Ainda na onda de nostalgia dos anos 80, 90 (e até 2000) que o entretenimento está vivendo, a famosa Família Addams recebe um reboot pra embarcar na onda e se juntar a categoria como Jumanji e os remakes das Disney, por exemplo. Mas dessa vez o reboot não se bastou em adicionar novas tecnologias – que, inclusive, são muito bem utilizadas, tanto no humor quanto na trama – o filme de Conrad Vernon (responsável por grandes animações como Shrek 2 e Monstros vs Alienígenas) e Greg Tiernan escolhe o público infantil como audiência.
A Família Addams conquistou no passado o status de ícone da cultura pop pela leveza e humor pra ser visto com os parentes: unindo todos em uma ida ao cinema ou até em uma sentada frente a tevê seja com o ultrapassado VHS ou no horário precioso da Sessão da Tarde. O fato da retomada ser uma animação com traços cartunescos e muitas cores deixa clara a intenção de reestabelecer todo o universo da franquia para seu novo público, já que as crianças que serão levadas para assistir ao filme não conhecem nem possuem memórias afetivas com esses personagens.
Mas a animação não se basta em pegar ícones populares e tentar vender para crianças. A Família Addams ainda é capaz de divertir o clã familiar com sua paródia do universo do terror e consegue entreter os adultos, muitas vezes com piadas que passarão batidas pelas crianças, mas vão colar com os que levaram os pequenos para a sessão.
Depois de anos pulando de galho em galho por serem vítimas de preconceito, os Addams finalmente encontram um lar num manicômio abandonado no alto de uma colina. Simplesmente terrível, ou seja, perfeito para que Mortícia e Gomez comecem sua família. Mas quando Vandinha e Feioso crescem, ambos percebem que é tempo de transformação; ele têm medo, enquanto ela está ávida por conhecer o mundo fora do (des)conforto da casa em que foi criada. É quando todo o pântano em volta é alvo da especulação imobiliária e das reportagens televisivas que Mortícia e Gomez percebem que a mudança chega mesmo quando tentamos deixar tudo do modo mais seguro possível.
O filme, ao celebrar o amor em meio ao diferente, segue uma ideia de aceitação que não exclui ninguém. Todos, mocinhos ou vilões, percorrem um caminho de aprendizado quanto ao diferente que é interessantemente elaborado num enredo infantil, algo comum em animações, mas que recentemente tem se perdido, ora no maniqueísmo que sai pela culatra, ora pela roupagem enlatada que dá a alguns filmes uma cara de YouTube Kids.
O filme, ao celebrar o amor em meio ao diferente, segue uma ideia de aceitação que não exclui ninguém. Todos, mocinhos ou vilões, percorrem um caminho de aprendizado quanto ao diferente que é interessantemente elaborado num enredo infantil, algo comum em animações, mas que recentemente tem se perdido, ora no maniqueísmo que sai pela culatra, ora pela roupagem enlatada que dá a alguns filmes uma cara de YouTube Kids.
A escolha pela animação também traz a vantagem de criação de um humor físico muito difícil de replicar em live-action. O movimento dos personagens e dos objetos é esticado de maneira absurda e muitas gags se dão com essas novas possibilidades. A Família Addams é um filme divertido e com o coração no lugar certo que consegue atingir a muitos públicos, seja pelas piadas, pela nostalgia ou pela honestidade com que conta uma história já conhecida.
HOJE NOS CINEMAS
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