quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Os Saltimbancos Trapalhões - Rumo A Hollywood


Voltar a um mundo há muito esquecido exige uma boa atualização. Com a sequência de ''Os Saltimbancos Trapalhões''(1981), que recebe o subtítulo de 'Rumo A Hollywood'', acontece isso, apesar da trajetória do filme seguir muita da trama anterior. Porém, o tom de homenagem àqueles tempos é muito mais apreciado do que a inspiração em si.

Nesta nova jornada, o circo que Didi Mocó (Renato Aragão) e trupe trabalham têm que se reinventar, após a saída dos 'animais' do centro das apresentações. Isto faz com que Karina (Letícia Colin), recém-formada em administração e cheia de talentos artisticos, retorne da cidade grande para ajudar a salvar o lugar da falência. Enquanto isto, o novo gerente, Assis Satã (Marcos Frota), e sua parceira Tigrana (Alinne Moraes), bolam um plano mirabolante, em parceria com o corrupto prefeito da cidade (Nelson Freitas), para que o Barão (Roberto Guilherme), dono do circo, aceite, em troca de muita grana, realizar diversos eventos ali para o trio controlar tudo que acontece no Grande Circo Sumatra.

O filme tem direção de Daniel Tikhomiroff e roteiro de Mauro Lima e chega hoje aos cinemas.

Trailer


O roteiro se baseia e muito na primeira produção. Repete nomes e segue uma linha parecida, mas aqui, como não há a participação efetiva de Mussum e Zacarias, falecidos nos anos 90, o tom da película é totalmente de nostalgia e se preenche com boas homenagens. 

Didi (Aragão) tem grande participação, mas Dedé aparece para auxiliá-lo. Contudo, é a personagem de Karina, vivida por Letícia Colin (e inspirada pela participação de Lucinha Lins no longa de 81), que está sempre ao seu lado tramando os novos números. A filha de Aragão, Livian, ganha um papel singelo e tem cenas fofas com o pai. No enredo, a moça interpreta a sobrinha de Zoroastra (Maria Clara Gueiros), uma cigana que lê mãos e vê o futuro com uma certa ajuda tecnológica do Facebook. Alinne Moraes e Marcos Frota também interpretam papéis inspirados pelos atores Mila Moreira e Eduardo Conde.   

A direção de Daniel é amplamente movimentada e leva os personagens a brilhar. Sua câmera capta retornos, reencontros, sonhos, paixão, vingança e toda a beleza que há no universo dos trapalhões, criado anos atrás. Didi ganha enfoque, mas há uma bela surpresa nos créditos finais do longa.


A comédia é pincelada daquele jeito sutil e paspalhão de Didi, mas é a trilha sonora e a re-interpretação das canções dos Saltimbancos que fazem o filme ganhar rumo. Todas as músicas do clássico dos anos 80 aparecem aqui com nova roupagem, mas há uma não apresentada por lá que se ouve aqui. É a canção 'Amor Natural'. A composição também é de Chico Buarque, como todas as músicas de ambos os filmes.

O que fica mais legal aqui é que as apresentações do espetáculo não soam como videoclipes em sequência e a trupe de figurantes traz um tom teatral extremamente eficiente. Além disso, os recursos dos anos 2000 sobrepõem a escassez que havia no cinema de tempos atrás.



Ficha Técnica: Os Saltimbancos Trapalhões - Rumo A Hollywood, 2017. Direção: João Daniel Tikhomiroff. Roteiro: Mauro Lima. Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Letícia Colin, Emílio Dantas, Alinne Moraes, Marcos Frota, Livian Aragão, Marcos Veras, Nelson Freitas, Maria Clara Gueiros, Rafael Vitti, Roberto Guilherme. Nacionalidade: Brasil. Gênero: Comédia. Direção de Arte: Cláudio Amaral Peixoto. Direção Musical: Cláudio Botelho e Charles Möeller. Fotografia: Hélcio ''Alemão '' Nagamine, ABC. Montagem: Leticia Giffoni. Trilha Sonora: Marcelo Castro. Distribuidoras: Downtown Filmes, Paris Filmes e Globo Filmes.


Uma produção que saúda os bons tempos dos eternos trapalhões nos cinemas.

Avaliação: Três gargalhadas saudosas (3/5).

HOJE NOS CINEMAS!

See Ya!

B-

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