Às vezes você assiste a um filme e se pergunta o porquê exatamente ele
está sendo lançado no cinema. Afinal, é normal que algumas produções tenham 'lançamento restrito ao mercado de DVD' para não ocuparem o espaço de algum projeto original que realmente mereça estar na grande tela. E as obras cinematográficas que talvez não se encaixem ali atualmente servem para sustentar a fala da menina Netflix ao esbravejar que ''possui um catalogo muito vasto'' e nos faz ainda lembrar de um passado onde muitos longas ficavam empoeirados nas prateleiras lotadas das locadoras.
Sem querer apontar, mas já apontando. É fácil mencionar que 'As Ineses', co-produção Argentina-Brasil dirigida por Pablo José Meza, se adéqua perfeitamente nesta categoria e se mostra como o tipo de
filme que levara um público mais ligado em cinema fora do circuito de 'blockbusters' e, principalmente, aqueles que amam produções do famoso cinema argentino.
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Duas vizinhas são mães quase ao mesmo tempo em ''As Ineses'' |
O longa tem uma premissa interessante. Ali, duas mulheres são vizinhas e acabam em uma situação constrangedora. Ambas engravidam e tem suas filhas praticamente ao mesmo tempo, porém, naquele dia ocorre uma confusão na maternidade e elas ficam sem saber se as meninas que lhes foram entregues são suas ou foram trocadas.
A dúvida surge com mais força, pois uma das famílias é completamente loira, enquanto a outra é morena e o hospital afirma que a filha morena é da mulher loira e que a outra criança, a loira, tem o DNA da morena. As mães então decidem chama-las pelo mesmo nome, acreditando que quando elas envelhecessem elas iriam conseguir decidir de qual famílias cada uma era e as criam quase como se fossem irmãs.
A dúvida surge com mais força, pois uma das famílias é completamente loira, enquanto a outra é morena e o hospital afirma que a filha morena é da mulher loira e que a outra criança, a loira, tem o DNA da morena. As mães então decidem chama-las pelo mesmo nome, acreditando que quando elas envelhecessem elas iriam conseguir decidir de qual famílias cada uma era e as criam quase como se fossem irmãs.
Enquanto o enredo não detalha muito bem como as crianças acabam se parecendo tanto com a família oposta a sua, nossos olhos percebem o dilema no qual as crianças vivem ao ter de passar pelas mesmas experiências, serem chamadas pelo mesmo nome e envelhecer com a dúvida de suas origens. Porém isto não fica tão bem construído já que o foco se volta para outras crianças: os pais, as mães e também as sogras destes. Assim, se por um lado as mães tentam fazer o que acham melhor para As Ineses por outro os pais e as sogras ficam ocasionando brigas desnecessárias e colocando as mães em lugar de culpa pela situação que não cabe a elas.
Em suma, o drama não se sustenta o suficiente para ser lembrado entre os melhores da temporada. Relata uma história intrigante sem muito jeito ou apreço e morre na praia. Na técnica nada se destaca e a fotografia não traz nada de brilhante. Como o filme é falado em espanhol e tem algumas falhas pode remeter o público as novelas latinas com dramas fortes, mas com um caminhar sem criatividade.
Trailer
Ficha Técnica
Título Original: Las Ineses, 2016. Direção: Pablo José Meza. Roteiro: Pablo Jose Meza e Victoria Mammolitti. Elenco: Luciano Cáceres, Brenda Gandini, María Leal, Valentina Bassi, André Ramiro, Rafael Sig, Fiona Pereira, Brisa Medina. Nacionalidade: Argentina, Brasil. Gênero: comédia. Trilha Sonora: Jader Cardoso e Leo Henkin. Fotografia: Carla Stella. Edição: Cláudio Fagundes e Mauris Hansen. Distribuição: Okna Produções. Duração: 74min.HOJE NOS CINEMAS
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