O último dia de competição do Festival de Brasilia se finalizou com com chave de ouro. Houve, aliás, tempo para emoção, gargalhadas e muito suspense. Talvez possa se falar que este último dia tenha sido um de seus melhores e com as produções mais íncriveis da lista de selecionados.
Vamos então aos comentários do filmes.
Curtas-metragens
Filme: Sangro (Animação, 7 min)
Apresentação da equipe do filme
Diretores: Tiago Minamisawa, Bruno H Castro, Guto BR (codireção)
Estado: SP
Classificação indicativa: 14 anos
Exibição: 29/11, às 21h, no Cine Brasília; 29/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 30/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise)
Classificação indicativa: 14 anos
Exibição: 29/11, às 21h, no Cine Brasília; 29/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 30/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise)
A segunda animação da mostra competitiva trouxe um olhar doce sobre um tema amargo. O fato das vítimas de HIV terem voltado a crescer no Brasil nesta década já fala por si só sobre a relevância de discutir o assunto. E foi uma escolha acertada que a narrativa fosse contada através da perspectiva de uma vítima real da doença, apesar de diretor, roteirista e animador serem soronegativos. É interessante que Sangro dialogue tanto com Carne, exibido no primeiro dia do festival. O distanciamento trazido pelos desenhos de traço estilizado junto a narrações extremamente pessoais e íntimas formou um excelente casamento, capaz de tocar qualquer um sem sequer correr o risco de cair na monotonia ou no apelo exacerbado dos relatos filmados conhecidos informalmente como “talking heads” por trazer apenas planos médios de pessoas sentadas falando de frente para a câmera.
Filme: Amor aos vinte anos (Ficção, 24 min)
Apresentação da equipe do filme
Diretor: Felipe Arrojo Poroger e Toti Loureiro
Estado: SP
Classificação indicativa: Livre
Exibição: 29/11, às 21h, no Cine Brasília; 29/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 30/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise)
Classificação indicativa: Livre
Exibição: 29/11, às 21h, no Cine Brasília; 29/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 30/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise)
Como o diretor comentou ao subir ao palco, há tempos em que é estranho apresentar uma comédia em um festival de cinema pelo simples fato da realidade estar sombria demais, favorecendo filmes com temáticas e enfoques mais politizados. No entanto, Amor aos Vinte Anos acerta ao focar seu humor no ridículo com que convivemos. Fosse exibido em outro lugar que não encontrasse uma audiência de classe média metida a desconstruída e talvez o filme não arrancasse tanto riso da plateia como aconteceu nesta exibição, pois seu humor foca no reconhecimento do papel de bobo que todos já fizemos e na crítica a uma burguesia autocentrada em que todos os presentes em um festival de cinema fazem parte de alguma forma. E é delicioso ver isso personificado no outro e poder rir.
Longa-metragem
Filme: Volume morto (Ficção, 76 min)
Apresentação da equipe do filme
Diretor: Kauê Telloli
Estado: SP
Classificação indicativa: 14 anos
Exibição: 29/11, às 21h, no Cine Brasília; 29/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 30/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise).
Estado: SP
Classificação indicativa: 14 anos
Exibição: 29/11, às 21h, no Cine Brasília; 29/11, às 20h30, em Planaltina, Samambaia e Recanto das Emas; e 30/11, às 18h, Museu Nacional (Reprise).
Uma professora de inglês chama os pais de um de seus alunos para conversar sobre o desenvolvimento pedagógico social da criança de sete anos. O que vem a seguir é algo que nenhum ser humano normal imaginaria, embora os absurdos do Brasil de 2019 nos provem que não seria algo impossível. Apesar de não inovar em sua estética ou linguagem, o filme tem uma mise-en-scène extremamente competente, funcional em deixar o espectador tenso e grudado na cadeira do início ao fim enquanto tenta desvendar o quebra-cabeça. A claustrofobia de ser rodado inteiro em uma única locação e com apenas quatro atores contribui para esse tom de apreensão. E é acertada a decisão de não mostrar a criança que origina todo o conflito nem em fotos, já que isto poderia enfraquecer ou até mesmo destruir a tese proposta no final, invalidando todo o roteiro. Gustavo não é um personagem, é um artifício. Tanto diegética como extra-diegeticamente.
Vamos divulgar mais tarde a lista dos vencedores em nossas redes sociais, mas desde já agradecemos a todos que nos visitaram durante esses dias. Esperamos estar no Festival ano que vem e contamos com a visita de vocês por aqui.
= )