A fama dos filmes franceses os precedem. Delicados, um pouco estranhos e quase sempre sobre temas inusitados, eles costumam trazer um linguajar fora do comum. O resultado é que acabam sendo fantásticos e em parte a culpa vem pelas características citadas.
O Segredo em Paris, longa de Élise Girard, é um dos filmes que atinge esse quesito peculiar e o jeito casual no qual ele realiza a produção acaba criando uma experiência muito
distinta. Assim, é fácil relatar os acontecimentos da trama, mas é difícil achar em palavras corretas para transcrever as sensações que ele nos provoca. Sim, é mais um romance nas telas, porém, em volta desse
amor improvável nada é o que parece e a surpresa vem da sua anormalidade.
Um tanto simples, o seu enredo pode ser descrito como: Mavie (Lolita Chammah), uma escritora de
uma vila francesa, está entediada com a vida e procurando uma mudança de ares.
E amoça procura sair da rotina indo morar em Paris onde acaba encontrando um
trabalho como bibliotecária em um sebo. Ali, ela divide o espaço com o dono do
local, Georges (Jean Sorel).
Georges é um homem cínico, grosso, e os seus ideais são um pouco de outro mundo para
Mavie. Todavia, esse jeito maluco faz com que ela se apaixone por ele. Um sentimento
que eventualmente é reciproco. Ademais, alguns podem achar o interesse de George em Mavie, pois a faixa etária dele ultrapassa os 70, enquanto ela é uma jovem de 27 anos.
Trailer
Ficha técnica
Título Original: Drôles d'oiseaux, 2017. Direção: Élise Girard. Roteiro: Elise Girard com colaboração de Anne-Louise Trividic. Elenco: Lolita Chammah, Jean Sorel, Virginie Ledoyen, Pascal Cervo. País: França. Gênero: Comédia, romance, drama. Edição: Thomas Glaser. Música original: Bertrand Burgalat. Direção de Fotografia: Renato Berta. Produção: Janja Kralj. Coprodução: Marc Simoncini. Distribuição: Pagu Pictures. Duração: 01h10min.
O roteiro nos apresenta um amor que causa estranheza, todavia, ele faz muito sentido. Os dois
personagens estão procurando alguém que represente algo que eles querem da sua
própria vida, e eles se apegam exatamente por cada um ser o ideal do
outro. Georges têm uma visão única do mundo, diferente da maioria das pessoas
que Mavie conhece, enquanto ela representa um passado misterioso e distante que Georges perdeu.
E a relação deles, por mais que seja o foco, não é tudo do filme. Pois as situações apresentadas como plano de fundo também importam e agregam na história dando ao público mensagens representativas com imagens tocantes. Vemos o contraste disso quando gaivotas doentes aparecem na linda Paris ou a protestos contra energia nuclear e
hackers se dão. O universo do longa é realmente de um charme ainda
maior do que os seus personagens.
Portanto, os atrativos aqui são diversos e Mavie e Georges são duas pessoas interessantes e engraçadas que tornam o filme uma
experiência agradável de se presenciar. Aliás, esta comédia
romântica acerta por ser consistente em várias camadas - prestem atenção as mensagens e reflitam. E se divirtam com tudo que há na tela, pois você sairão da sala com quentinhos de afeto.
15 de novembro nos cinemas.
15 de novembro nos cinemas.
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