A realeza britânica sempre tentou levar uma vida pública condizente com seus afazeres políticos, mas também não deixou de mostrar que é como qualquer outro ser humano e tem vivências comuns, uma delas a relação com bichos. A rainha Elizabeth II, por exemplo, é conhecida por ter vários cachorros e estes a acompanharem tanto nas casas de veraneio como na residência oficial, no palácio de Buckingham. Portanto, nada mais criativo do que imaginar como seria ou como levaria a vida desses peludinhos. Em grande parte da raça Welsh corgi pembroke, natural do país de Gales, os corgis da rainha já chegaram a ser sete e ter um quarto especial.
Na animação belga, 'Corgi: Top Dog', conhecemos então o suposto cachorro que ocupa o primeiro lugar no coração da majestade e como é sua relação com os outros doguinhos. No entanto, obviamente, nada será fácil para o pequeno Rex, dublado no Brasil por João Guilherme, astro adolescente que esteve em 'Tudo Por Um Pop Star' (ler crítica aqui), e alguém ali tentará roubar seu posto, conflito este que acabará o fazendo ir parar em um canil cheio de regras e com um cachorrão super mandão e autoritário no comando. Mas a roubada, de certa forma, virá a calhar, pois como o principal dos cachorros na matilha é necessário que Rex faça laços políticos com a cadela de ninguém mais, ninguém menos que Donald Trump, o 45º presidente dos Estados Unidos da América, e não é bem isso que o favorito da rainha tinha em mente ao ganhar o cargo.
Com teor altamente infantil, 'Corgi: Top Dog', estréia hoje nos cinemas e tem distribuição da Imagem Filmes.
Trailer
Ficha Técnica
Título original e ano: The Queen's Corgi, 2019. Direção: Vincent Kesteloot e Ben Stassen. Roteiro: Rob Sprackling e John Smith. Dublagens internacionais: July Walters, Matt Lucas, Sarah Hadland, Tom Courtenay, Kulvinder Ghir, Thimothy Christian Jansen, Colin McFarlane, Jack Whitehall, Sheridan Smith, Iain Mckee, Debra Stephenson, Nina Wadia, Nicole Moorea Sherman, Paul Gregory. Dublagem nacional: João Guilherme como Rex. Nacionalidade: Belgica. Gênero: Animação, aventura. Trilha Sonora Original: Ramin Djwadi. Edição: Vincent Kesteloot. Direção de arte: Alexandre Blain e Sylvie Lacroix. Distribuição: Imagem Filmes. Duração: 01h25min.
A trama apresenta uma ideia arrojada e que cabe como animação, mas os diálogos e todo o caminhar do enredo não consegue entregar um resultado final positivo, não um que toda a família sairá feliz do cinema. Trabalha-se a relação diplomática entre nações, como fundo de pano, e o resto da aventura se desembaraça com as aventuras do doguinho tentando voltar para sua dona e tentando superar os conflitos ocorridos com os outros cachorros no palácio. Nesse meio tempo, ele se apaixona e demonstra que, apesar de certo medo, tem coragem o bastante para enfrentar qualquer super cachorro na rua, pois tem 'sangue azul'. Também cai um pouco a ficha de que ao ser resgatado e ir para um canil, ele é só mais um bichinho sem dono, todavia, é com a amizade que forma em sua nova casa que aprende que pode sim voltar a vida que levava e enfrentar seus problemas.
Os traços da animação são altamente caricatos ao retratar os humanos representados ali. Trump e a primeira dama, Melania, ganham semelhança física com os personagens e a Rainha Elizabeth II e Philip, Duque de Edimburgo também. Os cachorrinhos Corgi aparecem idênticos as figuras que já vimos por ai com a majestade em photoshoots famosos e como ganham falas, imaginamos como eles também adoram toda a paparicação que têm.
Contudo, o roteiro não tem uma construção tão bem estruturada e não consegue entregar um filme que agradará qualquer público. As crianças menores que são atraídas pelo colorido e ainda não terão tanta noção de toda a construção na tela, talvez, tenham uma experiência leve e sem muita intenção, mas adultos vão entender que muito do que se vê ali tem outro sentido e até pode chegar a ser inapropriado, pois gente inocente entende muito do mundo sem exatamente sermos claros do que acontece.
Em 2016, a Rainha foi fotografada por Annie Leibovitz para uma edição especial da revista Vanity Fair que comemorava os seus noventa anos de idade (fotos acima). Elizabeth II escolheu então aparecer com seus cachorros Corgi e de um jeito simples, se é que podemos chamar assim. Alguns dos bichinhos já até chegaram a falecer, mas ela preferiu não adotar mais nenhum.
Em suma, é uma animação com diversas referências à cultura pop, ao Reino Unido e até aos Estados Unidos da América, tem humor e muita cor, ainda assim, suas conveniências e até algumas das escolhas na tela deixam a animação fraquinha demais perante as que vimos este ano.
Indicado para os pequeninos a partir de 09 anos
Avaliação: Dois nobres bobos (2/5)
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