Após o bem-sucedido “O Esgrimista” (Miekkailija), o diretor
finlandês Klaus Härö e a roteirista Anna Heinämaa se juntam novamente em “O
Último Lance”, produção que gira em torno de Olavi (Heikki Nousiainen). Um viúvo e dono de galeria de arte que luta para se manter no mercado mesmo diante da
competição e da modernização do universo de comércio de pinturas. Prestes a se
aposentar, durante um leilão, o homem nota um quadro sem assinatura que chama sua
atenção. A busca pela identidade do autor e o esforço para conseguir dinheiro
suficiente para comprar o quadro o aproximam de seu neto de quinze anos Otto (Amos
Brotherus) e traz à tona fantasmas do passado e de sua distante relação com a
filha Lea (Pirjo Lonka), mãe de Otto.
Trailer
O roteiro é relativamente simples: um drama familiar não
muito surpreendente. Entretanto, é na maneira com a qual os personagens são desenvolvidos
e na atenção que o texto e a direção dão aos pequenos detalhes da rotina de
Olavi que fazem com que o filme se sobressaia dentro do gênero de dramas
familiares. Optando por cores mais puxadas para o marrom e ocre, a direção de
fotografia, feita por Tuomo Hutri, faz com que cada cena tenha semelhanças com
os quadros que Olavi vende em sua galeria. Galeria esta que é apresentada nos
mínimos detalhes pela câmera de Klaus Härö; desde seu teto mais baixo, até as
notas fiscais feitas à mão por Olavi e as fichas de clientes já amareladas por
conta do tempo.
De início há um profundo estranhamento entre avô e neto.
Otto precisa estagiar em algum estabelecimento para completar os créditos que
faltam para a escola e então passa a trabalhar com o Olavi. Inicialmente desinteressado no que o avô faz, o menino logo descobre que não só tem talento para
vendas, mas também pode ajudar na busca pela identidade artista responsável pelo quadro.
Agindo quase como um canto do cisne, o filme deixa de ser
apenas sobre a dita missão comercial e mais como uma última tentativa de
Olavi de remendar sua relação com Lea e Otto. Além disso, uma chance deste não ser
completamente ofuscado pela modernização do comércio de obras de arte. Em meio
à competitividade, boicotes e tropeços enfrentados pelo homem em um mercado em processo de mudança, é no pequeno quadro sem nome que ele encontra a
maior oportunidade de sua vida.
FICHA TÉCNICA
Título original e ano: Tuntematon mestari, 2018.
Direção: Klaus Härö
Direção: Klaus Härö
Roteiro: Anna Heinämaa
Direção de Fotografia: Tuomo Hutri.
Edição: Benjamin Mercer
Elenco: Heikki Nousiainen, Amos Brotherus, Pirjo Lonka.
País: Finlândia
Duração: 95 min.
Classificação: livre
Distribuição: Cineart Filmes.
Distribuição: Cineart Filmes.
25 de abril nos cinemas
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