“Todo dia ela faz tudo sempre igual…” mas se “Lucky” fosse uma música, acredito que “Boa Sorte”, de Vanessa da Mata e Ben Harper, a representaria bem. Pois bem, hoje vamos falar desta obra que já está disponível nas plataformas digitais e é o último trabalho de Harry Dean Stanton.
Lucky é um senhor por volta dos 90 anos e vive em uma cidade desértica com algumas outras pessoas. Veterano de guerra e de independência sem tamanho, ele passa o tempo seguindo sua rotina de maneira metódica a fim de buscar o sentido para ainda estar vivo após tanto tempo.
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As atuações não são memoráveis, exceto Stanton, mas são muito boas. Você consegue aceitar as histórias contadas, as situações de vida demonstradas em tela, as relações interpessoais… e quando chega no protagonista, tudo é elevado e ele realmente dá um show.
Trailer
O roteiro fica por conta de Logan Sparks e Drago Sumonja e, apesar de não ter me agradado muito, devido a alguns diálogos que me pareceram não acrescentar nada e só aumentar o tempo em tela, funciona bem, os personagens apresentam motivação e alguns diálogos podem trazer lágrimas e sorrisos.
Já a direção de John Carrol Lynch (Jackie) me agradou bastante em diversos momentos. Os planos fechados contribuem para que se partilhe o que o protagonista sente, os planos mais abertos funcionam bem para compreender melhor a cena, o posicionamento de câmera nas conversas, o foco no rosto ajudam na sensação de angústia que muitas vezes é demonstrada por Lucky.
Tim Suhrstedt apresenta uma fotografia bastante interessante e bem composta. O tom amarelado nas vestimentas do protagonista e de seus pertences trazem a sensação de alguém realmente metódico e que mantém suas coisas por muito tempo. Os ambientes externos são bastante coloridos e o árido da cidade é bem representado pela exposição solar e belíssimas paisagens. Há também momentos em que utiliza-se o vermelho para momentos de angústia ou discussão.
Em resumo: Lucky é um filme que trata bem sobre a velhice e funciona incrivelmente como uma homenagem póstuma a Harry Dean Stanton, que faleceu antes da estreia mundial. Aborda a velhice, o metodismo e o “ser ranzinza” de maneira real e honesta, apresentando um personagem que pode ser caricato, com muitas razões de si, mas que ainda busca um sentido para estar vivo após tanto tempo. As atuações são bacanas, a fotografia é bonita e serve como um bom momento de reflexão.
Nota: 3/5
ServiçoO filme está disponível, desde o dia 22 de março, em diversas plataformas digitais.
LUCKY
Classificação: 16 anos
NOW (R$ 14,90) / VIVO PLAY (R$ 11,90) / Google Play (R$ 9,90) / iTunes (R$ 11,90) e Youtube (R$ 9,90).
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Por Leandro Lisbôa
Sobre o autor:
I’m Batman (Bem que gostaria). Chamo-me
Leandro, tenho 27 anos e sou jornalista desde 2012. Atualmente estudo
Design de Interiores e Letras Língua Inglesa. Gosto de games, de livros e
não dispenso uma boa conversa. A cultura pop é um interesse que tem
crescido cada vez mais em mim e, por isso, tenho buscado entender mais e
falar sobre.Adoro séries e fazer maratona não é nada difícil para mim. E
por falar em maratona, também sou apaixonado por esportes. =D
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