O espetáculo ''Billie Holiday: A Canção'' fez ontem sua estréia na capital federal. O show é uma produção do teatro arretado de Sergipe que conta com texto do falecido Hunald de Alencar e direção de Raimundo Venâncio. Alexandre Pereira assina a produção local.
Com um público atento, o musical debutou e conseguiu arrancar palmas da platéia pela excelente atuação e performance da atriz e cantora Tânia Maria. Com uso total de seu corpo, Tânia se entrega em cena e sua voz ganha um tom rouco rasgado que não vai para o lado caricato, pelo contrário, consegue esbanjar profissionalismo e lembrar a própria voz da musa homenageada.
O show faz ainda um recorte muito especifico da vida de Billie: seus últimos dias de vida.
Quando a peça se inicia nos deparamos com uma pequena apresentação de Tânia para a canção ''Travelin' all alone'' , que em bom português seria algo como 'viajando sozinha'', o que diz muito do que o espectador verá na sequência, pois ele é contemplado com um monologo fervoroso da atriz encenando as frustrações e o grande desespero de Billie - um trauma vivido aos 12 anos de idade, quando fora violentada.
Claro que antes de seguirmos para os outros atos do espetáculo, o texto faz um resumo bem resumidinho de alguns momentos da carreira da cantora. Seu inicio, sua ascensão e sua decadência. tudo a partir de noticias no rádio - ferramenta de comunicação que já foi tão grande quanto a internet.
O que incomoda durante a peça é que a atriz não é microfonada - como ali ela está em seu leito de morte cabe sim um ar mais natural para as cenas, porém, por diversas vezes, fica difícil entender sua fala ou ainda quando entoa hinos como 'Summertime' e um pedacinho assim de ''Blue Moon'', ademais, a tecla mais batida aqui é a violência sofrida por Billie ou ainda a perseguição que a cantora sofreu por levar a vida tendo um comportamento rebelde para a época (o vicio em drogas).
Falta ao texto, de certa forma, falar também de como ela se sentia durante suas conquistas na carreira ou dos amores que teve, pois se casou duas vezes. Nota-se isto, pois o dramaturgo escreveu em repeteco ao falar somente do abuso sofrido e esquece de viajar também pelo outros campos da vida incrível que Billie teve. Momentos importantes para a história norte-americana e que vão além dos dias polêmicos em que ela era notícia para tabloides.
Chamada com a atriz e cantora Tânia Maria
Com uma voz marcante e um espirito único, Holiday não só trouxe vida ao Jazz como fez dele seu melhor amigo e aqui ouvimos uma lista de quase oito canções. Algumas até se misturam ao texto encenado por Tânia e, ao fim do show, a atriz entoa uma canção composta especialmente à Holiday.
''Billie Holiday - A Canção'' conquistou, em 2016, as plateias de Recife, Salvador e Ceará e pode ser que em breve o show embarque para os Estados Unidos para algumas apresentações (fiquemos na torcida).
Billie Holliday faleceu aos 44 anos em um hospital de Nova York.
SERVIÇO
Musical Billie Holiday, a Canção, chega a Brasília no fim de março
Em 2011, Steven Spielberg produziu 'Super 8', trama que continha inúmeras homenagens aos longas dos anos 80 e ao seu próprio, ET - O Extraterrestre. Ali, ficou claro que o diretor voltaria a trabalhar com a década de alguma forma. E realmente ele voltou.
Escolhido a dedo para conduzir a adaptação para as telas do livro de Ernest Cline, Jogador nº 1, (antes do diretor foram pensados para a função nomes como Robert Zemeckis, Christopher Nolan, Peter Jackson, Matthew Vaughn e Edgar Wright), Spielberg embarca o expectador na grande aventura distópica que revela como no futuro os seres humanos se tornaram aficionados por tecnologia e começaram a viver dentro de um mundo virtual chamado 'Oasis', plataforma digital criada por James Halliday e Ogdem Morrow na qual os usuários podem ser quem quiser e fazer o que quiserem. E é por lá que assistimos o avatar de Wade Watts (Tye Sheridan) se aventurar pelos desafios formulados por Halliday.
No elenco, Simon Pegg, o ganhador do Oscar, Mark Rylance, Olivia Cooke, T.J. Miller, Ben Mendelsohn, Ralph Ineson, Hannah John-Kamen, Susan Lynch, Perdita Weeks, Win Morisaki, Philip Zao e Lena Weathe.
