Mentes Sombrias


As distopias teens ganharam voz nos anos 2000 quando #JogosVorazes atingiu um grande sucesso de vendas nas livrarias de todo o mundo e ganhou as telas dos cinemas. Desde então, também foram adaptados muitos livros do gênero. Entre eles, a série Maze Runner, Divergente, A Quinta Onda e Ender's Game. Cada qual alcançando um sucesso mediano ou nulo e deixando os fãs bastante decepcionados.

Chega então a vez do primeiro livro da série criada por Alexandra Bracken, Mentes Sombrias, ganhar sua versão cinematográfica. Aparentemente, a trama é chamativa. Ali conhecemos a história de uma sociedade onde crianças e adolescente são atingidos por um vírus mortal e os sobreviventes ganham 'poderes'. Habilidades estas que são classificadas por cores e destacam os mais perigosos, laranjas (controle de mentes) e vermelhos (controle do fogo), no topo da pirâmide. Já verdes (intelêngia), azuis (levitar objetos) e amarelos (controle de eletricidade), não tanto. Claro, o governo quer o controle de tudo por temer essa nova geração e inicia uma perseguição a todos. Ruby (Amandla Stenberg), uma garota negra de 10 anos, vê sua vida mudar completamente ao saber que tem o vírus. Logo, é levada para o centro que esses jovens são mantidos e lhe é revelado que ela é uma das mais poderosas. Assim, Ruby precisa então fazer de um tudo para se proteger e não ser descoberta. No meio do caminho, ela conhece Charles (Skylan Brooks), Liam (Harris Dickinson) e Zu (Miya Cech) e juntos eles saem em busca de um campo de jovens que pode ajudá-los a ficar longe das garras do governo. 

O filme tem a direção de Jennifer Yuh Nelson (Kung Fu Panda 2 e 3) e a escrita do material fica por conta do roteirista de séries de tevê, entre elas, Good Behavior, Chad Hodge.

Mentes Sombrias entra em cartaz hoje.


Trailer



A principio, há um encantamento próprio que ocorre quando se fala em distopia. Ainda mais uma que decide mostrar diversidade e inclusão - a personagem principal é negra e grande parte dos coadjuvantes também se diferem do que já vimos em outros filmes. Alguns são latinos ou ainda asiáticos. Mas engana-se quem acha que a película não cai nos clichês que o gênero criou.

Temos uma personagem com um poder enorme e que não sabe lidar com isso (alguém lembrou da Jean Grey ai?). Quando ela é descoberta, em algum momento, consegue ajuda muito rápido, porém, também não fica perto para ver se a 'ajuda' é real e segue em busca de outros caminhos. Convenientemente, encontra um grupo de garotos perambulando a solta e fugindo de 'caçadores de recompensas', no caso, a caça são eles, claro. Dentro do grupo, acaba sendo a mais forte e se apaixona por um dos garotos e ele por ela. O romance, aliás, é criado num piscar de olhos. Tipo duas ou três cenas. E a amizade dela com Bolota, Zu e Liam também nasce em menos de cinco minutos de filme.

Cada adolescente ou criança é classificado segundo a sua habilidade. Ruby está no topo do grupo.

O roteiro insere diálogos pouco interessantes para muitos dos personagens. Se faz previsível em diversos momentos e consegue fazer com algumas piadas funcionem bem e outras não. Ele também não consegue inserir bem as motivações dos personagens e os cortes bruscos da edição trazem confusão ao resultado final do projeto. A direção de Jennifer não consegue fazer o filme ser tão dinâmico quando pretendia.

O elenco vem de diversos filmes teens já vistos por ai. Amandla esteve, aliás, em Jogos Vorazes. Interpretava Rue. A doce menina que Katniss não consegue salvar. A jovem também estará em breve no aguardado 'O Ódio que Você Semeia', adaptação que trata a questão racial nos Estados Unidos de um jeito muito verdadeiro e cruel. Skylan Brooks pode ser visto em filmes como 'Nocaute' e também na série da Netflix 'The Get Down'. Já Harris Dickison esteve em 'Ratos de Praia e estará também em 'Malevóla 2'. A pequena Miya Cech esteve em inúmeras séries, uma delas Hawaii Five-O. Temos ainda as participações de Mandy Moore como ativista que ajuda jovens como Ruby e seu grupo e Gwendoline Christie, de Game of Thrones, como a caçadora Lady Jane.

O único ponto positivo do filme, sinceramente, é a boa supervisão musical de Deva Anderson. Ouvimos sons indies e folks em diversos momentos. Os mais legais, inclusive, é o que vocês poderão ouvir The XX com Loud Places e Birdy com 'Find Me'.


Ficha Técnica: The Darkest Mind, 2018. Direção: Jennifer Yuh NelsonRoteiro
Chad Hodge, adaptado do livro homônimo de Alexandra Bracken. Elenco: Amandla Stenberg, Mandy Moore, Gwendoline Christie, Harris Dickinson, Skylan Brooks, Miya Cech, Patrick Gibson, Golden Brooks, Bradley Whitford, Wallace LanghamEdição:Maryann Brandon e Dean Zimermman. Trilha Sonora Original: Benjamin Wallfisch. Supervisora Musical: Deva Anderson. Gênero: Distopia, Scifi. Figurino: Lessa Evans e Mary Claire Hannan. Fotografia: Kramer Morgenthau. Nacionalidade: Eua. Distribuidor: 20th Century Fox. Duração: 01h44min.

Para quem leu o livro, a percepção de que 'a retirada de certos detalhes' realmente farão falta, segundo nosso colaborador Vitor que também conferiu o filme. E para quem não se importa muito com roteiros adaptados ainda assim vai perceber o manuseio desequilibrado do material. 

AvaliaçãoDois poderes incríveis e trinta balões escritos 'não esperava muita coisa' (2,30/5 ).

16 de Agosto nos Cinemas!


See Ya!




B-

Escrito por Bárbara Kruczyński

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