Quando se fala em cinema brasileiro, normalmente alguns nomes de atores vêm à mente do público: Lázaro Ramos, Rodrigo Santoro, Wagner Moura e Selton Mello. O último faz parte da nova estreia nacional da semana, não só como ator, mas também como diretor e corroteirista - em colaboração com Marcelo Vindicato (O Palhaço e Feliz Natal).
Fazem parte do elenco do novo longa-metragem os atores Johnny Massaro (Malhação e Divã), Vincent Cassel (Cisne Negro), Selton Mello (O Auto da Compadecida, Lisbela e o Prisioneiro e mais um monte), Bruna Linzmeyer (Rio, Eu Te Amo), Bia Arantes (Real, o plano por trás da história), Ondina Clais Castilho (A Paixão Segundo João), Martha Nowill (Vermelho Russo), João Prates (1947), entre outros.
Tony e o pai sempre foram muito próximos e amorosos um com o outro, até Nicolas abandonar a família
O Filme da Minha Vida acompanha a história e o amadurecimento de Tony Terranova (Massaro), que vai para a cidade grande estudar. Quando retorna à terra natal, na Serra Gaúcha durante a década de 1960, o pai Nicolas (Cassel) abandona a família - composta por ele e pela mãe Sofia (Castilho). Recém-formado, o jovem passa a dar aula de francês em um colégio, enquanto o amor floresce e o motivo do sumiço da figura paternal o frustra, o que o faz buscar a verdade.
Uma coisa interessante é que, apesar de Selton Mello atuar neste filme, ele não é o protagonista (fato que costuma ocorrer com frequência). Ele interpreta o melhor amigo de Nicolas, um "brucutu" que cuida de porcos, é apaixonado por Sofia e sempre frequentou a casa da família Terranova. O personagem é importante em diversos momentos na trajetória de Tony. Como de costume, o ator é ótimo no trabalho.
Olha que casal lindo!
Johnny Massaro entrega um papel que muito provavelmente marcará o resto de sua carreira. O protagonista entrega um personagem amável e sensível, que é apaixonado por cinema e poesia. A obsessão pelo abandono do pai é muito convincente. O jovem Tony não vê a hora de começar a vida amorosa e tem interesse pelas irmãs Madeiro, Luna (Linzmeyer) e Petra (Arantes), o que garante uma das melhores cenas do filme - já havia sido divulgada parte dela antes no trailer do filme.
Abaixo, a partir dos 2min!
Dois atores com papéis menores, mas que merecem ser lembrados aqui são João Prates e Martha Nowill. O primeiro é aluno de Tony e irmão das mulheres que mexem com o coração do professor. Já a segunda trabalha em um bordel frequentado por alguns dos personagens d'O Filme da Minha Vida. Ambos são responsável por alívios cômicos do filme que causam boas gargalhadas no público.
Uma ressalva necessária de ser feita é sobre a personagem Sofia, que poderia ter sido muito mais trabalhada, ainda mais que é interpretada por uma atriz boa que nem Ondina Clais Castilho provou ser. Por falar de atuação de mulheres, a
Super compreensível o interesse de Tony pelas irmãs, né? Que mulherões da porra mulheres maravilhosas!
A fotografia, que apresenta muito verde e bege quando mostra a serra, é fantástica, e as paisagens são belíssimas. São utilizados planos e enquadramentos de arrepiar, capazes de despertar sentimentos similares aos dos personagens no espectador. O figurino de Kika Lopes (O Palhaço e A Festa da Menina Morta) é lindo e realmente consegue situar o público na época correta. E a trilha sonora... Ah, a trilha sonora! Ela é ótima e se encaixa lindamente em cada cena.
O novo trabalho de Selton Mello - que deixou claro que a carreira de diretor está em um trilho certíssimo - é ótimo e de uma sensibilidade que encanta. As relações afetivas são tratadas com uma delicadeza rara. Provavelmente será o selecionado do país para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro do próximo ano. Com um bom roteiro (adaptado da obra Um pai de cinema, de Antonio Skármeta, que faz uma ponta na produção) e lindas técnicas, a combinação final é um longa-metragem que com certeza ficará marcado na produção cinematográfica brasileira.
Já nos cinemas!
Beijão,
Deborah
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