Nada melhor do que um jantar entre amigos para comemorar um simbólico aniversário de casamento. Mas será que todos os convidados da celebração realmente se dão bem? Ou será que tudo ali não passa de um mero disfarce para que os presentes consigam achar as soluções de problemas maiores e que dizem respeito ao pais? Enquanto os reais pingos nos 'i's não são colocados, um charmoso garçom tenta fazer o seu trabalho e vê a mesa balançar pelas farpas e expressões do grupo de amigos.
Dirigido e escrito pela cineasta Daniela Thomas, 'O Banquete', revela um Brasil do passado que talvez não pare de se repetir no presente. Figuras interessantes, teatrais, egocêntricas e com poder colocando para fora um veneno letal sobre todos os temas possíveis (amor, sexo, politica, amizade, traição).
Com um baita elenco formado por Drica Moraes, Mariana Lima, Chay Suede, Caco Ciocler, Gustavo Machado, Fabiana Gugli, Georgette Fadel e Rodrigo Bolzan, a produção chega aos cinemas esta quinta-feira, 13 de setembro.
Trailer
Estamos nos anos 90. Mais precisamente em uma noite em que Nora (Moraes) decidiu celebrar em sua casa o aniversário de casamento do chefe, Mauro (Bolzan), e da esposa, Bia (Lima). Plinio (Ciocler), seu cônjuge, chega bêbado e sem entender nada, mas segue o teatro montado pela esposa. O buffet começa a ser servido pelo jovem Ted (Suede) e os primeiros convidados a chegarem são Lucky (Machado) e Maria (Gugli). Esta última se assusta. Achava que o evento seria uma festa com muitos convidados e de cara já acha que tudo ali é uma armação. Lucky encara a atitude com sarcasmo e ao ver Ted fica interessadíssimo em aproveitar a noite. Juntam-se a dupla o casal Mauro e Bia, uma jovem sedutora vestida de mulher gato (Linzmeyer), e a amiga intima de Bia, Claudinha (Fadel). Dali em diante não há limite para os papos, para as agressões, para as piadas e desaforos e para a tentativa de Nora em entender o que Mauro queria quando tornou pública uma carta endereçada ao presidente do pais. Afinal, naquela época o ato era retratado com prisão e todos os presente temem que isto aconteça ao homem.
Temos aqui um roteiro apresentando uma trama interessante com personagens pertencentes a burguesia. Um pano de fundo que não é assim tão bem alimentado, mas que nutre a situação e chega em um momento que a nossa realidade vive e comenta sobre política e os mais diversos temas - como é feito na produção.
Contudo, O Banquete - que tem inspiração na vida pessoal de Daniela e também nos escritos filosóficos e políticos de Platão - se destaca pelo engalfinhamento verbal constante entre os personagens e não exatamente por nos fazer analisar melhor o que vivemos nos dias atuais. É o sexto longa da diretora e sua coordenação dos atores é louvável.
Há tempo para comédia, para o drama, para a reflexão e claro para muito nonsense desbocado.
Drica Moraes nos entrega uma mulher a ponto de
explodir, Fabiana Gugli vive a Maria que já anda totalmente 'alucycrazy', Gustavo Machado dá um tom sensual, antipático e sem papas na língua ao colunista Lucky, Rodrigo Bolzan vem altamente característico. Afinal, ele é o chefe. E o chefe é sempre tido como rei das mulheres e da zona toda. Mariana Lima é deveras maravilhosa como a atriz Bia e se solta bem demais. Já Bruna Linzmeyer chega e faz eu papel de cereja do bolo sem se desequilibrar. Georgette Fadel também aparece para jogar Farpas, mas é com certeza Caco Ciocler que faz a festa ficar engraçada, dramática e interessante. O ator dá um show o filme inteiro. Suede é uma surpresa boa também.
O caminhar do filme é um tiquinho arrastado. O jogo do suspense é feito com uma trilha sonora bem característica e marcada e a direção de arte é show em nos levar de volta aos anos 90.
Ficha Técnica.
Título Original: O Banquete. Direção e Roteiro:Daniela Thomas. Elenco: Drica Moraes, Caco Ciocler, Chay Suede, Bruna Linzmeyer, Rodrigo Bolzan, Fabiana Guglielmetti, Mariana Lima, Gustavo Machado, Georgette Fadel. Gênero: Drama, Suspense. Figurino: Cassio Brasil. Fotografia: Inti Briones. Direção de Arte: Valdy Lopes Ferreira. Montagem: Daniela Thomas. Música: Vasco Pimentel. País: Brasil. Ano: 2018. Cor. Duração: 01h44mins. Classificação: 14 anos. Produção: Dezenove Som e Imagem. Distribuição: Imovision.
O filme teria exibição na edição deste ano do Festival de Gramado, mas foi retirado pela própria Daniela devido a morte do jornalista Otávio Frias Filho. Um ato que segundo ela evitaria comparações com a realidade mostrada no filme.
Avaliação: Três vinhos caros e noventa minutos de teatro (3,90/5).
13 de setembro nos cinemas!
See Ya!
B-
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