quinta-feira, 26 de outubro de 2017

O Formidável, de Michel Hazanavicius



O regalo que Michel Hazanavicius deu ao cinema mundial com 'O Artista', em 2011, será sempre lembrado e aplaudido. Lá a produção exaltava o inicio do cinema e o homenageava fazendo com que as suas transições e evoluções fossem um conflito para um artista muito famoso da época. 

Em 'O Formidável', o cineasta volta a exaltar o universo audiovisual quando recorta um pequeno pedaço da vida de um dos maiores diretores franceses, o inestimável Jean-Luc Godard (sim aquele da canção do Legião e também do Paralamas). A principio, até onde se sabe, o próprio Godard chamou a idéia do projeto  de 'idiota', porém ao público cinéfilo a obra pode sim parecer interessante e de bom gosto. 

No elenco, o sempre necessário Louis Garrel e as atrizes Stacy Martin e Bérénice Brejo.

Trailer



Jean-Luc Godard se casou três vezes. Aqui o espectador é posto a acompanhar um pedaço da jornada do cineasta ao longo de sua relação com Anne Wiazemsky (Martin), sua segunda esposa e estrela do longa 'A Chinesa' - produção dirigida por ele que narra a história de um grupo de jovens que tentam incorporar princípios maoistas ao seu cotidiano. É durante as filmagens que os dois se apaixonam e criam um forte vínculo. 

Godard aparece como um cara extremamente politico e presente nos acontecimentos da sociedade. Fazendo sua voz se valer por um cinema revolucionário e crítico. Não importando se perdia ou ganhava amigos.  

Mas além de tudo vemos aqui o quão necessário para ele é Anne e o cinema. 


A produção tem uma narração firme da personagem de Martin. Vemos Godard por seus olhos e,muitas vezes, ele não aparenta ser um cara muito legal. Apesar de ser uma pessoa ativa na sociedade, soa dependente da esposa para tal e vira um menino sem chão quando ela se ausenta para trabalhar.

Seu comportamento também não é dos melhores com os amigos. Pois ao invés de criar soluções para os problemas que vê nos trabalhos deles os critica sem dó e com bastante crueldade. Não aceita que o cinema seja vendido, fala mal com voracidade de uma das maiores vitrines de cinema do mundo 'O Festival de Cinema de Cannes'. E não vê que de lá saia mensagem alguma. (Não é aqui que vemos ele e Truffaut digladiarem e eng a amizade, mas ele critica o amigo e muitos outros).

A relação de Anne e Godard é bela e conturbada e Hazanavicius faz uma imagem do casal que em nenhum momento é caricata ou destruidora. Entrega realmente um roteiro limpo e com diálogos estupendos entre os dois e não nega que o centro do estudo aqui é a estranheza de Godard em um universo que o clama.

Uma das melhores cenas do longa exibe a coletiva do filme 'A Chinesa' e perspicaz mente de um homem que não se deixava abalar por nada e trucidava a todos com seu humor preciso.


Vida real: Jean-Luc Godard e Anne Wiazemsky em outubro de1960
É extremamente dificil se fazer uma biografia, quanto mais retratar uma pessoa ainda viva e 'O Formidável' - título que casa com a poesia da vida de um gigante e alcança o seu sentido literal - consegue ambientar uma época e trazer personagens a vida de um jeito incrivel,

Vale destacar que não é um filme para qualquer pessoa. Mas para aquelas que AMAM saber mais sobre cinema e que aguentam uma boa dose de aprendizado dos ídolos do cinema com a exemplar ótica de um bom diretor ( La fora, a produção passou pro inúmeros festivais, inclusive, o de Cannes. No Brasil, o filme teve espaço no Festival do Rio e o diretor veio conversar com a imprensa brasileira).

O casal de protagonista é sim estupendo em atuação. Se complementa. Se joga e faz valer toda e cada ângulo direcionado a eles. A caracterização de ambos é fenomenal e muito similar a Jean-Luc e Anne. Garrel tem uma filmografia invejável e fez parte de excelentes filmes (Os Sonhadores é o meu predileto). Já Martin não conhecia e fica a vontade de o fazer. Bérénice Bejo, esposa de Hazavicius faz algumas participações como amiga do casal e tem seu charme.

É notável o trabalho de figurino adentrando uma época em que a mulher parecia ter um guarda-roupa menor e o fazia enorme. O vermelho é usado aqui com uma repetição complementar a paixão vista e a fotografia consegue retratar corpos nus e vestidos com a delicadeza necessária. A edição, geralmente, para este gênero de filme tem uns minutos mais longos, mas aqui caiu certinha.



