O Passageiro

O ator irlandês Liam Neeson ganhou de vez o título de herói dos filmes de ação dos anos 2000 e não se cansa de aparecer nas telas com aquele big olhar de "não sei o que tá rolando aqui, mas vou salvar geral (hahaha), não se preocupem". Em "O Passageiro", trama que estréia nesta quinta-feira (08), Neeson colabora pela quarta vez com o diretor espanhol Jaume Collet-Serra e encarna um homem muito pouco distinto dos outros que já vimos nos filmes da dupla (O Desconhecido, de 2011, Sem Escalas, de 2014, e o mais recente, Noite Sem Fim, de 2015). 

No elenco, as atrizes estupendas Vera Farmiga e Elizabeth McGovern e também Jonathan Banks, Patrick Wilson e Sam Neill.

O thriller com cara de filme de ação tem distribuição da Imagem Filmes.

Trailer

Michael MacCauley (Neeson) é um pai dedicado e um marido atencioso. Trabalha como vendedor de apólices de seguro há milênios, mas antes disso também exerceu outras funções. Uma delas, a de agente da policia estadual. Seu último parceiro no departamento ainda é um grande amigo. O boa pinta Alex Murphy (Wilson). E vira e mexe eles se encontram por ai. Até porque Michael sempre segue a sua rotina de ida ao trabalho de trem e passa pelos cafés e pubs que costumava frequentar na época de oficial. Certo dia, durante este trajeto, uma estranha e bela mulher o aborda e o faz uma proposta: ganhar cem mil dólares para descobrir a identidade de um dos passageiros que está em sua viagem de volta para casa e atende pelo nome de Prynne. O pequeno detalhe é que há centenas de pessoas no transporte e a tarefa aparenta ser um pouco grandiosa demais. Porém, com as últimas noticias que Michael recebeu na empresa o medo de desapontar a esposa e o filho o fazem pensar no assunto com muita cautela.

Wilson e Neeson, os homões de ação do filme

O filme tem cenas criativas, trabalha o tempo de forma dinâmica, logo no inicio, mas exibe uma narrativa comum e um desenvolvimento clichê. Como o enredo pede suspense sobre a identidade de um personagem em questão, forma-se uma teia de informações enganosas para ludibriar o espectador de quem realmente é o vilão e o porque alguém ali está sendo procurado. Há obviedade, no entanto, aqui e ali pode ser que o público se entretenha e caia no gosto da jornada proposta.

Muitos dos nomes conhecidos que estão na produção aparecem em pouquíssimas cenas e assistimos o protagonista de Liam Neeson  reinar por todo o filme com o auxilio de seus coadjuvantes anônimos. 

Vera Farmiga é a misteriosa Joanna , a  mulher que pode livrar o personagem de Neeson de alguns problemas financeiros em troca de um pequeno favorzinho.

Farmiga e Wilson já apareceram junto nos filmes da série A Invocação do Mal. Aqui os atores não contracenam, porém, seus personagens estão envolvidos nos acontecimentos principais da trama e suas demandas impactam na jornada do personagem de Neeson. Ambos tem características ambíguas e a todo instante são questionáveis.

Não há em si uma atuação louvável de seu ninguém, contudo, faz bem ver Sam Neill, Jonathan Banks (Breaking Bad), Elizabeth McGovern (Downton Abbey) e até o jovem Dean-Charles Chapman, o falecido Tommem Baratheon da série Game Of Thrones.

Patrick Wilson ganha aqui o nome que faz referência ao eterno Robocop, Alex Murphy.

Neeson exala bom-mocismo e os percalços de seu velho vendedor de seguros e pai de família preocupado vendem um tom cansado de justificativas para as ações do protagonista. É aquele básica revirada de olhos certeira que você vai realizar se decidir assistir o longa.

Afinal, a  direção de Collet-Serra não consegue transformar as características ordinárias do roteiro em um bom filme de ação e cambaleia entre o repetitivo e o repetitivo. 

Ficha Técnica: The Commuter, 2018. Direção: Jaume Collet-Serra. Roteiro: Byron willinger, Philip de Blasi e Ryan Engle. Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Dean-Charles Chapman, Sam Neill, Elizabeth McGovern, Jonathan Banks, Colin McFarlane, Clara Lago, Andy Nyman, Killian Scott, Shazad Latif, Roland Moller, Florence Pugh,Ella-Rae Smith.   Gênero: Ação, Suspense, Policial, Crime. Trilha Sonora Original: Roque Baños (ouça aqui). Fotografia:  Paul Cameron. Figurino: Betsy Heimann e Jill Taylor. Edição: Nicolas De Toth. Distribuidor: Imagem Filmes. Nacionalidade: Eua, Reino Unido, França. Duração: 01h44min.

Avaliação: Dois distintivos usados e quinze tickets de trem(2,15/5).

08 de Março nos cinemas

See ya!

B-

Escrito por Bárbara Kruczyński