A questão dos refugiados ao redor do mundo sempre foi um agravante que necessitava de atenção. E nos últimos anos vem necessitando cada vez mais. A pressão que os governantes sofrem sobre o assunto não é ainda o bastante e o tema é tido como extremamente relevante pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), desde 1950. A Acnur trabalha pela melhoria de vida dessas pessoas e pelo possível retorno delas a um ambiente seguro e próprio para viverem com suas famílias.
Preocupado em mostrar o aspecto global deste problema, o artista e documentarista chinês Ai Weiwei, realizou filmagens em cerca de 23 países, ao longo de um ano, e trouxe ao mundo uma visão atualizada sobre essas migrações e como a situação está através do filme Human Flow: Não Existe Lar, Se Não Há Para Onde Ir.
O documentário já é ganhador de inúmeros prêmios em Festivais de Cinema, inclusive, no Festival de Veneza deste ano. Em outubro, a película foi uma das exibidas na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mas sua estreia em território nacional está marcada para esta quinta-feira (16).
Trailer
Ficha técnica: Human Flow, 2017. Direção: Ai Weiwei. Roteiro: Chin-Chin Yap, Tim Finch e Boris Cheshirkov. Elenco: - . Gênero: Documentário. Trilha Sonora Original: Karsten Fundal. Fotografia: Murat Bay, Christopher Doyle, Lv Hengzhong, Wenhai Huang, Koukoulis Konstantinos, Renaat Lambeets, Dongxu Li, Johannes Waltermann, Ai Weiwei, Ma Yan, Zanbo Zhang, Xie Zhenwi. Edição: Nils Pagh Andersen. Distribuidor: Paris Filmes. Nacionalidade: Alemanha. Duração: 02h20min.
O documentário nos leva a conhecer a história de vida de milhares de refugiados em países como Afeganistão, Turquia, Bangladesh, Iraque, Paquistão, Alemanha, Grécia, França, México e Quênia. Ele circula com precisão os motivos reais pelo qual muitas das pessoas ali acabam deixando seus países para irem em busca de uma vida melhor e não é somente por isto, mas por estarem, muitas vezes, em situação de risco onde suas casas estão sendo bombardeadas a todo momento ou ainda por perseguições politicas que deixam claro a instabilidade da segurança delas e também pela miséria que diversos desses países vem passando.
As dificuldades são inúmeras para que elas consigam sair do país e dobram de tamanho nesse processo. As mulheres e crianças ficam a mercê de abusos, maus tratos e um futuro indeciso. E muitas famílias sequer conseguem chegar bem em algum lugar, pois muitos morrem e não aguentam a dura caminhada até os campos de refugiados.
Ai Weiwei inicia seu filme revelando a triste situação do povo Sírio e Afegão que cruzou o mar para chegar a Grécia e de lá partir para outros rumos. E fala de como a Europa fechou suas portas, após ter se oferecido para receber essas pessoas, mas não ter aguentado o número grandioso. Assim deixando todas elas trancafiadas em um espaço sem condições de residência e sem ter como seguir em frente.
É dolorido ver que a fronteira que separa as pessoas também as torna pouco simpatizantes com a causa. Muitos não veêm que aquelas pessoas foram praticamente expulsas de seus lares com apenas um par de roupas e mais nada. Julgam que elas trazem miséria ao país, mas não analisam que o mundo é um só e a situação é delicada e exige mais que um prato de comida e uma barraca para ficar esperando o que será feito deles.
Em muitos campos mostrados, as pessoas já vivem há anos a espera de ajuda. Em outros, os governos locais estão retirando as pessoas e fazendo acordos com outros países para abrigá-las e com total apoio da União Européia. Mas o que fere é que essas famílias pobres estão com um futuro incerto e jogadas as traças sem poder se motivar para seguirem em frente. Afinal, elas dependem de toda e qualquer ajuda que os refugiados recebem e muitas vezes nenhum deles conseguem trabalho ou estudar exatamente por estarem naquela situação.
Em todos os lugares por quais o filme passou o sentimento de prisão e espera é o mesmo. E isto é agoniante. Os casos graves atualmente também se assemelham aos que vem se mantendo há anos como o da Palestina e até mesmo a fuga dos Mexicanos pela fronteira dos Estados Unidos - que vive em constante vigilância - ainda mais agora.
Estréia altamente recomendada!
Avaliação: Três corações solidários e setenta e cinco pedidos de ajuda (3,75/5).
Não recomendado para menores de 14 anos
16 de novembro nos Cinemas!
See Ya!
b-
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