” (La La Land: Cantando estações, em português), filme de Damien Chazelle, chega aos cinemas brasileiros, no próximo dia 19.

Grande vencedor do Globo de Ouro 2017, o musical (sim, é um musical) conta a história de Mia (Emma Stone) na luta diária para ser atriz como sempre sonhou e Sebastian (Ryan Gosling), músico que almeja ter seu próprio clube clássico de Jazz. Ambos vivem em Los Angeles, cidade que, apesar das diversas oportunidades, é mais conhecida por esmagar boa parte dos sonhos daqueles que tentam viver do entretenimento.

Mia trabalha em uma cafeteria no centro de grandes gravações cinematográficas e Sebastian faz trabalhos musicais, digamos, não muito bem sucedidos apesar de seu grande talento. Suas vidas vivem se esbarrando até que eles decidem transformar histórias distintas em uma única e vão atrás de seus sonhos.

Pois bem, vamos falar primeiro da direção. Damien Chazelle (Whiplash) mandou muito bem, não só por dirigir bem as cenas, os enquadramentos e as decisões de takes, mas também pelo belíssimo roteiro bem escrito e consolidado. O filme tem aspectos bem teatrais, ajustes de luz e posicionamentos cênicos excelentes. Vale a pena conferir. Além disso, a cenografia está incrível e cheia de elementos que agregam muito positivamente para a película.


O elenco está perfeito e a Emma Stone, desde o início, mostra que sua personagem tem bastante a oferecer e que o filme é sobre ela e dela (principalmente). Ryan Gosling não fica atrás, seu personagem casa muito bem a trama e o entrosamento encontrado pelos dois faz você torcer por eles e se aproximar bem do casal [aliás, este é o terceiro filme em que atuam juntos]. O longa ainda tem a maravilhosa e hilária participação de J. K. Simmons (Whiplash e Homem Aranha), John Legend (Homens do Soul), Rosemarie DeWitt (Poltergeist – o fenômeno) e muitos outros.


A trilha sonora é um dos pontos altos, sem dúvida. Não é à toa que “City of Stars” recebeu o Globo de Ouro de melhor música e, na minha opinião, ela nem é a melhor música da produção. Corre para conferir, pois já tem disponível no Spotify.

A fotografia do filme me agradou demais. Há momentos em que se pode ficar de boca aberta, inclusive. Achei bacana, inclusive, como em alguns momentos os personagens brincam com isso dizendo coisas como “já vi melhores”.


Em Resumo, La La Land é um filme muito amorzinho. As coreografias musicais são boas, a fotografia é incrível, a trilha sonora mais ainda, a direção soube muito bem como conduzir a história e as atuações são dignas de prêmio. Por falar nisso, se a produção concorrer ao Oscar de Melhor filme, arrisco dizer que pode sair vitorioso por um motivo simples: é um musical com tanta referência a filmes clássicos Hollywoodianos que acaba sendo uma verdadeira massagem ao ego da academia. Mas é certeza que muita gente pode sair da sala de cinema igual ao gif acima. =D
 
Trailer


Ficha Técnica: La La Land, 2017. Direção: Damien Chazelle. Roteiro: Damien Chazelle. Elenco: Emma Stone, Ryan Gosling, J.K.Simmons, John Legend, Rosemarie DeWitt. Nacionalidade: EUA. Gênero: Musical/Comédia. Trilha Sonora Original: Justin Hurwitz. Fotografia: Linus Sandgren. Cenografista: David Wasco. Distribuidora: Paris Filmes. Duração: 2h08min.

Nota: 4,5/5

Te vejo em breve. ;D

Por Leandro Lisbôa

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Assassin's Creed (3D)


Com mais de oito jogos lançados sobre a série 'Assassin's Creed', a Ubisoft, empresa responsável pelos games, resolveu transportar aquele universo também para os cinemas. A trama foi escrita especialmente para a empreitada, mas apresenta muitos dos detalhes dos jogos. Estrelado e produzido por Michael Fassbender, o longa têm ainda no elenco astros de status como: Jeremy Irons, Marion Cotillard, Charlotte Rampling e Brendan Gleeson. 

O enredo traz o rebelde Callum Lynch (Fassbender) encarando uma 'nova vida', após as indústrias Abstergo o coagir a conhecer seu passado. Call é descendente do guerreiro Aguilar, um membro de uma antiga Ordem de Assassinos. No século XV, o grupo lutava contra os templários, sacerdotes cristãos que usavam seu poder de forma ditatorial para controlar o mundo. Ao reviver 'sua memória genética, Call se descobre um habilidoso lutador e aos poucos percebe que a batalha de seus antepassados agora é sua também. 