Trailer
O ano é 2045, a cidade? Columbus, Ohio. Wade Watts (Sheridan) é um garoto órfão que vive com a tia e seu marido crápula numa periferia chamada de ''Pilhas'', um complexo enorme de trailers e apartamentos em formato de caixa de sapatos empilhados um acima do outro. A economia mundial não vai nada bem e o centro da atenção dos humanos está voltado para a realidade virtual do jogo OASIS, criado por James Halliday (Rylance) com a assistência de seu amigo Ogden Morrow (Pegg). O excêntrico Halliday faleceu em 2040 e desde aquele ano está no ar uma busca ao tesouro. Uma espécie de concurso onde os jogadores devem encontrar três chaves mágicas para, ao final da corrida, serem donos do Oasis e da fortuna de Halliday. Watts é um dos muitos garotos que abandonam diariamente a existência virtual e seguem rumo a realidade virtual da plataforma para tentarem desvendar o quebra-cabeça. Lá, ele é chamado de Percival, ou ainda de Z, e conhece e se torna amigo de Aech (Waithe), Sho (Zhao) e Daito (Morisaki) e vez ou outra se encontra com os meninos durante as missões. Durante a corrida para a primeira chave ele se encanta com a destemida Art3mis (Cooke) e de cara eles passam a trabalhar todos juntos nos desafios. Contudo, o grupo terá ainda de enfrentar o exército criado pela corporação do malvado Sorrento para chegar até o prêmio final.
Halliday (Rylance) e Morrow (Pegg) em conferência para demonstrar ''o que é a Oasis''
Ao assistir a película, vai ser fácil perceber que a mesma tem um roteiro simples, com escolhas convenientes e uma dose enorme de referências do mundo dos games, livros e filmes. Talvez, por isso, role uma adoração imediata pela boa nostalgia que ela entrega dos anos oitenta ou ainda pela reflexão que faz do nosso vício diário em tecnologia e em como nos tornamos zumbis ao nos alimentarmos apenas dessa realidade.
Spielberg cria aqui uma atmosfera mágica. Filma tudo em panavision e se atenta a voltar no tempo e reforçar técnicas que ele mesmo ajudou a difundir décadas atrás. Os saltos das câmeras, a amplitude da imagem para mostrar as situações reais (mais para o fim do terceiro ato) e o bom manejo dos efeitos na realidade virtual Oasis resultam em um projeto certinho e divertido.
Segundo o próprio diretor, sua busca pela perfeição aqui fez do projeto o terceiro mais difícil em que trabalhou. Ficando atrás apenas de ''Tubarão'' e ''O Resgate do Soldado Ryan''.
Sho (Zhao), Aech (Waithe), Z (Sheridan), Art3mis (Cooke) e Daito (Morisaki) encontram o Curador (informação de quem ele é é um spoiler) para buscar cenas da vida de Halliday que ajudem na busca das chaves
O casting de Lucy Beavan e Ellen Lewis vem com gostinho de perfeito. Sabe-se por alto que Spielberg quase trouxe Gene Wilder a produção e que pena que não rolou (o ator que encarnou o Willy Wonka na primeira adaptação de 'A Fantástica Fábrica de Chocolates' faleceu em 2016). Mas sua boa parceria com Rylance (desde o ano em que o ator ganhou o Oscar por sua performance em ''Ponte de Espiões'') tem rendido e aqui vemos um nerd altamente tipico, mas adequado para o que se propõe. Suas poucas cenas são certeiras e há uma ótima alternância de voz quando o personagem tem que trocar de realidade e encarnar um avatar chamado Anorak - um mago a cara de Gandalf. Pegg tem um personagem forte e que é crucial ao filme e ele está ainda melhor do que quando o vimos na finalização de Star Trek. Porém, vamos parar de falar dele por aqui, pois seus momentos melhores momentos no filme são um grande spoiler. O grupo de coadjuvantes Waithe, Zhao, Morisaki trazem tanta simpatia que fica difícil escolher o seu melhor amigo entre eles - quero todos. Cooke interpreta a faceira e destemida 'Art3mis', o par romântico do protagonista. Suas escolhas são muito consistentes e sua heroína fortalece o grupo de Watts. Este último, personagem de Sheridan, teve inúmeras tragédias na vida, mas nem por isso se torna um mocinho pedante. Boa atuação do rapaz, aliás.
