Em 2013, os fanáticos por robôs gigantes ganharam um universo muito peculiar com o filme 'Circulo de Fogo', longa dirigido pelo oscarizado Guillermo Del Toro. A trama apresentava um mundo futuro em que o planeta terra começou a ser invadido por monstros gigantes, através de uma abertura nos oceanos, e precisou de defensores a sua altura, no caso, um programa criado por cientistas e militares com robôs, também gigantes, que eram pilotados por duas pessoas e estas mantinham uma conexão neural durante o processo de batalha. Pois bem, terminada a guerra - quase infinita- entre Kaijus, os monstros, e Jaegers, os robôs defensores, o mundo conheceu seus heróis. Os que se foram, entre eles o comandante Stacker Pentecost (Idris Elbra), e os que ajudaram na luta como Mako Mori (Rinko Kikuchi) e Railegh Becket (Charlie Hunnam).
Muito se falou sobre uma sequência e se Del Toro iria dirigir novamente. Bem, a sequência, depois de alterações em sua data de lançamento, finalmente chega aos cinemas, porém sem Del Toro, que já estava envolvido na produção do longa ''A Forma Da Água'', ganhador da categoria de melhor filme deste ano no Oscar. Este aparece aqui apenas como produtor.
Circulo de Fogo: A Revolta, ganha então novo diretor, novos roteiristas e, devido a mega polêmica com a pouca representatividade no longa anterior, muita representatividade de minorias.
Retornam como 'Mako, Newt e Herman', Rinko Kikuchi, Charlie Day e Burn Gorman e adentram o elenco John Boyega, o astro da vez nos filmes de scifi, Scott Eastwood, que dispensa comentários pela aparência e por seu sobrenome e ainda Cailee Spaeny.
Trailer
O comandante Stacker Pentecost (Idris Elba) se tornou um herói, após ser crucial para o fim da guerra entre Robôs e Kaijus e para sempre seu legado será lembrando. Mako (Kikuchi), sua filha adotiva, também teve papel importantíssimo na batalha em que perdeu o pai e agora é membro do conselho que define os novos meios de defesa do planeta. Seu irmão mais novo, Jake (Boyega) adentrou o programa de pilotos, mas abandonou o treinamento para viver no submundo do crime. Certo dia, enquanto Jake tenta se desvencilhar de alguns bandidos, ele topa com a garota prodígio Amara Namani (Spaeny). A jovem construiu sozinha um robô para combater monstros, caso um dia eles retornem. O encontro dos dois, convenientemente, os leva a uma mega confusão e eles acabam em cana. Para sair de lá, Jake recebe a oferta da irmã para voltar ao programa de treinamento e trazer Amara para o grupo. Sempre resistente a seguir os passos do pai e da irmã, ele briga, mas aceita ir. A garota, por outro lado, acredita que aquela oportunidade é ideal e se joga no treinamento com tudo, apesar da pouca aceitação que tem de alguns colegas. A dupla de cientistas Newt e Herman, por sua vez, estão separados. Hermann continuou desenvolvendo seu trabalho no programa de defesa e Newt agora é coordenador de pesquisa para o programa de defesa via drones da China.
Os novos recrutas iniciam então seu treinamento e novos robôs são revelados, mas Mako não sabe se os aqueles projetos devem ser liberados e todos ainda têm muito medo de que os Kaijus retornem, após dez anos de paz.
Jake tem certa resistência em ser comparado ao pai e mostra suas diferenças com clareza
O filme se inicia com Jake nos dando todos os detalhes sobre o que aconteceu após o fim da guerra e como ele chegou ao mundo do crime. Revemos antigos personagens e rapidamente, o rapaz retorna aos treinamentos de piloto e vemos suas rixas aflorarem com o seu ex-amigo Nate Lambert (Eastwood). Os dois agora devem liderar a equipe de recrutas e testar os limites do grupo, principalmente da novata, Amara. Aliás, a moça enfrenta um certo preconceito por parte de outra menina do grupo, Viktoria (Ivanna Sakhno), pois esta acredita que Amara teve não merece esta ali.
Ao desenrolar do enredo, a relação entre os dois vai inflamando, pois macho alfa e macho beta acabam tendo olhos para a mesma garota, aparentemente, mas é o trabalho em equipe que os faz lutar pela convivência pacifica.
Nate e Jake acreditam que os recrutas podem ajudar na luta
Um grupo multi-étnico e racial é a resposta que o filme dá a criticas que o anterior recebera. Há personagens femininos ainda mais fortes e com muitos diálogos e há a boa mistura do mundo oriental a ocidental já vista antes.
De certa forma, há sim uma decaída na trama. Sente-se falta do personagem metido a herói de Charlie Hunnam e de sua conexão com Mako. Aliás, está tem uma trajetória curta e sabemos pouco da relação dela com Jake, mesmo que eles se considerem bastante. Há uma virada 'ok' para os rumos dos personagens cientistas de Charles Day e Burn Gorman. Eles que foram relevantes na vitória contra os Kaijus e caminhavam alinhados recebem contrastes e até novos perfis.
Acima Newt (Day) e Hermann (Gorman) e abaixo a nova equipe do program de defesa com Mako (Kikushi) e a empreededora Liwen Shao (Tian Ji)
Para as atuações não há em si um destaque especifico, mas percebe-se a boa química de Boyega e Spaeny em cena. O primeiro vem com um sotaque carregado que lembra quase um inglês jamaicano e a moça vem com tanta força que vira e mexe nos faz lembrar da atriz Hailee Steinfeld, pelos traços e pelas escolhas de sua heroína.
O diretor Steve S. DeKnight faz sua estréia na telona e não é como um todo ruim. Sua experiência como produtor e condutor de séries de tevê (Spartacus, Angel, Demolidor) traz o filme para um público jovem que procura desafios, mas sem muita complexidade.
O diretor Steve S. DeKnight faz sua estréia na telona e não é como um todo ruim. Sua experiência como produtor e condutor de séries de tevê (Spartacus, Angel, Demolidor) traz o filme para um público jovem que procura desafios, mas sem muita complexidade.
O design de Pacifc Rim: Uprising, título original da produção, é ainda mais atual, moderno e estiloso. Os responsáveis pelo roteiro não sobem exatamente o nível visto no primeiro filme por obra da mão, do criador e também roteirista, Travis Beacham e de Del Toro, diretor e roteirista, porém, conseguem trazer diversão com a ajuda dos efeitos especiais que nos dão ótimas cenas de lutas. A trilha sonora original também muda de mãos, Lorne Balfe assume aqui, mas ouvimos o tema criado por Ramin Djawadi em certos momentos.
Ficha Técnica: Pacific Rim: Uprising, 2018. Direção: Steve S. DeKnight. Roteiro: Steve D. DeKnight, Emily Carmichael, Kira Snyder, T.S. Nowlin. Elenco: John Boyega, Scott Eastwood, Cailee Spaeny, Burn Gorman, Charlie Day, Tian Jing, Rinko Kikuchi, Karen Brar, Wesley Wong, Ivanna Sakhno, Lily Ji, Mckenyu, Shyrley Rodriguez, Rahart Adams. Trilha Sonora Original: Lorne Balfe. Fotografia: Dan Mindel. Figurino: Lizz Wolf. Edição: Dylan Highsmith, John Schaeffer e Zach Staenberg. Distribuidor: Universal Pictures do Brasil. Nacionalidade: Estados Unidos. Duração: 01h51min.
Não recomendado para menores de 12 anos
Avaliação: Três Kaijus e setenta Jagers em treinamento (3,70/5).
22 de Março, nos cinemas!
See Ya!
B-
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