A Rainha Victoria governou a Inglaterra e suas colônias por um período extremamente longo de quase 64 anos. Sua estadia no poder é muito lembrada como uma das mais decisivas para a liderança mundial que o Reino Unido manteve por séculos. Uma era de mudança e crescimento em todos os aspectos.
Após a morte de seu amado esposo Albert, Victoria declarou luto e se enclausurou nas residências reais se mantendo mais afastada de todos. Em 1876 ela se tornou Imperatriz da Índia e no ano seguinte foi lhe enviada uma moeda loca da cidade de Agra como símbolo de honra. O valioso objeto foi entregue por dois jovens indianos escolhidos a dedo para ir a Londres participar da cerimônia. Ambos foram instruídos por seus superiores para não encararem a monarca, mas um deles, Abdul, o faz e acaba atiçando a curiosidade da rainha por informações de seu país. A estadia dos indianos é então prolongada na corte e a Rainha e o jovem iniciam uma amizade fora do protocolo.
Judi Dench é vista mais uma vez no papel da Rainha Victoria e Ali Fazal interpreta Abdul, o humilde indiano que se torna conselheiro real. A direção é de Stephen Frears.
Trailer
A trama é uma adaptação do livro de Shrabani Basu e exibe uma lado desconhecido da rainha Victoria. Uma amizade que ela construiu em um período de sua vida em que já não se sentia tão útil e que aparentemente ela necessitava muito de um amigo, pois os filhos só estavam interessados em suas próprias vidas e no poder que o status real os davam.
A corte e todos ao redor de Victoria aparecem aqui tentando impedir que essa amizade com Abdul floresça e desestabilize os planos que eles tem para a vida da rainha. Afinal, desde cedo ela sempre viveu conforme os outros queriam e apesar de levar a vida com mais luxo que grande maioria, Victoria foi prisioneira de sua própria realidade.
Abdul, obviamente, chega para acrescentar, ensina línguas para Victoria, fala de seu povo e sua terra e traz o alcorão ao alcance dela como um guia essencial, porém ele também cai no próprio encantamento com a vida na corte e tem sua humildade e honra testados por aqueles que não gostam da rainha ter um 'Monshi' indiano - um professor.
Apesar de ser um drama histórico, o filme vem repleto de boas pitadas de humor inglês e aquele tom maravilhoso dos clássicos britânicos. O personagem de Adeel Akhtar, Mohammed, traz também uma comédia sensacional. Stephen Frears consegue dar ao filme um tom adulto e menos melodramático que o seu filme 'Philomena', também com Judi Dench.
O roteiro é deveras simples e com caminhar conhecido, mas é amplamente bem escrito e o visual da produção ganha dialogos estupendos. Os takes aqui também captam bem a beleza da época. Desde as cenas iniciais em que vemos a monarca acordar até seus conflitos se apresentarem e se desenrolarem com a estadia do indiano.
Michael Gambon interpreta aqui a parte politica do poder britânico e é como sempre maravilhoso.
O figurino de Consolata Boyle para a rainha é de uma semelhança incrível ao que vemos nos museus e livros e todo o resto são ainda mais trabalhados nos detalhes de época.
''Me sinto tão só'' |
A trilha sonora é composta por Thoman Newman (escute aqui), a edição no ponto é de Melanie Oliver e a fotografia é de Danny Cohen.
Ficha técnica: Victoria & Abdul, 2017. Direção: Stephen Frears. Roteiro: Lee Hall baseado no livro de Shrabani Basu. Elenco: Judi Dench, Ali Fazal, Michael Gambon, Eddie Izzard, Olivia Williams, Paul Higgins, Adeel Akhtar, Tim Pigott-Smith. Gênero: Biografia, histórico, drama. Trilha Sonora: Thomas Newman. Figurino: Consolata Boyle. Distribuidor: Universal Pictures do Brasil. Nacionalidade: Reino Unido, Eua. Duração: 01h52min.
Avaliação: Três mangas e meia xícara de um delicioso chá indiano (3,5/5).
Não recomendado para menores de 10 anos
16 de novembro nos Cinemas!
See Ya!
b-
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