quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Venom


O Anti-herói Venom completa este ano 30 anos de sua primeira aparição no universo Marvel. O simbionte alienígena deu as caras no quadrinho ''Guerras Secretas'', onde Homem-Aranha começa a usá-lo como uniforme sem saber que ele é uma criatura viva. Logo depois de descobrir, no entanto, o aranha man se desfaz de Venom e este encontra Eddie Brock e se acoplam um ao outro perfeitamente.

Infelizmente, nada desse pequeno resumo coube no filme spin-off que conta as origens do vilão e arqui-inimigo do menino aranha. Ao invés disso, a produção escolheu contar tudo de outra forma e para compensar faz uma ou outra conexão com a vida pregressa de Eddie em Nova York. Aliás, a trama nem se passa na megalópole. Mudamos o cenário para São Francisco onde Eddie (Tom Hardy)  vive com a namorada Anne Weying (Michelle Williams) e se dedica ao trabalho de repórter investigativo.

A direção do blockbuster é de Rubem Fleischer.

Trailer

Tom Hardy é um dos atores dessa nova geração que mais se mete em projetos fodásticos. A Origem e Mad Max são grandes exemplos. Aqui, claramente, ele perde um pouco o rumo. Aliás, o ator aceitou participar do universo, pois o filho é um grande fã de Venom e até deu dicas do que gostaria de ver o pai fazer nas telas. 

Hardy entrega então um cara comum, um jornalista aventureiro, mas que também leva a sério seu trabalho. Sua caracterização soa muito própria e até se confunde com a do ator e talvez não dê tanto para enxergar o personagem. Seu Eddie Brock também tem um lindo caso de amor com Anne Weying, personagem de Williams, mas quando Eddie comete erros injustificáveis, o amor vira fogo de palha.

Quando um relacionamento se perde, outro se inicia. Eddie e Venom viram um só quando aquele estava tentando derrubar o dono do Instituto Life, Carlton Drake (Riz Ahmed), e vai investigar de perto o que tem em seus laboratórios com o auxilio da doutora Skirth (Jenny Slate). Inclusive, Eddie fez a namorada perder o emprego exatamente por quebrar o código de ética e usar informações para confrontar Carlton.


O problema do filme é que os personagens com aparência de pessoas inteligentes ganham um caminhar burro. A doutora Skirth mesmo é um a prova viva disto - e ela foi criada especialmente para o filme. O vilão Carlton Drake fica aficcionado em explorar as criaturas alienígenas e claro vive isso profundamente quando se acopla a Riot, o que também só acontece no filme, - ao todo nos quadrinhos os simbiontes são 21, entre eles Page, Lasher, Anti-Venom, Toxin e etc - na cena pós-créditos vemos Woody Harrelson interpretar um dos mais temíveis, Carnificina.

As escolhas se tornam muito convenientes. Como fazer o romance parecer fofo, depois dar fim a ele e querer explora-lo a partir de um triângulo amoroso bem conveniente. 

Os roteiristas usaram os quadrinhos de histórias solo do personagem e se baseiam, principalmente, na série de seis exemplares ''Venom: Protetor Letal''.


 As escolhas feitas no roteiro não conferem ao filme um bom resultado. Fazem o personagem central pouco interessante. Não fecha brechas e escolhe pegar referências apenas do jornal em que Peter Parker trabalhava com Eddie (Daily Bungle). Ao iniciar do filme, também vemos alguns astronautas sofrerem um acidente e um deles é Jona Jameson, filho do editor do jornal citado. As deixas de comédia conseguem atingir sua meta duas ou três vezes. Mas não como deveria. E isso é triste.

As atuações não conquistam em nada. Ouvir Tom Hardy sem sotaque britânico já é um perda, mas com trejeitos de um cara comum fica ainda pior. Michelle é moça que segue em frente e até que não faz feio, mas é uma coadjuvante simples. Riz como vilão não tem tanto poder e pouco surpreende.

Quando o filme começa a se tornar moral demais, lá pelo seu fim, soa cansativo e uma tentativa de igualar Venom ao personagem central da série de tevê e livros Dexter.

''Se você vai ficar, você só vai machucar pessoas más!'' - diz Eddie ao seu outro eu, Venom

A produção não consegue surtir um efeito bom nem na parte técnica, pois escolhe ser trivial. Os efeitos visuais vem bem ok e nada demais. Nem mesmo quando Venom precisa estar em cena - e esta era a hora de ser sensacional para gritarmos UAU. Mas nada acontece.

Trilha sonora se faz muda. Não embala e pouco ouvimos o seu ritmo. Algo que em um filme no universo do Homem aranha é quase inadmissível.

A direção acaba não sendo tão dinâmica quando deveria e enfatiza a dualidade do personagem com pouca proximidade - o que é mais um ponto negativo do filme. Pois, precisamos entrar na mente de Eddie e conhecê-lo a fundo. Não assim, desse jeito raso.


Ficha Técnica
Titulo original: Venom. Ano de produção: 2018. Direção: Ruben Fleischer. Roteiro: Todd McFarlane, Kelly Marcel, David Michelinie, Jeff Pinkner,Scott Rosenberg. Nacionalidade: EUA. Gêneros: Ação, Ficção científica. Elenco: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed, Jenny Slate, Woody Harrelson. Fotografia: Matthew Libatique. Design de produção: Oliver Scholl. Direção de arte: Gregory S. Hooper, Drew Monahan, Troy Sizemore. Figurino: Kelli Jones. Produção: Avi Arad, Amy Pascal, Matt Tolmach. Estúdios: Columbia Pictures, Marvel Entertainment, Sony Pictures Entertainment. Distribuição: Sony Pictures. Duração: 01h52min

A produção tem duas cenas adicionais. Uma ao fim do filme e outra ao fim dos créditos.

Avaliação: Um laboratório de experiências equivocadas e cinquenta e seis abominações (1,56/5).

04 de outubro nos cinemas!

See Ya-

B-

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