O grande vilão da trama, Sorrento (Mendelsohn), nos lembra muito o professor barra pesada de 'O Clube dos Cinco'' (até no figurino) e quando está em sua forma de avatar é um valentão muito comum. Sua assistente, F'Nale Zandor (John-Kamen), é outra que se assemelha as vilãs de olhos fatais que já vimos por ai, todavia, é o personagem de T.J. Miller (Deadpool), I-Rok, que conquista com um papo muito sofrido antes de falar de seus planos malignos a Sorrento. I-Rok é, na verdade, quase um alívio cômico, pois tem ótimas falas.
A película tem tanta referência (ver todas aqui) do mundo cinematográfico que o olho chega brilha. Desde trilhas sonoras a personagens. Amantes dos filmes de John Hughes (O Clube dos Cinco, Curtindo a Vida Adoidado) Cameron Crowe (Diga O Que Quiserem), Stanley Krubick (O Iluminado) Robert Zemeckis (De Volta Para o Futuro) e o próprio Spielberg (Jurassic Park) vão reconhecer muitas delas ou até todas, caso assistam a película mais de uma vez. Do universo dos games, aparecem citações desde Mario Kart até personagens como Shun-li, Lara Croft e por ai vai. Das HQ's, facilmente reconhecemos símbolos do Batman o tempo inteiro, além de personagens também do universo DC como Coringa e Arlequina. Dos livros, claro, temos ''O Senhor dos Anéis'' e, diria até Harry Potter (repare na trajetória do garoto, que é órfão e mora com os tios, e tem um quarto que fica acima da lavanderia e sem nenhum luxo o que pode ser visto como uma leve alusão ao garoto que vivia debaixo da escada). A dica é não piscar para não perder nenhum dos personagens que fazem pontinha como avatar de alguém (em algum momento vocês verão Robocop, He-man, Chucky - o Boneco Assassino e por ai vai).
A lista de canções é espetacular. Ao iniciar da película escutamos ''Jump'', de Van Halen, minutos depois a estridente voz de Joan Jett com ''I Hate Myself For Loving You'' embala momentos de apresentação do mundo virtual. Também escutamos ao longo da película Depeche Mode, Wham!, Beegees, Blondie, New Order, Daryl Hall & Joan Oates e muitos outros.
Composta por Alan Silvrestri (De Volta ao Futuro), a trilha sonora original tem também seus momentos fodões e faz vibrar sons vigorosos nos atos finais. O tema criado por Silvestri está disponível nas redes (escute aqui).
Os aspectos técnicos estão dignos de palmas, inclusive o 3D, mas é o figurino e a customização dos personagens e dos ambientes que deixa seu queixo cair. Mullets, cabelos esvoaçados, ternos enormes, jeans e etc dizem bem que época o filme está homenageando.
Ficha técnica: Ready Player One, 2018. Direção: Steven Spielberg. Roteiro: Zak Pen e Ernest Cline baseado no livro homonimo de Ernest Cline.Elenco: Simon Pegg, o ganhador do Oscar, Mark Rylance, Olivia Cooke, T.J. Miller, Ben Mendelsohn, Ralph Ineson, Hannah John-Kamen, Susan Lynch, Perdita Weeks, Win Morisaki, Philip Zao e Lena Weathe. Casting: Lucy Beavan e Ellen Lewis. Gênero: Ficção cientifica, ação, Aventura. Design de produção: Adam Stockhausen. Efeitos Especiais: Grady Cofer. Trilha Sonora Original: Alan SilvestriFotografia:Janusz Kaminski.Figurino: Kasia Walicka-Maimone. Edição: Sarah Broshar e Michael Kahn.Distribuidor: Warner Brothers. Nacionalidade: Estados Unidos. Duração: 02h20min.
Se você cresceu durante os anos 80, vai ser fácil gostar do filme, se você não cresceu, mas tem apreço pelo período, também.
Aos que leram o livro, preparem-se para ver alteração do enredo original, pois não há o background de todos os personagens, como no livro, e os desafios se diferem bastante da obra literária. A personagem de F'Nale também só aparece aqui.
Avaliação: Quatro chaves que abrem um mundo de nostalgia (4/5)
''Arvores Vermelhas'' é um documentário dirigido pela
designer Marina Willer, estreando muito bem, por sinal que se se mostra um filme
sensível e extremamente tocante sobre a história do pai da moça, o arquiteto
Alfred Willer, e também de seu avô.
