A animação chinesa Os Brinquedos Mágicos, lançada em 2017, está chegando as telas brasileiras para animar a garotada com mais de três anos de idade. Com um traço impressionante e uma trama que interliga tradições a modernidade, o filme mostra o quão rica é a cultura asiática.
O enredo apresenta um grupo de 'bonecos infusores de chá' - figuras pequeninas em porcelana que ganha cores distintas quando se despeja a bebida sobre elas. Criados por um super mestre, eles ficam a venda em uma loja de especiarias como amuleto da sorte. Um belo dia um robô do futuro surge ali e os impressiona. Nathan (voz original de Jason Kesser) é um destes bonecos, mas ele tem um problema, não muda de cor como os amigos e a chegada do robozinho perdido faz com que este decida não só descobrir quem é como também ajudar o 'futuro bô' a voltar para casa.
A produção tem direção e roteiro de Gary Wang.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: Tea Pets, 2017. Direção e Roteiro: Gary Wang. Vozes originais: Jason Kesser, Guanlin Ji, Yuan Zeyu, Shi Lei. Nacionalidade: China. Gênero: Animação, aventura. Trilha Sonora Original: Haowei Guo. Fotografia: Liu Tianyi. Edição: Ji Zhao. Distribuição: Playarte Pictures. Duração: 01h38min.
Cada boneco na loja de chás é diferente um do outro e simboliza a representação de algo ou alguém. Alguns representam animais como girafas, macacos, focas, tartarugas e outros tem a forma de 'mini' homens, mulheres ou crianças. Há também o 'buda' - pequeno boneco que é ligado a cultura budista e lembra um mestre daquela filosofia - e diversos outros bonecos misticos.
Quando ninguém está por perto, claro, as miniaturas ganham vida e mostram suas rotinas ou fofocam dos acontecimentos das redondezas e, ultimamente, um vilão chamado 'Rato', que realmente é um rato, tem roubado milhares de peças nas lojas, inclusive os próprios bonecos, e levado ao escuro e assustador esgoto. Meio a esses encontros uma bola branca adentra o local e surpreende os pequenos por ser, na verdade, um robozinho perdido que diz achar ser do futuro (e só assistindo para saber se ele realmente o é!). Nathan tenta então fazer com que o robô preveja os acontecimentos e tente ajudá-lo a saber se ele um dia irá mudar de cor, pois acredita não ter tanta valia ali como os bonecos que se transformam. Os dois saem em busca de respostas pela cidade e acabam ainda se deparando com o perigoso Rato e toda a sua turma de seguidores. Pronto, a confusão está formada e essa dupla vai ter que rebolar para sair dela.
Leve, divertido e cheios de referências à cultura chinesa, desde ao Tai Chi Chuan aos ensinamentos budistas, o filme surpreende. Não entrega uma narrativa perfeita, mas atinge sua meta em alegrar. Trabalha bem a questão da amizade entre os diferentes, o respeito aos mais velhos e até critica suavemente os egocêntricos. Os arcos do robozinho e do boneco Nathan ganham força pelo simbolismo de conectar a tecnologia as tradições milenares e não soa chato em nenhum momento, pelo contrário, agrega e passa uma ótima mensagem.
Aqui e ali, as cenas nos levam ao mundo asiático e os animadores trazem com perfeição bonecos encantadores e que nos trazem a memória o que já vimos por ai ou em lojinhas do bairro da Liberdade, em São Paulo. Sobre a técnica, realmente não há o que se reclamar e sim louvar. A trilha sonora é contagiante, ainda que simples, e a edição tem talento em entregar uma hora e trinto minutos que não enrolam o espectador. Wang, roteirista e diretor, tem outras duas animações em sua filmografia, 'Cats and Peachtopia' e 'Xiao men shen', mas não houve distribuição ainda no país.
Pode agradar a família inteira, então arrisque e vá assistir!
Avaliação: Dois heróis e a união do passado com o futuro (2,5/5)
HOJE NOS CINEMAS
PS: A imprensa em Brasilia assistiu a versão dublada e em 2D
See Ya!
B-
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