E se os humanos pudessem, assim como os pokémons, evoluir para uma versão mais forte e resistente de si? Pensando em um meio de tornar isso possível, o empresário Howard Clifford (Bill Nighy) fundou Ryme City, um lugar onde estas criaturas circulam livremente pelas ruas e as duas espécies convivem em total harmonia. A cidade é uma mistura estética de ocidente, oriente e fantasia.
A criação do lugar para este spin off foi uma sacada de gênio. Com um único conceito, eliminou da história a existência de batalhas pokémon, ginásios, capturas, poképolas e outros elementos do universo do anime e dos jogos sem que isso fizesse falta. Pelo contrário, esta ação foi imprescindível para a existência e sucesso do filme. Imagine um live action com os monstrinhos em mundo real em que estes são presos por humanos e adestrados para brigar? Não vejo como isso poderia soar compatível com o teor real e dramático adotado e nem como isso cativaria a empatia da audiência. Com uma única jogada, a produção resolveu esse problema e ainda suprimiu do enredo tudo o que deixaria por fora o espectador que não é fã.
Mas quem é alucinado pela trama original irá se divertir ainda mais, é claro. Se para o público leigo já é impressionante a qualidade dos efeitos visuais, aqueles que cresceram jogando a série da Nintendo irão ao delírio vendo Pidgeys, Aipons, Treeckos e Bulbassauros caminhando pelo cenário de uma forma que chega a nos fazer acreditar que essas criaturas poderiam existir. Além dos movimentos executados com primor pela equipe de animação, o destaque vai também para as texturas dos Pokémons. No caso do Pikachu (sons e voz do ator Ryan Reynolds), por exemplo, vemos o pêlo balançar ao vento, ficar pesado e molhado depois de um banho involuntário e também encardido ao longo da aventura.
Todo o visual fantástico da cidade e dos pokémon nos faz imergir rapidamente na história. E mesmo que a narrativa não seja tão costuradinha, o humor eficiente nos mantém ligados. Pikachu tem momentos hilários e sua parceria com o jovem Tim Goodman (Justice Smith) apresenta uma química de dar inveja. Os elementos noir estão aqui e ali, mas sem nunca se aprofundar. A jornalista Lucy (Kathryn Newton) e seu companheiro Psyduck completam o time que investiga o estranho acidente no qual supostamentem o pai de Tim foi morto. Embora a jovem seja uma personagem relevante, tem uma introdução tola e sem muito nexo.
O roteiro deixa a desejar não só por ser construído por uma série de clichês e viradas que deveriam ser surpreendentes, mas já são esperadas. Pior que isso, ele retrata um grupo de investigação que na verdade pouco investiga. As descobertas vão sendo entregues de bandeja por outros personagens e os fatos vão se conectando meio que por acaso.
Fortuitamente, o longa agrada adultos e crianças - por motivos distintos. Ademais, se o fundador de Ryme City buscava para os humanos uma evolução através da comunhão com pokémons, fica evidente que tal sonho se torna possível e benéfico. Mesmo que não se dê da forma fisiológica que o bilionário esperava. Tim Goodman é capaz de superar um trauma de infância e estreitar relações com sua família justamente devido a estas incríveis criaturas.
Trailer
Ficha Técnica
Título original: Pokémon: Dectetive Pikachu, 2019. Diretor: Rob Letterman. Roteiro: Dan Hernandez, Benji Samit, Derek Connolli e Rob Letterman. Elenco: Justice Smith, Ryan Reynolds, Kathryn Newton. Bill Nighy, Ken Watanabe, Chris Geere. Gênero: Aventura. Nacionalidade: EUA, Japão, Reino Unido. Trilha Sonora: Henry Jackman. Fotografia: John Mathieson. Edição: Mark Sanger e James Thomas. Design de Produção: Nigel Phelps Distribuidora: Warner Bros. Duração: 01h44min.
09 de Maio nos Cinemas
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