Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, comumente conhecido como Tunga, foi o primeiro artista contemporâneo e primeiro artista brasileiro a ter uma obra exposta no Museu do Louvre, em Paris. Em sua obra artística, Tunga trazia elementos de diversas áreas; desde a literatura, passando pela psicanálise, ciências exatas e biológicas. Além da exposição “A La Lumière Des Deux Mondes”, no Louvre, também ganhou exposições individuais no Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York, no Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires, e ainda na Luhring Augustine Gallery na Big Apple Nova Iorquina.
Dirigido por Miguel de Almeida o documentário “Tunga, O Esquecimento Das Paixões”conta a trajetória do artista através de imagens de suas obras e depoimentos de amigos.
Trailer
A edição do documentário é algo que o destaca dentro do gênero e que tenta aproximar o filme de uma obra artística. Agindo quase como uma colagem, a edição já inicia o filme com uma mistura entre imagens das obras de Tunga mostradas através de cortes rápidos e uma versão acelerada, e quase irreconhecível, de “Aquarela do Brasil” performada pela banda Made In Brazil. As imagens das obras, entretanto, são cortadas; não vemos a arte completa, apenas detalhes delas tal qual colagem. Os depoimentos de seus companheiros de viagem, como os artistas Miguel Rio Branco, Cildo Meireles e Bernardo Paz - criador de Inhotim, sede de um dos mais grandiosos acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior museu a céu aberto do mundo, localizado na cidade de Brumadinho - também são contrastadas com as fotografias de seu trabalho. O que de início parece uma quebra com a narrativa de documentários acaba não deixando o público respirar e conseguir apreciar os detalhes artísticos com mais calma.
Tunga nasceu no dia 8 de fevereiro de 1952 na cidade de Palmares, localizada no estado de Pernambuco. Quando o filme conta sobre sua infância a edição parece desacelerar e os retratos antigos e imagens da cidade ficam por mais tempo na tela. Toda a liberdade artística de Tunga é nesse momento contrastada com a figura do pai, o escritor integralista Gerardo de Mello Mourão, preso durante seis anos, nos final dos anos 40, sob acusações de espionagem. Entretanto, de uma forma geral, o filme parece preocupado demais com a sua forma, através de suas tentativas de capturar o aspecto frenético e grandioso da obra de Tunga, e por conta disso o conteúdo acaba por se tornar secundário.
Ficha Técnica
Título original e ano: TUNGA, O ESQUECIMENTO DAS PAIXÕES, 2018. Direção: Miguel De Almeida. Roteiro: Miguel De Almeida e Thomaz Marcondes. Voz: Marina Lima. Gênero: Documentário. Nacionalidade:Brasil. Fotografia: Aldo Ribeiro. Montagem: Alexandre Gwaz. Produção:Beto Tibiriçá e Mario Borgneth. Produção: Plateau Produções. Coprodução: Canal Brasil. Distribuição: CUP Filmes. Duração: 78min.
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