Fala sobre os horrores do
Nazismo na Segunda Guerra Mundial e a devastação que ocorreu na
antiga Tchecoslováquia, onde a família Willer vivia, dos 350 mil judeus
que havia no país, antes do holocausto, e restaram apenas 20
mil e traz isso com um relato extremamente humano. Expressando com sensatez os horrores e a destruição causadas pela guerra.
Vamos visualizando um cenário
de perdas e perseguições pelos quais Alfred passou até sua juventude. Somos apresentados a alguém que
vivenciou tanta dor ( amigos morrendo, objetos amados sendo extirpados de
seu dia a dia, mudanças de casa, vida, Pátria...) e ainda assim guardou
dentro de si algo de sublime, sem mágoa ou
rancor.
Assista o trailer em: https://vimeo.com/257014318/733a5cc5e1
Ficha Técnica: ÁRVORESVERMELHAS ( Red Trees, 2017). Direção:Marina Willer. Narrado por Tim Pigott–Smith. Roteiro: Marina Willer, Brian Eley e Leena Teelen. Gênero: documentário. Origem: Brasil, EUA e Inglaterra.Direção de Fotografia:César Charlone, Jonathan Clabburn, Fábio Burtin.Edição: Karen Harley, Avdhesh Mohla . Design de Som: Iain Grant.
Supervisão de Música: Eliza Thompson Kle Savidge. Produção Executiva:Charles S Cohen, Marcelo Willer, Katya Krausova. Coprodução:Victoria Gregory. Duração: 87 minutos.
"Aprendemos a não olhar, mas não nos esquecemos nunca."
É isso que o belo e delicado "Árvores Vermelhas" - expressão que se refere ao daltonismo de Alfred - nos transmite. Ele que nunca compartilhou muito
de seu passado, nos mostra a história de sua família ao revisitar as
cidades Pilsen, Kaznejov e Praga. A visão amorosa dos filhos, nascidos
no Brasil, Pátria que o acolheu, onde puderam
recomeçar a vida e a qual escolheram para amar.
Cenas marcantes, fortes e ao
mesmo tempo poéticas são contempladas com a maestria do design e arquitetura tem um peso forte nas imagens, até porque é um dom e uma paixão familiar.
Com distribuição independente, o documentário chega nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre em 29 de março e,certamente, levará o público à reflexão.
Aproveite seu feriado para se deliciar com esta comédia que fala de amor e as ciladas que a vida prega, principalmente, na alta sociedade onde as virtudes se definem pelas posses das pessoas, ou pelo menos, pelo que elas aparentam possuir.
O longa apresenta um roteiro simples e bem amarrado, perfeito para se distrair, porém, não deixa de jogar uma reflexão aqui e outra ali.
A atriz Toni Collete é Anne esposa de Bob, personagem do ator Harvey Keitel. O casal norte-americano vive na sociedade francesa contemporânea e esbalda sua ''aparente riqueza''.
Nesta fábula moderna, Anne é a "vilã", a patroa que disfarça bem seu preconceito para com os serviçais. Bob é um suposto milionário, metido a sedutor e bon vivant, mas com um pézinho na ruína financeira.
Tudo gira em torno de um jantar para a alta sociedade. Atenção voltada para os 'mínimos detalhes' do evento, mesa meticulosamente posta para doze convidados especiais e, então, surge, sem aviso, o filho fanfarrão que "se" convida para a festa. Logo, doze convidados passam a ser treze, o próprio prenúncio de mal agouro.
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A solução encontrada por Anne é disfarçar a empregada espanhola Maria (Rossy de Palma) com roupas de luxo e ter uma "discreta" convidada de última hora.
Todavia Maria não tem nada de, digamos assim, contida e bastam algumas taças de vinho para colocá-la à vontade. Por ironia do destino, o ricaço David (Michael Smiley) se encanta por ela.
Ficha Técnica. Título Original: Madame. Diretor: Amanda Sthers. Roteiristas: Amanda Sthers e Matthew Robbins. Elenco: Toni Collette, Harvey Keitel, Rossy de Palma, Michael Smiley, Tom Hughes, Violaine Gillibert, Stanislas Merhar, Sue Can e Ariane Séguillon.Gênero: Comédia/Drama. Trilha Sonora Original: Matthieu Bonet. Fotografia: Régis Blondeau. Edição: Nicolas Chaudeurge. Ano: 2017. Países: França. Distribuição:
Califórnia Filmes. Duração: 91 minutos.
