Não sei vocês, mas sempre que sai um trailer novo e o senhor Tom Cruise está no filme, a vontade que eu tenho é de sair gritando socorro. Afinal, já viram como o astro escolhe quase sempre projetos muito similares, ou apenas grandes e enormes fiascos? Esse pavor rolou sim quando o teaser de 'Feito na América' foi lançado, maaaaas foi gratificante sair da sala de cinema e ver que a produção é tão empolgante quanto parece.
Baseado na história real do piloto Barry Seal (Cruise), o longa traz ao mundo um pouco da jornada de um dos mediadores para o sucesso estrondoso de Pablo Escobar no tráfico de Drogas. A direção é de Doug Liman (No Limite do Amanhã) e estão no elenco, Cruise, o ator irlandês Domhnall Gleeson, Jesse Plemons, Alejandro Edda, Maurici Mejía, Caleb Landry Jones e Sarah Wright.
Trailer
Barry Seal era tido como um piloto oportunista que traficou drogas e armas entre a América do Sul, Central e Norte e trabalhou para o famoso cartel de Medellin. O piloto se tornou um agente duplo colaborando também com solicitações do governo norte-americano e da agência de inteligência CIA. Na trama, que Spinelli roteiriza, Barry é idealizado não só como o bandido ou o mediador, mas como o ''agente que resolve as paradas'', com ou sem a ajuda da lei.
Há uma construção acertada do personagem e Cruise vem ainda mais simpático e falante que o normal. Em certas cenas, ele quebra a quarta parede e dialoga com o espectador através de vídeos caseiros. Essas aparições fazem o filme andar de forma desregrada e dão ao tempo seu próprio tempo. Saímos de 78, que é quando Barry larga o trabalho na Trans World Airlines, e chegamos a meados dos anos 80 para vermos como aconteceram algumas das operações arriscadas que o homem conduziu.
Barry Seal real e Barry Seal do mundo fantasioso de Hollywood |
A primeira delas, segundo o longa, vem com a chance de trabalhar para CIA fotografando alguns dos territórios na América Central. Dali, ele passa a transportar armas, a mando do próprio Ronald Reagan, e quando vemos já está no grupo famoso de Pablo e Jorge lucrando milhões e milhões de dólares. É interessante ver a sutil aparição de figuras importantes da política americana como George Bush, Bill Clinton e até militares famosinhos de outros países. Pedaços da história mundial que preenchem bem a trama.
Sem contar que a visão aqui é simples e sem falsa moralidade ou justificativas tolas -
nada de fiz isso pela minha família. Ele simplesmente segue as migalhas
de ouro no caminho. E, mais belo que isso, é que mesmo pelas trocentas
vezes que vemos a impunidade acontecer, ela chega na hora certa.
Liman faz uma direção competente, despojada e sem intenções de fazer o melhor longa biográfico do ano. Seus takes são sempre corretos e vivos.
Jesse Plemons (Breaking Bad) e Caleb Landry Jones (Corra!) tem pequenas participações, mas se sobressaem como o usual. Domhnall Gleeson (divo ruivo da geração Harry Potter) é, por grande parte da produção, um parceiro de bate bola de Cruise e também se destaca. Sarah Wright, que o público deve conhecer das comédias escrachadas, aparece como uma mulher que cobra o marido, todavia, não deixa de aproveitar as bonanças do trabalho dele. E a figura de Escobar ganha atuação sem clichês de Mauricio Mejia.
A trilha de Christophe Beck contagia e se infiltra nos momentos certeiros.
American Made, 2017.Direção: Doug Liman. Roteiro: Gary Spinelli. Elenco: Tom Cruise Domhnall Gleeson, Sarah Wright, Jesse Plemons, Caleb Landry Jones, Alejandro Edda, Benito Martinez, Mauricio Mejía, Alberto Ospino, . Nacionalidade: EUA. Gênero: Policial, Biografia, Ação. Fotografia: César Charlone . Trilha Sonora: Christophe Beck. Montagem/Edição:Saar Klein, Andrew Mondshein e Dylan Tichenor. Distribuição: Universal Pictures do Brasil. Duração: 01h55min
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