A Menina Índigo é um filme produzido e dirigido por Wagner de Assis, ele mesmo, senhoras e senhores, o realizador de Nosso Lar. Mas não espere uma produção com a mesma pegada espiritualista. Esta retrata uma temática bem mais sutil, o que não a impede de emocionar o público.
Sofia (Letícia Braga), é uma criança quieta de sete anos que um dia se tranca na sala de aula e se pinta totalmente. Ao passo que os professores e funcionários da escola a observam, seus pais são chamados para resolver aquele desvio de comportamento. A cena é um tanto quanto caricata e não define que tenha algo de especial com a menina. Mas surge um questionamento. Seria ela apenas mais uma menina mimada? Ou apenas uma criança com algum tipo de doença ?
A partir deste episódio, conhecemos os pais da menina. Um casal que se divorciou e que todo e qualquer encontro, ou ainda telefonema, que têm acaba os levando a discussão.
Ricardo, interpretado pelo ator Murilo Rosa, vive o pai da menina. Um jornalista que acredita que "remédios curam doenças" e demonstra pouco tato com o comportamento da filha chegando ainda a leva-la para ser avaliada por especialistas. A mãe Luciana, vivida por Fernanda Machado, é uma empresária bem sucedida que desconhece o que acontece de fato com sua filha e acha que "não faz o menor sentido as pessoas acreditarem que estão curadas depois das brincadeiras da garotinha". Sofia tem ainda um avô materialista que é uma onça em pele de cordeiro e só quer levar vantagem em cima da situação.
A escola, por sua vez, não estando preparada para o tipo de aluno que a pequena é, culpa a instabilidade familiar pelo comportamento da criança.
Lança-se então a crença nas "crianças índigo". Estas seriam seres com personalidades distintas.Além disto, os pequenos índigos teriam habilidades especiais e mentes criativas, quase mágicas, com poderes extraordinários. Teriam uma capacidade intelectual, social e ética muito superior aos outros seres humanos e assim teriam nascido com o dom de transformar o mundo usando energias do bem.
Particularmente, acredito nesta teoria, assim, eu embarquei no enredo com muita facilidade. Não acredito, porém, que os leigos no assunto terão a mesma compreensão sobre o comportamento de Sofia com tanta clareza, já que o longa não define exatamente o que é ser índigo e, infelizmente, deixa brechas nos diversos assuntos abordados. Todavia, a atuação de Letícia é meiga, cativante e convence.
Se a menina tem ou não um dom não importa, mas sim como as pessoas lidam com a possibilidade e seu gosto de "curar" as pessoas e querer "colorir" o mundo traz reflexão e pode fazer o público descobrir seu caminho sem impor uma opinião ou levar para o lado espiritualista. Pois acima de tudo aqui você verá uma história que te fará pensar no que deseja para o futuro e as pessoas que ama.
Trailer
Por fim, vale dizer que 'A Menina Indigo' é uma trama que questiona modelos educacionais, o papel dos pais neste processo, a função da escola, o que significa educar e, principalmente, o uso indiscriminado de remédios em crianças e adolescentes.
Todos se sentirão tocados pelo dom da menina... Todos serão atingidos pelas cores de Sofia.
Um colorido do bem que pode impactar a todos, independente de crença religiosa.
Uma excelente dica de cinema para este Dia das Crianças.
12 de Outubro nos Cinemas.
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