Nomeado ao ‘Oscar Francês’, o Prêmio César, Troca de Rainhas chega hoje aos cinemas de todo o Brasil. A produção, dirigida por Marc Dugain, conta como um trato político entre o regente da França e o Rei da Espanha cessou uma ‘possível’ guerra entre os países, em 1700 e bolinha, e quase entrelaçou as duas nações.
A trama é baseada no livro, ‘’L’Échange des Princesses”, escrito por Chantal Thomas, que também aparece aqui como roteirista, e é estrelado por Lambert Wilson, Jualine Lepureau, Anamaria Vartolomei, Olivier Gourmet, Kacey Mottet Klein e Igor van Dessel.
Quem conseguiu conferir o Festival Varilux de Cinema Francês este ano pôde conferir o filme na programação.
Trailer
Com a súbita morte dos monarcas e seus herdeiros, o irmão do rei, Phillippe d’Orléans (Gourmet) assume como regente do reino francês, em 1721, e começa a preparar o sobrinho neto, um menino de 11 anos chamado ‘Louis XV’(van Dessel) para ser o futuro rei. Phillippe como bom estrategista que é percebe que um acordo entre o país e o reino da Espanha pode vir a calhar e eliminar a possibilidade de futuras guerras, já que a França não tem finanças o bastante para se defender de ataques, como no passado. Assim, propõe uma troca de princesas onde a filha do rei espanhol (Wilson), Anna Maria Victoria (Juliane Lepoureau), de 4 anos, se case com Louis XV e o irmão de Anna Maria e herdeiro do trono da Espanha, Don Luis (Monttet Klein), se case com a prima do futuro rei e filha do regente da França, Louise Elisabeth.
O acordo acontece, mas os conflitos que se seguem fazem com que a adaptação de ambas as princesas ao seus novos lares se torne complicada, o que traz dificuldades a estadia de Anna Maria e Louise Elisabeth em ambos os reinos.
O Regente do Reino francês, Philippe d'Orléans (Gourmet), o Rei da Espanha, Felipe Órleans (Wilson) e o pequeno Rei, Louis XV (van Dessel).
O filme exala exuberância. Tem um figurino de acordo. Ambientação sem igual e um primor em detalhes técnicos que os amantes de produções de épocas vão ficar encantadíssimos. Chantal Thomas, roteirista e responsável também pelo livro em que a trama se baseia, é pontual em seus diálogos e faz um ótimo jogo entre duas nações aflitas. Thomas ainda é preciso em mostrar como a vida das mulheres da realeza dependia de acordos feitos por homens que lhe tinham como posses. Pais e tios que pouco se importavam como a felicidade dessas meninas seriam atingidas com mudanças tão bruscas e tudo a favor da diplomacia. Ele ainda contextualiza bem o período com a presença da igreja próxima do rei e de como esta punia jovens que se atraiam pelo mesmo sexo.
Anna Maria, papel da fofíssima Lepoureau, segue os planos do pai e não reclama. Se mostra encantadora e uma rainha com classe e extrema elegância, mesmo com a pouca idade. O que de nada surpreende o pequeno rei da França, vivido por Igor van Dessel. Aliás, o jovem monarca está sempre rodeado de puxa-sacos em sua corte, um deles, o sem noção Duc de Condé (Thomas Mustin). Mas também tem ao seu lado uma governanta fiel (Catherine Mouchet) que lhe quer muito bem e logo se fascina com Anna Maria. A princesa acaba sendo muito cobrada por ser tão criança por todos os lados e o Rei também questiona bastante o crescimento demorado da menina.
Do outro lado da fronteira, Louise Elisabeth (Vertolomei) não faz nada para agradar a nova família e nem o futuro marido. Pelo contrário, se mostra teimosa, infantil e zombeteira. Don Luis, ainda assim, se apaixona pela francesinha e não vê a hora de tê-la como esposa. Algo que acontece mais rápido do que imagina, pois o pai (Wilson) decide abdicar do trono devido a velhice e tornar o filho rei. Quando se casam, a aproximação entre os dois fazem os sentimentos da moça mudar. Contudo, nem tudo são flores e mais conflitos surgem.
A direção de Dugain consegue deixar tudo muito ‘contemporâneo’ e interessante. Vemos cortes acentuados que tem finalizações simples e complementares e quando você vê o filme já acabou — o que lhe faz perceber que ele não é entediante por um minuto sequer.
Ficha Técnica. Titulo: L'Echange des Princesses,2017. Direção: Marc Dugain. Roteiro: Marc Dugain e Chantal Thomas - baseado no livro homônimo de Chantal Thomas. Elenco: Lambert Wilson, Anamaria Vartolomei, Olivier Gourmet, Catherine Mouchet, Juliane Lepoureau, Igor Van Dessel, Thomas Mustin. Fotografia: Gilles Porte. Edição: Monica Coleman. Figurino: Fabio Perrone. Produção: Genevieve Lemal, Patrick André. Nacionalidade: França, Bélgica. Distribuidora: Pandora Filmes. Classificação Indicativa: 12 anos
Avaliação: Três acordos politicos e oitenta mulheres condenadas (3,80/5).
Não recomendado para menores de 12 anos
16 de Agosto nos Cinemas!See Ya!
B-
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