Saído diretamente de crônicas antigas sobre a Grã-Bretanha, o lendário personagem de Rei Arthur já apareceu em milhares de universos (literário ou cinematográfico e até na tevê). Em cada um, o tom sempre foi determinado de forma distinta. No longa ''Monty Python e o Santo Graal'' de Terry Gilliam e Terry Jones, de 1975, por exemplo, vê-se uma comédia satírica já em ''Excalibur'', dirigida por John Boorman em 1981, um drama, além de outras inúmeras produções para a tevê e também o filme de aventura que Antoine Fuqua dirigiu, em 2004, onde o ator Clive Owen interpreta o nobre.
Assim, pelas mãos de Guy Ritchie, um dos diretores mais sagazes de sua geração, esse líder tão adorado pelos britânicos, ganha uma roupagem moderna e com um recorte especifico: a juventude de Arthur.
Ritchie é ainda responsável pelo roteiro em parceria com Joby Harold e Lionel Wigram. A produção, já lançada lá fora, está em terceiro lugar no box office, mas não alcançou sequer o seu orçamento, algo que talvez tenha impacto negativo no plano dos realizadores de estabelecer uma nova franquia (e pelo que se sabe com seis filmes).
'Rei Arthur, A Lenda da Espada' é estrelado por Charlie Hunnam (da serie Sons of Anarchy) e chega aos cinemas brasileiros esta quinta-feira (18).
A trama se inicia com a luta do Rei Uther (Eric Bana) para defender o seu reinado de um mago poderoso. Com a batalha perdida, Uther tenta salvar seu filho o escondendo de forças malignas. Vortigern (Jude Law), irmão do rei, acaba então assumindo o trono e fazendo todo o reino sentir seu poder. Próximo ao castelo, um jovem chamado Arthur, cresce nas ruas e apreende a sobreviver. Com o passar dos anos a espada do Rei Uther reaparece fincada em uma pedra e todos os moradores de Londonium, inclusive, Arthur é levado pelos soldados para tentar retirá-la de seu lugar. É quando o jovem descobre suas verdadeiras origens e é desafiado a usar um poder ainda desconhecido à ele.
A jornada de Arthur é contada de maneira menos enfadonha. Menos ainda do que qualquer outro filme sobre o nobre. Conhecemos sua origem e como ele se torna um jovem disciplinado com muita pontualidade e cortes rápidos (marca explicita de Ritchie). Pitadas de comédia (também de um jeito bem Ritchie de ser) são adicionadas e, claro, ação e fantasia correm soltas.
Há uma certa demora para se encerrar o segundo ato - momento em que o personagem está renegando sua real missão. Mas sim Rei Arhur é construído, por mais da metade do filme, como uma figura inteligente e isso não se destrói. Todos os outros coadjuvantes e antagonistas chegam para adicionar e fazem a jornada de Arthur ficar ainda mais interessante. É sim trabalhado o lado do 'ressurgimento' dos magos - Merlin, como sempre é apenas citado, mas envia uma representante forte para auxiliar no cumprimento da profecia.
Vortigern (Law) é um vilão que parte pra cima e consegue o que quer não importa os meios. Também como Uther, o rei usurpador possui magia no sangue, mas quer mais e mais e ao saber que existe uma profecia sobre uma possível revolta contra o seu reinado, sai ensandecido procurando seu oponente. A chegada da maga, vivida pela atriz Astrid Bergès-Frisbey, é conveniente as descobertas de Arthur e um circulo de pessoas começam também a querer ajudá-lo. Além, claro, dos fiéis amigos de Arthur (que ganham apelidos maravilhosos, outra marca da escrita de Ritchie)
O elenco tem força. Hunnam é um protagonista com simpatia e malandragem e o antagonista de Law também desperta interesse. Frisbey acredita no que interpreta e também se sai bem. No mais, o palco ganha ainda atores vindos da série Game Of Thrones, Aidan Gillen e Michael McElhatton, uma pequena participação do jogador de futebol David Beckaham e o renomado Djimon Hounsou.
Ritchie não faz aqui seu melhor filme, pois repete um arsenal de ferramentas que estamos acostumados a vê-lo usar em seus outros longas, todavia, como proposta de blockbuster, traz diversão ao público. E nessa categoria: é o que importa.
Daniel Pemberton, compositor da trilha sonora, também trabalhou no filme anterior de Ritchie (O Agente da U.N.C.L.E) e implementa aqui sons tribais e folks que fazem a alegria dos Vikings e embala boas cenas. Figurino e departamento de arte estão soberbos (não esperaria menos).
Trailer
Ficha Técnica: King Arthur: The Legend of the Sword, 2017. Direção: Guy Ritchie. Roteiro: Joby Harold, Lionel Higram e Guy Richie - trama de Joby Harold e David Dobkin. Elenco: Charlie Hunnam, Jude Law, Poppy Delevigne, David Beckham, Astrid Bergès-Frisbey, Eric Bana, Aidan Gillen, Michael McElhatton, Djimon Hounsou e Tom Wu. Gênero: Aventura, Ação, Fantasia. Nacionalidade: Reino Unido, Australia e EUA. Trilha Sonora Original: Daniel Pemberton. Figurino: Annie Symons. Fotografia: John Mathieson. Edição: James Herbert. Distribuidora: Warner Brors Pictures do Brasil. Duração: 02h06min.
Vale sim a ida ao cinema (e o 3D faz diferença, sério!), só não espere um episódio majestoso de Game of Thrones.
Avaliação: 2 lutas de espada e oitenta criaturas mágicas(2,80/5).
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos.
Hoje nos cinemas!
1 comments:
O elenco fez um excelente trabalho no filme. Charlie Hunnam esta impecável no filme Rei Arthur. Ele sempre surpreende com os seus papeis, como ator se compromete muito com o personagem. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Seguramente o êxito de filme Rei Arthur deve-se a participação dele no filme, porque tem muitos fãs que como eu se sentem atraídos por cada estréia cinematográfica que tem o seu nome exibição. Além, acho que a sua participação neste filme de aventura realmente ajudou ao desenvolvimento da história. Ninguém poderia fazer o papel de Rey Arthur melhor do que ele. Me apaixonei por ele neste filme.
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