Ficha Técnica: Le Redoutable, 2017Direção: Michel Hazanavicius. Roteiro: Michel Hazanavicius o baseado na biografia de Anne Wiazemsky. Elenco: Louis Garrel, Stacy Martin, Bérénice Brejo, Micha Lescot, Grégory Gardebois, Guido Caprino, . Gênero: Biografia, ComédiaFigurino: Sabrina Riccardi. Edição: Anne-Sophie Bion e Michel HazanaviciusDistribuidoraImovision. Nacionalidade: França. Duração: 01h47min.

O cinema merece sempre estar no cinema e por isto a dica é confira!

Avaliação: Quatro atos políticos  e vinte e cinco choros de carência (4,25/5).


26 de outubro nos Cinemas!

See Ya!












B-

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O Motorista de Táxi - 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

No primeiro dia de Mostra Internacional de Cinema de São Paulo o público vai poder conferir uma seleção de filmes de qualidade, bem como em todos os outros dias do evento (o festival ocorre entre os dias 19 de outubro e 01 de novembro). 

Na lista de selecionados poderá ser visto o sul-coreano 'O Motorista de Táxi'. Longa de Hung Jang (The Front Line) que é baseado em acontecimentos reais na época de uma ditadura ferrenha, no final dos anos 70, na Coréia do Sul.

Com boa dosagem de comédia, um certo exagero no drama e na edição, o filme é uma grande homenagem ao bom caráter de um homem sul-coreano que lutou pelo fim da ditadura do jeito que pôde, sendo taxista, e de um alemão que reportou tudo ao mundo. 

Nos papéis principais, os atores Song Kang- ho (O Expresso do Amanhã) e Thomas Kretsmann. O roteiro é de Yu-na Eom.

Trailer


O enredo é centrado na vida do taxista e pai de família viúvo, Kim (Song Kang-ho). O motorista vive cheio de dívidas e desafetos com os vizinhos até o dia no qual escuta um outro taxista dizer que um alemão pagaria uma quantia boa para alguém o levar em uma cidade próxima a Seoul, dominada por protestantes e pelo exercito do país. Kim corre ao encontro do gringo e o leva para filmar a revolta naquele lugar caótico e acaba ficando próximo de tudo o que está acontecendo a sua volta. Enquanto isto, sua filha pequena está sob os cuidados de uma vizinha e tem de lidar com as implicâncias do filho dela.


Há um tom indie muito maravilhoso aqui e isto se mistura ao jeito 'próprio' da Coréia do Sul em se apresentar na telona. O roteiro peca por estender muito os atos e explorar muito a dor daquele momento de anarquia, todavia, constrói bem seus personagens e não deixa o pano de fundo da trama sumir do nada. Pelo contrário, acopla as 'histórias' de cada um ao dilema vivido naqueles tempos difíceis. 

O personagem de Kang-ho, Kim, é o grande destaque, mas sobra tempo para todos os outros. Seu bom estranhamento com Thomas é sensacional e o bate bola dos dois vira uma parceria emotiva. Jun-Yeol e Hae-jin conseguem nos fazer admirar as características doceis dos homens que interpretam e a conexão que eles fincam com Kim é singular. Há um personagem carrancudo e que vive perseguindo os taxistas protestantes que merece atenção também pela vilania irredutível. Um homem do exército que não tem escrúpulos e vai até o fim para cumprir as ordens do governo. A família que toma conta da filha de Kim também não passa batido e traz ótimas cenas.

Há momentos certeiros para a trilha sonora e ela nem é demais e nem de menos. Na lista de canções utilizada no filme, ouvimos composições fofíssimas. O figurino usa o contraste das cores para enfasar a personalidade dos personagens. Kim, por exemplo, é sempre visto em tons amarelos e verdes. Cores, aliás, que aparecem muito no longa para retratar a vivacidade daquela nação, mesmo em um momento tão atroz. Os takes são simples e se alternam entre enquadramentos completos dos personagens e mais fechados. O trabalho de fotografia aqui não deixa nada fora de foco e engrandece a paleta de cores diversa. 

