Quando soube do lançamento de Dona Flor e seus dois maridos logo pensei - refilmagem...mas pq? E imediatamente respondi - e pq não? Jorge Amado é um clássico e ao mesmo tempo sempre atual e dar caras novas aos personagens de Flor, Vadinho e Teodoro poderia trazer uma oportunidade às novas gerações de conhecer o rico universo do autor com a cultura e tradições do povo baiano, as matizes da cultura africana e sua música e religiosidade e até mesmo o lado precursor da obra que mostra uma mulher dividida entre "ser santa" e seguir as regras da sociedade e casamento com Teodoro ou dar vazão ao seu lado sensual e se entregar ao amor vadio de Vadinho. Isto sendo escrito nos anos 60...imaginem!!!
Mas vamos ao filme e à coletiva de imprensa com o diretor Pedro Vasconcelos e o elenco.
Dona Florípedes (Juliana Paes) é uma professora de culinária de Salvador que se vê dividida entre o amor malandro e sensual do finado marido Vadinho (Marcelo Faria) e o amor "recatada e do lar" com toda sua rotina no segundo casamento com o farmacêutico Dr. Teodoro (Leandro Hassum).
Com um elenco totalmente global não há como não ligar a personagem de Juliana Paes ao seu papel de Gabriela na tv. Leandro Hassum como Teodoro traz a veia cômica tb já vista na tv, o que por um lado dá cara nova à releitura da obra. Já Vadinho está excelente já que Marcelo Faria encarnou a personagem no teatro por muitos anos.
Cena do filme
Com este elenco, o diretor Pedro Vasconcelos conseguiu realizar uma obra leve, divertida, com cara de tv, com uma trilha musical envolvente com grandes clássicos da MPB, o que, com certeza, causará empatia com o público.
Deixe de lado a ideia de "refilmagem" do filme anterior de 1976 que foi por muitos anos a maior bilheteria do cinema nacional e vá esperando uma releitura baseada numa linha que transita pela obra de Jorge Amado e se baseia na peça. O filme mostra, dentro do imenso universo da obra literária, a visão feminina de D. Flor, tudo parte de suas percepções e sentimentos. Desde a primeira cena isto já fica claro, pois o filme segue uma cronologia inversa começando com a morte de Vadinho e a história sendo contada em flashbacks. As narrações que entremeiam as cenas nos conduzem à obra literária e aos sentimentos de Florípedes.
Trailer
Ficha Técnica
Direção e Roteiro: Pedro Vasconcelos. Elenco: Juliana Paes, Marcelo Faria, Leandro Hassum, Nívea Maria, Ana Paula Bouzas, Cassiano Carneiro, Fabio Lago, Duda Ribeiro, Maria Gal, Andrea Elia, Evelin Buchegger, Fabio Nascimento, Haroldo Costa, Luana Xavier, Ewe Pamplona, Dany Stenzel, Marco Bravo, Elvira Helena, Larissa Luz, Rita Assemany, Brunna Scavuzzi, Roberta Santigo, Dandara Mariana, Prazeres Barbosa, Alberto Chammus, Lis Maia, Kadu Fragoso, Deko Mato Grosso e Marcello Gonçalves. Direção de Fotografia: Luciano Xavier. Direção de Arte: Zé Luca. Figurino: Valeria Stefani. Preparação de elenco: Katia Achcar. Prosódia: Íris Gomes da Costa. Produtor: Marcelo Faria, Marcello Ludwig Maia e Pedro Vasconcelos. Produtor Executivo: Pimenta Jr.. Produção: Reginaldo Farias Produções Artísticas, República Pureza Filmes e Faria e Vasconcelos Produções. Distribuição: Downtown Filmes. Codistribuição: Paris Filmes.
Segundo o diretor, em momento algum o filme pretende se comparar com o anterior ou mesmo refilmá-lo. Foi baseado na peça e mostra uma linha da obra literária não explorando os outros personagens do livro que este ano completa 50 anos de seu lançamento e já foi adaptado para tv, teatro e cinema.
Dona Flor é um filme bom, divertido, sensual (já que Vadinho volta dos mortos completamente nu) e que merece ser visto sem comparações com a versão anterior.
07 de Dezembro nos cinemas.
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