Extraordinário é aquele tipo de trama que tem a meta de levar a família inteira ao cinema e os deixar emocionadíssimos com a incrível jornada do pequeno Auggie (Jacob Tremblay), um menino que nasceu com uma deformação facial e já precisou passar por cerca de vinte e sete cirurgias tanto para conseguir respirar e ouvir quanto para ter um rosto mais delineado.
Sua mãe, Isabel (Julia Roberts), abdicou da carreira acadêmica para tomar conta do garoto em tempo integral devido a necessidade e delicadeza de seu estado. Nate (Owen Wilson), pai e grande fã de Auggie, foi quem manteve a casa e colaborou no que pôde para o filho se sentir confortável na própria pele. Mas o menino não é filho único e a irmã, Via (Izabela Vidovic), aprendeu ao longo dos anos a ser compreensiva com a falta de atenção dos pais para com ela e a total dedicação com o irmão. E mesmo que a adolescente tivesse o amor da avó (Sônia Braga) só para ela, a ausência dos pais acabou se tornando uma necessidade a ser suprida.
Ao completar 10 anos, Isabel decide que é hora de Auggie frequentar uma escola regular como toda criança normal de sua idade. E é naquele novo ambiente que o garoto vai precisar lidar com julgamentos constantes e não se sentir péssimo com a falta de amigos a sua volta, devido a sua aparência.
A produção tem direção de Stephen Chbosky (As Vantagens de Ser Invisível) e chega aos cinemas brasileiro na próxima quinta-feira (07).
Trailer
Novamente, o ator mirim Jacob Tremblay tem em mãos um personagem altamente dramático e a naturalidade de sua interpretação é explicita. Aqui, como em ”O Quarto de Jack”, o garoto é o narrador da trama, principalmente, os trechos que condiz da sua história já que o longa faz recortes também de conflitos dos demais personagens, entre eles, Via, a melhor amiga dela, Miranda (Danielle Rose Russell) e o possível amigo de Auggie na escola, Jack Will (Noah Jupe) para assim exibir ângulos distintos da trama e dar chance ao expectador a refletir em como realmente as situações decorreram.
Quando Auggie adentra o mundo escolar, ele mesmo revela que as crianças não sabem, como os adultos, mentirem e só por seus olhares ele já se sentia uma aberração completa. Todavia, antes do dia letivo oficial, o senhor Buzanfa (Mandy Patinki), convida três estudantes para apresentarem ao novo aluno os espaços da instituição. Com a tarefa, o diretor, na verdade, espera que o trio faça Auggie se sentir bem vindo e talvez ganhe já de inicio três novos amigos. Porém, obviamente, um dos estudantes, o riquinho Henry (James A Hughes) não segue a risca o pedido de Buzanfa e magoa Auggie questionando incessantemente sobre o que aconteceu ao seu rosto deformado. Dali em diante, Henry se torna o conhecido ´valentão e perseguidor´do garoto.
Auggie, no entanto, conquista a simpatia dos professores por ser excelente em ciências e um bom garoto, mas ainda se sente só naquele universo. Também se torna tutor da disciplina para ajudar o colega Jack Will, mas a amizade se enfraquece por conta das maldades dos colegas de turma e do próprio Jack. Assistindo isso, Summer (Millie Davis) se aproxima do menino e logo viram grandes amigos.
A parte dos conflitos de Auggie, vemos sua mãe, Isabel, lutar para retornar ao trabalho e terminar sua dissertação de doutorado com muita determinação. O pai do menino, adora incentivar o filho a ser forte e lutar por seus ideais, mesmo que de maneira brusca e arredia - o que Nate acredita deixar a esposa furiosa. Por outro lado, assistimos Via perder a amiga Miranda e estabelecer novas amizades no ciclo artístico da escola e quem sabe até começar a namorar e também lutar pela atenção dos pais.
Toda a familia reunida, Nate (Wilson), Auggie (Tremblay), Via (Vidovic) e Isabel (Roberts) |
A produção tem um tom expressivo de auto-ajuda, mas não perde seu folego e emociona em momentos muito específicos. Sua adaptação capta a essência mágica do livro e não se torna exagerada. Muito por conta do roteiro costuradinho do trio Chbosky, Thorne e Conrad e também pela direção de Chbosky que tem um tato impressionante com questões do mundo teen.
O elenco tem uma química de família de verdade e o rei do filme é Tremblay. Wilson apresenta o mesmo de sempre e mesmo assim agrada. As atrizes Danielle Rose Russell e Izabela Vicdovic consegue ultrapassar uma interpretação bobinha e também nos entregam boas atuações. A participação de Sônia Braga é curtinha, mas pode lhe levar as lágrimas. Mindy Patinki é um tremendo de um docente simpático e você se apaixona por ele de cara. O restante do cast mirim também é muito eficiente e não decepciona.
Por Auggie ser muito apaixonado por ciência ele ganha adereços de astronautas e um quarto todo ambientado naquele mundo que é de dar inveja.
Via (Vidovic) com a Avó (Braga) em momento tocante |
A trilha de Marcelo Zarvos (ouvir aqui) traz sonância calma e lista canções de Hannah Faye, Passion Pit, Natalie Merchant, Butterfly Bouchet, Bobby Boris Pickett & The Crypt-Kickers e ainda a serena We´re Going To Be Friends da falecida banda The White Stripes, em versão original, e em formato cover por Caroline Pennell. Esta última casa perfeitamente com o dilema principal de Auggie ao tentar ter amigos na escola.
Ficha Técnica: Wonder, 2017. Direção: Stephem Chbosky. Roteiro: Stephen Chbosky, Steve Conrad e Jack Throne - adaptação da obra homônima de RJ Palacio. Elenco: Jacob Tremblay, Julia Roberts, Owen Wilson, Sônia Braga, Izabela Vidovic, Noah Jupe, Bryce Gheisar, Elle Mckinnon, David Diggs, Ty Consiglio, Kyle Breitkopf, James A. Hughes, Millie Davis, Danielle Rose Russell, Mandy Patinkin. Gênero: Drama, família. Trilha Sonora Original: Marcelo Zarvos. Fotografia: Don Burgess. Figurino: Monique Prudhomme. Edição: Mark Livolsi. Distribuidor: Paris . Nacionalidade:Estados Unidos. Duração: 01h53min.
Não recomendado para menores de 10 anos.
Avaliação: Três projetos de ciências e sessenta e cinco prêmios (3,65/5).
07 de Dezembro, nos cinemas!
See Ya!
B-
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