Taeksi Woonjunsa, titulo original do longa, é filme de emoção, comédia, realidade e que revela o como a ditadura pode ser o período mais terrível que as nações já vivenciaram. Além disso, muito do que se passa na tela é assimilável com as situações do mundo atual. #valerefletir


Ficha Técnica: Taeksi Woonjunsa, 2017Direção: Hung Jang. Roteiro: Yu-na Eom. Elenco: Song Ka-Ho, Yoo Hae Him, Thomas Kretschmann, Jun Yeol-Ryu,  Hyuk-Kwon Park, Gwi-hwa Choi, Hae-Jin Yoo. Gênero: Drama, Baseado em fatos reais, histórico. Desing de Produção: Hwa-sung Cho e Yi -jing Jeong. DistribuidoraCalifórnia Filmes. Nacionalidade: Coréia do Sul. Duração: 137min.

A película representa a Coréia da Sul na submissão de filmes enviados ao Oscar 2018. 
Boa sorte ao país!

Confira os horários do longa pela Mostra SP:

O MOTORISTA DE TÁXI (A TAXI DRIVER), de Jang Hoon (137'). CORÉIA DO SUL. Falado em coreano, inglês. Legendas em português. Indicado para: 16 anos.
PLAYARTE MARABÁ - SALA 1 19/10/17 - 20:00 - Sessão: 79 (Quinta).
CINEARTE 1 21/10/17 - 17:50 - Sessão: 189 (Sábado) 
CINE CAIXA BELAS ARTES SALA 3 29/10/17 - 17:30 - Sessão: 993 (Domingo). 
RESERVA CULTURAL - SALA 2 30/10/17 - 21:40 - Sessão: 1191 (Segunda). 
ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA - AUGUSTA SALA 1 31/10/17 - 14:00 - Sessão: 1228 (Terça) 


Avaliação: Três jantares feitos pela vizinha  e noventa e cinco pesares na alma (3,95/5).

Serviço
Disponível a partir de 24 de maio
O Motorista de Táxi

iTunes:
R$19.90 (venda) / R$11.90 (aluguel)
Now:
R$14,90 (aluguel)
Google Play
R$29,90 (venda) / R$9,90 (aluguel)

See Ya!









B-

Doentes de Amor


''The Big Sick'' tem produção executiva de Judd Apatow, o rei das comédias românticas de bom gosto. Só por este fator todos vocês já deveriam assisti-la, porém a trama é de um preenchimento que vai além do status de seus realizadores e apresenta uma ótima dose de boas colocações sobre o amor entre pessoas de culturas muito, muito, muito diferentes. A produção também se divide em mais camadas e trata ainda de reconhecimento no trabalho, aceitação e até reconstrução de casamentos. 

Em Sundance, onde passou no inicio do ano e conseguiu um dos maiores contratos de distribuição que o festival inteiro já viu, o filme foi muito bem recebido e chega agora ao Brasil com a missão de trazer momentos leves ao público. Com a tradução para 'Doentes de Amor', a película tem Zoe Kazan ( Será Que?) e Kamail Nanjiani como o casal de protagonistas.

A trama é baseada na vida amorosa do próprio Kamail e ele assina o roteiro em parceria com a amada, Emily V. Gordon. A direção aqui é de Michael Showalter de 'Doris, Redescobrindo o Amor'.

Trailer


Kumail e a verdadeira Emily começaram a se relacionar ainda no fim dos anos 90, mas aqui o enredo escrito pelos dois entrega um contexto super atual e integrado. Assim, a película nos leva a conhecer o casal que se forma das probabilidades do mundo globalizado - uma norte-americana e um paquistanês - Kumail, que interpreta a si mesmo, e Emily, vivida pela queridinha dos indies Zoe Kazan. 

Nosso protagonista é comediante e motorista de Uber ao passo que Emily é ainda uma estudante de psicologia. Os dois são residentes de Chicago, nos Estados Unidos, e se apaixonam. O conflito, ou os conflitos, começam a surgir quando a jovem estudante encontra nas coisas de Kumail fotos de mulheres que provavelmente seriam sua esposa pelo sagrado desejo da mãe do rapaz. Mesmo com a explicação das imagens, a moça fica irredutível quanto aquela situação e decide terminar tudo. Dias depois, ela se descobre doente e acaba entrando em coma. Kumail fica sabendo do ocorrido e apesar de tudo que aconteceu não deixa de tentar cuidar de Emily. 


Claramente, há alterações da realidade ali e Emily até confessa que não houve o lance das fotos de pretendentes. Contudo, diz que o estranhamento rolou quando o noivo se negava a levá-la para conhecer os pais. O que obviamente decorre do fato da cultura que o jovem cresceu protestar contra o  namoro entre eles. 

