Completamente desenvolvido pela produtora Company Films, de Keanu Reeves e Stephen Hamel, Replicas, longa que ganhou no Brasil o título de 'Cópias - De Volta à Vida', retrata o trabalho dedicado do cientista Will Foster (Reeves) e sua equipe ao desenvolver uma técnica para transferir a consciência de pessoas em estado vegetativo a corpos robóticos. Contudo, ainda em fase experimental, o procedimento continua dando errado e é quando a família de Will inteira sofre um acidente que ele tem a chance de executar o processo envolvendo também a cópia de DNA humano. Hamel é resposánvel pelo roteiro ao lado de Chad St. John (A Justiceira) e a direção da película é assinada por Jeffrey Nachmanoff.
A Paris Filmes lança no próximo mês John Wick 3 - Parabellum e, aparentemente, a distribuidora que presentear os fãs do astro de Matrix com uma dobradinha de estreias. Pena que aqui Reeves não tem força alguma, diferente de alguns de seus longas anteriores.
Trailer
Keanu Reeves atingiu enorme sucesso em sua carreira como ator e isto o revestiu de confiança para escolher seus projetos. Por sua vez, acertou aqui e ali, mas não deixou de errar. Desde 2010, ele também se tornou produtor e assim tem investido em documentários, curtas e longas de inúmeros gêneros. Em alguns deles, também participou do elenco, como foi o caso de Bata Antes de Entrar (ler comentários aqui), Sibéria e agora este aqui.
Infelizmente, Replicas é um longa perpetuado por uma ideia genérica sobre reprodução de DNA e também transferência de consciência que, deve ter aparentado ser genial na hora do 'pitching' para a realização do filme, porém seu resultado final não convence.
Há uma leva exagerada de conveniências que, quase sempre, são explicadas ao fim dos atos por
reviravoltas previsíveis e sem necessidade. Os personagens, principalmente os
membros da família do cientista, não tem tempo em tela para se
desenvolver e não fazem diferença emocional alguma quando o deveriam.
Aliás, o sentimentalismo entregue é deveras superficial assim como a
justificativa para as escolhas do protagonista ao brincar de Deus - neste momento, nem ciência e nem o criacionismo fazem muito sentido e um debate importante é esquecido. O roteiro realmente deixa a desejar e não só o personagem de Reeves como o de John Ortiz, que chega a ser uma espécie de vilão, e também Thomas Middleditch, soam clichês.
A produção revela efeitos medianos nos momentos em que o Dr. Foster necessita lidar manualmente com o sistema virtual que criou para as transferências de consciência - entre uma cena ou outra até nos lembramos de Reeves em Johnny Mnemonic - O Cyborg do Futuro. Jeffrey Nachmanoff, diretor do filme, tem um currículo interessante. Dirigiu alguns episódios de seriados (Homeland, Allegiance e The Brave), filmes para a tevê, curtas e os longas 'O Traidor e Hollywood Palms'. Em Cópias, ele não consegue nos transportar para um lugar convincente onde a trama faça sentido e uma façanha técnica ou outra se perde.
Com um elenco não muito conhecido, apenas Reeves e Ortiz levam crédito, mas Alice Eve e Thomas Middleditch tem papéis coadjuvantes relevantes na história. Ela interpreta a esposa de Reeves e este último seu braço direito no laboratório. Os filhos do doutor Foster, Matt, Sophie e Zoe, são vividos respectivamente por Emjay Anthony, Emily Alyn Lind e Aria Lyric Leabu. Inclusive, Zoe, a menor, é o chamego de Foster e a figurinista do filme tenta mostrar isto dando a pequena roupas em cor vermelha. Não há muito o que se dizer de fotografia e trilha sonora. Ambas repetem o que já se foi usado em filmes do mesmo gênero.
ps: a mesma idéia trabalhaada aqui sobre transferência de consciência é bem melhor desenvolvida em 'Sem Retorno' (2015) com Ben Kinsgley e Ryan Reynolds.
Ficha Técnica
Título original e ano: Replicas, 2019. Direção: Jeffrey Nachmanoff. Roteiro: Chad St. John. Elenco: Keanu Reeves, Alice Eve, Thomas Middleditch, John Ortiz, Emjay Anthony, Emily Alyn Lind, Aria Lyric Leabu e Nyasha Hatendi. Gênero: Ficção científica, suspense. Nacionalidade: Eua, Reino Unido, China e Porto Rico. Trilha Sonora Original: Mark Kilian e Jose Ojeda. Edição: Jason Hellmann e Pedro Javier Muñiz. Fotografia: Checco Varese. Distribuição: Paris Filmes. Duração: 01h47min.
É triste ver que o filme não chega a lugar nenhum e acabou sendo um mega prejuízo já que a bilheteria lá fora não cobriu seu orçamento milionário.
18 DE ABRIL NOS CINEMAS
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