''Madame'' é um conto de fadas 'a lá gata borralheira' e seu príncipe afortunado. Mas tudo baseado em mentiras. E a "rainha má" Anne fazendo de tudo para atrapalhar o romance, principalmente, por perceber que seu casamento com Bob já não tem o calor e o frescor de outrora.
Uma história gostosa de se assistir, leve e perfeita para relaxar.
A descoberta sexual na adolescência pode, para alguns, ter gostinho de mamão com açúcar, ou seja, ser leve e gostosa, para outros, nem tanto. Isto porque nossa divisão de gêneros e gostos faz com que o medo ao preconceito nos trave por completo. Em 'Com Amor, Simon', do diretor Greg Berlanti, esse tema é tratado de forma jovem e para o jovem. Berlanti tem vasta experiência em shows para este público. Dirigiu e escreveu series como Riverdale, Super Girl, Dawson's Creek, Flash e no cinema foi responsável pela comédia família 'Juntos Pelo Acaso', além do heroflick, odiado pelos nerds, Laterna Verde.
O roteiro escrito por Elizabeth Berger e Isaac Aptaker é uma adaptação para as telas do livro de sucesso da autora Becki Albertalli e conta a jornada de Simon (Nick Robinson) ''para sair do armário'' e também para encontrar um amor.
No elenco, Jennifer Garner, Josh Duhammel, Katherine Langford, Alexandra Shipp, Logan Miller, Keiynan Lonsdale e Jorge Lendeborg Jr. A película chega aos cinemas em 05 de abril, mas já pode ser vista em horários de pré-estréia.
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Simon Spier, personagem de Robinson, tem uma família acolhedora, amigos especiais como Leah (Langford) e vive uma vida normal como qualquer outro adolescente de classe média norte-americana. Entre os dramas de sua idade estão a descoberta de quem se é, sua identificação de gênero, sexualmente falando, e de que gênero mais gosta perante a si e a sociedade e Simon sabe que é gay, mas escolheu não contar aos pais e amigos ainda para se preservar ou também para não demonstrar suas inseguranças. A situação fica um pouco complicada para ele, pois um dia Simon esquece sua caixa de e-mails aberta e um 'colega' lê o conteúdo das mensagens. Desde então, o jovem começa a ser chantageado e comete uma sequência de erros tudo em nome da não revelação daquelas mensagens.
Eu devo decidir quando, onde e quem saberá. Isto é para ser um lance meu. E você me tirou isso.
O filme consegue tratar o assunto de um jeito delicado e faz graça - mesmo que você não ria de tudo ou acredite que certas pontuações no humor caiam na avacalhação. Os pais de Simon são vistos como aqueles pais super liberais, amáveis, chorões e que vão ajudar sempre o filho. O pai, como sempre naquele estilo bobão, e a mãe a força da casa, mas o foco não é exatamente eles aqui ou qualquer outra relação familiar.
Vemos como a vida na escola, nesse período de descoberta, é um terror. Todos os adolescentes querendo ser reconhecidos como alguém e também conquistarem alguém. O longa traz a boa sacada de que héteros não precisam se afirmar, mas talvez o deveriam, e faz isto para mostrar o quão é árduo para os gays terem que dizer ao mundo quem se é quando eles também tem inseguranças e medos como qualquer outro ser humano.
Os pais de Simon são interpretados por Jennifer Garner e Josh Duhamel
Por grande parte do filme, Simon está teclando com alguém nomeado 'Blue' na internet e o papo vai aflorando e passando por diversos níveis. Por lá falam de como se descobriram gays e de suas experiências com garotas, seus pais e etc. Acabam se apaixonando, mas Blue tem um bloqueio em se mostrar e medo de que o descubram, como acontece com Simon.
Todos os conflitos são jogados em tela para dar consistência ao arco do protagonista e eles se resolvem a partir de certo ponto. Simon comete erros, paga por eles e começa a viver um novo dia após isso.
O longa realmente chama atenção para pontos importantes e nos mostra que as minorias vão sempre encontrar dificuldades na sociedade e isso deve ser combatido, pois todos querem dançar com alguém, como diz a linda canção de Whitney Houston que é tocada em certa cena.
