O terceiro dia de mostra competitiva no Festival de Brasilia veio leve, veio bom e veio cheio de jovialidade. Confira os comentários das produções que foram exibidas na Mostra às 21 horas desta segunda-feira (25), lá no Cine Brasilia.
Curtas-metragens
Filme: Cabeça de rua (Ficção, 14min37s)
Apresentação da equipe do filme
Diretora: Angélica Lourenço
Estado: MG
Classificação indicativa: 10 anos
Exibição: 25/11, às 21h, no Cine Brasília; 25/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 26/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise)
Estado: MG
Classificação indicativa: 10 anos
Exibição: 25/11, às 21h, no Cine Brasília; 25/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 26/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise)
O cinema mineiro vem se mostrando a força de transformação do cinema brasileiro já há algum tempo. Um exemplo se dá nesse mesmo Festival, que premiou com o 'Melhor Filme' produções mineiras nas últimas três edições. Nessa escola, é muito forte uma tendência à ficcionalização que parece um registro. Uma captura de um tempo mineiro na tela, talvez – talvez por influência de André Novais de Oliveira e sua produtora, Filmes de Plástico, que figuram entre os maiores nomes do cinema brasileiro contemporâneo. Cabeça de Rua segue essa tendência de mostrar o cotidiano e acompanhamos uma lavadora de carros que está em dúvida se aceita um emprego numa pet shop. O filme não se interessa muito em discutir as condições de trabalho e desigualdade que a levaram a lavar carros nem as motivações da personagem que a fazem ter dúvidas quanto ao emprego fixo. Somos apresentados a ela e sua prima e acompanhamos algumas horas de sua vida. É uma escolha ousada por não paternalizar o espectador, quase sempre ávido por isso. É um filme corajoso que poderia durar 5 ou 10 minutos a mais, mas que tem uma força em sua simplicidade.
Avaliação: Três cabeças de boneca e meia ( 3,5/5).
Filme: A Nave de Mané Socó (Ficção, 18 min)
Apresentação da equipe do filme
Diretor: Severino Dadá
Estado: PE
Classificação indicativa: Livre
Exibição: 25/11, às 21h, no Cine Brasília; 25/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 26/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise)
Estado: PE
Classificação indicativa: Livre
Exibição: 25/11, às 21h, no Cine Brasília; 25/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 26/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise)
Severino Dadá subiu ao palco e definiu seu filme como “fuleiragem-fiction”. Acredito que esse termo esclarece muita coisa sobre o curta pernambucano e que tipo de cinema está sendo pensado. Assim como os produtores de Cabeça de Rua, Severino Dadá é veterano, sabe onde está inserido e de onde parte o imaginário de seu estado e de sua região e como ele pode ser visto, revisto, misturado, embaralhado. A Nave de Mané Socó se inicia com a abdução de um vaqueiro, o que desperta o medo da cidade. Um radialista narra as pessoas desaparecidas, no início duvidando da história de abduções para logo depois assumir que é isso mesmo. A questão é quem são esses alienígenas: “comunistas venusianos ou marcianos venezuelanos”. O curta é um grande fluxo de acontecimentos estranhos e a única coisa a se fazer é aproveitar a viagem.
Avaliação: Três discos voadores encantados ( 3/5).
Longa-metragem
Filme: Alice Júnior (Ficção, 87 min)
Apresentação da equipe do filme
Diretor: Gil Baroni
Estado: PR
Classificação indicativa: 12 anos
Exibição: 25/11, às 21h, no Cine Brasília; 25/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 26/11, às 18h, no Museu Nacional (Reprise)
Estado: PR
Classificação indicativa: 12 anos
Exibição: 25/11, às 21h, no Cine Brasília; 25/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 26/11, às 18h, no Museu Nacional (Reprise)
Alice Júnior é uma adolescente trans em seu processo de descobertas pessoais. É interessantíssimo que Alice tenha dúvidas sobre quase tudo em sua vida, exceto sua identidade. Mostra muito bem aos transfóbicos que questionam a identidade de adolescentes com argumentos que fingem não ser transfóbicos. Nesse sentido, Alice Júnior é um filme muito feliz em seu didatismo sobre questões de gênero e isso se dá muito pelo humor escolhido para conduzir a trama. A simpatia da protagonista, interpretada por Anne Celestino, ganha o coração de qualquer pessoa em algum momento da trama. Impossível sair apático. É um ótimo filme adolescente que trata de temas importantes de forma leve. Talvez precise ser melhor pensado em sua distribuição já que as pessoas que realmente precisam assistir ao filme não sejam o público mais comum do festival (mas pelo menos os coroas ricos da Asa Sul (Bairro aqui de Brasilia) puderam aprender um pouco e esperamos que eles repensem algumas de suas atitudes).
Escute aqui a playlist de canções que aparecem durante o filme.
Escute aqui a playlist de canções que aparecem durante o filme.
Avaliação: Três capinhas de celular com glitter ( 3/5).
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