Mas o legal é que a comédia se alarga para falar do sentimento de 'fracassado' que a cultura de Kumail o proporciona. Afinal, para a mãe e o pai a profissão de médico, engenheiro e advogado eram sim profissões, o resto não.  Vemos no centro daquela família a mulher ter uma palavra forte e o gosto para conservar o seu nacionalismo, mesmo fora de seu país, ser via de regra.

Outro tema interessante que se debate é a questão da idade entre os casais e ainda a traição que pode acontecer em virtude disso - os pais de Emily vem a cidade para cuidar dela e ali conflitos são claramente formados. 



as pretendentes de Kumail são figuraças

A condução de Michael, que tem poucos longas em sua filmografia e uma extensa experiência em direção de séries, se volta para a força do personagem estranho de Kumail. Ele explora todas as conexões do paquistanês e chega até a deixá-lo um pouco romantizado. O que se desconstrói com o caminhar do longa. O núcleo de amigos atores também trazem bons momentos.

Não há tanto destaque para as atuações. Todos se complementam e os improvisos não deixam de ser percebidos. Holly Hunter, contudo, faz uma mãe muito necessária.


Kumail e o irmão conversam sobre seu namoro com uma garota fora dos padrões que os pais exigem.

Doentes de Amor é sólido, necessário e te fará rir com sutileza.

O fim da trama não conclui o que acontece ao casal de forma explicita, todavia, deixa subentendido a possibilidade do que aconteceu à eles.

Emily e Kumail se casaram três meses depois da moça retornar do coma, na vida real. 
Ficha Técnica: The Big Sick, 2017Direção: Michael Showalter. Roteiro: Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani. Elenco: Zoe Kazan. Kumail Nanjiani, Holly Hunter, ray Romano, Anupam Kher, Zenobia Shroff, Adeel Akhtar, Bo Burnham, Aidy Bryant,Kurt Braunohler. Gênero: Drama, Romance, Comédia. Trilha Sonora Original: Michael Andrews. Figurino: Sarah Mae Burton. Edição: Robert NassauDistribuidora: Califórnia Filmes. Nacionalidade: Estado Unidos. Duração: 01h59min.

Avaliação: Três críticos de stand up  e oitenta e cinco gritos da platéia (3,85/5).


19 de outubro nos Cinemas!



See Ya!













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Uma Razão Para Recomeçar - Um romance fofo com uma mensagem de superação


Benjamim (Jonathan Patrick Moore) conhece Ava (Erin Bethea) aos sete anos de idade bem na porta de casa. Aquela amizade de infância que cresce e passa por todas as fases da vida e obviamente se transforma em paixão. Com o tempo essa ligação vira um lindo caso de amor. ❤  

O que talvez esse seja o sonho de muitos...casar com o melhor amigo da infância - pausa dramática - nesta parte do filme você já estará suspirando e derramando lagriminhas discretas.  😢
Mas, como o próprio título da produção entrega, nem tudo serão flores na vida do casal.

A história é, na verdade, bem clichê e não é preciso muita imaginação para prever o seu desenrolar. Talvez seja óbvio que um acontecimento trágico aconteça e os protagonistas (ou algum dos) terão que criar forças para superar e recomeçar.
  Trailer



Ainda assim você será conquistado pela maneira como o diretor Drew Waters conduz a trama e acabará torcendo para que tudo fique bem.

É quase impossível não criar laços afetivos com Ben e Ava e quando o pior acontece sofremos junto (e só queremos dar colo). Assim, prepare-se para emocionar-se imensamente e, provavelmente, expor todas as ágrimas que você insiste em não deixar cair.  😭



A produção aborda sim um tema delicado (câncer), mas também trata de como dar a volta por cima ao enfrentar a doença. Ademais, faz da superação um ponto forte quando o inevitável acontece. Também fala de um amor tão grande que o mundo já não faz sentido sem o 'amado' e consegue trazer reflexão apontando as artimanhas da vida e seu irônico jeito de nos mostrar outras formas de amar.

É sim aquele filme que você já escolhe prevendo todos os atos, todavia, é possível que algo ali seja diferente e o final te surpreenda - o que trará sentido a sua vida novamente.


FICHA TÉCNICA: Uma Razão Para Recomeçar, (New Life). País: Estados Unidos. Ano: 2016. Duração: 90 minutos. Direção: Drew Waters. Roteiro: Erin Bethea, Candice Irion, Josh Spake, Drew Waters. Produtores: Erin Bethea, Jay Michaelson, Drew Waters, Jon Wroblewski. Produtores Executivos: Arthur L. Bernstein, Adam Falkoff. Elenco: Jonathan Patrick Moore, Erin Bethea, Terry O'Quinn, Bill Cobbs , James Marsters. Distribuidor: Cineart Filmes.

