A película se inicia ao som de ''Cotidiano'', composição de Chico Buarque regravada por Marcelinho da Lua e Seu Jorge, em 2002, e logo somos apresentados ao protagonismo de uma mãe (Thalita Carauta) no dia a dia puxado que leva como principal mantenedora de sua família. Esta que é formada pelo filho adolescente Maxsuel (Gabriel Lima), a mãe, Dona Sonja (Maria Gladys) e a irmã Sarelly (Leticia Lima). A repetição das imagens onde aparece acordando o adolescente, cozinhando quentinha e saindo para o seu segundo trabalho acontece (e fazem jus a canção) para nos fazer compreender não só que Suryellen enfrenta tudo sozinha como também para incentivar a visão de que ela só queria uma mão amiga para mudar o seu destino. Dali mesmo a ideia de uma segunda irmã vem a tona e a personagem mágica de uma boleira, interpretada por Stella Miranda, surge em cena para realizar os desejos da aspirante a cozinheira.
Obviamente, que a aparição da 'irmã gêmea' propicia a Suryellen mais tempo para ir em busca de outros sonhos e continuar mantendo a família, no entanto, com o passar do tempo 'a presença do seu segundo eu' começa a criar conflitos inesperados e o tiro sai pela culatra.
Com direção de Cininha de Paula e roteiro de Carolina Castro e L.G. Bayão (O Shaolin do Sertão), a produção conta ainda com Latino, Polly Marinho, Márcio Garcia e Alessandra Maestrini.
Trailer
O longa repete fórmulas de comédias que tratam do mesmo assunto. Suas piadas são fraquíssimas e a junção de cinema com tevê é aqui um grande problema. Isto porquê ao invés de soar como filme e ser filme, a produção se desequilibra e apresenta um episódio de programas de sábado à noite. Aliás, bem similar ao que a atriz Thalita Carauta participava.
Outro problema são os personagens. A Suryellen ao quadrado de Carauta até que convence aqui e ali e Polly Marinho também, todavia, ver o ator/diretor/apresentador Márcio Garcia como um trambiqueiro espertalhão é altamente dispensável e suas 'falas erradas' não transitam em nenhum mundo e diz-se o mesmo para a irmã pop fracassada da protagonista, vivida por Letícia Lima - atriz que parece não sair mais de si mesma e se repetir e se repetir em tudo que faz, principalmente depois de ter deixado o canal de vídeos 'Porta dos Fundos'.
O tom de tevê fica ainda mais evidente quando os realizadores escalam Claude Troisgros e André Mifano, apresentadores de um programa de competição culinária, para serem hosts de um show com as mesmas características daquele em que trabalham em um canal de tevê paga.
Mas a grande piada do filme é que o cantor Latino faz uma participação como o personagem Chicão. Um ajudante de cozinha que trabalha no mesmo restaurante que Suryellen e tira um extra fazendo cover do cantor Latino. Seria bom se fosse melhor, mas nem isto salva o caminhar desleixado do longa e as atuações ruins de Alessandra Maestrini e Luma Costa. Nizo Neto tem pequena aparição, mas também não faz grande coisa.
Cininha é conhecida por ter dirigido milhares de novelas com tom parecido a 'Duas de Mim', na tevê até que o gosto cabe, mas para um filme, sua condução 'segue mais do mesmo' e não entra para a ótima lista de produções brasileiras que temos visto este ano. O roteiro de L.G. Bayão é perdido e fraco e fica longe do que ele apresentou em ''Shaolin do Sertão'.
Ficha Técnica: Duas de Mim, 2017. Direção: Cininha de Paula. Roteiro: Carolina Castro e L. G. Bayão. Elenco: Thalita Carauta, Leticia Lima, Márcio Garcia, Alessandra Maestrini, Priscilla Marinho, Luma Costa, Nizo Netto, André Mifano, Flávia Quaresma, Gil Coelho, Maria Gladys, Latino, Claude Troisgros. Nacionalidade: Brasil. Gênero: Comédia. Direção de Fotografia: Zé Bob. Direção de Produção: Gabriela Carvalho. Produção Executiva: Marcelo Guerra. Coprodução: Migdal e Globo Filmes. Distribuição: Downton/ Paris. Duração: 0122min.
Aqui a criatividade que era pouca, se enrolou.
Avaliação: Um molho sem tempero (1/5)
28 de Setembro nos Cinemas!
See Ya!
B-
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Pode falar. Nós retribuímos os comentários e respondemos qualquer dúvida. :)