Godzilla,
de Ishiro Honda, foi lançado nos cinemas do Japão em 1954 e alcançou imensa popularidade. O filme seria irreconhecível para a
maioria das pessoas, hoje em dia, mas se tornou um grande clássico e virou referência para as produções com monstros gigantes que assustam a humanidade, enquanto destroem uma cidade. A primeira aparição do Kaiju é
pesada, triste, e remete a era das bombas atômicas de Hiroshima e
Nagasaki. Não deixa também de refletir um pouco sobre o estado do mundo durante a Guerra Fria, onde o conflito
ideológico e as armas nucleares criavam uma constante preocupação sobre um fim iminente.
E tais temas pesados e reais reapareceram novamente, em alguns filmes do lagarto gigante, mas desde King Kong vs Godzilla, a terceira aparição do monstrengo, o nome
Godzilla têm sido muito mais relacionado a longas ora cômicos, ora de ação, contudo, indicando cada vez mais um tom trash ou ainda de 'filme b' - Mecha Godzilla, Godzilla Junior e muito mais.
Godzilla II: Rei dos Monstros, o mais novo filme sobre a criatura aterrorizante, continua a trama de 2014, estrelada por Aaron Taylor-Johnson e Bryan Cranston, traz certos personagens em comum, aliás, mas os
protagonistas são diferentes. Assim, ao invés de seguir o militar Ford Brody (Johnson), em um
enredo que assemelha-se um pouco ao enredo do original, com um foco enorme nas
pessoas que estão sobrevivendo, a catástrofe sendo criada pelos titãs, enquanto
estes só realmente aparecem nos últimos cinco minutos finais, o segundo longa
da série têm se desenvolve com a ajuda de outros arcos em cena. Aqui, Dr. Mark Russell (Kyle Chandler), Dra. Emma
Russell (Vera Farmiga) e a filha Madison Russel (Millie Bobby Brown), três
sobreviventes do primeiro ataque quatro anos atrás, agora vivem no centro de
uma grande mudança na ordem mundial.
Rei dos Monstros é dirigido por Michael Dougherty, diretor de Contos do Dias das Bruxas (2007), um dos melhores filmes com a temática Halloween, fato que de algum jeito acaba sendo incrivelmente relevante para Godzilla, pois a construção do suspense vem de forma similar. Neste novo trabalho, Dougherty cria uma experiência audiovisual impressionante que capta com nostalgia a primeira interação que o público teve com o personagem, acredita-se ainda que o cineasta a melhora inúmeras vezes.
Há sim o que se criticar no desenvolvimento da história e nos arcos dos personagens, todavia, é impossível não apreciar o que vemos aqui. A aparição dos monstros, por exemplo, vem em maior quantidade, diferente da pelicula anterior. E a escolha proporciona prazer aos olhos e aos ouvidos. Ainda mais com a montagem e ambientação para cada um dos quatro monstros principais, Godzilla, Mothra, King Ghidorah e Rodan. Todos ganhando ainda trilha sonora especial e um visual legitimo.
Os personagens não vão necessariamente agradar a todos. Afinal, quase a maioria deles se constrói de forma simplista com motivações rasas e escolhas questionáveis. Ainda assim, sentimos que eles preenchem o roteiro, servindo a um papel claro de serem secundários perante os verdadeiros protagonistas. Logo, Godzilla II entrega sim um resultado final divertido e com atos movimentados, ainda que estes não sejam especialmente bem trabalhados.
Seguindo a tradição, Rei dos Monstros também apresenta um pouco do folclore que o rico universo de Godzilla têm fora das telas. Há tempo para detalhar mais sobre a importância dos titãs e de onde eles surgiram - algo até um pouco clichê e ridículo, mas absolutamente sério e que faz referência ao inicio de toda a caminhada e que soa como um aceno aos velhos fãs monstrão.
Seguindo a tradição, Rei dos Monstros também apresenta um pouco do folclore que o rico universo de Godzilla têm fora das telas. Há tempo para detalhar mais sobre a importância dos titãs e de onde eles surgiram - algo até um pouco clichê e ridículo, mas absolutamente sério e que faz referência ao inicio de toda a caminhada e que soa como um aceno aos velhos fãs monstrão.
Concluindo, vale dizer que a iniciativa é, no mínimo, uma experiência
audiovisual incrível que não lembra nem de longe o longa de 1998 e emplaca um CGI bacanérrimo para colocar na tela lutas entre Kaijus poderosos - fãs de 'Círculo de
Fogo' se preparem para a comparação, pois ela pode surgir e deve. Também é fato que aqueles que curtiram o anterior, ou ainda Kong: A Ilha
da Caveira, conseguirão apreciar esta apresentação. Uma que não é forte ou memorável, mas ainda assim um pipoca com tempero que tem lá seu ápice.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Godzilla, King of the Monsters, 2019. Direção: Michael Dougherty. Roteiro: Max Borenstein, Zach Shields, Michael Dougherty. Elenco: Kyle Chandler, Vera Farmiga, Millie Bobby Brown, Ken Watanabe, O'Shea Jackson Jr. Charles Dance, Sally Hawkings,Anthony Ramos, Ziyl Zhang, Bradley Whitford e David Strathairn. Gênero: Ação, ficção científica. País: EUA. Direção de Fotografia: Lawrence Sher. Edição: Roger Barton, Bob Ducsay e Richard Pearson. Duração: 2h12min. Distribuição: Warner Bros Pictures.
HOJE NOS CINEMAS
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