A produção conta com a direção de Justin Kurzel (Macbeth) e entra em cartaz em circuito nacional hoje (12).

Trailer


Como foi revelado que o roteiro apenas se baseia nos jogos, ou seja, ele não usa exatamente alguma das histórias dele, não há o porquê tentar fazer comparação. Além disso, ambas obras lidam com universos diferentes. Aqueles, contudo, que conhecem e jogam 'Assassin's Creed' vão reconhecer características óbvias dele como: a guerra entre duas sociedades secretas, o uso da Animus para voltar a memória genética, os detalhes dos artefatos bélicos e também as vestimentas usadas. O que o filme traz de distinto são os novos personagens e um pouco do contexto criado para o universo do audiovisual.

Bem, o problema do roteiro não é exatamente a história, mesmo que ela seja um tanto quanto batida ou enfadonha (DeusxCiênciaxHomem), mas sim o quão rasos são os personagens e suas viradas de rumo. Tudo vem muito mastigado e simples e dá ao espectador poucos motivos para reagir ao tom sério da trama. Na verdade, por tomar uma posição mais severa é que o longa não consegue se encaixar e se desequilibra da metade até o seu desfecho. Outro deslize da trama é que ela não procura trabalhar com mais profundidade o embate moral causado por esta 'disputa de poder' entre as duas sociedades. Afinal, uma julga-se protetora e a outra controladora, quando, na verdade, ambas usam de meios vis para atingirem seus objetivos. 

A direção, contudo, é organizada. Kurzel revela ótima técnica e faz o espectador visualizar incríveis cenas de ação onde há perseguição a cavalo, uso continuo do 'Le Parkour' e takes grandiosos. Estes últimos são tão reais que parecem até realizações em CGI. Só que  o diretor revelou que a maior parte do filme não é implementada por computação gráfica e sim por técnicas de filmagem e também dos atores. 


O elenco maravilhoso do longa não faz a história ascender, mas trabalham e são conduzidos na medida (talvez por isto não conseguem se sobressair). Fassbender e Labed foram os únicos que fizeram 95% das suas cenas e ambos trazem imensa verdade aos seus personagens usando as artes marciais de um jeito espetacular.  Há uma dobradinha de pai e filho aqui, pois Brendan Gleeson e Brian Gleeson interpretam o mesmo papel. Jeremy Irons e Marion Cotillard ganham um bom tempo em tela, mas o que um tem de vilão o outro não sabe para que lado vai e isto se torna prejudicial.

A direção de arte de 'Assassin's Creed está impecável. O figurino de Sammy Sheldon é sensacional também e foi inteiramente feito a mão. A fotografia se fundamenta em dois tipos de ambientes, o moderno e o antigo. Assim, usa tons mais cinzas para o primeiro e mais amarelados para o segundo. A trilha sonora é de Jed Kurzel e o moço trabalha a dualidade de tons invocando sons de bateria, piano e violino. O 3D é altamente bem magistrado, então se decidir assistir o filme, este pode ser considerado.
Ficha Técnica: Assassin's Creed, 2016. Direção: Justin Kurzel. Roteiro: Michael Lesslie, Adam Cooper e Bill Collage - baseado no video game criado por Patrick Désilets, Corey May e Jade Raymond. Elenco: Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons, Brendan Gleeson, Brian Gleeson, Charlotte Rampling, Michael Kenneth Williams, Dénis Ménochet, Ariane Labed, Mary Linch, Carlos Bardem, Javier Gutiérrez, Angus Brown e Callum Turner. Nacionalidade: Eua, França. Gênero: Fantasia, Ação, Ficção Científica. Trilha Sonora Original: Jed Kurzel. Figurino: Sammy Sheldon. Fotografia: Adam Arkapaw. Direção de arte: Marc Homes. Distribuição: Fox Film. Duração: 01h48min. 

Ponto negativo: São inúmeros, pois a trama não consegue prender tanto a atenção quanto o jogo. Além disso, o rumo de certos personagens muda em diversos momentos e isto os torna muito superficiais.


Avaliação: Dois papas entediados (2/5).

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Passageiros


2017 se inicia com a estreia da mega produção estrelada por Jennifer Lawrence e Chris PrattPassageiros. O filme se revela bastante original, mas peca em diversos momentos quando se deixa levar por caminhos previsíveis, inclusive em seu desfecho.

A trama mostra a ida dos passageiros da nave Avalon para a nova colônia da terra, a Homestead II. A aeronave está transportando cerca de cinco mil pessoas e também a tripulação responsável pelo auxilio da viagem. Contudo, noventa anos antes de chegar ao seu destino final, o mecânico Jim Preston (Pratt) e a escritora Aurora Lane (Lawrence) despertam por causa de um erro em suas cabines. Como são os únicos acordados ali, eles desenvolvem uma amizade que não tarda a virar algo mais. Porém, a Avalon começa a dar pane no seu sistema e Jim e Aurora são únicos que podem tentar fazer algo para salvar todos a bordo.

