As atrizes Katherine Heigl e Rosario Dawson protagonizam o suspense indigno 'Paixão Obssessiva', filme que chega hoje aos cinemas brasileiros.
No enredo, Heigl vive Tessa. Mãe da pequena Lily (Isabella Kai Rice), fruto de sua relação com o ex-marido David (George Stults). Após a separação, a guarda da criança fica com o pai e logo David engata um novo romance com a escritora Julia Banks (Dawson), o que deixa Tessa enfurecida, afinal, ela não aceita o fim da relação e vai fazer de tudo para ter o marido de volta.
A película tem direção da produtora Denise Di Novi e roteiro de David Leslie Jonhson com trama escrita por Christina Hodson.
O roteiro traz duas mulheres com histórias de abuso. Mas enquanto uma delas apenas sofreu abusos, a outra não só sofreu como também foi instigada a causar.
Dawson encarna Júlia. Uma mulher traumatizada pelos maus tratos de seu ex-parceiro. Uma escritora que tenta se adaptar uma nova vida e a um novo amor. Já a Tessa de Heigl se constrói a partir de um perfeccionismo radical instaurado por sua mãe no processo de seu crescimento, atitude que ela também começa a praticar com a própria filha.
A vida de Tessa é baseada em ser a mulher mais perfeita, como sua mãe fora, seguindo assim os padrões de uma sociedade decadente: ser bem casada, bela e do lar. Porém tanta perfeição circula apenas na superfície já que a personagem é totalmente maluca e psicótica. Alguém que não só faz mal a si, como com quem a cerca.
Di Novi tem uma estréia fraca no cinema. Sua experiência na televisão não sustenta um controle cinematográfico voltado para a telona e não ultrapassa os pontos fracos do roteiro (explicações lights da vida dos personagens que poderiam ser mais ricos e melhor aproveitados).
Traz cenas de sexo sem tom, um amor platônico piegas e traumas que teriam tudo para ser empregados de forma mais contundente e não o são. A relação de cobranças entre avó, mãe e filha também é algo descontinuado e que poderia ter sido explorado bastante dando ali um bom arco ao histórico de psicoses de Tessa. Mas vemos 3% e nada mais.
O personagem do marido 'disputado' não acrescenta nada para a trama e é tão fraco quanto o sub-vilão jogado para 'impulsionar' conflitos com a personagem de Dawson. Heigl é o papel perfeito da mulher maluca, mas não chega nem perto da maravilhosa Glenn Close em 'Atração Fatal', de 1987.
Mariam Toy, figurinista da película, ajuda a construir duas mulheres completamente distintas e vemos que o que Julia tem mais de descontraída não se aplica a Tessa. Que vem clássica e estilosa. A trilha sonora é de Toby Chu e o pouco suspense que temos aqui se deve a ele.
Com uma edição rápida, o filme chega ao seu fim sem muitas surpresas, se resolve e apresenta novos problemas, contudo sempre querendo ser sútil.
Ficha Técnica: Unforgettable, 2017. Direção: Denise Di Novi. Roteiro: David Leslie Jonhson e Christina Hodson. Elenco: Katherine Heilg, Rosari Dawson, Geof Stults, Cheryl Ladd, Alex Quijano, Isabella Kai Rice, Whitney Cummings. Gênero: Suspense, Drama. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Toby Chu. Figurino: Marian Toy. Fotografia: Caleb Deschanel. Edição: Frédéric Thoraval. Distribuidora: Warner Bros Pictures. Duração: 01h40min.
Avaliação: Um desastre na rodovia (1/5).
Hoje nos cinemas!
B-
Um comentário:
Postar um comentário
Pode falar. Nós retribuímos os comentários e respondemos qualquer dúvida. :)