Rob Simonsen assina a trilha sonora original, mas não esqueça da lista de canções que tocam pelo filme (escute aqui). Roteiro e direção seguem um padrão claro dos novos filmes para adolescente e talvez não impactem tanto por serem muito óbvios, mas entende-se a força que a mensagem do filme passa. As atuações estão entre ok e ok.
Simon (Robinson) decide dar cara a tapa e esperar pro Blue, enquanto a vida passa em uma roda gigante.
Ficha Técnica
Título origial e ano: Love,Simon. 2017.Direção: Greg Berlanti. Roteiro: SRon Burch, David Kidd, Don Rhymer, Robert L. Baird e Brad Copeland - baseado no livro homônimo de Becki Albertalli. Elenco: Nick Robinson, Jennifer Garner, Josh Duhammel, Katherine Langford, Alexandra Shipp, Logan Miller, Keiynan Lonsdale e Jorge Lendeborg Jr . Gênero:Drama, familia, comédia. Nacionalidade: EUA. Trilha Sonora Original: Rob Simonsen. Edição: Harry Hitner. Fotografia: John Guleserian. Distribuidora: 20th Century Fox. Duração: 01h49min.
Verifique na sua cidade os horários do filme e confira!
Em 2013, os fanáticos por robôs gigantes ganharam um universo muito peculiar com o filme 'Circulo de Fogo', longa dirigido pelo oscarizado Guillermo Del Toro. A trama apresentava um mundo futuro em que o planeta terra começou a ser invadido por monstros gigantes, através de uma abertura nos oceanos, e precisou de defensores a sua altura, no caso, um programa criado por cientistas e militares com robôs, também gigantes, que eram pilotados por duas pessoas e estas mantinham uma conexão neural durante o processo de batalha. Pois bem, terminada a guerra - quase infinita- entre Kaijus, os monstros, e Jaegers, os robôs defensores, o mundo conheceu seus heróis. Os que se foram, entre eles o comandante Stacker Pentecost (Idris Elbra), e os que ajudaram na luta como Mako Mori (Rinko Kikuchi) e Railegh Becket (Charlie Hunnam).
Muito se falou sobre uma sequência e se Del Toro iria dirigir novamente. Bem, a sequência, depois de alterações em sua data de lançamento, finalmente chega aos cinemas, porém sem Del Toro, que já estava envolvido na produção do longa ''A Forma Da Água'', ganhador da categoria de melhor filme deste ano no Oscar. Este aparece aqui apenas como produtor.
Circulo de Fogo: A Revolta, ganha então novo diretor, novos roteiristas e, devido a mega polêmica com a pouca representatividade no longa anterior, muita representatividade de minorias.
Retornam como 'Mako, Newt e Herman', Rinko Kikuchi, Charlie Day e Burn Gorman e adentram o elenco John Boyega, o astro da vez nos filmes de scifi, Scott Eastwood, que dispensa comentários pela aparência e por seu sobrenome e ainda Cailee Spaeny.
A distribuição do longa agora é da Universal Pictures e não da Warner Bros.
Trailer
O comandante Stacker Pentecost (Idris Elba) se tornou um herói, após ser crucial para o fim da guerra entre Robôs e Kaijus e para sempre seu legado será lembrando. Mako (Kikuchi), sua filha adotiva, também teve papel importantíssimo na batalha em que perdeu o pai e agora é membro do conselho que define os novos meios de defesa do planeta. Seu irmão mais novo, Jake (Boyega) adentrou o programa de pilotos, mas abandonou o treinamento para viver no submundo do crime. Certo dia, enquanto Jake tenta se desvencilhar de alguns bandidos, ele topa com a garota prodígio Amara Namani (Spaeny). A jovem construiu sozinha um robô para combater monstros, caso um dia eles retornem. O encontro dos dois, convenientemente, os leva a uma mega confusão e eles acabam em cana. Para sair de lá, Jake recebe a oferta da irmã para voltar ao programa de treinamento e trazer Amara para o grupo. Sempre resistente a seguir os passos do pai e da irmã, ele briga, mas aceita ir. A garota, por outro lado, acredita que aquela oportunidade é ideal e se joga no treinamento com tudo, apesar da pouca aceitação que tem de alguns colegas. A dupla de cientistas Newt e Herman, por sua vez, estão separados. Hermann continuou desenvolvendo seu trabalho no programa de defesa e Newt agora é coordenador de pesquisa para o programa de defesa via drones da China.