O roteiro é do mesmo escritor responsável por Prometheus e Doutor EstranhoJon Spaihts, e a direção fica por conta de Morten Tyldum.
Trailer



A produção se destaca por trazer um elenco muito competente, que é sim pequeno, mas divinamente perfeito para cada cena proposta. Jennifer e Pratt não estão muito diferentes do que já vimos por ai, mas a dupla ganha um bom tempo de tela e desenvolvem ótimos conflitos entre seus personagens. Todavia é quando Michael Sheen e Laurence Fishburne adentram o enredo que o cenário ganha mais nitidez. Sheen, interpreta o barman Arthur que, na verdade, é um Androide. Seu sotaque e charme britânico são usados no filme propositalmente para dar um ar de mistério ao personagem. E ele acha um novo patamar para o papel, pois não é nada como os robôs anteriormente vividos no cinema por Michael Fassbender (Prometheus) ou ainda Jude Law (AI). Laurence Fishburne vive Gus Macuso e, mais uma vez, consegue 'guiar' bem como antagonista em uma produção. Há ainda uma pequena participação de Andy Garcia na película que poderá lhe fazer dar uma boa risada. 

O roteiro de Spaihts escolhe ser simples, mas não deixa de ser atraente. Traz uma narrativa bem explicada e amarrada, contudo ela desemboca em um mar de acontecimentos esperados. O que faz você se perguntar se o rumo que os personagens tomam poderia ter sido melhor aprofundado se fosse distinto do que se vê. Por fim, Spaihts deixa claro que ele trabalha com a reflexão, mas que no fundo prefere que a diversão e a emoção tomem conta da trama. Aliás, ele até abre espaço para discussão sobre o 'livre arbítrio', em certa parte do filme, mas como esse é um dos conflitos mais poderosos da trama (e o trailer consegue esconder isto) é válido deixar o público assistir e cada qual chegar as suas conclusões. 

VAI CAUSAR = > Se preparem que a gangue das feministas radical deve ter muito o que falar sobre um certo acontecimento no enredo. Pois um ato cometido por alguém muda completamente a vida da personagem de Jennifer Lawrence. Tal feito pode talvez vir a ser considerado de tom machista, depende do ponto de vista de cada um, porém convém assinalar que as circunstâncias o põe muito mais como uma atitude egoísta do que qualquer outra coisa. O próprio diretor comenta (e afirma) que qualquer ser humano está propenso a repetir tal ato.


A direção de Morten é precisa. Acompanhando o casal em cada passo que dão e com um ótimo olhar sobre a questão espacial. As ferramentas que ele usa deixa tudo muito aberto e o espectador vê tudo com naturalidade. Há giros de câmera e grandes enfoques nos rostos dos atores, mas não fica somente nisso, pois ele faz a galáxia entrar no campo de visão de quem está assistindo em vários momentos. Com a ajuda do roteiro, ele consegue ainda fazer que a nave seja não só um palco como um dos protagonistas. O diretor foi também responsável pelos filmes 'O Jogo Da Imitação' e 'HeadHunters', ambos excepcionais.

Thomas Newman foi a escolha certeira para a trilha sonora. Ele não repete o que já ouvimos dele e nem soa parecido com o que outras trilhas, desta mesma temática, já apresentaram. Pelo contrário, ataca com muita força nossos ouvidos, mas também traz melodias delicadas. O design da produção é excelente e ela arrebenta também nos figurinos e na fotografia. Se possível, considere assistir em 3D, pois o visual do filme está estupendo.


Ficha Técnica
Título original e ano: Passengers, 2016. DireçãoMorten Tyldum. Roteiro:Jon Spaihts.Elenco:Jennifer Lawrence, Chris Pratt, Laurence Fishburne, Michael Sheen e Andy Garcia. Nacionalidade: EUA. Gênero: Ação, Scifi.Trilha Sonora Original:Thomas Newman. Fotografia:Rodrigo PrietoMontagem:Maryann Brandon.Figurino:Jany TemimeDesenhista de Produção:Guy Hendrix DyasDistribuição: Sony Pictures Brasil. Duração: 01h57min.Não Recomendado Para Menores de 12 anos
Ponto Negativo: Há uma ótima construção de enredo, mas o desfecho pode não agradar por ser simplista ou previsível demais. Mesmo assim:

Passageiros é uma boa pedida para as férias e pode levantar alguns debates interessantes!

Avaliação: Três robôs altamente bem humorados (3/5).

See Ya!

B-