Um emprego, um companheiro, planos de ter
uma família. Aparentemente uma vida estável.
Na outra ponta uma mulher recomeçando a vida
como uma pessoa livre, que cumpriu sua dívida para com a sociedade. Tudo muda quando o destino junta estas duas
mulheres e desenterra fatos de um passado marcado por traumas, abandonos e
abusos.
Confesso que fui assistir o filme francês "Faces de uma mulher" (Orpheline), do cineasta Arnaud Pallières, com uma ponta de preconceito. Não gosto de filme que sou obrigada a ler as legendas por não saber a língua. Mas nas primeiras cenas esqueci totalmente este detalhe e me envolvi com as vidas destas mulheres que se mesclam em uma só.
A trama começa quando Tara (Gemma Arterton) sai da prisão após cumprir pena por roubo. A primeira coisa que faz é procurar Renee (Adèle Haenel), uma mulher na faixa dos 30 anos, diretora de uma escola, cuja preocupação atual é o tratamento para engravidar. Tara está buscando sua parte do dinheiro roubado por ambas anos atrás.
Esse fato revela a verdadeira identidade de
Renee, cujo nome é Karine, e ela é presa.
Em outra cena está Sandra, a bela Adèle
Exarchopoulos, atriz francesa de ascendência grega que ganhou fama aos 20
anos com "Azul é a cor mais quente". Se um dia Adèle disse temer ser
apenas conhecida como a menina de "Azul" agora aos 23 anos
mostra um trabalho maduro e consistente. Cenas fortes e altamente sensuais são
o ponto alto do filme, inclusive cenas de lesbianismo que remetem à Azul.
Sandra está em um café para encontrar um senhor
apostador de corridas de cavalos que supostamente lhe dará um
"trabalho". Sandra conhece Tara que tem planos escusos e ambiciosos.
A partir do encontro decisivo e que define o futuro desta mulher a
trama mostra de forma regressiva quatro momentos (ao melhor estilo
Benjamin Button, mal comparando) que interligam as histórias.
Trailer
O filme traz então a história de Karine (Solene
Rigot) uma garota de 13 anos (mente ter 18 ou 16 quando necessário) que faz
tudo para ficar longe de casa onde um pai ausente e agressivo a espera. Desta
forma envolve-se com todo tipo de homem no clube noturno que frequenta
clandestinamente, procurando pela atenção que não recebe da família
desestruturada.
A quarta e última protagonista é Kiki (Vega
Cuzytek) uma criança de aproximadamente 5 anos traumatizada pela morte dos
amiguinhos em uma brincadeira de esconde-esconde.
As narrativas correm independentes e leva
algum tempo para se fazer uma conexão entra as histórias.
O circulo se fecha quando Renee (Haenel) às
vésperas de dar à luz, sai da prisão e é levada pelo companheiro para a
Romênia onde o bebê nasce.
Ficha Técnica: Orpheline, 2016. Direção: Arnaud Des Pallières. Roteiro: Christelle Berthevas. Elenco: Adèle Haenel, Adèle Exarchopoulos, Gemma Arterton, Solène Rigot. Gênero: Drama. Nacionalidade: França. Figurino: Nathalie Raoul. Fotografia: Yves Cape. Edição: Arnaud Des Pallières, Guillaume Laura e Emilie Orsini. Distribuidora: Mares Filmes. Duração: 01h51min.
As histórias se conectam e aparentemente
se tornam uma... A meu ver, à princípio não é tão simples assim perceber essa
ligação e isto pode confundir o público e tirar o interesse pela trama. No meu
caso foi o oposto...se tornou um grande quebra cabeça ligar as quatro
partes e prendeu minha atenção o filme todo. Foi como assistir quatro filmes
com um ingresso. Entrou na minha lista de "Gostei" 😊
Vá conferir e me conte depois o que achou!
25 de Maio nos cinemas!
25 de Maio nos cinemas!
Por Helen Nice
Instragram : @n.dacoruja
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