Muitos adolescentes por ai sonham em se tornar um super-herói ou uma super-heroína. Mas este nunca foi o caso de Billy Batson (Asher Angel), um menino de quatorze anos que fora abandonado pela mãe quando era criança. Vivendo anos e anos em lares adotivos, na verdade, Billy só pensava em uma coisa: se manter a salvo e reencontrar sua progenitora.
Contudo, um belo e estranho dia, logo após ir morar com uma nova e acalorada família, ele conhece um mago (Djimon Houson) e este o dá poderes inimagináveis que vem a tona assim que Billy pronuncia a palavra ''Shazam!''. Neste momento inusitado o jovem também se transforma em um adulto trajando um uniforme vermelho com adornos dourados (Zachary Levi) - algo que seria incrível para muitos e que o inocente Billy só começa a entender com a ajuda do irmão adotivo Freddy (Jack Dylan Grazer), que é um aficcionado por quadrinhos. Aliás, a nova família de Billy, Rosa (Marta Milans) e Victor Vasquez (Cooper Andrews), os pais, Mary (Grace Fulton), Darla (Faithe Herman), Eugene (Ian Chen) e Pedro (Jovan Armand), os outros irmãos, super acolhem o garoto, mas este demora a se entrosar.
Todavia, Billy terá que se reconhecer como herói para poder aprender a controlar o que lhe foi dado e lutar contra o vilão Thaddeus Sivana (Mark Strong), um homem sem escrúpulos que pretende roubar os poderes de Billy para si.
A adaptação para as telas do personagem criado pelo roteirista Bill Parker e pelo desenhista C.C. Beck, lá em 1939, é assinada por Henry Gayden e Darren Lemke e vem com algumas alterações, mas conquista plenamente seu espaço e é um dos filmes mais divertido que a DC Comics já produziu. Shazam, que anteriormente era conhecido como 'Capitão Marvel', oficialmente é chamado assim desde sua reintrodução nos anos setenta e que em 2011 se fortaleceu com o relançamento do editorial da DC 'Os Novos 52'. Ademais, como o nome do herói convergia com outro e justamente o que homenageia a Marvel Comics, a visibilidade dele seria melhor se não houvesse ninguém semelhante.
Bem, aqui temos um filme simples que apresenta os arcos dos antagonistas e dos protagonistas e trabalha um enredo a partir dos conflitos ocorrido na vida de ambos. Há deixas bem óbvias e que funcionam mais para quem conhece a história dos quadrinhos, ainda assim, há também uma jornada focada em prender a atenção do espectador e não deixá-lo sem perceber os pequenos detalhes da trama.
O filme também esta repleto de referências cinematográficas de cenas memoráveis que vimos no passado. Entre elas, ''Rocky'' com Sylvester Stallone (a trama se passa na Filadélfia, cenário também de Rocky) e ''Quero Ser Grande'' com Tom Hanks (ao entrar em uma loja de brinqedos Shazam e Sivana pisam em um piano gigante como no longa com Hanks) ou ainda em filmes da nova era de heróis como "Homem-Formiga'' e até o ''Homem-Aranha'' de Sam Raimi. O universo DC também aparecem aqui e ali entre os takes - brinquedos e action figures do Batman, Aquaman e posteres de Diana Prince.
Trailer
O tom cômico da produção é super bem trabalhado e não soa nem exagerado e nem forçado - algo que é difícil de ser visto nos filmes da DC. No entanto, nos longas 'Mulher Maravilha e Aquaman' ela conseguiu desenvolver este lado sem desanimar o público.
Há sim um sabor mais infantil para a trama, contudo, isto casa com os dramas vividos pela faixa-etária do personagem e as vivências que ele precisa experimentar em sua jornada até iniciar seu amadurecimento e olhar 'o ganho' que teve com outros olhos.
Shazam (Levi) passa a experimentar seus poderes com a ajuda do irmão adotivo Freddy (Jack Dylan Grazer) e os dois se divertem.
O drama que o espectador recebe aqui (questões sobre abandono familiar e até bullying escolar) vem de forma gradual e não desvia a atenção do ponto central que é entregar um herói contemporâneo, jovem e #zuerasemfim.
Aliás, a nova família de Billy ganha muito destaque ao caminhar do segundo ato e são primordiais para o ato final, principalmente, os irmãos. Se prepare para se apaixonar pela pequena atriz Faithe Herman e se encantar com o grupo diverso que temos em cena para ajudar a combater o vilão Sivana.
Mark Strong aparece aqui como o poderoso Sivana
Outras atuações que convencem, claro, são do teen Jack Dylan Grazer, o sempre necessário Mark Strong - que nos embarca em um personagem com motivações clássicas e não faz feio - e claro o nosso muso da vez, o simpático Zachary Levi. Este último exclui imediatamente qualquer expectativa negativa que se cria com o trailer e arranca suspiros com seu traje vintage de super-herói (se atente a todos os poderes que ele recebe e perceba o porquê da roupa, ademais também exibe um retrato fiel do que vemos ao folhear as HQs). Djimon Houson tem uma participação pequena, porém com grande efeito. O filme também entrega surpresas maravilhosas acerca dos atores que interpretam os irmãos do herói lá mais pro ato final e há uma readequação que cai muito bem. Ademais, para quem assistia ''Smallville - As Aventuras do Super Boy'', vai reconhecer de cara o ator John Glover que também faz uma pontinha aqui.
Ficha Técnica
Título original: Shazam!, 2019. Direção: David F. Sandberg. Roteiro: Henry Gayden e Darren Lemke - baseado nos personagens criados por Bill Parker e C.C Beck. Elenco: Zachary Levi, Jack Dylan Glazer, Marta Milans, Cooper Andrews, Djimon houson, Mark Strong, Carolina Parker, Faithe Herman, Ian Chen, Jovan Armand. Gênero: Aventura, ação. Nacionalidade: Eua. Fotografia: Maxime Alexandre. Trilha Sonora: Benjamin Wallfisch. Edição: Michel Aller. Figurino: Leah Butler. Design de Produção: Jennifer Spence. Efeitos Especiais: Brad Zehr, Cameron Waldbauer. Distribuição: Warner Bros Pictures. Duração: 02h12min.
Os aspectos técnicos do filme estão acima do esperado aqui. Direção dinâmica, sem rodeios e, ainda que explicativa, não deixa a peteca cair. David F. Sandberg tem um currículo diverso já trabalhou como editor, diretor de fotografia, escritor e dirigiu não só series como filmes de terror e aqui se mostra afim de testar outras áreas.
Shazam! tem na certa uma edição poderosa já que passa das duas horas e nem se sente. Ambientação, figurino e design da produção inteira são bem conceituados e o resultado final é mesmo o bom entretenimento pipoca.
Há duas cenas pós créditos. Uma delas até fala um pouco da comparação que o herói tem com outro personagem da DC e outra já diz a respeito de um possível vilão para as próximas aventuras, aliás, este dá as caras sorrateiramente e só quem já o conhece vai perceber.
Ps: o 3D pode ser desconsiderado, pois não há nada nas cenas que interaja bem com ele.
Ps: o 3D pode ser desconsiderado, pois não há nada nas cenas que interaja bem com ele.
Provavelmente a diversão que você não esperava que iria ter, vai achar aqui. Então corra e assista.
HOJE NOS CINEMAS
See ya!
b-
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