Os novos recrutas iniciam então seu treinamento e novos robôs são revelados, mas Mako não sabe se os aqueles projetos devem ser liberados e todos ainda têm muito medo de que os Kaijus retornem, após dez anos de paz.
Jake tem certa resistência em ser comparado ao pai e mostra suas diferenças com clareza
O filme se inicia com Jake nos dando todos os detalhes sobre o que aconteceu após o fim da guerra e como ele chegou ao mundo do crime. Revemos antigos personagens e rapidamente, o rapaz retorna aos treinamentos de piloto e vemos suas rixas aflorarem com o seu ex-amigo Nate Lambert (Eastwood). Os dois agora devem liderar a equipe de recrutas e testar os limites do grupo, principalmente da novata, Amara. Aliás, a moça enfrenta um certo preconceito por parte de outra menina do grupo, Viktoria (Ivanna Sakhno), pois esta acredita que Amara teve não merece esta ali.
Ao desenrolar do enredo, a relação entre os dois vai inflamando, pois macho alfa e macho beta acabam tendo olhos para a mesma garota, aparentemente, mas é o trabalho em equipe que os faz lutar pela convivência pacifica.
Nate e Jake acreditam que os recrutas podem ajudar na luta
Um grupo multi-étnico e racial é a resposta que o filme dá a criticas que o anterior recebera. Há personagens femininos ainda mais fortes e com muitos diálogos e há a boa mistura do mundo oriental a ocidental já vista antes.
De certa forma, há sim uma decaída na trama. Sente-se falta do personagem metido a herói de Charlie Hunnam e de sua conexão com Mako. Aliás, está tem uma trajetória curta e sabemos pouco da relação dela com Jake, mesmo que eles se considerem bastante. Há uma virada 'ok' para os rumos dos personagens cientistas de Charles Day e Burn Gorman. Eles que foram relevantes na vitória contra os Kaijus e caminhavam alinhados recebem contrastes e até novos perfis.
Acima Newt (Day) e Hermann (Gorman) e abaixo a nova equipe do program de defesa com Mako (Kikushi) e a empreededora Liwen Shao (Tian Ji)
Para as atuações não há em si um destaque especifico, mas percebe-se a boa química de Boyega e Spaeny em cena. O primeiro vem com um sotaque carregado que lembra quase um inglês jamaicano e a moça vem com tanta força que vira e mexe nos faz lembrar da atriz Hailee Steinfeld, pelos traços e pelas escolhas de sua heroína.
O diretor Steve S. DeKnight faz sua estréia na telona e não é como um todo ruim. Sua experiência como produtor e condutor de séries de tevê (Spartacus, Angel, Demolidor) traz o filme para um público jovem que procura desafios, mas sem muita complexidade.
O design de Pacifc Rim: Uprising, título original da produção, é ainda mais atual, moderno e estiloso. Os responsáveis pelo roteiro não sobem exatamente o nível visto no primeiro filme por obra da mão, do criador e também roteirista, Travis Beacham e de Del Toro, diretor e roteirista, porém, conseguem trazer diversão com a ajuda dos efeitos especiais que nos dão ótimas cenas de lutas. A trilha sonora original também muda de mãos, Lorne Balfe assume aqui, mas ouvimos o tema criado por Ramin Djawadi em certos momentos.
Desta vez, a cena pós crédito não demora tanto a aparecer.
Ficha Técnica: Pacific Rim: Uprising, 2018. Direção: Steve S. DeKnight. Roteiro: Steve D. DeKnight, Emily Carmichael, Kira Snyder, T.S. Nowlin. Elenco: John Boyega, Scott Eastwood, Cailee Spaeny, Burn Gorman, Charlie Day, Tian Jing, Rinko Kikuchi, Karen Brar, Wesley Wong, Ivanna Sakhno, Lily Ji, Mckenyu, Shyrley Rodriguez, Rahart Adams. Trilha Sonora Original: Lorne Balfe.Fotografia:Dan Mindel.Figurino: Lizz Wolf. Edição: Dylan Highsmith, John Schaeffer e Zach Staenberg. Distribuidor: Universal Pictures do Brasil. Nacionalidade: Estados Unidos. Duração: 01h51min.
Não recomendado para menores de 12 anos
Avaliação:TrêsKaijus e setenta Jagers em treinamento(3,70/5).