Simples, meigo, com um casal lindo...tem tudo para agradar. 
Se você é fã de romance - ao estilo Nicholas Sparks - não deixe de ver.
Eu gostei muito - e olha que não sou nada romântica - e confesso que saí do cinema secando os olhos.

Recomendo.

19 de Outubro nos cinemas.
 
Por
Helen Nice
@n.dacoruja

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Além da Morte


Flatliners, que em 1990 foi titulado em bananaland como Linha Mortal, contava a jornada de cinco médicos residentes que iniciaram uma experiência científica com o intuito de vivenciarem um momento de quase morte e registrarem as reações do corpo humano durante o processo. O longa contava com direção de Joel Schumacher e trazia Julia Roberts, Oliver Platt, Kevin Bacon, William Baldwin e Kiefer Sutherland, no elenco. 

27 anos depois, chega aos cinemas um remake da história original com Ellen Page, Diego Luna, Nina Dobrev, James Newton e Kiersey Clemons, como protagonistas. Aqui o tom e as ênfases escolhidas pelo diretor Niels Arden Oplev são distintas daquele, no entanto, há sim semelhança e reprodução de falas. O ator Kiefer Jack Bauer Sutherland faz uma participação bônus.

O suspense entra em cartaz nesta quinta-feira (19).

Trailer



Courtney (Page) é uma jovem residente que sofreu uma tragédia na família nove anos atrás e acabou virando médica. Ao se aproximar dos jovens Sophia (Clemons) e Jamie (Newton), a jovem decide provocar sua 'quase morte' e tomar notas científicas dos minutos em que seu coração não estiver batendo. Porém, durante os acontecimentos, Sophia entra em pane e acha melhor chamar Marlo (Dobrev) e Ray (Luna) para ajudar Jamie na tarefa de garantir que a amiga reviva. Quando Courtney resiste ao procedimento e volta a vida super elétrica, é a vez de todos sentirem na pele aquela emoção. Exceto por Ray que desacredita aquela experiência como válida e escolhe não participar. Assim, ao concluírem os experimentos, o grupo passa a sofrer visões sobrenaturais com fantasmas de seu passado e logo descobrem que precisarão se redimir para proteger a si mesmo.



Com um roteiro falho e que não tapa seus furos - fraquezas óbvias, clichês e má construção e desenvolvimento da trama e de seus personagens - o filme não passa uma mensagem necessariamente forte. Soa bastante utópico e não conversa bem com os temas que quer tratar - vida após morte, sobrenatural e etc. 

Esse elenco só se salva pela presença ilustre de Diego Luna e mesmo assim também não temos a melhor atuação do ano. Dobrev e Clemons tem ainda muito chão para caminhar e demonstram marcas de outros personagens que já viveram em séries ou filmes. Page revela um lado interessante e não deixa sua dramaticidade cair no 'tom fake', porém, é pouco inovadora. A aparição de Sutherland é algo solto e não faz muita diferença (no longa dos anos 90 - que possui um elenco fenomenal -, a sua voz foi dublada pelo ator Danton Mello). 

A trilha sonora de Nathan Barr (ver aqui), praticamente, copia os sons compostos por James Newton Howard em 1990. A edição de Tom Elkins é brusca, rápida e parece sempre estar cortando demais quando não deveria. O figurino vai do 'casual ao chic moderno'  e caracteriza bem cada personagem. 

Em suma, o longa não vale a atenção imediata frente a gama de filmes excelentes que o Brasil tem em cartaz.
Ficha técnica: Flatliners, 2017Direção: Niels Arden Oplev. Roteiro: Ben Ripley baseado na trama criada por Peter Filardi. Elenco: Ellen Page, Diego Luna, Nina Dobrev, James Norton, Kiersey Clemons, Kiefer Sutherland, Madison Brydges, Anna Arden. Gênero:Suspense, drama. Trilha Sonora Original: Nathan Barr. Fotografia: Erick Kress. Figurino: Catherine Ashton e Jenny Gering. Edição: Tom Elkins. Distribuidor: Sony Pictures Br. Nacionalidade: Estados Unidos. Duração: 01h40min.


Avaliação: Um coração querendo pulsar (1/5).


19 de outubro nos Cinemas!

See Ya!















B-